Discurso durante a 78ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Destaque para os pronunciamentos do Presidente Lula e do ex-Presidente dos Estados Unidos da América, Sr. Barack Obama, sobre a necessidade de combate às desigualdades sociais e econômicas. Manifestação favorável à criação de uma Frente Parlamentar de combate às desigualdades.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Política Social:
  • Destaque para os pronunciamentos do Presidente Lula e do ex-Presidente dos Estados Unidos da América, Sr. Barack Obama, sobre a necessidade de combate às desigualdades sociais e econômicas. Manifestação favorável à criação de uma Frente Parlamentar de combate às desigualdades.
Publicação
Publicação no DSF de 27/06/2023 - Página 38
Assunto
Política Social
Indexação
  • COMENTARIO, PRONUNCIAMENTO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX-PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), BARACK OBAMA, NECESSIDADE, COMBATE, DESIGUALDADE SOCIAL, ECONOMIA, APOIO, CRIAÇÃO, FRENTE PARLAMENTAR, ASSUNTO.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Bem, meu amigo pessoal, voz da segurança pública do Rio Grande do Norte, brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, a todos e todas, Deus e saúde.

    Aos que acompanham esta sessão remota, mas também com Senadores presentes, na TV Senado, na Rádio Senado, na Agência Senado e pelas redes sociais, eu quero falar sobre um tema que, na semana passada, dois líderes políticos de enorme protagonismo, na cena mundial, abordaram, em situações distintas, qual seja: desigualdade.

    Um deles, Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil, falou, num fórum que reuniu chefes de Estado, e o outro, simplesmente ele, Barack Obama, ex-Presidente dos Estados Unidos, tratou do assunto em longa entrevista a um canal de notícias com alcance mundial.

    Lula foi muito feliz ao alertar os participantes, em Paris, da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global. Abro aspas, disse o Presidente Lula: "Não é possível que, numa reunião entre Presidentes de países importantes, a palavra desigualdade não apareça, a desigualdade salarial, a desigualdade de raça, a desigualdade de gênero, a desigualdade na educação, a desigualdade na saúde". Fecho aspas. O Presidente brasileiro colocou o combate à desigualdade no mesmo nível de importância da questão climática sob pena de caminharmos para uma situação surreal, brasileiros e brasileiras: o planeta recuperar o equilíbrio climático, e milhões de pessoas seguirem morrendo de fome em vários países.

    Já o ex-Presidente dos Estados Unidos Obama, na entrevista à rede CNN, foi incisivo ao declarar que nenhuma democracia pode prosperar com altos níveis de desigualdade social ou econômica. Obama comparou a enorme atenção dada pela mídia ao desaparecimento do submersível Titan na costa dos Estados Unidos com o naufrágio no Mediterrâneo de um barco carregado de migrantes, com a morte de 82 pessoas. Sem colocar as abordagens distintas como críticas à imprensa, o ex-Presidente americano enfatizou que a comparação serve, e aqui abro aspas, de "indicativo do grau em que as chances de vida das pessoas se tornaram tão díspares". Fecho aspas. De forma mais ampla, Barack Obama assinalou que normas democráticas estão sendo corroídas e que as instituições democráticas, para recuperarem o vigor e seguirem saudáveis, precisam superar as desigualdades econômicas e sociais, senhoras e senhores.

    Assimetrias econômicas e sociais causam instabilidade, a história nos ensina. E daí Lula e Obama veem no combate à desigualdade uma maneira de defender a democracia. Assim, em cada país, essa luta não pode ficar restrita a um ou outro governo com maior preocupação social. O tema precisa ser visto como política de Estado, Senador voz da educação Confúcio Moura.

    É mais do que sabido que a desigualdade econômica está relacionada a fatores diversos que envolvem aspectos políticos, sociais, de gênero e de raça. Assim, só é possível atingir o equilíbrio social com uma atuação firme dos governos e com o apoio da sociedade em várias frentes: educação, saúde, emprego, renda, moradia, cultura, etc.

    Não tenho dúvida de que a participação no combate à desigualdade precisa ser colocada como prioridade por quem tem responsabilidade política.

    Concluo. Nós aqui do Legislativo não podemos nos omitir. Talvez seja a hora, ao menos, de criarmos mais uma frente parlamentar para se somar às quase duzentas existentes hoje no Congresso Nacional, uma frente parlamentar de combate às desigualdades.

    Presidente e amigo, admirável Capitão Styvenson Valentim, era esse o meu pronunciamento no começo desta semana para uma reflexão mundial, vinda de dois homens públicos mundiais respeitados que veem da mesma maneira o que significa a desigualdade neste nosso planeta.

    Agradecidíssimo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/06/2023 - Página 38