Discurso durante a 70ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a celebrar o jubileu de diamante de 75 anos da Sociedade Bíblica do Brasil - SBB.

Autor
Carlos Viana (PODEMOS - Podemos/MG)
Nome completo: Carlos Alberto Dias Viana
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Data Comemorativa, Religião:
  • Sessão Especial destinada a celebrar o jubileu de diamante de 75 anos da Sociedade Bíblica do Brasil - SBB.
Publicação
Publicação no DSF de 20/06/2023 - Página 10
Assuntos
Honorífico > Data Comemorativa
Outros > Religião
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, SOCIEDADE CIVIL, BIBLIA, BRASIL, COMENTARIO, HISTORIA, LIVRO.

    O SR. CARLOS VIANA (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - MG. Para discursar.) – O meu bom dia a todos os irmãos e as irmãs. Saúdo-os com a paz do Senhor Jesus.

    Ao nosso Senador Zequinha Marinho, nosso capelão da Frente Parlamentar Evangélica do Senado Federal, um trabalho que Deus nos permitiu e tem nos usado para abrir, nesta Casa, a minha saudação e o meu agradecimento.

    Quero saudar também todos os presentes na mesa: o Reverendo Erní, com quem já tive oportunidade de conversar; o nosso Ministro André Mendonça; o nosso Pastor Santos, que está aqui, o meu agradecimento. E quero saudar também, em especial, o Pastor Ronaldo, da nossa CGADB, Convenção Geral das Assembleias de Deus, cujo aniversário de 112 anos estamos comemorando. Já tivemos a oportunidade de uma sessão especial, aqui na Casa.

    Saúdo o nosso Embaixador de Israel, Daniel Zonshine. Shalom, seja muito bem-vindo, mais uma vez; a Senadora Damares, pois é uma alegria vê-la sempre conosco aqui; o Pastor Shalom, nosso querido, sempre defensor das nossas reuniões, que me deu a alegria de organizarmos o Grupo Parlamentar Brasil-Israel.

    A todos os pastores, pastoras e missionários peço que Deus abençoe a cada um e a cada uma.

    Irmãos, eu sou um homem da comunicação. Hoje estou político, estou no Senado, mas eu vim da comunicação. Trabalhei, por 23 anos, como jornalista, radialista, professor universitário, especialista em estratégia de comunicação e administração. Tenho projetos, que Deus me deu, muito bem-sucedidos na área da televisão brasileira e do rádio.

    A Bíblia, para cada um de nós, traz um aspecto diferente, de acordo com a nossa visão de mundo. E, na minha visão de mundo como comunicador, Jesus é algo excepcional, maravilhoso, como em todas as coisas, mas, na comunicação, é um ponto que a gente precisa chamar a atenção, porque ele sabe conversar com cada uma das pessoas, de acordo com o que cada uma das pessoas entende daquele mundo e precisa ouvir, para entender a mensagem dele.

    Para cada tipo de pessoa, desde a viúva com o filho, desde a mulher do fluxo de sangue, desde os Senadores do Sinédrio, Jesus conversa com cada um deles de uma forma muito especial. Eles, inclusive, confundem-se quando ele fala "vocês têm de nascer de novo" a doutores. Eles dizem: "Como podemos nascer de novo da barriga de nossa mãe?". Homens cultos, doutos, a quem Jesus consegue, no conhecimento dele, levar uma palavra acima de todo o conhecimento que eles já tinham acumulado.

    Uma das passagens mais interessantes sobre a herança que os livros deveriam nos deixar, que é uma herança da Torá, está no Evangelho de Lucas, no 19,40, quando Jesus se aproxima de Jerusalém e a multidão grita por ele. Grita: "Jesus! Hosana ao Filho de Davi!". Os sacerdotes e apóstolos dizem: "Manda que eles se calem!". E Jesus responde para eles: "Se eles se calarem, as pedras clamarão". Ali, nasce a responsabilidade de todos aqueles que acreditam nesta mensagem de praticar o que de essencial nós temos desde a promessa a Abraão, aos profetas, o Verbo, a promessa que se tornou carne, que se tornou verdade. "O Verbo se fez carne e habitou entre nós".

    Isso é algo especial sobre a comunicação, sobre a nossa boca, sobre o nosso conhecimento, sobre o nosso falar com os outros.

    Assim foi, quando Paulo se preocupou e se lembrou dos pergaminhos – esqueci os pergaminhos, manda buscá-los urgentemente –, porque eles eram o testemunho de tudo aquilo que estava naquele tempo e que deveria ser passado às futuras gerações.

    Hoje, a Sociedade Bíblica do Brasil cumpre com esse papel.

    Eu uso esta tribuna para falar de coisa boa, coisa muito boa mesmo, rara: falar sobre o jubileu de diamante, a comemoração dos 75 anos de existência de uma sociedade munida da missão mais linda que conheço, a de divulgar a palavra do Altíssimo.

    Refiro-me e dou os parabéns a todos aqueles que construíram os 75 anos da Sociedade Bíblica do Brasil.

    Todos os começos são cercados de insegurança, mas a história, quase sempre, prova que as dificuldades iniciais de qualquer instituição são pouco significativas quando comparadas com os frutos gerados.

    No caso da SBB, esses frutos são capazes de saciar as diversas fomes de muitos brasileiros, especialmente dos mais carentes em assistência social, filantropia e cultura.

    O Estado é laico. Ele respeita todas as religiões, e assim temos de preservá-lo. É fundamental que todo Estado tenha a separação das religiões. Mas as pessoas têm a sua espiritualidade, as suas crenças, os seus valores, que também têm que ser respeitados, em toda a sua essência. Uma democracia, uma civilização se faz quando todos podem professar a sua fé em liberdade, sem nenhum tipo de perseguição ou preconceito.

    Qualquer que seja o tipo de crença que se propague, religião e história se encontram. Ao facilitar o acesso dos brasileiros à Bíblia, a SBB leva até as pessoas uma palavra de amor, de esperança, baseada em um dos nossos mais importantes registros históricos.

    Ao contar a história de Jesus Cristo e suas repercussões, a Bíblia permite que tenhamos acesso a diversos contextos históricos que poderiam ter se perdido no tempo, mas, graças à finalidade religiosa do livro sagrado, foram preservados por registro escrito e nos presenteiam com a possibilidade de conhecimento.

    Em tempos difíceis como o que nos foi imposto pela pandemia da covid-19 e as consequências, a esperança e a fé foram alentos que nos dão serenidade para perceber que os dias ruins também passam e que dias melhores sempre virão.

    Quantas histórias comoventes de superação já ouvimos sobre o poder que tem a leitura do Evangelho? Pessoas que se encontraram no caminho do bem, da honestidade, após receber da SBB um exemplar da Bíblia e, de maneira autodidata, encontram a luz que precisavam nas escrituras? Quantos casos de pessoas que se fortaleceram no espírito com a leitura bíblica proporcionada pela SBB e conseguiram abandonar os vícios?

    Eu mesmo, Reverendo Erní, tenho um caso de um pastor que conheci, Zequinha, que furtou uma Bíblia dentro da penitenciária, depois do culto. Não era convertido, não era nada, o pastor deixou a Bíblia, ele foi lá e furtou a Bíblia do pastor. E se tornou um grande missionário entre os presos. Foi um furto dos mais abençoados. Antes dele, só Dimas no calvário, o bom ladrão.

    Sras. Senadoras e Srs. Senadores, todos os presentes, entre os muitos serviços que a SBB oferece à população, quero destacar dois que considero especialmente tocantes.

    O primeiro é o programa de alfabetização de adultos, que me emociona profundamente: não basta colocar luz no mundo, às vezes é preciso ajudar os vulneráveis a enxergá-la. Este, inclusive, é um dos grandes feitos do Evangelho: reduzir o número de pessoas que não são capazes de ler e entender o mundo em que elas se encontram.

    O segundo atributo que destaco é sua onipresença geográfica. A SBB leva à risca a meta de levar a Palavra a todas e a todos. A capilaridade e a abrangência do programa são um exemplo de sucesso logístico que deixa o setor público e o setor privado até encabulados: "Mas como pode?"

    Quando Deus quer falar com alguém, Ele, o Altíssimo, faz com que sua Palavra chegue ao destinatário, muitas vezes pelas mãos dos voluntários da SBB, anjos anunciadores – e aqui me permito anunciá-los assim. A existência dos voluntários honra a história da SBB e, certamente mais importante, honra ao Altíssimo.

    A SBB é uma instituição profundamente democrática. Não impõe religião, fornece subsídios para que todos possam ter a possibilidade de encontrar conforto na palavra de Deus; para nutrir de esperança a alma, de bondade, o coração e, de sentido, a vida.

    Parabéns aos idealizadores, aos funcionários, aos patrocinadores, aos colaboradores da Sociedade Bíblica do Brasil. A missão de vida que vocês escolheram é linda e muito abençoada!

    Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente, e que Deus nos permita ter mais 75 anos levando a palavra de paz, de alegria e de esperança a todos os povos.

    Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/06/2023 - Página 10