Pela ordem durante a 90ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Crítica ao Ministério da Educação por ter anunciado a extinção vindoura do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares.

Autor
Omar Aziz (PSD - Partido Social Democrático/AM)
Nome completo: Omar José Abdel Aziz
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
Educação, Governo Federal:
  • Crítica ao Ministério da Educação por ter anunciado a extinção vindoura do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares.
Assuntos
Política Social > Educação
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • CRITICA, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), MINISTRO DE ESTADO, CAMILO SANTANA, EXTINÇÃO, ESCOLA CIVICO-MILITAR, PROGRAMA, NECESSIDADE, DISCIPLINA.

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - AM. Pela ordem.) – Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, com todo o respeito que eu tenho – e eu faço parte da base do Governo, todo mundo sabe que eu apoiei e votei no Presidente Lula, e tenho um respeito muito grande pelo ex-Governador e hoje Ministro e Senador da República Camilo Santana –, mas, General Mourão, o Colégio Militar do Estado do Amazonas, que V. Exa. conhece bem, serviu como exemplo para se criar o Colégio Militar da Polícia Militar do Estado do Amazonas, e, depois, várias escolas de tempo integral, inclusive que eu construí, se tornaram de direção militar, pela disciplina.

    Eu fui um Governador que andei no meu estado e andava na cidade de Manaus. Nós tínhamos mais de 500 escolas. Eu cheguei a um bairro, Presidente Rodrigo Pacheco, chamado Carlinhos da Carbrás na época, era o bairro da Carbrás. Eu entrei na escola e eu fiquei envergonhado. Toda depredada. Não tinha uma janela em que não estivessem quebrados os vidros, não tinha um banheiro que tivesse pia, não tinha absolutamente nada. Pichada, depredada. Aí a comunidade fez um apelo: "Governador Omar, coloca aqui a Polícia Militar". Eu coloquei. Seis meses depois, eu fui lá, Senador Girão: um exemplo!

    Os principais índices do Ideb são de escolas que têm disciplina! Aí eu não falo só dos militares, eu falo da Igreja Adventista, eu falo da Igreja Batista, eu falo da Igreja Católica. Onde você vê madre, padre, freira cuidando, tem disciplina! Porque o que tem que reger a vida de um cidadão e de um aluno é a disciplina.

    Na minha época, a gente levava bolo na mão quando errava a matemática. Então, eu aprendi cálculo levando bolo, tinha que saber a tabuada, ficava de joelho no milho, era uma outra formação. Não quero isso hoje. É lógico que ninguém está dizendo... Eu não quero isso para os meus filhos, mas eu quero, sim, que o meu filho seja disciplinado, tanto dentro de casa como na escola. Infelizmente, nós perdemos muito disso.

    Se o Japão é, hoje, uma potência intelectual, se a Coreia é uma potência intelectual, isso se deve à disciplina deles, eles são disciplinados. Nós não vamos chegar a lugar nenhum sem disciplina.

    Então, eu acho que o Presidente Lula, que é um homem aberto ao debate, não é uma pessoa radical que não ouve, ele é uma pessoa que ouve...

    Aqui eu digo para V. Exa., se eu fosse Governador do meu estado, eu diria para o Ministro: "Olha, Ministro, você toma a decisão aí, quem toma a decisão aqui sou eu. Se você não quiser repassar dinheiro, fique com ele e faça bom proveito, mas escolas que têm direção de militares vão continuar, porque quem governa o meu estado sou eu".

    O que o Ministério da Educação tem que fazer é currículo, independentemente de ser adventista, batista, católico, evangélico ou da Assembleia de Deus que esteja dirigindo a escola, ou militar, seja militar das Forças Armadas ou militar da Polícia Militar. O currículo é igual, o currículo ninguém pode mudar. O diretor da escola não tem o direito de chegar lá e dizer: "Não, eu vou querer colocar uma disciplina que não está no currículo!". Isso ele não pode fazer, mas ele tem, sim, uma atenção diferenciada, e digo para vocês que é um apelo de muitos professores civis que dão aula...

    Eu, por exemplo, quando fui fazer Engenharia Civil, tinha seis, sete professores que eram professores do Colégio Militar do Exército...

(Soa a campainha.)

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - AM) – ... lá no meu estado, como o Prof. Fregapani, Coronel Fregapani, eu não sei se o General conheceu. Eram pessoas com quem a gente tinha uma relação muito boa, ótimos professores, que davam aula na universidade e davam aula no colégio, coisa que, dificilmente, você vê hoje, Marcos Rogério, em algum estado, o professor dar aula no colégio estadual e dar aula em uma faculdade. É ou não é verdade? Antigamente era assim.

    Então, houve uma ampliação da educação, mas, infelizmente, perdeu-se uma coisa muito importante que é a disciplina. Aí não é a disciplina só cívico-militar, tem que se dar também louros a escolas católicas, escolas adventistas, batistas, que também têm um índice de aprovação, no Ideb e no vestibular, muito grande.

    Era isso, Sr. Presidente.