Discurso proferido da Presidência durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada a comemorar o Dia da Defensora e do Defensor Público.

Autor
Fabiano Contarato (PT - Partido dos Trabalhadores/ES)
Nome completo: Fabiano Contarato
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso proferido da Presidência
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Sessão Solene destinada a comemorar o Dia da Defensora e do Defensor Público.
Publicação
Publicação no DCN de 18/05/2023 - Página 41
Assunto
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, COMEMORAÇÃO, DIA, DEFENSOR PUBLICO, DEFENSORIA PUBLICA.

    O SR. PRESIDENTE (Fabiano Contarato. PT - ES) - Muito obrigado.

    Eu queria, mais uma vez, quebrar um pouco o protocolo, porque, quando ouço cada um de vocês e vejo um Parlamentar que perde a empatia, a sensibilidade de se colocar na dor do outro, fico muito triste.

    A colega que me antecedeu falou das pessoas em situação de rua, e eu fico não envaidecido porque tento me blindar daquilo que considero um dos piores pecados, que é a vaidade, e uma das melhores virtudes para mim é a humildade, mas satisfeito, porque me inspirei no Padre Júlio Lancellotti, e foi um projeto de minha autoria, que hoje é lei, que proíbe a arquitetura com técnica hostil.

    Eu acho que passou da hora de o Parlamentar derrubar os muros do Parlamento, sair de seus gabinetes, tirar o paletó e a gravata e interagir com o principal destinatário, que é a população.

    Quando eu era Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, saí daqui e fui visitar os índios guaranis-kaiowá dizimados em Mato Grosso do Sul. Visitei, Antônio, os caciques confinados, subjugados, humilhados, aviltados. O problema lá ainda se agrava. O Estado é totalmente ausente, ainda mais quando você vê que a própria população muitas vezes adere a discurso higienista, a discurso preconceituoso, a discurso elitista, a discurso que não se coloca no lugar do pobre. O que mais me choca é ver que o Parlamento muitas vezes não tem sensibilidade de se colocar na dor do outro, e isso é papel essencial e fundamental da Defensoria Pública.

    Hoje, não estamos celebrando a Defensoria, estamos celebrando a população. Eu acho fantástico quando eu vejo a Ouvidoria dentro da Defensoria, mas tem que ser uma Ouvidoria realmente representativa e atuante. Acho que nós temos que fazer uma grande corrente do bem e cobrar dos nossos Parlamentares — e aqui eu não falo só como Senador, não, mas também como cidadão. É preciso cobrar do Parlamentar para que esteja do lado daquela população que efetivamente mais precisa. Essa é a nossa função aqui.

    Desculpe-me, mais uma vez, por ter quebrado o protocolo.

    Quero fazer o registro, com bastante alegria, da presença neste plenário de alunos do curso de Relações Internacionais da faculdade Fundação Armando Álvares Penteado, aqui de Brasília, Distrito Federal. Um beijo carinhoso a todos e todas.

    Sejam bem-vindos a esta Casa! Espero que vocês se sintam cada vez mais acolhidos, porque todo poder emana do povo e deve ser exercido por meio dos Parlamentares, embora muitas vezes essa premissa não seja a realidade, como não é realidade falar que todos somos iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza. Infelizmente, no Brasil, uns são mais iguais do que os outros. Mas vamos lutar! Não vamos perder a capacidade de indignação para dar efetividade a essa premissa constitucional de igualdade.

    Concedo a palavra por 5 minutos ao Sr. Vinícius Chaves de Araújo, Defensor Público-Geral do Estado do Espírito Santo.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 18/05/2023 - Página 41