Fala da Presidência durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Abertura da Sessão Solene destinada a comemorar o Dia Nacional do Líder Comunitário.

Autor
Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Data Comemorativa, Homenagem:
  • Abertura da Sessão Solene destinada a comemorar o Dia Nacional do Líder Comunitário.
Publicação
Publicação no DCN de 01/06/2023 - Página 9
Assuntos
Honorífico > Data Comemorativa
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO SOLENE, COMEMORAÇÃO, DIA, LIDER, COMUNIDADE, AÇÃO COMUNITARIA.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. PSDB - DF) - Declaro aberta a Sessão Solene do Congresso Nacional destinada a comemorar o Dia Nacional do Líder Comunitário.

    HOMENAGEM

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. PSDB - DF) - A presente sessão foi convocada pelo Presidente do Congresso Nacional, em atendimento ao Requerimento do Congresso Nacional no 7, de 2023, de minha autoria e também da Senadora Leila Barros e do Deputado Vitor Lippi.

    Convido para compor a Mesa o Sr. Roberto Medeiros Santos, Administrador Regional de São Sebastião. (Palmas.) Convido também a Sra. Natanry Osório, pioneira de Brasília e ex-Administradora do Lago Sul. (Palmas.) Convido o Sr. Ilço Firmino, Presidente da Associação Nacional dos Líderes Comunitários do Brasil — ANALC. (Palmas.) Convido também o Sr. Karl Max Enock, líder comunitário e chef de cozinha, nosso grande líder, referência na Ceilândia. (Palmas.) Convido também a Sra. Bárbara Roriz, neta do ex-Governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, nossa referência de atendimento aos líderes comunitários. (Palmas.)

    Registro aqui a presença e convido também para participar conosco o Deputado Federal Prof. Paulo Fernando, nosso grande amigo.

    Neste momento, convido todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional, executado pelo saxofonista Sylvio Cesar de Sousa Costa.

    (Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. PSDB - DF) - Eu quero aqui cumprimentar cada um e cada uma que compõe a Mesa, cujos nomes já citei.

    Cumprimento o Roberto Medeiros, que é o nosso representante de todos os Administradores Regionais que foram convidados; e a Sra. Natanry Osório, pioneira, educadora, ex-Administradora do Lago Sul, uma grande liderança do Lago Sul, que luta preservação da nossa cidade.

    Quero cumprimentar também o grande líder Ilço Firmino, que foi e é o Presidente da Associação Nacional dos Líderes Comunitários, que sempre participa, todos os anos, dessa homenagem que fazemos a todos vocês.

    Gostaria de cumprimentar o Karl Max, o nosso representante da Ceilândia. Para quem não o conhece, vale a pena visitá-lo, porque é muito gostosa a comida dele! Ele é líder comunitário e chef de cozinha, que aqui representa os líderes da Ceilândia.

    Cumprimento a minha querida Bárbara Roriz, neta do ex-Governador do Distrito Federal, que sempre atendeu e valorizou os líderes comunitários.

    Então, também faço a minha homenagem ao ex-Governador Joaquim Roriz, aqui representado por sua neta. (Palmas.)

    Hoje nós celebramos aqui, neste plenário, o Dia do Líder Comunitário.

    Daqui eu posso ver cada um de vocês, líderes, cada rosto, cada vontade, e tentar sentir cada coração neste dia tão especial.

    Eu quero cumprimentar um a um porque esta sessão é de homenagem, mas é, acima de tudo, de reconhecimento pelo trabalho e pela dedicação que vocês têm com as pessoas, com a nossa gente, em cada canto do nosso País, primeiro, porque servem a uma coletividade e, muitas vezes, se esquecem de suas próprias tarefas, restringem muito suas necessidades imediatas e adiam seus projetos particulares para servir ao próximo, à sua comunidade, de maneira abnegada, sem hora e sem lugar; segundo, porque vocês são pessoas que se voluntariam para exercer essa nobre missão, sem vínculo de trabalho, sem contrato ou vencimentos, muitas vezes, sem ajuda nenhuma, e se colocam à disposição da sua cidade, da sua quadra, para buscar melhorias e melhores condições de vida para todos; e, terceiro, porque vocês voluntários que buscam servir e que aqui estão o fazem porque creem que, sem cooperação, a sociedade é apenas um grupo de indivíduos, um número, e nada significa, a não ser para ser usada para outros interesses. Os nossos líderes comunitários entendem que juntos podem, com as necessidades e os direitos reconhecidos, fazer com que suas comunidades tenham o que precisam, sobretudo o direito de ter. A liderança comunitária aqui representada por todos vocês que aqui estão, e alguns que não puderam vir, é principalmente o elo entre a comunidade e o poder público, assim como é também a ligação com todas as organizações da sociedade civil. Vocês sabem e são pessoas que reúnem qualidades únicas para isso. Conhecem suas comunidades, reconhecem suas necessidades e buscam em todos os momentos identificar, no aparelho estatal e na sociedade civil organizada, as instâncias capazes de contribuir para solucionar os problemas e carências da coletividade que representam.

    O líder comunitário é a ponte entre a sua comunidade e as instituições. O seu pertencimento é a quadra, é a rua, é o bairro, a sua cidade, a sua associação e o seu grupamento social.

    O Governo não pode estar em todos os lugares e, assim, não conhece as deficiências de cada quadra, de cada rua, de cada comunidade. Mas os líderes e as lideranças comunitárias sabem como vive a gente do seu bairro, da sua quadra, da sua comunidade, e principalmente as suas necessidades. As lideranças comunitárias trabalham quase sempre em circunstâncias muito difíceis, de sérias limitações, sem apoio oficial e sem amparo material, mas conseguem, ainda assim, motivar os moradores e arregimentar esforços na direção do bem comum, sobretudo dos menos favorecidos. Os líderes comunitários contribuem dia a dia e fortemente para a cidadania. Sua liderança e seu compromisso social, um exemplo desses nossos líderes, devem ser mostrados diariamente, para que todos, sem exceção, saibam desse trabalho diário e constante por aqueles que mais precisam.

    Esta homenagem que faço aqui no Congresso Nacional traz o reconhecimento da relevância daqueles que lutam e transformam as cidades, suas quadras, seus bairros e, sobretudo, o seu país.

    Para finalizar, eu quero contar uma história, uma fábula que fala sobre o caminho do líder e o que ele representa em sabedoria, que é o que vocês são. Certamente vocês se reconhecerão nas palavras e na história que vou contar. Peço a atenção de todos aqui.

    Esta é a fábula da xícara cheia.

Diz a fábula que um dia o mestre e seu discípulo estavam caminhando. O mestre aproveitava a oportunidade e tentava passar alguns ensinamentos ao discípulo. Numa determinada etapa da conversa, o discípulo estava encontrando dificuldades para entender o que o mestre estava tentando lhe passar. Então, o mestre sugeriu que eles voltassem ao templo, pois ele queria tomar um chá.

Chegando ao templo, o mestre solicitou ao discípulo que lhe preparasse um bule de chá.

O discípulo, prestativo, foi preparar o chá.

Voltou com o chá pronto, no bule, e as xícaras. Imediatamente serviu o mestre.

Para a surpresa do discípulo, quando este estava para encher a sua própria xícara, o mestre solicitou que ele voltasse e colocasse mais chá na xícara do mestre.

Ao que o discípulo arguiu: “Mas a sua xícara já está cheia”. O mestre, impávido, confirma: “Por favor, coloque mais chá em minha xícara”.

Nova argumentação do discípulo, nova confirmação do mestre.

O chá começa a transbordar para a bandeja, e o discípulo para.

O mestre insiste em sua solicitação: quer que ele continue a colocar chá em sua xícara. O chá escorre pela bandeja e, desta, ao chão.

O bule fica vazio.

Após o bule ficar vazio, o mestre então indaga ao discípulo: “O que você aprendeu com isso?” O discípulo diz que nada, pois ele já sabia que o chá iria escorrer pela bandeja e para o chão.

O mestre, então, retruca: “O ensinamento que isso nos traz é que, para caber mais chá na xícara, a xícara precisa estar um pouco vazia. Em xícara cheia, não cabe mais chá”. E continuou: “Assim também somos nós”. E complementou: “Assim é a nossa cabeça. Quando achamos que sabemos tudo, quando temos muitas certezas, quando a nossa cabeça está totalmente cheia de verdades, então a nossa cabeça não tem espaço para mais nada, novos ensinamentos e percepções não conseguem chegar”.

E concluiu: “É necessário ter permanentemente a nossa cabeça um pouco vazia, para poder aprender as mudanças da realidade que nos cerca (...). As nossas certezas vêm do que vivemos no passado. Mas o passado já passou. E o que acontece hoje não pode ser interpretado à luz do passado. Isso seria o mesmo que caminhar em uma noite escura, para frente, em um caminho desconhecido, com uma vela acesa às nossas costas, iluminando o caminho do passado já percorrido”.

E finalizou: “Relaxe e deixe sempre sua cabeça um pouco vazia para apreender o que o mundo lhe oferta de novidades, de oportunidades e lutas.”

    Meus amigos e minhas amigas, a todos vocês os meus agradecimentos pelos conhecimentos e sentimentos. Agradeço a todos e a todas a preciosa presença.

    Antes de encerrar o meu pronunciamento, eu peço a todos que estão aqui, aos nossos líderes comunitários do DF, alguns da região metropolitana, e a todos aqueles cujos filhos e netos moram aqui, para que nos apoiem em defesa da nossa Capital. Estamos vivendo um momento difícil, no qual precisamos reafirmar a nossa importância de capital, que alguns insistem em não aceitar, mesmo depois de 63 anos de sua fundação e de ficar comprovado que foi a partir de Brasília que o Brasil se modernizou e se desenvolveu.

    Brasília é o nosso maior patrimônio, e não abriremos mão daquilo que conquistamos, que é o fundo constitucional. (O orador se emociona.) (Palmas.)

    O fundo constitucional nos garante os recursos para a segurança, para a saúde e para a educação de todos que vivem aqui.

    Contamos com vocês, lideranças, para nos apoiar e nos ajudar na defesa diária da nossa Capital. Conto com todos vocês.

    Nós já estamos trabalhando no Senado para resolver essa questão e tirar definitivamente essa emenda diabólica que foi colocada no último minuto, sem nenhuma discussão, sem nenhuma análise. Mas já conversamos no Senado com o Relator. Já temos reunião marcada para a segunda-feira de manhã. Vamos conversar com o Governador, com toda a bancada do Distrito Federal, com todos os Senadores e Senadoras, com todos os Deputados e Deputadas. No Senado, são três Senadores de cada Estado. Aqui são 513, e só temos oito. Então, realmente é mais difícil. Mas, no Senado, não tenham dúvida de que nós vamos tirar essa emenda colocada de última hora.

    Então, eu quero agradecer. É lógico que não podemos ainda criar nenhuma movimentação mais contundente, principalmente na segurança pública, porque nós ainda não saímos das dificuldades do dia 8 de janeiro.

    Nós instalamos ontem a CPI e vamos mostrar realmente que o Governo Federal poderia ter evitado tudo o que aconteceu no dia 8 de janeiro. E não vamos permitir que a condenação seja coletiva. Cada um vai responder pelas suas ações. Estamos atentos a isso. (Palmas.)

    Vamos trabalhar realmente para que Brasília seja a capital de todos os brasileiros. Não tenham dúvida de que foi com Brasília que nós desenvolvemos este País. O Centro-Oeste não existiria, o Norte não seria o que é hoje se a nossa Capital não estivesse aqui no Distrito Federal.

    Antes de registrar aqui algumas presenças — gostaria de citar o nome de cada um presente —, eu quero exibir um vídeo institucional.

    Neste momento, eu convido todos a assistir no painel o vídeo institucional em homenagem ao líder comunitário.

    Em seguida, ouviremos a música Raridade, de Anderson Freire, que será executada também pelo saxofonista Sylvio Cesar de Sousa Costa.

    (Exibição de vídeo.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. PSDB - DF) - Antes de anunciar aqui algumas lideranças da sociedade civil organizada, o meu querido amigo Deputado Prof. Paulo Fernando tem uma audiência pública agora no Senado. Por isso vou dar a S.Exa. a palavra para que possa falar e, na sequência, ir ao Senado. Depois chamarei os nossos componentes da Mesa.

    Informo às pessoas que estão em pé que, se quiserem, podem ocupar as galerias. Aqui há também algumas cadeiras vazias.

    Tem a palavra o Deputado Prof. Paulo Fernando.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 01/06/2023 - Página 9