Discurso proferido da Presidência durante a 104ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a homenagear a Marcha das Margaridas.

Autor
Augusta Brito (PT - Partido dos Trabalhadores/CE)
Nome completo: Augusta Brito de Paula
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso proferido da Presidência
Resumo por assunto
Homenagem, Movimento Social, Mulheres:
  • Sessão Especial destinada a homenagear a Marcha das Margaridas.
Publicação
Publicação no DSF de 16/08/2023 - Página 28
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Outros > Movimento Social
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, MOVIMENTO SOCIAL, CONFEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA (CONTAG), MARCHA, MULHER, TRABALHO RURAL, COMBATE, VIOLENCIA, DEFESA, DIREITOS, ISONOMIA SALARIAL.

    A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - CE. Para discursar - Presidente.) – Bom dia, bom dia a todas e a todos.

    Quero dizer que não podia ser diferente, vocês viram que eu demorei aqui a me acostumar, porque é a primeira vez que eu estou presidindo aqui uma sessão muito especial. (Palmas.)

    E não poderia ser em outro momento nem com outras pessoas; tinha que ser neste momento, nesta data tão significativa, com vocês, mulheres de todo o nosso país, que aqui estão, do nosso Ceará especialmente, e aqui quero cumprimentá-las. (Palmas.)

    Nós temos aqui a Vice-Prefeita de uma cidade lá do interior, a nossa querida Natalícia, que também faz parte da agricultura familiar e nós temos aqui várias amigas e companheiras aqui da cidade de Itapipoca. Se eu for falar, vou passar aqui muito tempo falando.

(Manifestação da galeria.)

    A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - CE) – Mas eu quero registrar aqui a minha felicidade em poder estar aqui hoje, presidindo e dando continuidade aqui a esta sessão.

    Quero parabenizar aqui o nosso Senador Beto Faro pela iniciativa, realmente, de fazer este momento e de passar esta Presidência para nós que estamos aqui integradas e alinhadas com vocês na luta.

    Mas só, rapidamente, quero fazer uma reflexão. Não é a minha fala, eu vou presidir, mas eu não posso deixar passar sem um pouquinho de reflexão sobre as nossas lutas, porque esta luta é nossa, esta luta é de nossa, das mulheres. E, infelizmente, toda luta nossa vem de uma tristeza, vem de uma morte, vem seguida de uma morte ou vem de alguma coisa que deixa sequela, se não é sequela física, é sequela na alma.

    Há poucos dias a gente estava aqui comemorando os 17 anos da Lei Maria da Penha, em que criou-se uma lei porque uma mulher teve a coragem, foi buscar os seus direitos, também lutando para que outras mulheres pudessem ter essa lei e se apropriar dela para se defender do que seria óbvio, que é exatamente a gente viver de uma forma igual, exigindo e tendo que ter respeito e, eu diria, não só respeito, mas a gente quer também oportunidades. Mas ainda é preciso, nos tempos de hoje, a gente estar se afirmando e se autoafirmando. É necessária essa luta, essa marcha em que, eu digo aqui, também teve uma mulher que quando decidiu falar, quando decidiu sair do ciclo de violência, seja ele qual for, violência doméstica, violência institucional, a nossa querida Margarida Alves, que foi à luta para buscar os direitos de tantas outras mulheres e homens também do campo e foi assassinada.

    Então, todas as nossas lutas, infelizmente, vêm de uma grande necessidade e de outras mulheres que passaram por lá e que hoje abrem um espaço para que a gente possa ter, tanto vocês aqui, tendo essa abertura e oportunidade de estar aqui lutando dentro do Senado, como nós aqui também, que só somos 15 Senadoras, mas que estamos aqui ocupando esse espaço, que também é nosso e que tem que ser ocupado por mulheres, apesar de toda violência política que a gente sofre diariamente.

    Vejo aqui Deputadas e sei como a gente sente na pele essa violência que vem de todos os espaços e de todos os lados, mas nós estamos aqui juntas para lutarmos e conseguirmos, sim, com o nosso Presidente Lula, oportunidades, minha querida Ministra.

    Tivemos aqui grandes batalhas, caminhamos e marchamos aqui dentro do Senado para conseguir aprovar a questão da igualdade salarial entre homens e mulheres. Parece óbvio, mas não é; infelizmente, não é, e a gente tem que lutar sempre.

    E eu já falei esse meu pensamento no dia da comemoração da nossa querida Lei Maria da Penha, mas eu vou falar de novo agora, porque eu vejo que tem outras pessoas aqui, outras mulheres. Eu gosto sempre de fazer uma reflexão, já finalizando para dar oportunidade a todos que estão aqui na mesa falarem, sobre a questão de a gente dizer sempre que ninguém solta a mão de ninguém. E aí eu volto a falar – porque essa fala não foi minha, mas me chamou muito a atenção – para que a gente faça a reflexão se realmente a gente está segurando na mão da nossa companheira. E aí, um dia, lá no Ceará, uma mulher negra disse assim: "Eu acho interessante essa fala que nós temos, que as mulheres têm, especialmente, de ninguém soltar a mão de ninguém, só que eu quero dizer que na minha mão ninguém segurou ainda". Então, a gente tem que verdadeiramente saber fazer essa reflexão se nós estamos segurando na mão da nossa companheira, se verdadeiramente a gente está dando essa força e sendo esse apoio, porque aí, sim, eu acredito que a gente realmente nessa marcha mostre que está segurando na mão e que não vai soltar a mão de ninguém.

    Então, eu parabenizo todas vocês que vieram de todos os estados do nosso país pela força, pela coragem, pela determinação e, sobretudo, pela vontade de ajudar o nosso Presidente Lula a reconstruir o nosso país.

    Parabéns a todas!

    Sejam todas muito bem-vindas!

    Vamos passar esses dias aqui, com certeza, em boas companhias. (Palmas.)

    Eu queria saber qual é a ordem de fala da mesa. Ah, já está aqui!

    Eu quero agora chamar aqui a nossa querida Deputada Federal Dilvanda Faro.

    Onde está a Dilvanda Faro? Está aqui. (Palmas.)

    E eu quero dizer que, agora que assumi a Presidência, vou botar só fala de mulher. (Palmas.)

    Meu Ministro, nada contra, adorei a sua fala.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/08/2023 - Página 28