Presidência durante a 105ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Voto de pesar pelo falecimento de Inês Maria Neves, mãe do Deputado Federal e ex-Governador de Minas Gerais Aécio Neves e filha do ex-Presidente Tancredo Neves. Apresentação de condolências aos familiares.

Homenagem à 7ª Marcha das Margaridas. Comentário acerca da história da luta feminina.

Autor
Veneziano Vital do Rêgo (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Presidência
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Voto de pesar pelo falecimento de Inês Maria Neves, mãe do Deputado Federal e ex-Governador de Minas Gerais Aécio Neves e filha do ex-Presidente Tancredo Neves. Apresentação de condolências aos familiares.
Homenagem, Mulheres:
  • Homenagem à 7ª Marcha das Margaridas. Comentário acerca da história da luta feminina.
Publicação
Publicação no DSF de 16/08/2023 - Página 58
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Indexação
  • VOTO DE PESAR, MORTE, MÃE, DEPUTADO FEDERAL, EX-GOVERNADOR, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), AECIO NEVES, FILHA, EX-PRESIDENTE DA REPUBLICA, TANCREDO NEVES, APRESENTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA.
  • HOMENAGEM, REFERENCIA, MARCHA, MULHER, COMENTARIO, HISTORIA, LUTA, DIREITOS.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PB) – Nós determinamos que o requerimento de V. Exa. lido seja registrado em nossos Anais.

    E, junto aos sentimentos pessoais e de todos que fazem a Bancada do PSDB, esta Presidência também se soma em pesar transmitindo a todos os familiares da Sra. Inês Maria Neves as nossas condolências, na pessoa do nosso companheiro Parlamentar, ex-Governador, ex-Senador, Aécio Neves – as nossas condolências.

    Senhoras e senhores, como eu havia aludido, nós, em nome desta Presidência e por estarmos a tratar, nestes dois dias, de um evento de magnitude, de importância, de muitos simbolismos, a Presidência da Casa nos autorizou a fazer um pronunciamento de homenagem ao evento ocorrido nesta manhã, sessão especial, que o Senado Federal, atendendo ao requerimento, à proposta que o Senador Beto Faro fez em relação à Marcha das Margaridas, que ocorre hoje e amanhã tem o seu ápice na reunião na Esplanada dos Ministérios com previsão de mais de cem mil senhoras participando do evento.

    Saúdo, em nome da Presidência, todas as mulheres das cidades, do campo, das florestas, das águas, dos quilombos, "Pela reconstrução do Brasil e pelo bem-viver". Eis o lema desta 7ª edição, Senador Izalci, Senador Esperidião, Senador Paim, demais outros companheiros e companheiras que nos acompanham, senhores e senhoras do Brasil afora. Esse é o lema da marcha deste 2023, com essas palavras de ordem, o movimento honra o mote da primeira das marchas: “2.000 razões para marchar contra a fome, a pobreza e a violência sexista", que foi realizada no ano de 2000.

    Naquela primeira ocasião, 20 mil mulheres mostraram sua força. Na segunda edição, em 2003, já eram 40 mil participantes. Na terceira, no ano de 2011, a reunião somava mais de cem mil mulheres. Naquele ano, trazia como lema "2.011 razões para marchar por desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade".

    Novas edições, em 2015 e 2019, demonstraram a força deste movimento, a Marcha das Margaridas. Um poder que não recuou mesmo diante de tantos arbítrios nos últimos anos. Ao homenagearmos a paraibana de Alagoa Grande – querida, histórica Alagoa Grande – Margarida Alves, que foi brutalmente assassinada, estamos simultaneamente combatendo todas as formas de feminicídios em nosso país.

    Infelizmente, o que ocorreu em 1983 já acontecia antes, e continuou ocorrendo em nosso Brasil de maneira absurda. De acordo com os números da Comissão Pastoral da Terra, da CNBB, foram 32 assassinatos registrados no campo em 2019, 18 em 2020, 35 em 2021 e 47 no ano passado. Já as mortes por conflitos no campo aumentaram muito entre os anos de 2020 e 2021, de 9 para 109 – dessas, mais de 100 ocorreram na Terra Indígena Yanomami, por ação de garimpeiros. Essa é uma das razões pelas quais é bem apropriado o lema da 7ª Marcha das Margaridas. Lutamos com a mesma garra, contra todas as formas de tentativa de silenciamento das vozes das senhoras mulheres brasileiras, vozes que merecem ter o seu lugar, no campo e na cidade, na cidade e no campo, nas representações sindicais, nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Ao tratar do enfrentamento da violência e de suas formas, em uma rápida conversa, na 7ª Marcha das Margaridas, ela estará trazendo mais luzes sobre este assunto.

    Confessamos que ficamos bem impressionados com a realização do encontro dessas mulheres, que vai tratar da defesa, da autodeterminação dos povos, da soberania alimentar, hídrica e energética. De grande impacto igualmente é o debate sobre terra e território, ao tratar das violências dos direitos humanos em situações de conflito fundiário e do reconhecimento da autodeterminação dos povos.

    Ainda no contexto desta 7ª Marcha das Margaridas, valorizamos e apoiamos a ideia de que devemos mantermo-nos em luta por uma justiça ambiental, como foi proposta na discussão sobre as mudanças climáticas e políticas públicas.

    Impressiona-nos também a dimensão holística dessa marcha. Estão previstas, por exemplo, oficinas de danças populares, oficinas de batucadas femininas e as formações das jovens lideranças do movimento feminino no meio rural.

    Com essa maneira de tratar os assuntos, podem-se perceber a magnitude, a amplitude dessa luta e o quanto o enfrentamento desses temas está na raiz da resolução dos problemas brasileiros.

    E, de novo, pensamos na força do exemplo de Margarida Alves e na sua representatividade que projetou essa mulher a partir de Alagoa Grande, no Estado da Paraíba; no que tem sido historicamente a ocupação do solo em nosso país; em como a monocultura agroexportadora projetou um antimodelo de uso dos recursos naturais; e em como é urgente, cogente e necessário desenhar um modelo sustentável para tratar a terra, a produção de alimentos, as trabalhadoras e os trabalhadores deste país.

    Para nós – permito-me assim referir-me coletivamente – do Senado e da Câmara dos Deputados, fica o dever de aguçarmos nossos ouvidos para as contribuições que vierem e de não só evitarmos a violência no campo ou nas cidades, mas também de projetarmos uma sociedade justa, igualitária, inclusiva e fomentadora do bem viver.

    A todas as margaridas os nossos cumprimentos e os nossos reconhecimentos!

    Por não termos mais...

    Senador Humberto, V. Exa. está inscrito como o próximo orador. Seja bem-vindo! Boa tarde! V. Exa. disporá de dez minutos regimentais.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/08/2023 - Página 58