Discurso durante a 110ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a celebrar os 10 anos do Programa Jovem Senador.

Autor
Zenaide Maia (PSD - Partido Social Democrático/RN)
Nome completo: Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação do Senado Federal, Homenagem:
  • Sessão Especial destinada a celebrar os 10 anos do Programa Jovem Senador.
Publicação
Publicação no DSF de 23/08/2023 - Página 19
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, PROGRAMA JOVEM SENADOR, SENADO, PARTICIPAÇÃO, JUVENTUDE, PROCESSO LEGISLATIVO, COMENTARIO, ATUAÇÃO, MULHER, EVENTO, DIREITO A IGUALDADE.

    A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN. Para discursar.) – Bom dia a todos e a todas aqui presentes.

    Quero aqui cumprimentar o meu amigo, que está presidindo esta sessão, o Sr. Senador Paulo Paim; a nossa Diretora-Geral do Senado Federal, Sra. Ilana Trombka; o Consultor-Geral do Senado Federal, o Sr. Danilo Augusto Barboza de Aguiar; a Secretária-Geral da Mesa Adjunta do Senado Federal, Sra. Sabrina Silva Nascimento; a Diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado, a Sra. Erica Ceolin; e o Presidente da Mesa Jovem, o Sr. Pedro Manoel de Souza Silva Neto.

    Minhas amigas e meus amigos, pensem como meus olhos brilham quando vejo jovens, homens e mulheres, se conscientizando de que as decisões da vida são políticas. Isso é algo importantíssimo!

    Hoje, este Senado e nós, Senadoras e Senadores, devemos mais ouvir que falar. É a vez do povo que dirige os rumos de nossa nação. E nada melhor do que ouvir, acolher e entender o que pensam, sonham, querem os adolescentes e jovens que, hoje, estão aqui nos visitando e vão se tornar as lideranças do nosso país amanhã. E eu até sempre digo que o jovem não pode ser só o amanhã; ele já tem que ser hoje – ouviu, Paulo Paim?

    Esses meninos e meninas que nos visitam hoje, nesse lindo Projeto Jovem Senador, podem estar sentados nessas cadeiras amanhã, podem também ocupar a Presidência deste Senado, a Presidência da República, o comando de grandes empresas ou escolher profissões em que estarão atendendo, quem sabe, a nós mesmos que estamos aqui hoje e a nossos netos e bisnetos.

    Neste ano, temos 20 jovens Senadoras e 7 jovens Senadores, algo que me alegra e que me mostra que, apesar de fazer menos de cem anos que nós mulheres pudemos votar e ser votadas, nos dez anos de edições do programa Jovem Senador, seis Presidentes mulheres foram eleitas. Vocês servem de exemplo e isso é a prova viva de que, onde depende de educação... A gente sabe que, na nossa educação também, até para aprender a ler e escrever, foi difícil deixarem a gente fazer isso. Hoje, no país, a gente pode dizer que naquilo que depende de processo seletivo nós mulheres avançamos muito, mas naqueles lugares de poderes decisivos a gente ainda está bem distante. Fico feliz aqui de ver que nesta mesa estão três mulheres, comigo, quatro mulheres, então a gente está em pé da igualdade, eu acho, mais ou menos.

    Só quatro vieram de capitais – isso é importante também saber –, os demais são estudantes de municípios do interior, incluindo Florânia, do meu Rio Grande do Norte, no RN, que fica a 220km de Natal, aproximadamente.

    Quero aqui saudar e dar meu abraço fraterno e cheio de admiração à jovem Caelis Eduarda Silvério da Silva, primeira colocada estadual do Rio Grande do Norte no programa Jovem Senador, em 2023. Caelis é aluna da Escola Estadual Teônia Amaral, do Município de Florânia – também lembro aqui que Vitória, que é da Bahia, foi eleita Presidente este ano –, homenagem que se estenda à Profa. Judileide Silva Morais de Azevedo e ao Diretor Ivanaldo Guedes da Silva. Isso prova o quê, gente? Que o que a gente precisa mesmo é de uma educação pública de qualidade.

    O que a gente tem que mostrar é que o Estado brasileiro tem que interiorizar a educação pública, porque todos nós sabemos que a educação pública de qualidade em tempo integral é a única – não é só a única, mas é a maior – prevenção da violência. Nisso a gente não está inventando o oito. Os países que quiseram se desenvolver – lembrando aqui –, mesmo aqueles que não têm esse olhar humano e social, para se desenvolverem também economicamente precisam de uma educação pública de qualidade. E vocês, jovens, não tenho dúvida de que são multiplicadores disso.

    Saibam que derrotamos ditaduras pavorosas neste país e reconquistamos nosso direito de dar opinião sem sermos presos, torturados ou mortos. Que a democracia é o melhor terreno para semear direitos...

(Soa a campainha.)

    A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN) – ... igualdade, justiça social e desenvolvimento sustentável.

    Eu sou integrante da Comissão de Direitos Humanos do Senado, que é o colegiado que primeiro analisa os projetos de lei propostos por Jovens Senadores. Então, aproveito para dizer a vocês, meus amigos e minhas jovens amigas – quem sabe futuros Parlamentares –: bebam desse aprendizado nesta Casa, saibam que o Congresso Nacional é a Casa de vocês e que estamos aqui para lutar pela dignidade do nosso povo, por mais difícil que seja, acreditando na política, em meio a tantos escândalos.

    A geração de vocês tem desafios enormes. Eu costumo dizer que, por mais que se tenha um bom governo, é sempre possível fazer mais, e é esse pensamento que nos alavanca, que nos leva além.

    Mas eu queria fazer um apelo aqui, como já se encerrou o meu tempo, e dizer o seguinte: o que vocês e a gente mais ouvimos neste país, muitas vezes, é "Eu não tenho nada a ver com política". Acho que todas e todos aqui já ouviram isso. Como não temos nada a ver se são decisões políticas que dizem qual vai ser o nosso salário, qual vai ser a nossa carga horária de trabalho, qual vai ser a nossa idade para nos aposentarmos? E, se tudo isso não bastar, como não temos nada a ver se é uma decisão política que diz os valores, os recursos que vão para a nossa educação pública, para a nossa saúde pública, evitando que as pessoas morram de mortes evitáveis, e para a nossa segurança pública?

    Então, amigas e amigos, familiares de todo o Brasil, precisamos, sim, mulheres e homens, participar de todas as decisões que definem nossa vida, e sem a democracia a gente não tem nada disso.

    Muitíssimo obrigada, Paulo. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/08/2023 - Página 19