Discurso durante a 122ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagens aos políticos brasileiros que, ao longo da história, se dedicaram e se dedicam à promoção da educação de qualidade no Brasil. Defesa da educação como instrumento de desenvolvimento econômico e social do País.

Autor
Confúcio Moura (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Confúcio Aires Moura
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Educação:
  • Homenagens aos políticos brasileiros que, ao longo da história, se dedicaram e se dedicam à promoção da educação de qualidade no Brasil. Defesa da educação como instrumento de desenvolvimento econômico e social do País.
Publicação
Publicação no DSF de 05/09/2023 - Página 33
Assunto
Política Social > Educação
Indexação
  • DEFESA, INVESTIMENTO PUBLICO, EDUCAÇÃO, SAUDAÇÃO, BASE, CURRICULO, ESCOLA, UNIFICAÇÃO, ENSINO.

    O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO. Para discursar.) – Sr. Presidente, Senadores que estão distantes, remotamente; os presentes; as galerias; os que se fazem presentes neste momento, o meu discurso hoje é sobre educação.

    E antes de propriamente iniciar o meu pronunciamento, eu quero render homenagens a todos aqueles Senadores e políticos do Brasil que têm defendido, ao longo do tempo, a educação brasileira. E isso já vem do Império. Raros, no período imperial, defenderam a educação de qualidade no Brasil. Prova é que até a abolição da escravatura, a Proclamação da República, a esmagadora maioria do povo brasileiro era analfabeta.

    E o tempo veio passando. Quando chegou a década de 30, houve um grande movimento em defesa da educação brasileira. Grandes líderes defenderam a educação brasileira. Entre eles, Anísio Teixeira, lá na Bahia, que fundou a primeira escola classe de educação integral no nosso país. Junto com ele, vários outros que criaram a chamada Escola Nova, de 1932.

    Aí vem andando o Brasil aos sopapos. E a educação, lá embaixo. Certo é que aí foram entrando novos Parlamentares, debatendo e defendendo a educação brasileira. Darcy Ribeiro, na década de 70. Antes disso, como Vice-Governador do Brizola, no Rio de Janeiro, Darcy já criou as escolas em tempo integral – no Rio de Janeiro, com Brizola. Brizola, também lá no Rio Grande do Sul, implantou, com grande carinho e cuidado, a educação de qualidade, principalmente no campo.

    Aí vem andando. Depois o Presidente Collor de Mello implantou também as escolas em tempo integral. Rapidamente a coisa não foi para frente.

    Depois Marta Suplicy, lá em São Paulo. Ela implantou, nas favelas, maravilhosas escolas chamadas de CEUs (Centros Educacionais Unificados). E eu fui lá conhecer na época, eu era Prefeito de cidade lá em Rondônia. Fui lá conhecer o CEU da Marta. Fiquei admirado com tudo aquilo.

    Aqui agora, no Senado, temos uma figura como o Izalci que está aqui na frente, um grande defensor da educação, batalhador incansável. Assim como Dário Berger, que já não é mais Senador, assim como Cristovam Buarque e assim como tantos outros – Tabata Amaral, ali na Câmara, Dorinha Seabra, aqui no Senado e na Câmara dos Deputados –, todos defendendo, com unhas e dentes, a educação.

    E o meu discurso de hoje é este. Justamente, ao longo do meu mandato, eu tenho recorrentemente abordado, desta tribuna, assuntos relacionados à educação em nosso país. Isso, porque considero a educação uma peça-chave para o desenvolvimento nacional. Não tem reforma nenhuma no Brasil. Nós estamos discutindo a reforma tributária aqui. Vem aí a reforma administrativa, veio a reforma trabalhista, veio a reforma previdenciária, e pode vir reforma. É reforma no rabo de reforma. O certo é que, sem educação de qualidade, nós não vamos chegar a lugar nenhum. Só a educação é capaz de promover o desenvolvimento para todos, com justiça social, com equidade. Dar mais, dar mais a quem tem menos.

    A escola boa deve estar na periferia, a escola boa deve estar para os pobres, porque os ricos pagam as suas melhores escolas para os seus filhos. Então, se nós não promovermos a equidade da educação, verdadeiramente nós vamos continuar sendo um país desigual e dificilmente atingiremos patamares de desenvolvimento econômico e social.

    É fundamental, verdadeiramente, um investimento sério na educação. A minha esperança é agora, com o Presidente Lula, que tem no seu ministério um ministro – e uma equipe – de comprovado conhecimento educacional, tradicional – comprovado –, que trabalhou lá no Nordeste, no Estado do Ceará, fundamentalmente, e em muitos deles, para demonstrar que o Estado do Ceará, em educação básica, é o destaque nacional, é o estado queridinho do Brasil em qualidade da educação – em vários municípios pequenos do interior, entre eles também a cidade de Sobral, que se destaca mais. Mas há outras tantas cidades, no Estado do Ceará, que vão muito bem. A nossa esperança é justamente essa.

    Foi implantada a Base Nacional Curricular 2020, realmente para criar um bitolamento das disciplinas, porque hoje em dia todo mundo quer colocar uma educação dentro de um caminhão velho carregado. O caminhão está carregado de cacareco e você quer colocar mais coisa nele, que vai cair ali na frente. Então, do que nós temos necessidade é de Matemática, Língua Portuguesa e Inglês. Se você rodar o mundo e souber falar inglês, você consegue atravessar o mundo inteiro. E Matemática e Língua Portuguesa para nós não formarmos meninos, no ensino médio – aqueles que conseguirem, de uma maneira heroica, terminar o ensino médio –, que não vão saber ler e nem escrever, nem fazer um pequeno cálculo de uma área do fundo do quintal deles. Então, é indispensável esse investimento.

    A Base Nacional Curricular veio com esse objetivo de um nivelamento dessas disciplinas fundamentais, para que o aluno no Brasil possa ter não um padrão, mas uma mediania entre as disciplinas exigidas pelas escolas.

    Então, Sr. Presidente, logicamente, essas implantações, a reforma educacional, a gente pensa que é fácil. Mas nós somos um país continental com muitos municípios – 5.570 municípios, aproximadamente – esparramados nesses rincões brasileiros. Certo é que, para montar uma estrutura de funcionamento da educação, movimentar essa máquina acostumada a dar aulas no modelo do Império – aulas imperiais, com as carteirinhas uma enfileirada atrás da outra, como se fazia lá no Império... A aula de hoje é semelhante, com raríssimas exceções, às aulas do período imperial brasileiro.

    Então, a escola e o aluno de hoje – eu já repeti isso aqui em discurso – são do século XXI; o professor é do século XX e a escola é do século XIX. Você vê que disparate nós temos entre as estruturas educacionais brasileiras.

    Então, é fundamental essa consciência de nós todos não para fazer só discurso aqui não, mas para bem colaborarmos, sermos mediadores, procurarmos influenciar Prefeitos, Vereadores, Governadores a assumirem, verdadeiramente, a bandeira da educação brasileira como uma salvação. Assim como muita gente que é católica, evangélica ou espírita, como disse aqui o Girão, acredita em Deus e em salvação, eu também acredito na educação salvadora.

    Então, são essas as minhas palavras. E, justamente, uma homenagem muito sincera a todos os Parlamentares devotados à educação.

    Eu me esqueci de falar de Flávio Arns, que é também extraordinário, defensor da educação brasileira e batalhador incansável. E tantos outros, uns mais, outros menos, que estão aí cutucando e estimulando, o máximo que podem, o desenvolvimento da educação de qualidade para todos.

    São essas as minhas palavras e muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/09/2023 - Página 33