Discurso durante a 122ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Exposição sobre a possível relação entre a esquerda brasileira e as ONGs que atuam na Região Amazônica. Críticas ao suposto ativismo judicial do STF, com destaque para o julgamento sobre o marco temporal das terras indígenas. Elogios ao Ministro do STF Cristiano Zanin pelo arquivamento da ação contra o ex-Presidente Jair Bolsonaro por omissão na compra de vacinas durante a pandemia. Solidariedade aos prefeitos dos municípios do Nordeste pela queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Indignação com a atuação do Ministro da Justiça frente à CPMI dos atos do dia 8 de janeiro. Registro da participação de S. Exa. no congresso “Brasil pós-moderno e o Judiciário”, em Sergipe. Manifestação contrária à possibilidade de coligação entre o PT e o PL no âmbito das eleições municipais.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, Eleições e Partidos Políticos, Governo Municipal, Meio Ambiente, Poder Judiciário, População Indígena:
  • Exposição sobre a possível relação entre a esquerda brasileira e as ONGs que atuam na Região Amazônica. Críticas ao suposto ativismo judicial do STF, com destaque para o julgamento sobre o marco temporal das terras indígenas. Elogios ao Ministro do STF Cristiano Zanin pelo arquivamento da ação contra o ex-Presidente Jair Bolsonaro por omissão na compra de vacinas durante a pandemia. Solidariedade aos prefeitos dos municípios do Nordeste pela queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Indignação com a atuação do Ministro da Justiça frente à CPMI dos atos do dia 8 de janeiro. Registro da participação de S. Exa. no congresso “Brasil pós-moderno e o Judiciário”, em Sergipe. Manifestação contrária à possibilidade de coligação entre o PT e o PL no âmbito das eleições municipais.
Publicação
Publicação no DSF de 05/09/2023 - Página 50
Assuntos
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Outros > Atuação do Estado > Governo Municipal
Meio Ambiente
Organização do Estado > Poder Judiciário
Política Social > Proteção Social > População Indígena
Indexação
  • CRITICA, INFLUENCIA, IDEOLOGIA, PARTIDO POLITICO, IMPEDIMENTO, EXPLORAÇÃO, TERRAS INDIGENAS, SIMULTANEIDADE, DESTINAÇÃO, RIQUEZAS, BRASIL, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG).
  • CRITICA, MARCO TEMPORAL, DEMARCAÇÃO, TERRAS INDIGENAS.
  • CRITICA, INTERFERENCIA, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), PRERROGATIVA, SENADO.
  • ELOGIO, DECISÃO JUDICIAL, CRISTIANO ZANIN, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ARQUIVAMENTO, AÇÃO JUDICIAL, ACUSAÇÃO, JAIR BOLSONARO, EX-PRESIDENTE DA REPUBLICA, OMISSÃO, AQUISIÇÃO, VACINA, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).
  • SOLIDARIEDADE, PREFEITO, REGIÃO NORDESTE, REDUÇÃO, REPASSE, FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICIPIOS (FPM).
  • CRITICA, ATUAÇÃO, FLAVIO DINO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, INVESTIGAÇÃO, VIOLENCIA, DEPREDAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, povo que nos vê pelas nossas redes, pela TV Senado, que nos ouve pelo rádio, Senador Hiran, que preside este momento importante do Senado da República... Senador Hiran, médico, humanitário, com quem tive o prazer de conviver nesses seis meses, V. Exa. não estava no mandato, eu estava, quando os arrozeiros foram expulsos, por um capricho do PT, em conluio com as ONGs, com a esquerda do Brasil, e criou-se a Reserva Raposa do Sol. Aqui eu estava: bradei, questionei os Senadores. Peço licença, porque não é ofensivo o que vou dizer, não é.

    O Senador Romero Jucá era Senador do seu estado, Líder do Governo. Eu fico me perguntando: se eu sou Líder de um governo, eu me torno o melhor Governador enquanto Líder do Governo do meu estado. Eu teria feito uma guerra, mas não ia sair. Mas cada pessoa é uma pessoa, cada um é um.

    Quando eu volto no seu estado com o Presidente Bolsonaro e sobrevoo aquela área toda, eu me tremi de ver tanta riqueza – tanta riqueza –, isolada, por capricho, para entregar o país para as ONGs. Desci lá. Quando vimos as tribos lá, o avião ainda estava lá em cima, o helicóptero, parecia um grupo de pessoas pequenas, foi aproximando, eu disse: "Isso é uma loucura, Presidente Bolsonaro. O que nós viemos fazer aqui? Já olhamos, sobrevoamos. Vamos embora!".

    O helicóptero dele desceu. Falei: "Meu Deus do Céu, como é que esses índios vão nos receber?", porque a nossa cabeça...

    O SR. PRESIDENTE (Dr. Hiran. Bloco Parlamentar Aliança/PP - RR) – No Flexal.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – No Flexal.

    ... tem a cultura de que o índio está com a mente carcomida pela esquerda. E eles tentam fazer isso de todas as formas.

    Um dos ativismos judiciais que eu denuncio... Aliás, ativismo judicial praticado por aquele que, um dia desses, levantou o braço, numa assembleia de estudantes, e disse: "Nós vencemos o Bolsonaro"... Ato falho? Não, doutor: um ministro da Suprema Corte. Assinei o impeachment dele aqui. É da lavra dele a proteção indígena contra a influência religiosa.

    Quando a gente desceu, que pousou, eu estava com medo. E vi o Presidente Bolsonaro descer, caminhar em direção aos índios. Todos fizemos isso. E fomos abraçados, aplaudidos. E o discurso é esse: por que essa terra é nossa e nós não a podemos usar? Por que, se os minerais estão aqui, nós não podemos minerar? Porque nós queremos fazer agronegócio, sobreviver do que é nosso. Eles dizem que é nosso, mas não é nosso. Nosso é usar o indígena para entregar as riquezas do país para as ONGs.

    O senhor disse, na sua palavra bem falada que gostaria muito de que a Ministra Marina Silva olhasse mais para o Brasil, "amasse mais o Brasil" – a sua frase. Mas eu estava do seu lado. Aí a frase não é sua, é minha. Se está gravado, está gravado. Eu disse: "Ama mais as ONGs do que o Brasil".

    Eu quero me solidarizar com V. Exa. Não sei a até que ponto eu tenho importância numa luta como essa, mas eu tenho a minha voz e sei do potencial do seu estado. E V. Exa. não puxa só para o seu estado, mas fala do agro como um todo.

    Reforma tributária. O agro é um animal que carrega o Brasil nas costas. Vinte e cinco por cento da balança comercial deste país é do agronegócio, mas o agro é fascista. Um país ideológico, um cerco que estão fazendo conosco, e é preciso que nós Senadores percebamos isso, porque nós somos a Casa para dar um freio em tudo isso. Votar o marco temporal é dividir o país em pedaços enormes e entregá-los às ONGs do mundo, muitas delas, patrocinadas pelo Sr. George Soros, pelos rockfellers da vida, pelo sistema mundial.

    E, agora, sai esse Presidente abilolado, bêbado, "descondenado" por aí, dizendo que a Amazônia é de todo mundo, que precisamos só socializar a Amazônia. Não, a Amazônia é nossa. E nós temos o dever, Presidente Hiran, de proteger. Eu fui feliz porque cheguei com V. Exa. presidindo e pude participar deste debate.

    Esse ativismo judicial tem que ter um fim, mas esta Casa precisa se respeitar. Eu tenho dito ao Presidente Pacheco, que há uns 15 dias, na última semana, falou mais uma vez, sob provocação minha aqui na tribuna, de que constitucionalmente é esta Casa. Se existem três Poderes e para haver harmonia, é preciso que esta cumpra o seu papel, que muitas vezes a gente cobra do Supremo, nós temos que cobrar do Senado. O Senado precisa ficar de pé, e o Presidente do Senado precisa levantar a voz. Quando ele disse que está havendo interferência em Poderes, uma interferência no Senado, ele mexeu com o formigueiro.

    O que nós estamos fazendo aqui, Senador Hiran? É a minha pergunta. Eu tenho salário, V. Exa. tem, tenho um gabinete cheio de funcionários, um peso para a nação, e a nação cobra. V. Exa. sabe: a nação cobra. É um fardo. "Cadê vocês, por que vocês não fazem nada, vocês não acordam?". "O Supremo manda e desmanda. Vocês têm medo." Eu vou dizer uma coisa, eu respondo por mim: medo, eu conheço de ouvir falar, eu nunca fui apresentado. Eu vou cumprir o meu papel como V. Exa. de forma muito mais polida do que a minha, até porque V. Exa. tem um anel no dedo, é doutor, parece que gera no doutor uma obrigação de ser polido. Eu, como não fiz faculdade nenhuma, não quero ser polido, não vou ser, não sou, e vou falar do meu jeito.

    Mas, Sr. Presidente, são tantos assuntos numa segunda-feira, que precede o Sete de Setembro, antecede o Sete de Setembro. Mas semana passada aconteceram coisas tremendas e estrondosas, quando o Ministro Zanin, que eu votei contra, sabatinei, mas venho à tribuna elogiar: ele acabou com o genocídio do Brasil. Ele usa um texto do próprio Ministério da Saúde, do Lula, e faz a justificação do seu voto, falando da condução da pandemia no Brasil. Ele estava falando do Governo de Jair Bolsonaro e arranca dos esquerdistas a narrativa de genocídio. É uma conta fácil de fazer. Não tem um premier no mundo, um Primeiro-Ministro ou um Presidente chamado de genocida, só o do Brasil. O Brasil foi o segundo país do mundo a começar a vacinar. Passou de décimo lugar em mortes. Não está entre os dez. Morreu gente no mundo inteiro e continua morrendo. Porque a morte nunca vai acabar. A morte é a morte. É porque na pandemia até bala perdida virou covid – V. Exa. sabe disso –, infarto virou.

    Aliás, eu li, aqui nesta tribuna, as bulas das vacinas e não fui aparteado por ninguém, por nenhum cientista que tem aqui no Senado, porque a ciência sucumbiu ao dinheiro da política, e os políticos viraram cientistas. Eles querem duas, três, dez gerações de adultos com comorbidades quando nos obrigam a vacinar as crianças com cinco anos de idade. É só ler, é só ler as bulas. É difícil lê-las, porque não são dobradinhas, como a que vem dentro de uma caixa de um remédio comum; elas são um calhamaço assim. E, lá no meio, lá no meio, com a letrinha miudinha – V. Exa. já deve ter visto –, eles dizem: se você tomar a vacina, você pode ter trombose, você pode ter morte súbita, você pode ter AVC, você pode ter embolia; a vacina de zero a cinco anos, embolia, trombose, morte súbita; a de cinco a dez anos, embolia, trombose, morte súbita, AVC; na de vinte a quarenta anos, as comorbidades são maiores ainda, e você pode ter ainda a Covid porque é um experimento. Não era uma vacina? Ainda bem que eu não tomei essa (Trecho editado nos termos do art. 48, inciso XXXI, e art.19, inciso I, do Regimento Interno do Senado Federal.). Desculpe-me, não era isso que eu ia falar. Tire-o da taquigrafia, mas era isso que eu ia falar. Foi a falha, não falei de propósito, não.

    Quero saudar vocês que estão na tribuna. Obrigado por estarem visitando o Senado. Vocês pagam essa conta pesada aqui, é verdade; e podem bater o pé no chão porque é verdade. Esse peso, esse fardo aqui é tirado do suor de vocês, e vocês esperam resposta, o Brasil espera a resposta desta Casa, Senador. Não é isso, senhor? Não vacine sua filhinha, não; não a vacine, não. Deixe-os tentarem vaciná-la em casa. Deixe-os tentarem a sorte na sua porta, porque o azar eles já têm. Tentem a sorte na minha casa, porque o azar já têm. Tentem a sorte.

    Eu escrevi tudo que eu ia falar aqui, não falei nada do que eu escrevi. Como é que pode um "trem" desses, Presidente? O senhor desviou meu foco totalmente para o seu Estado, e é o Estado que acolhe os venezuelanos miseráveis, doentes, famintos, sofridos. Acolhe-os um Estado pequeno, cheio de dificuldades, e ainda arrumam dificuldades jurídicas para o Governador, que governa bem para o seu povo, mas estão no encalço do Denarium, um homem do bem, tentando torná-lo um homem do mal. Mas, Denarium, receba a minha palavra daqui, transmita a ele que minha mãe, analfabeta profissional, D. Dadá, dizia; "O homem do bem tem sempre o segundo momento; o homem do mal não tem, mas o homem do bem tem o segundo momento", e que nós, as pessoas que acreditamos no trabalho, na disposição, e acreditamos nesse agro forte deste país e na agricultura familiar, estamos com ele em toda e qualquer situação.

    Eu quero me solidarizar com os Prefeitos do Nordeste. V. Exa. sabe que o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) é algo que produz a sobrevivência de muitos municípios deste país que não têm nada mais. O maior empregador da cidade é a prefeitura. O FPM é para pagar folha de pagamento, porque não tem uma indústria, não tem nada! E ouvi discursos... A gente, quando senta – eu sei que V. Exa. está fazendo isso – na sua rede social, vai abrir, é discurso de Prefeito, discurso de Prefeito pedindo pelo amor de Deus.

    Eu ouvi algo do Senador Omar Aziz – e eu posso dar o nome, porque ele não esconde, ele fala em tudo que é lugar... Ele odeia Bolsonaro, ele não gosta de Bolsonaro, não gosta nem de ouvir o nome e ele completa dizendo que "uma coisa eu tenho que dizer: na época de Jair Bolsonaro, os prefeitos nadaram em dinheiro, os governadores nadaram em dinheiro, nunca faltou um centavo, ninguém cruzou o ano no vermelho, 13° foi pago, ninguém passou fome, sobrou dinheiro no Governo Bolsonaro para prefeitos e governadores". São palavras do Senador Aziz, que foi um adversário ferrenho, durante quatro anos, do Presidente Bolsonaro, que não gosta de Bolsonaro.

    Se sai de mim, o cara fala: "Não, o cara é bolsonarista". E, muitas vezes, fala bolsonarista achando que está me ofendendo. Porque quem bate no peito e diz: "Eu tenho orgulho de ser comunista". Ele tem orgulho de ser comunista, de espezinhar, de matar as pessoas com os pés; comunista de erotizar crianças, matar homossexuais. Porque só aqui eles glamorizam, mas, no Irã, homossexual morre; em Cuba, matam-se homossexuais. Che Guevara era um desses, e, ainda hoje, o regime faz isso! Na China, não é só a igreja perseguida, mas também os homossexuais. Mas essa gente, que é comunista, diz que tem orgulho de ser comunista. Eu tenho orgulho de ser cristão E isso faz muito mal para muita gente, de ver a nossa terra ser entregue, de forma covarde, quando os prefeitos estão pedindo: "Pelo amor de Deus, salve o meu município, Presidente Lula!" Mas o Presidente Lula quer salvar, primeiro, a Venezuela; ele quer salvar, primeiro, a Argentina – 600 milhões, Senador Hiran! Ele quer salvar, primeiro, os ditadores da África; ele quer, primeiro, voltar com as obras da Odebrecht, da Queiroz Galvão, da OAS!

    E nós temos que lutar muito com essa anomalia que é essa reforma tributária, para não mais penalizar o povo brasileiro e impedir que se feche esse Estado ideológico. Não mudou um presidente e entrou outro; é a instalação de um novo regime, e o marco temporal vai definir isso definitivamente.

    Eu faço um apelo aos Ministros do Supremo e a nós a obrigação de enfiarmos uma cunha. Porque o sujeito, quando vai colocar o cabo em uma enxada, ele abre em cima para colocar uma cunha para que possa travar, assim num machado: uma cunha para travar! O Senado precisa colocar uma cunha no meio disso, porque, se o marco temporal for aprovado lá, o Brasil vira do tamanho de Sergipe, e as ONGs do mundo serão donas do Brasil. Cabe isso na cabeça de quem? E aí, de vez em quando, você escuta um falando assim: "O ministro fulano quer conversar com você, quer te explicar melhor o marco temporal". Ah, me respeita!

    Mamãe, me acode!

    Senador Hiran, aos Prefeitos do Nordeste, a moda já pegou; vai chegar a outros municípios do Brasil. Em alguns estados, o Governo estadual ainda tem condições de manter esses municípios por um certo tempo, mas isso não é eterno.

    O meu Estado do Espírito Santo, capital Vitória – Espírito Santo, capital vitória –, recebe a visita de Flávio Dino, o implacável, o dono do Brasil. Ele é corajoso mesmo, ele apagou todas as imagens, de quase cem imagens, internas e externas. O Ministro Alexandre de Moraes, a quem ele consulta, manda-o entregar. O documento está comigo, está com todos na CPI, está no cofre. E nós fomos questionar o Ministro sobre a ordem dele, até porque o Dino não tinha que consultar o Ministro Alexandre de Moraes, como o Arthur Lira não teria também que consultar o Dino. Uma CPI é um instituto que tem poder de polícia e poder de justiça, o Arthur tinha que oficiar o Supremo pedindo o compartilhamento e fim. Pedir para o Dino? Ele é Senador, mas está na condição de servidor público agora e, como ministro, é obrigado a vir à CPI. Convidar é por educação, mas, se não aceitar, convoca.

    Eu digo isso porque, na CPI do narcotráfico, o Ministro, então, Renan Calheiros, do Governo Fernando Henrique, foi à CPI do narcotráfico, razão pela qual nós prendemos Hildebrando Pascoal, o serrador de gente do Acre, porque tinham muitas informações do Ministério da Justiça.

    Por que Flávio Dino é tão poderoso? O que houve? Se a gente faz a linha do tempo, Presidente, G. Dias diz no depoimento da Polícia Federal que chegou lá às 14h45, está no depoimento da Polícia Federal. Por volta de dezesseis e pouco, ele chegou ao Palácio. E, agora, o Penteado, dando depoimento na CPI do Distrito, diz que os avisos que ele recebeu, o GSI, o G. Dias não repassou nenhum deles. E, esse Penteado, que G. Dias disse ser o responsável aqui na CPI, era o segundo homem na cadeia de autoridade, mas ele disse que ninguém recebeu.

    Estava ouvindo, vindo do aeroporto, pelo rádio o Senador Izalci, que é do Distrito Federal, e que fez um pronunciamento falando desse assunto... Não foi, Zezinho, não foi? Pode confirmar, Zezinho, não corre risco não, o trem já está feio no Brasil, mas ninguém vai mandar prendê-lo. O Senador Izalci fez um pronunciamento muito bem colocado, até porque acompanhou todo esse depoimento do Penteado.

    A CPMI tem que ter um relatório isento, mas não terá, o relatório está pronto: houve uma tentativa de golpe.

    O Bolsonaro não estava aqui. Se Bolsonaro não estava aqui e houve uma tentativa de golpe em janeiro, essa seria a Presidente do Brasil: Irmã Ilda, a Presidente do Brasil. Esta senhora aqui. Está vendo o que está debaixo do braço dela? É uma arma. É uma arma, uma BS de 166 livros, uma Bíblia sagrada.

    Sr. Presidente, eu estive em um congresso nessa semana, nesse final de semana em Sergipe: Brasil pós-moderno e o Judiciário. O título é engraçado, mas é importante, porque o nosso ordenamento não existe. A finada Constituição carece das nossas reverências. Mas eu falei lá o que penso, até porque não tenho formação jurídica nenhuma. Mas ninguém precisa ter formação jurídica para entender a violência praticada contra a lei neste país.

    Pois bem, encerro com uma notícia que está em tudo que é lugar: o PL poderá se juntar ao PT nas eleições de prefeito. Em alguns lugares, estados e municípios, ou vice-versa, um pode ser vice do outro: o PL pode apoiar o PT; o PT, apoiar o PL. A princípio, a não me assustou, mas, passadas algumas horas, preocupou-me...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – E eu disse, Senador, que se o PL se juntar ao PT vai ter que construir uma porta de fundo para o PT entrar, porque pela porta da frente sairemos todos nós. Um Senador aqui, Líder do Governo, disse "O Governo está de braços abertos para o PL". Pode fechar seus braços, porque esse abraço não vai ter.

    Em seguida, vejo um vídeo do presidente do partido – liguei e não consegui falar com ele –, dizendo que não há a menor possibilidade – Valdemar da Costa Neto – de essa possibilidade acontecer, e disse: "Um já foi expulso, e se outros se meterem a assumir cargo de governo expulsos também serão".

    Quando o teto foi explodido, uns 20 votaram com o Governo; esses 20 carecem de expulsão...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Mas eu quero encerrar falando, Sr. Presidente, sobre PL e PT. Não vai acontecer.

    Àqueles que se desesperaram, que se angustiaram lá na minha base, no meu estado, onde eu sou presidente, telefonando-me, mandando-me mensagem angustiados – e alguns petistas festejando o Brasil afora – eu disse: tenham paz, porque se eles entrarem, pela porta em que entramos sairemos. Tenham paz! Tem saída para tudo!

    Mas eu gostava muito no impeachment porque eu sempre encerrava meu discurso cantando, e no meu último discurso no impeachment de Dilma eu estava cantando e Lewandowski cortou meu microfone, porque naquele momento ele estava rasgando a Constituição, dando direitos políticos, que Dilma não tem, não tinha – diz a Constituição que, quando você é impitimado, legalmente você perde seus direitos políticos. E eu estava me despedindo da Dilma, cantando uma música de Roberta Miranda: "Vá com Deus! Vá com Deus!".

    Cortou meu microfone!

    Agora, encerro, homenageando meu amigo Bezerra da Silva, nessa junção PL-PT. Nunca vai acontecer:

[...]

Só quando o morcego doar sangue e o saci cruzar as pernas

Só quando o morcego doar sangue e o saci cruzar as pernas

[...]

    Obrigado, Sr. Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Dr. Hiran. Bloco Parlamentar Aliança/PP - RR) – Muito obrigado, querido Senador Magno Malta.

    Eu, antes de encerrar esta sessão, também queria fazer um apelo ao nosso Líder Jaques Wagner, que a gente possa também... Houve um acordo aqui, Senador Magno, para a gente retirar um projeto de decreto legislativo, da minha autoria, para a reestruturação da Funasa. Nós estamos tendo uma certa dificuldade de avançar. Avançamos um pouco, mas precisamos avançar mais.

    Eu quero aqui fazer um apelo ao nosso Senador Jacques Wagner, que é o Líder do Governo aqui, para que a gente possa envolver Casa Civil, Ministério da Gestão, o das Cidades, o da Saúde, a própria Funasa e o Congresso Nacional, a SRI, e que nós possamos inclusive resolver a questão de muitos convênios que são vencidos e a gente precisa encontrar um arcabouço jurídico adequado para viabilizá-los, senão nós vamos prejudicar sabe quem? Os Prefeitos. Os Prefeitos vão sofrer tomada de conta especial, ficar inelegíveis.

    Então essa também é a minha preocupação, que vou manifestar ao Governo, para a qual peço aqui a ajuda do nosso Líder.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Fora do microfone.) – O Jaques Wagner é uma figura...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – O Jaques Wagner é uma figura que não é truculenta. Jaques Wagner é uma pessoa fácil de conversar. E não é que ele foi escalado para essa função; é porque é da natureza. Eu conheço o Wagner. Eu conheço o Wagner. Ele não é um negociador de sequestro, como o Romero era. O Romero era negociador de sequestro. O Romero falava com o sequestrado, com a mãe do sequestrado, com o sequestrador, com a polícia. Ele mesmo ia levar o pagamento. Jaques Wagner não tem essa habilidade, mas tem a habilidade de saber ouvir. E eu quero apelar para ele também, até porque, quando falo dessa contundência sobre o PT, é porque eu os conheço por dentro e por fora.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – E Jaques Wagner é uma figura que, quando foi candidato a Governador a primeira vez, eu fui lá na Bahia. E no grande evento da campanha dele era eu que estava. No segundo, eu estava. Por isso, conheço essa natureza. Pouca gente tem essa capacidade de emprestar o ouvido. Eu sou uma pessoa sanguínea, tal, assim, eu tenho dificuldade de ouvir muito. Mas ele ouve. E ter essa conversa que V. Exa. colocou, com esse viés que V. Exa. colocou, preocupante, visto que os Prefeitos já estão pagando, sofrendo. Tem uma dessas Prefeituras em que todos os funcionários públicos já foram à delegacia registrar um boletim de ocorrência contra o poder público municipal, porque não receberam o pagamento. Que culpa tem o Prefeito? A culpa é do Governo Federal, que disse que eles seriam bem tratados, que ia melhorar o FPM...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – ... que ia ter picanha e cerveja gelada todo final de semana.

    Eu não vou mandar esses Prefeitos fazerem o "L" porque seria debochar de uma pessoa doente no leito de dor. Eles estão no leito de dor, confiando em quem disse que os curaria. E eles não estavam precisando de cura. Eles estavam bem de saúde. Mas alguém lhes ofereceu mais saúde sabendo que iam lhes tirar a saúde. Eu não vou dizer para eles: "Faz o 'L'". Mas a indignação dos justos, essa vale.

    O discurso de V. Exa. pelo seu estado é a indignação do justo. E o apóstolo Paulo, o intérprete da mente de Cristo, dizia: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento". E essa indignação dos Prefeitos é legítima. E nós precisamos legitimá-la com eles.

    V. Exa. aproveite, ao conversar com Jaques Wagner...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Ele vai ouvi-lo e V. Exa. implore pelos Prefeitos do Nordeste, um Nordeste que pode ter consórcio. Mas quando o Zema falou de um consórcio dos Governadores do lado de cá, Flávio Dino foi o primeiro a se apresentar. Mas o consórcio do Nordeste gastou R$45 milhões numa empresa de maconha, com respirador, e não foi entregue – isso pode. Isso pode. Então, V. Exa., com esse terno bem cortado, bem vestido, bem penteado, certamente sabe conversar, e o outro sabe ouvir. Eu tenho certeza... Fale meu nome também, me ajude. Eu estou ajudando, autorizando-o, assinando a sua petição, porque tenho certeza de que, no bom senso, quem sabe ele vai atender. Quem sabe ele vai mediar e atender. Mas meu conselho a V. Exa. é que fale com ele...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Encerro agradecendo esses cinco minutos que V. Exa. me concedeu. Eu não gastei tudo, gastei quatro minutos, mas pude ser solidário a V. Exa., ser solidário ao Brasil e realmente falar aquilo que eu gostaria de falar.

    Obrigado, Senador Dr. Hiran.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/09/2023 - Página 50