Presidência durante a 136ª Sessão Especial, no Senado Federal

Encerramento de Sessão Especial destinada a celebrar os 120 anos das Igrejas Batistas no Estado do Espírito Santo.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Presidência
Resumo por assunto
Religião:
  • Encerramento de Sessão Especial destinada a celebrar os 120 anos das Igrejas Batistas no Estado do Espírito Santo.
Publicação
Publicação no DSF de 23/09/2023 - Página 25
Assunto
Outros > Religião
Matérias referenciadas
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, IGREJA EVANGELICA, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).

    O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Assentai-vos!

    Vamos ouvir o coral da Cristolândia.

(Procede-se à execução da música Nada Além do Sangue.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Neste momento emocionante desta sessão histórica de verdade, registro que eu já estive aqui por dezesseis anos e volto para mais oito anos, além de quatro anos na Câmara Federal. Presidi a maior CPI da história deste país, chamada CPI do Narcotráfico. Conheço a história das drogas e do tráfico por dentro e por fora. Há 43 anos, eu respiro esse ar. Há 43 anos, eu tiro drogados da rua. E ainda me emociono.

    A Bíblia diz que nós não devemos desprezar os dias dos pequenos começos. Quando as minhas filhas nasceram, pastores, eu já tinha drogado na sala de casa. E eu sei o que é a dor de uma lágrima. A ciência diz que lágrima é H2O mais cloreto de sódio; lágrima é água e sal. A ciência não sabe nada sobre lágrima, pastores. Quem sabe de lágrima, de dor, é a mãe de vocês, a esposa de vocês, os seus filhos é que sabem o que é de fato uma lágrima, é uma mãe. Senhores, autoridades governamentais deste país, ministros, Judiciário é que querem legalizar as drogas neste país.

    Eu vou fazer uma pergunta e vocês me respondam com muita sinceridade: é bom para o Brasil legalizar as drogas?

(Manifestação da galeria.)

    O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – É bom legalizar as drogas?

(Manifestação da galeria.)

    O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Não sou eu que estou falando, ministros, são eles, que estão saindo da escravidão. E, por trás de cada um desses aqui, tem uma história de lágrima, uma história de sofrimento. Se cada um usasse o microfone, iria contar a destruição que produziu na família, os anos perdidos de escola, a família que perdeu; os mais velhos iriam contar a história dos netos perdidos por conta de bebida alcoólica. E, quando a gente diz que o remédio para isso é Cristo, não acreditam.

    O que nós precisamos fazer, neste país conservador, um país absolutamente cristão sem importarem as doutrinas, é nós nos unirmos na vida. Deus fez o homem na sua normalidade para viver a sua normalidade. Eu costumo contar uma história, toda vez em que eu estou lá no projeto Vem Viver, na minha casa de recuperação no Espírito Santo. Eu falo para eles o seguinte: quando se faz um carro, um carro novo é apresentado, ele é apresentado com muito glamour porque ele é bonito, é como quando uma criança nasce. E aí perguntam: "Esse carro anda quantos quilômetros? Anda 180km por hora." Quanto tempo vai durar a vida do motor desse carro? O motor foi feito para andar 20 anos; anda 180km e vai ter vida útil de 20 anos! Alguém pergunta: "E se envenenarmos o motor do carro?" Aí fica diferente: o carro vai andar 300km por hora, com um motor envenenado, mas a vida útil do motor aí cai para 8 anos. Deus lhe fez para viver a vida que Ele estabeleceu, do jeito que você é, mas se você quiser envenenar o motor, é claro que você não vai ser o que Deus fez. Você vai reduzir a sua vida, o seu cérebro, a sua qualidade de vida, as suas relações familiares, as suas relações com a educação, com a moral, com a vida porque um abismo chama outro abismo.

    O grande drama e adubo da violência no Brasil são as drogas? São. Mas ninguém aqui começou bebendo um litro de cachaça, ninguém começou fumando dez baseados por dia, ninguém começou cheirando 1kg de pó, ninguém nada! Todo começo é bem pequenininho, com a ilusão satânica de que isso não vai viciar. Estou errado ou estou certo?

(Manifestação da galeria.)

    O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Então, dirijo-me às autoridades. E mais uma vez digo ao Presidente desta Casa, Presidente Pacheco: a tomada de posição contra a legalização de qualquer droga é respeitar a vida. O plebiscito a nosso repúdio ao aborto, porque aborto é acinte contra a natureza de Deus, é uma afronta a Deus, afronta à vida.

    Eu quero dizer uma coisa a vocês. Vocês hoje sentem, quando estão lá na Cristolândia, o que vocês nunca sentiram: vocês estão sentindo saudades da família. Você está sentindo vontade de ir logo embora para trabalhar, está sentindo saudades dos amigos, vontade de voltar para a escola, mas, se você está no começo, essa voz não é de Deus no seu ouvido. Essa voz é do inimigo, porque você tem muito tempo para ter saudade, muito tempo para trabalhar, muito tempo para estudar, muito tempo para tudo. E, segundo Salomão, há tempo para tudo debaixo do céu. Agora seu tempo é de recuperar-se, porque o que o inimigo quer é tirar você de lá, com essa falsa conversa de que você está com saudade da sua família. Você vai sair para arrumar um emprego: não é tempo. Não é tempo. Não é tempo! O tempo é de recuperar-se. Quando você ouvir essa voz dizer: "Olha, se eu o conheço, você já me enganou uma vez, de novo não!" Tudo a seu tempo. Tudo a seu tempo!

    Vai fazer 43 anos que eu repito essa frase em todo culto de bênção, que é chamado quando alguém está indo embora com a família lá no projeto Vem viver. Alguns dizem: "Não, eu quero ir embora, eu quero estudar, estou sentindo saudades da minha família..." Não, ele já está é caído mesmo. Quando ele põe o pé fora do portão, ele está pior do que quando veio pela primeira vez, porque o segundo estágio é pior do que o primeiro. Então, ouça só a voz de Deus. Só a voz de Deus!

    Srs. Ministros do Supremo, Srs. Senadores que não acreditam nisso, o Senado hoje, nesta sexta-feira dia 22, está lotado de jovens, de adultos, de senhores e adolescentes que foram tragados por esse submundo, por esses demônios que os conduziram. E hoje eles lotam este Plenário para dizer "não" às drogas e "sim" à vida – "sim" à vida. E a missão precípua da igreja é esta: é pregar.

     Quero parabenizar quem está, os obreiros e pastores que cuidam da Cristolândia: irmão Pedro e irmã Cida. Não tem coisa mais difícil no mundo. Eles estão ali. (Palmas.)

    E vou dizer ao Brasil por quê: porque nesta sexta-feira, a defesa da vida tomou conta do Senado. E graças a Deus eu estou presidindo e para me tomar a palavra, é algo muito difícil. Se deixar eu falar... E, principalmente, sobre o que eu acredito.

    Eu quero parabenizar porque casa de recuperação não é uma concessionária de carro novo; é um ferro velho. E a família vem e traz o filho, ou traz o marido, e diz assim: "Olha, não tem mais jeito para ele não! Vocês até me desculpem eu estar trazendo aqui... Mas olha, se você não der certo aqui, não volte para casa mais não!" Vocês já ouviram isso? "Não, lá você não entra mais!" Está rindo, não é? Porque é assim. A gente fala: "Calma! Aqui é o lugar dele, aqui foi feito por causa dele. E esse ferro velho aqui, se está todo enferrujado, ele é nosso." Jesus disse assim: "Como o médico é para o doente, eu vim para os pecadores". E depois, Pastor, cuidar de filho dos outros que não obedece, não respeita a polícia, que cresceu no crime, o drogado se acha – se acha! Está destruído, mas se acha. Não respeita ninguém. Abandonou a escola. Não respeita mãe, não respeita pai. E aí você tem que recebê-lo.

    É por isso que isso não é obra para poder público, porque quem está nessa obra tem que ter isto: vocação. Isso é sacerdócio, não é obra social. Tem que ter chamado de Deus para isso. Imagine o cara que tem a carteira assinada para tomar conta de uma casa de recuperação, para trabalhar oito horas por dia, o cara que é vigia e não tem compromisso com nada, não tem autoridade espiritual, veja se ele vai ficar aguentando desaforo de drogado. O cara entra desaforado. E alguns falam assim: "Cara, isso aqui não está fechado, não tem tranca, não tem nada, já fugi da cadeia, não vou fugir daqui?" Ele entra lá, mas acaba nem fugindo de lá. Acaba nem fugindo de lá. E eu sei exatamente cada palavra que eu estou falando. E, quando você abraça: "Não, eu quero ir embora!" Você fala: "Não vai, não é a sua hora. Não vai, não vai." E ele: "Não, eu vou." "Não, fica mais um pouco. Fica mais, tenta mais um pouco". E eu sei qual é o drama. E eu quero avisar para os senhores que querem legalizar as drogas no Brasil que o drama de um drogado não é nem a cocaína, que você toma dele quando ele chega. Ou ele chega sem ela e não vai usar mais ali. Nem a pedra de crack, que alguns tentam levar escondido porque pensam que enganam todo mundo, mas na casa de recuperação não enganam. O problema dele é deixar de fumar. Passa 15 dias desesperado, andando para lá e para cá. Muitos vão embora por causa do cigarro, da nicotina e do alcatrão.

    Os senhores que se sentem cientistas e os ideológicos são os mesmos que condenaram a cloroquina, que me dava dor de barriga. São os mesmos que defendem a legalização da maconha, a legalização da cocaína e de todas essas desgraças que produzem lesão, destruição moral, espiritual e física. Olha como Deus é tremendo. Eu vou pedir ao Presidente Pacheco que repita esta sessão pelo menos 200 vezes na TV Senado, porque eu sei que quem está nos vendo está imaginando um irmão que está nas drogas agora. Uma mãe que está nos vendo está chorando porque gostaria tanto de ver o filho dela aqui, mas ele está preso. E outros estão chorando porque ele morreu nas drogas.

    Parabéns a vocês por terem a disposição de querer, porque nem Deus faz quando você não quer. Você precisa querer para Deus querer. Deus quer, mas só faz se você quiser, porque você tem o livre arbítrio. Se você não quiser, não adianta você ir amarrado. Tudo bem porque, quando o cara vira um zumbi, a recuperação compulsória é necessária. Você está ajudando um ser humano que não sabe nem onde está, não sabe nem para onde está indo, porque já destruiu o sistema nervoso central, já destruiu tudo, e tem gente que é contra ainda você levá-lo para a recuperação compulsória. O cidadão tem todos os seus direitos, mas quando eles são assaltados, eles correm atrás da polícia para ir atrás desse cidadão que virou um zumbi.

    Mais uma vez, eu quero dizer ao Brasil que me vê que tem jeito, tem saída. E de forma assim... Eu não posso ter orgulho de nada. Ninguém pode nem deve ter orgulho, mas, se eu pudesse ter orgulho de alguma coisa, eu teria orgulho de crer e servir a Jesus. E ter a oportunidade de dizer isto ao Brasil: nós temos jeito, nós temos saída. Vamos dizer "não" e enfrentar a legalização de drogas. É tão esdrúxulo que o drogado vai ter que andar com a balança, ou o policial é que vai ter que andar com a balança para pesar a droga que encontrou com o drogado. Olha só que conta que nunca fecha!

    A oportunidade hoje, diante de vocês, é um privilégio de ver essa força que não é de vocês, mas só o querer levantar a mão e dizer: "Deus, desce esse helicóptero e me arranca dessa lama aqui, porque sozinho eu não saio. Sozinho eu não saio!". A história da força de vontade é só uma conversa fiada: "Eu tenho força de vontade". Não, isso não vai tirá-lo daí. Você vai cair. Vai ficar sem usar 30 dias, 60 dias, um mês, vai voltar. Força de vontade é isto: ela não tem força para abrir o cadeado. Então, Deus tem que arrancar por cima e colocar do lado de lá. Mas tem gente no Governo, nas autoridades, querendo criar areia movediça para não sair mais de lá.

    Por isso, parabéns a vocês. Parabéns a vocês! (Palmas.)

    Quero agradecer a Deus, quero agradecer a minha família pelo projeto Vem Viver. Neste momento, deve estar me vendo meu irmão de criação, Pastor Valmir, que dirige a nossa instituição em Cachoeiro de Itapemirim, lá no Espírito Santo, o projeto Vem Viver, e todos aqueles que lá estão. Todos aqueles que lá estão. E pedir a Deus que abençoe todos aqueles, independentemente de confissão religiosa, porque governo não faz isso, mas as freiras estão fazendo, os padres estão fazendo, os espíritas estão fazendo, os evangélicos estão fazendo, não é? Vocês querem produzir veneno e nós estamos disponíveis para Deus, para desintoxicá-los. Enquanto deveriam estar lutando para produzir vida, as autoridades querem produzir morte. É a cultura da morte, é a cultura da destruição.

    Abraço a todos os que lutam. Casa de recuperação é luta, é uma briga aberta com Satanás 24 horas por dia. E, para quem não conhece, não sabe, é onde eles aprendem a orar e buscar a Deus todo o tempo para a sua própria libertação.

    Bem, cumprida a finalidade – e um pouco mais – de celebrar esses 120 anos dos Batistas no Estado do Espírito Santo, eu agradeço às personalidades, agradeço a todos vocês que participaram e, em nome de Deus, declaro encerrada esta sessão. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/09/2023 - Página 25