Fala da Presidência durante a 16ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Abertura de Sessão Solene destinada a comemorar o Dia do Maçom.

Autor
Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Abertura de Sessão Solene destinada a comemorar o Dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DCN de 24/08/2023 - Página 7
Assunto
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO SOLENE, COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, MAÇONARIA.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. PSDB - DF) - Declaro aberta a sessão solene do Congresso Nacional destinada a homenagear o Dia do Maçom.

    HOMENAGEM

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. PSDB - DF) - A presente sessão foi convocada em atendimento ao Requerimento do Congresso Nacional no 12, de 2023, de minha autoria, do Senador Hamilton Mourão e do Deputado Federal General Girão.

    Convido para compor a Mesa desta Sessão Solene, juntamente com esta Presidência, o meu querido amigo, irmão, Sr. Senador Hamilton Mourão (palmas); o nosso grande Deputado Federal General Girão (palmas); o Sapientíssimo Irmão Adalberto Aluízio Eyng, que é o Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil (palmas); o Eminente Irmão Edilson de Oliveira, Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil — CMSB (palmas); o Sereníssimo Grão-Mestre Cristian Adrian Flores Maldonado, Presidente da Confederação Maçônica do Brasil — COMAB (palmas).

    Convido todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional, executado pelo dueto do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. (Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. PSDB - DF) - Neste momento, convido todos a assistirem no painel ao vídeo institucional preparado pelo Grande Oriente do Brasil.

    (Exibição de vídeo.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. PSDB - DF) - Quero cumprimentar o meu irmão e também requerente desta sessão solene, Senador Hamilton Mourão; o nosso colega, também requerente da sessão do Congresso, Deputado General Girão; o Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil, o Sapientíssimo Irmão Adalberto; o Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, o Eminente Irmão Edilson de Oliveira; o Grão-Mestre e Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, o Sereníssimo Irmão Cristian Adrian Flores Maldonado. Cumprimento todos os irmãos e todas as nossas cunhadas, os sobrinhos, sobrinhas e convidados.

    Estamos aqui hoje reunidos para mais uma vez celebrar o dia 20 de agosto, o Dia do Maçom Brasileiro.

    Foi nesse dia, em 1822, que Joaquim Gonçalves Ledo proferiu um discurso retumbante na Maçonaria em favor da independência do Brasil.

    Disse ele: “Agora é tempo de reempossar-me de minha liberdade; basta de oferecer-me em sacrifício às tuas interessadas vistas. Assaz te conheci, demasiado te servi. Os povos não são propriedade de ninguém”. Repito: “Os povos não são propriedade de ninguém”.

    Aqui faço um parêntese para pedir que gravem bem essa frase. Ela foi — continua sendo — verdadeira e atual. Deve sempre estar em nossas mentes e em nossos corações, para que nossos direitos e nossa liberdade sejam respeitados e, acima de tudo, sagrados.

    Senhoras e senhores, naquele momento, há 201 anos, Gonçalves Ledo passou para a história como um dos mais importantes autores da Independência do Brasil, se não o maior. Com sua intervenção, Ledo, que também era jornalista e exercia ativa militância política, deu voz àquela aspiração cívica. O veemente discurso de Gonçalves Ledo demonstrava, com razões sólidas, que “circunstâncias políticas da Pátria, do rico, fértil e poderoso Brasil” requeriam que os maçons de todo o País firmassem sólido compromisso com a independência e a realeza constitucional, na pessoa do augusto príncipe. Ledo propôs que D. Pedro fosse proclamado Imperador do Brasil.

    A fala de Gonçalves Ledo sensibilizou o príncipe regente, que, poucos dias depois, viria a proclamar a Independência do Brasil.

    A comemoração do dia de hoje, o Dia do Maçom, se dá principalmente por ter sido a Proclamação da Independência resultado do incansável trabalho de maçons que iniciaram o movimento destinado a retirar o Brasil da submissão a Portugal. Foi uma construção a união dos pedreiros em prol da liberdade do Brasil. Deixamos de ser colônia de Portugal para nos tornar uma Nação livre e independente.

    Para aqueles que não sabem o significado da palavra “maçom”, ela significa pedreiro, aquele que constrói. E o maçom é o pedreiro social, aquele cujo maior segredo é fazer desinteressadamente o bem ao próximo; com isso, estará fazendo o bem à humanidade.

    Ao longo do tempo, esses pedreiros, inicialmente de profissão, juntamente com arquitetos, pintores e outros profissionais da arte de construir se uniram para fortalecer a associação que atravessou séculos de guerras, catástrofes e divisões, mas sempre sob o manto sagrado da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Conseguiram mudar o curso da história do mundo.

    Senhoras e senhores, assim, nos momentos mais importantes do nosso País, como a Independência, a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República, esses bravos defensores da nossa Pátria, os maçons do Brasil, foram, sobretudo, os protagonistas desses feitos. D. Pedro II, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco e Duque de Caxias, dentre outros, são exemplos e referência para todos nós. Meus amigos, minhas amigas aqui presentes, estamos falando daqueles que se unem para jogar luzes sobre os caminhos de um sem-número de pessoas e promovem discussões relevantes para o País e para o mundo. E para atingir esses fins, a Maçonaria proclama a prevalência do espírito sobre a matéria e luta pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever da prática desinteressada da beneficência e da busca permanente pela verdade.

    No mesmo sentido, clama pela igualdade de oportunidades e defende que a tolerância seja o elemento cardeal das relações humanas, de forma a garantir o respeito e espaço às mais distintas convicções e visões de mundo. E vem sendo assim desde os seus já longínquos primórdios.

    Portanto, o Grande Oriente do Brasil definiu o dia 20 de agosto como a mais importante data a ser celebrada pela Maçonaria em nosso País: o Dia do Maçom Brasileiro.

    Senhoras e senhores, a história do Brasil maçônico é rica de ensinamentos e fértil em grandezas de toda ordem, devendo seus feitos serem evocados permanentemente como uma chama que nunca se apaga, para que jamais percamos de vista quem somos, de onde viemos e para onde vamos.

    Senhoras e senhores, nesta data tão simbolicamente importante, cabe, no entanto, à nova geração, aos maçons de hoje, inspirados nos exemplos dos antepassados, incorporarem-se a uma grandiosa tarefa que nos desafia a empunhar a bandeira de um novo movimento de libertação, voltado para as realidades do nosso tempo.

    Hoje, aqui nesta Casa de Leis, a presença de vocês, jovens do DeMolay, é importante e fundamental para assegurarmos a nossa independência, a nossa liberdade e, sobretudo, o futuro de nossa Nação.

    São vocês que representam a geração de hoje e serão os exemplos das gerações futuras.

    Por isso, pedi para lembrar da frase de Gonçalves Ledo, que repito: “Os povos não são propriedade de ninguém”.

    Ontem tivemos nesta Casa um debate sobre a descriminalização da maconha, que nada mais é do que a porta aberta para as drogas e para o poder das facções criminosas do tráfico. Querem nos impingir algo que a maioria do povo não quer. Isso já está claro e comprovado.

    Senhoras e senhores, a frase que nos libertou de Portugal é a frase que pode nos libertar das drogas e da violência. Deve ser a nossa exigência a quem foi eleito para estar aqui e representar o povo brasileiro em nosso Congresso Nacional. Fomos eleitos para garantir que o mal não entre e se perpetue e a ponto de destruir o presente e o futuro das novas gerações.

    Fomos eleitos para garantir a defesa de um País livre, seguro e promissor. Fomos eleitos para lutar por educação de qualidade, com oportunidade para todos. Fomos eleitos para lutar por mais segurança e atendimento à saúde para aqueles que mais precisam, com investimento e aperfeiçoamento no nosso Sistema Único de Saúde. Para isso fomos eleitos. Por isso representamos o povo. Somos nós que representamos a população — somos nós! Junto com vocês, temos que ficar alerta e não deixar que atos ou omissões atinjam o nosso povo, que é e sempre será soberano. Assim, peço aos jovens presentes que nos ajudem na luta pela família, pela educação, por oportunidades iguais e, sobretudo, pela segurança e pela paz em nossa Nação. Aqueles que se acham donos de nossa gente não ficarão, pois, repito, os povos não são propriedade de ninguém. Com Deus e pela Pátria!

    Obrigado a todos pela preciosa presença.

    Salve o Dia do Maçom! (Palmas.)

    Quero anunciar a presença aqui do Grão-Mestre do Grande Oriente do Distrito Federal, o nosso Eminente Irmão Marcos Noronha. Obrigado pela presença.

    Registro também a presença do irmão Benedito Marques Ballouk Filho.

    Eu concedo agora a palavra ao nosso querido irmão Sr. Senador Hamilton Mourão.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 24/08/2023 - Página 7