Pronunciamento de Eduardo Gomes em 02/10/2023
Discurso durante a 17ª Sessão Solene, no Congresso Nacional
Sessão Solene destinada a comemorar os 35 anos de criação do Estado do Tocantins.
- Autor
- Eduardo Gomes (PL - Partido Liberal/TO)
- Nome completo: Carlos Eduardo Torres Gomes
- Casa
- Congresso Nacional
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Homenagem:
- Sessão Solene destinada a comemorar os 35 anos de criação do Estado do Tocantins.
- Publicação
- Publicação no DCN de 05/10/2023 - Página 25
- Assunto
- Honorífico > Homenagem
- Matérias referenciadas
- Indexação
-
- SESSÃO SOLENE, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ESTADO DO TOCANTINS (TO).
O SR. EDUARDO GOMES (PL - TO. Para discursar. Sem revisão do orador.) - Bom dia.
Bom dia a todas as pessoas que escolheram o Tocantins para ser feliz e às que ainda vão fazer essa escolha.
Bom dia aos meus amigos Prefeitos, Prefeitas, Vice-Prefeitos, Vice-Prefeitas, Vereadores.
Bom dia aos amigos que compõem a Mesa desta sessão.
Minha querida amiga Senadora Professora Dorinha Seabra, parabenizo V.Exa. Diferentemente de Tocantins, não posso dizer quantos anos V.Exa. fez. Mas parabéns, Senadora Dorinha, minha querida amiga, por seu aniversário no dia de ontem!
Cumprimento o requerente principal desta sessão comemorativa dos 35 anos do Estado do Tocantins, o Senador Confúcio Moura, nosso querido Senador dianopolino, amigo. Já tem gente o chamando de Confúcio Ayres aqui, porque há muitos Ayres hoje, no plenário.
Aproveito para cumprimentar o Deputado Ricardo Ayres, que também é requerente desta sessão, Deputado Federal, líder do movimento estudantil, tocantinense de raiz.
Saúdo meu querido amigo Deocleciano, Secretário-Chefe da Casa Civil, na pessoa de quem cumprimento todos os Secretários, Presidentes de autarquias, amigos de outrora, da juventude, em Palmas, que hoje assumem centenas de funções no Estado, no Governo, na Assembleia, no Congresso Nacional. Cumprimento toda uma geração que acreditou no Estado do Tocantins.
Faço um cumprimento especial ao Governador do Estado, Wanderlei Barbosa, que foi Vereador em Porto Nacional — tivemos a honra de ser, juntos, Vereadores na cidade de Palmas —, Presidente da Câmara de Vereadores, Deputado Estadual, Vice-Governador e Governador, agora reeleito para mais um mandato, por toda a sua história.
Cumprimento também nossa saudosa Maria Rosa, o querido Fenelon e todos aqueles que aprenderam a acreditar nesse sonho, que se tornou realidade, que é o Estado do Tocantins.
Saúdo ainda o Vice-Governador Laurez Moreira e todos os Secretários de Estado.
Vou fazer alguns outros cumprimentos durante a minha fala.
Não foi fácil. O Governador Wanderlei falou da vinda das caravanas ao Congresso Nacional, ainda nos tempos de Senadores de Goiás e de Deputados Federais de Goiás. Eram Senadores que nós conhecíamos e eram 18 Deputados, dos quais dois nós conhecíamos. E um insistentemente falava da criação do Estado do Tocantins, o Deputado Federal Siqueira Campos. O Eduardo Siqueira Campos, que está aqui, era uma espécie de coordenador da caravana do sonho e da esperança. Viemos todos nós, de ônibus, de Araguaína. Eu convivi com isso tudo, dividi muita marmitex com muitos que estão aqui.
Tivemos na nossa história dois vetos presidenciais, que já foram compreendidos. Hoje, o destino me fez amigo do Presidente Sarney. Entendi no momento que, na hora crucial, foi fundamental o apoio dele também, inclusive para a escolha da Capital provisória e para a escolha da Capital definitiva.
Esses cumprimentos virão durante o meu discurso breve, Senadora Dorinha, porque eu preciso aqui fazer algumas coisas que até desconfio que não serão feitas no futuro. Então, até por uma questão de garantia, eu vou aqui fazer uma homenagem, já que estamos no plenário do Senado, àqueles que chegaram a assumir no Senado Federal, como o José Bonifácio, a Thelma Siqueira Campos, o Nezinho Alencar, o Marco Antônio Costa, irmão do Célio Costa, meu querido amigo, o meu amigo Sadi Cassol, que foi Senador, o nosso eterno Governador, Senador e sempre criador do Estado, o Siqueira Campos, o Ogari Pacheco, nosso suplente, o Totó Cavalcante, meu querido amigo, e aqueles que fizeram desta Casa o lugar de registrar seu amor pelo Tocantins, como é o caso de Antonio Luiz Maya, o nosso Senador Padre Maya, também o Carlos Patrocínio, o Moisés Abrão, o João Rocha, o Leomar Quintanilha, o Eduardo Siqueira Campos, o João Ribeiro, a Kátia Abreu, o Ataídes Oliveira, o nosso Senador Irajá, que está no mandato, e a Senadora Dorinha.
Nenhum outro Estado tem as condições históricas de comemorar 35 anos exatamente onde nasceu. Nós estamos falando de uma história em que se data a transformação dos territórios nacionais, os territórios brasileiros, que tiveram condição de Estado na Constituição, em 13 de setembro de 1943. Então, o que eu queria dizer a todo mundo com relação a isso? Nós somos os divisionistas vivos mais velhos do País. Ninguém no Brasil pode comemorar a cidadania em vida como nós estamos fazendo aqui e agora. O Governador, que já foi Vereador e hoje é Governador reeleito, e todos nós aqui estamos falando de uma história com certidão de nascimento 35 anos atrás. E eu fico imaginando a adrenalina, a expectativa. Eu fui Deputado Federal, por benevolência do povo tocantinense, por três mandatos — três mandatos. Eu passei esses três mandatos tentando entender como é que o Siqueira Campos conseguiu fazer com que fosse aprovado o dispositivo de criação do Estado nas disposições transitórias. Confesso que saí de lá, tive que voltar depois como Senador, e continuo sem entender isso até hoje, Tião Pinheiro, porque não é fácil. Se fosse fácil, alguém já teria feito. Se fosse fácil, outros que merecem ser Estados precisariam ser estudados. Afinal de contas, a redivisão territorial do Brasil já é uma realidade. Todos sabem que o Tocantins é ótimo para o tocantinense e é excelente para Goiás. Dividiram para somar, e assim isso pode acontecer com outros Estados. Então, até hoje eu não consigo entender a saga, a luta, o sacrifício, o volume de compromisso feito para conseguir a aprovação na Assembleia Nacional Constituinte.
Por isso, faço aqui as minhas homenagens a todos da Teotonio Segurado, da CONORTE, da imprensa, que está aqui sendo representada pelo Reinaldo, pela Maju, mas também pela Sandra Miranda, que era do comitê também em Goiânia — fui muitas vezes lá —, presidido pelo nosso querido e eterno Vice-Governador, amigo, Darci Martins Coelho, o médico Raimundo Boi, que depois se tornou Governador, e tantos que ainda estão aqui ou que já foram, mas deixaram a sua contribuição, como o meu pai, o Zé Gomes, Tião Pinheiro, contando em poesia a saga que é transformar poeira em desenvolvimento, meu amigo Deputado Lázaro Botelho.
Então, eu só queria falar — cumprimento aqui também os meus amigos Vereadores de Palmas e todos os Vereadores do Estado —, Senador Guaracy, da nossa satisfação de poder comemorar o Estado. Os outros não podem fazer isso. Não temos aqui entre nós ninguém de 1943 para falar dos territórios que viraram Estado.
Hoje nós vivemos em uma rua com 7 bilhões de habitantes, porque tudo que está sendo dito nesta sessão, meus queridos Prefeitos, será transmitido às novas gerações. Nenhuma briga interna nossa, nenhuma disputa eleitoral... E aqui eu cumprimento aqueles que souberam fazer crítica à peleja e se uniram nos momentos exatos em torno do Estado.
E aí, Paulo Victor, eu mando um abraço ao meu querido amigo Freire Júnior, ao meu querido José dos Santos Freire, que, com Brito Miranda, Totó Cavalcante e tantos outros, fizeram do Tocantins este Estado consolidado, com 35 anos. Os ex-Governadores Marcelo Miranda e Moisés Avelino, assim como tantos citados aqui pelo Governador Wanderley, o que me deixa muito feliz, cada um colocou a sua contribuição na história.
Uma certeza nós temos: não estaremos aqui nos próximos 35 anos, a não ser a Senadora Dorinha, para comemorarmos os 70 anos do Estado do Tocantins. Mas, com certeza, estarão aqui novos Deputados, novos Senadores, pessoas que precisam, Pedro Henrique, deixar claro que nenhum outro Estado do Brasil pode fazer sua comemoração no mesmo ambiente em que nasceu Genésio Tocantins.
E foi exatamente nisso que você se inspirou para fazer a canção cívica de Palmas, Genésio. E reverencio aqui também o Hino do Tocantins, cuja letra, se não me engano, Liberato foi um dos autores. Temos a canção cívica do Tocantins e a canção cívica de Palmas. E ao falar de Palmas, lembro que o tocantinense ficou acostumado a separar, a criar e a somar. Não contente com isso, Siqueira Campos, numa decisão pessoal, mas junto com toda a população e com o Prefeito Fenelon — é bom que se diga —, de maneira muito decisiva, assumiu o compromisso de receber, de uma hora para outra, uma capital e fazer dela essa capital maravilhosa que nós temos.
Governador, deixo como maior registro aquilo que nós podemos pedir hoje a V.Exa. Por decisão soberana da população tocantinense, hoje, é sua a responsabilidade, o condão, de fazer do Tocantins o Estado da logística brasileira, o Estado do desenvolvimento sustentável. Não vou perder a oportunidade de registrar aqui o orgulho por ter sido o Tocantins o primeiro Estado a monetizar — e aí dou parabéns ao Governo — o sequestro de carbono.
O Tocantins foi o primeiro Estado a fazer essa monetização, a trazer recursos a partir da sustentabilidade ambiental, Marcello Lelis.
Continuo dizendo, principalmente, a quem gosta muito de fazer política com briga e com confusão que é preciso parar com isso. Precisamos, na verdade, comemorar as duas universidades federais que nós temos no nosso Estado. Em muitos Estados consolidados, inclusive Estados que já nos deram Presidentes da República, há apenas uma universidade federal, e nós temos duas. Temos uma universidade estadual que cresce, a Unitins. Temos outras universidades importantes. Então, vamos usar o nosso tempo na comemoração dos 35 anos para unir, buscar convergências, buscar nossa identidade cultural. E aqui fica o meu abraço às nossas belíssimas representantes do capim dourado e do Jalapão. Também comemoro o descobrimento das Serras Gerais para o turismo brasileiro, da Ilha do Bananal e das belezas do Rio Araguaia e do Rio Tocantins.
Não vou ficar muito mais tempo falando daquilo que todos nós que estamos aqui já sabemos. Eu só queria que tivéssemos consciência do seguinte: o mundo está interdependente nas suas informações, no seu conhecimento. Então, precisamos também devolver aquele nosso sentimento, colocar o Judiciário, o Executivo, o Legislativo e a sociedade civil e mostrar um Tocantins que consegue se planejar, um Tocantins que consegue apontar para os próximos 35 anos e dizer ao Brasil a que veio.
O Tocantins tem 1.511.000 habitantes. O crescimento, Governador, é de 9%, quase 10%. E continua exponencial o desejo dos brasileiros de conhecer o nosso Estado. A nós, por essa quadra da vida, cabe ter responsabilidade política de tornar esse desejo possível, criando oportunidades e condições para que mais brasileiros conheçam o nosso Estado. É muito pouco tempo 1 hora ou 2 horas para falar da história real de pessoas que vivenciaram esses 35 anos. Contudo, cedemos um pouco desse espaço para continuarmos essa construção.
Encerro as minhas palavras com uma homenagem a todos aqueles que já não estão mais aqui, mas que, assim como Siqueira Campos, acreditaram no sonho e fizeram dele a sua disposição de vida. Foi isso que o velho Siqueira fez ao deixar marcada aqui no Senado Federal a sua passagem. Foi importante ter tido sua presença aqui conosco, pelo menos num breve tempo, para dizer que a história devolvia ao Congresso Nacional aquele obstinado que buscou, nas filas de votação, no Salão Verde e nos microfones do Plenário Ulysses Guimarães, o grito importante para conseguir na Constituinte a criação do Estado.
Como ainda não ouvi a nossa canção cívica, vou concluir citando as palavras do Genésio e dos poetas que fizeram da canção cívica do Tocantins, nessa bela homenagem: “Tocantins, gente forte, fé no porvir”.
Muito obrigado. (Palmas.)