Interpelação a convidado durante a 162ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de debates temáticos destinada a debater os fenômenos climáticos como o "El Niño" e os frequentes desastres naturais no País.

Autor
Hamilton Mourão (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/RS)
Nome completo: Antonio Hamilton Martins Mourão
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a convidado
Resumo por assunto
Mudanças Climáticas:
  • Sessão de debates temáticos destinada a debater os fenômenos climáticos como o "El Niño" e os frequentes desastres naturais no País.
Publicação
Publicação no DSF de 27/10/2023 - Página 41
Assunto
Meio Ambiente > Mudanças Climáticas
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DEBATE, MUDANÇA CLIMATICA, EL NINO, DESASTRE, NATUREZA, COMENTARIO, PREVENÇÃO, CALAMIDADE PUBLICA.

    O SR. HAMILTON MOURÃO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RS. Para interpelar convidado.) – Bom, Senador Amin, Senador Marcos Pontes, Senador Jorge Seif, senhoras e senhores painelistas... (Pausa.)

    A Senadora Damares chegou aí? Ah! Está lá a Damares, escondida. Está bom.

    Eu vou ser bem breve aqui, até porque todos que me antecederam esgotaram bem o assunto, mas eu vou abordar duas questões.

    A primeira coisa – e o Marcos citou mais ou menos isso – é que, para a gente enfrentar essa emergência climática, que ninguém tem mais dúvida de que está ocorrendo, nós temos que ter uma integração de esforços, principalmente na atividade de inteligência. Nós temos várias agências aqui, e essas agências se pronunciaram ao longo dessa tarde. É importante que haja esse intercâmbio, essa troca de informações, porque a gente sabe que informação é poder, e muitas vezes aquele que detém essa informação guarda aquilo para si. Isso é da natureza humana. Então, essa integração, esse alerta antecipado, que tem que ser dado por aqueles que têm a capacidade de, por meio dos dados coletados e interpretados, chegar à conclusão do que vai acontecer e que vai influir na vida de milhares de pessoas é importantíssimo. Então, a integração de esforços e esse trabalho de inteligência efetivamente ser compartilhado e não ser guardado.

    Outro aspecto que foi colocado aqui por várias pessoas foi a questão da prevenção. O brasileiro não gosta de prevenção. Quando a gente fala em prevenção, é o complicado.

    O Marcos citou que ele passou quantos anos em Houston, Marcos? Vinte anos, não é? Eu morei, quando adolescente, em Washington, nos Estados Unidos, lá nos longínquos anos 60, e estudava numa escola pública. Todo mês havia o tal do fire drill, que era o treinamento de evacuação da escola em caso de incêndio. Se isso for ser feito aqui no Brasil, vai ser uma revolta generalizada, porque vai ter que todo mundo entrar em fila, sair e tal e coisa. Mas isso é a prevenção. E é isso que a gente tem que bater, espancar – estou falando numa linguagem clara aqui –, porque, na profissão que eu exerci durante 46 anos da minha vida, profissão militar, eu sempre dizia para os meus subordinados: se o treinamento for difícil, o combate vai ser fácil. Então, a gente tem que treinar, treinar, treinar, de modo que, quando ocorrer a catástrofe, a gente tenha condições de salvar vidas. Depois que acontece, a gente vai gastar muito mais recurso para recuperar aquilo que foi perdido.

    Então, são os dois recados que eu coloco aqui, Senador Amin: a integração do conhecimento, para que haja o alerta antecipado, e a prevenção, trabalhada em todos os níveis de Governo: federal, estadual e municipal. Isso é algo para que nós, a partir aqui do Congresso Nacional, podemos cooperar dentro daquilo que foi em termos de legislação.

    Mas o principal é a conscientização: conscientizar as pessoas de que elas têm que se preparar e de que, principalmente, vivemos uma emergência climática.

    Aqui em Brasília... Eu vou citar esse fato que eu tenho comentado. Desde os anos 70, eu tenho vivido aqui nessa cidade, no vaivém da vida cigana que nós temos, e nunca tive um período de calor tão intenso como este que nós estamos vivendo agora. Então, é a realidade, essa é a realidade.

    Senador Amin, cumprimento V. Exa. pela realização aqui desse painel. Espero que daqui a gente evolua cada vez mais.

    Eu sei que o Estado de Santa Catarina, por tudo que já viveu, se preparou muito bem para enfrentar essas questões, e isso tem que ser passado para os outros estados.

    Nós vemos agora a questão da Amazônia, o Estado do Amazonas vivendo seca. Eu lembro que, em 2007, quando eu estava morando lá em São Gabriel da Cachoeira, nós vivemos um período de seca muito grande naquele ano e a coisa foi tão... São Gabriel é uma cidade bem isolada, lá no noroeste do Amazonas. A maioria das coisas chega de balsa, quase tudo chega de balsa ou de avião. A coisa foi tão feia, minha gente, que nós ficamos 45 dias sem receber cerveja, então, foi muito difícil, foi complicada a coisa.

    Então, parabéns.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/10/2023 - Página 41