Discurso durante a 160ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a celebrar o Outubro Rosa - Mês da Conscientização Sobre o Câncer de Mama.

Autor
Teresa Leitão (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Maria Teresa Leitão de Melo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Data Comemorativa, Mulheres, Saúde:
  • Sessão especial destinada a celebrar o Outubro Rosa - Mês da Conscientização Sobre o Câncer de Mama.
Publicação
Publicação no DSF de 26/10/2023 - Página 26
Assuntos
Honorífico > Data Comemorativa
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Política Social > Saúde
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, OUTUBRO, CONSCIENTIZAÇÃO, CANCER, MULHER, COMENTARIO, IMPORTANCIA, EXAME, PREVENÇÃO.

    A SRA. TERESA LEITÃO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para discursar.) – Bom dia a todas e a todos que vieram prestigiar esta audiência pública, esta sessão solene, esta sessão especial em homenagem à campanha Outubro Rosa.

    Cumprimento a Presidenta e requerente desta sessão, Senadora Augusta Brito, e a Senadora Jussara Lima, que ocupa a Presidência desta sessão.

    Cumprimento a Sra. Deputada Federal Camila Jara. Cumprimento a Diretora-Geral do Senado, Sra. Ilana Trombka. Cumprimento a Médica mastologista, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, Dra. Karimi Amaral. Cumprimento a coordenadora da Liga do Bem do Senado Federal, Sra. Patrícia Seixas. Cumprimento a colaboradora do Senado Federal Sra. Maria José Félix. Na sua pessoa, cumprimento todas as servidoras, funcionárias desta Casa, que estão aqui presentes.

    Eu quero fazer uma abordagem sobre essa campanha de conscientização do Outubro Rosa, ligando muito à nossa condição de mulher e à condição de como o nosso corpo é avaliado, de como o nosso corpo é pensado pela sociedade de maneira geral.

    A fala da Senadora Margareth elucida muito a relação que a nossa autoestima tem com a nossa mama, com o nosso seio, com uma parte muito especial da nossa anatomia. É a primeira parte que salta aos olhos quando nós fazemos a transição de menina para mulher. É aquela parte que não só nos afirma na nossa feminilidade, como, para aquelas que escolhem a maternidade, nos afirma também em um vínculo inquebrantável da mãe com o filho, que é a amamentação. Por isso, talvez, tanto tabu se formou em torno do câncer de mama.

    Antigamente, nem se chamava câncer; chamava-se CA. Era uma das doenças mais temidas. Quando alguém era diagnosticado com essa doença na família, era um desespero.

    Eu sou de uma família, tanto por parte de pai, quanto por parte de mãe, de muitos casos de câncer, inclusive de mama. E uma das coisas que mais me chama atenção e que me chamou a atenção nessa relação é justamente essa parte que a Senadora levanta: o que é perder uma mama para uma mulher?; o que é ter uma mama prejudicada na sua estética pelo câncer? Aí não é só estética, minhas amigas – aí não é só estética. Aí é todo um processo de resistência, é todo um processo de força e de fé, porque, a partir dali, atinge outros elementos da nossa estética, atinge nossos cabelos, atinge nossas sobrancelhas – eu já vi atingir até os cílios –, atinge nossa pele, que fica seca demais...

    Então, este mês de conscientização é muito mais, a meu ver, Dra. Karimi, do que a grande tarefa de fazer a prevenção do câncer de mama. É mais longe. É tão meritório para nós mulheres, porque é um mês, pela relação que o câncer de mama tem com nossa afirmação como mulher, com a nossa estética de mulher, com a nossa beleza de mulher, com a nossa anatomia de mulher... Isso leva ao que a Senadora disse: autoestima. É muito mais do que nos conscientizarmos, meritoriamente, necessariamente, sobre o câncer de mama, através da prevenção e do diagnóstico precoce. É sobretudo essa afirmação, essa afirmação do nosso direito a ter vida plena; do nosso direito a sermos bonitas; do nosso direito a transitarmos entre uma mutilação, se for necessária, e uma reconstrução, que é necessária.

    Então, eu quero parabenizar cada uma de vocês, em suas representações, que lutam por isto. É uma batalha permanente. Outubro Rosa é apenas um símbolo, que comunica muito, que dialoga muito, que precisa ser muito capilarizado na sociedade, no Sistema Único de Saúde, nos planos de saúde, entre mulheres de todas as classes sociais – de todas as classes sociais.

    Vencer o preconceito para fazer uma mamografia anualmente – eu também, Margareth, fiz a minha na semana passada –; fazer o tratamento, se for necessário fazê-lo, em casos de diagnóstico positivo; e fazer, minhas amigas, sobretudo, essa rede. Nós, mulheres, fazemos redes. Nós, mulheres, trabalhamos em cadeia para tudo – para tudo. Sempre tem uma mulher segurando a mão da outra. Sempre tem uma mulher atrás da outra. Se vai trabalhar, tem a funcionária doméstica. Se vai estudar, tem a colega de classe. Se vai viajar, alguém toma conta das suas plantas. Invariavelmente, é uma mulher ajudando a outra, seja por vínculos profissionais, seja por vínculos afetivos, seja por esta cumplicidade que nós temos que ter. Há, sempre, entre nós.

    Outubro Rosa, para mim, dá esse recado. Conscientização é isto. É cumplicidade, é compartilhamento, é divisão, é apoio, é amor e é afeto.

    Que tenhamos isto no Outubro Rosa e em todos os meses do ano.

    Muito obrigada. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/10/2023 - Página 26