Fala da Presidência durante a 170ª Sessão Especial, no Senado Federal

Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia da Educação Profissional e Tecnológica.

Autor
Astronauta Marcos Pontes (PL - Partido Liberal/SP)
Nome completo: Marcos Cesar Pontes
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Educação, Homenagem:
  • Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia da Educação Profissional e Tecnológica.
Publicação
Publicação no DSF de 14/11/2023 - Página 10
Assuntos
Política Social > Educação
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, Dia Nacional da Educação Profissional e Tecnológica.

    O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Fala da Presidência.) – Bom dia! Bom dia a todos!

    Antes de mais nada, obrigado por terem vindo.

    Este é um dia muito importante para milhares de jovens no país.

    Eu declaro aberta a sessão.

    Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

    A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 700, de 2023, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado neste Plenário.

    A sessão é destinada a comemorar o Dia da Educação Profissional e Tecnológica.

    Convido, para compor a mesa desta sessão, os seguintes convidados: o Sr. André Vicente de Sanches, Diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); (Palmas.) a Sra. Kelly Teixeira, Gerente de Programas e Diretrizes Educacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac - Departamento Nacional); (Palmas.) o Sr. Felipe Esteves Pinto Morgado, Superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai; (Palmas.) o Sr. Getúlio Marques Ferreira, Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação; e (Palmas.) o Sr. Luiz Roberto Liza Curi, Presidente do Conselho Nacional de Educação. (Palmas.)

    A Presidência informa que esta sessão contará também com a participação dos seguintes convidados: o Sr. Carlos Procópio, Vice-Reitor do Instituto Federal de São Paulo – obrigado; (Palmas.) a Sra. Edleide Epaminondas de Freitas Alves, Gerente de Educação Empreendedora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional); (Palmas.) o Sr. Luiz Seabra Junior, Diretor-Geral do Colégio Técnico de Campinas (Unicamp); (Palmas.) a Sra. Laura Margarida Josefina Laganá, Diretora-Superintendente do Centro Paula Souza (Etec e Fatec); (Palmas.) a Sra. Patrícia Macedo, Diretora Institucional do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo; e (Palmas.) o Sr. Augusto César da Silveira, Diretor-Geral do Colégio Técnico de Limeira (Cotil - Unicamp). (Palmas.)

    Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, que será executado pela Banda de Música do Centro de Ensino Fundamental 11 do Gama – Luiz Antônio Fermiano, sob regência do Maestro Altair Paulo.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.)

    O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Para discursar - Presidente.) – Eu gostaria de começar este dia, primeiro, agradecendo a Deus por nos permitir estarmos aqui. Quero agradecer a cada um de vocês que aqui prestigia este evento, que, como eu falei no começo, tem uma finalidade muito, mas muito especial.

    Eu vejo muitos rostos conhecidos da comunidade que trabalha no dia a dia para dar aos nossos jovens oportunidades.

    O ensino profissionalizante é uma transformação de vida. Ele traz oportunidade para os jovens, principalmente aqueles que estão em condições de maior vulnerabilidade social e que, através de um curso profissionalizante, conseguem realizar seus sonhos, conseguem sair de situações difíceis, ter seus empregos, ter suas vidas, sua empresa, desenvolver atividades que vão transformar a vida desses jovens, da família e o restante a partir daí.

    Eu tenho um mote, vamos dizer assim, que eu gostaria de colocar no país inteiro, se possível, para cada pai e cada mãe pensar e falar isso e agir dessa forma, que é o seguinte: o meu filho vai ter mais educação do que eu tive. Imaginem, se todos os pais e mães do Brasil realmente levarem isso a sério, o que a gente consegue fazer, transformando o nosso país através da educação.

    A educação profissionalizante acontece geralmente num período de vida do jovem que é essencial para que ele tenha a escolha entre ter sucesso ou ter falhas. E não é porque ele vai ficar só em uma profissão. Não é isso, não. É porque nesse período... E eu posso falar isso aí, vamos dizer assim, de cadeira, porque eu estive exatamente essa situação.

    Para quem não me conhece, eu sou de Bauru, lá no interior de São Paulo. Nasci na periferia. O meu pai era servente de serviços gerais, minha mãe era escriturária da rede ferroviária. A vida era difícil demais. E eu tive muitos amigos que não tiveram as mesmas escolhas ou não construíram as mesmas oportunidades. Eu vou até repetir essa parte de construir oportunidade, porque as chances, as portas se abrem; agora, você precisa tomar a decisão em entrar, decisão em estudar, decisão em se dedicar àquilo lá. Então, eu tive muitos amigos que não tomaram essa decisão e que infelizmente não tiveram um bom resultado na vida, vamos dizer assim. Aí é onde o ensino profissionalizante entra definitivamente na vida daqueles adolescentes ou pré-adolescentes, partindo para jovens adultos, que começam a ter essas portas abertas e que, se aproveitarem devidamente, através da educação, podem realizar seus sonhos. Foi o que aconteceu comigo. Eu consegui lá uma vaga no Senai. Tinha lá o Senai, o Engenheiro Aurélio Ibiapina, que ficava dentro da rede ferroviária federal e que a gente costumava chamar de escolinha da rede ferroviária. Tinha o Senai... Aliás, o Sr. Ademir está aqui, que hoje em dia é o Diretor do Senai lá em Bauru. Tinha o Senai, então tinha essa unidade do Senai que ficava dentro da rede ferroviária federal. Ali eu fiz curso de eletricista. Aquele curso de eletricista eu fazia de manhã ali no Senai e à tarde eu trabalhava já na rede ferroviária como eletricista aprendiz. Comecei com 14 anos ali. E aquilo me dava a oportunidade de ganhar meio salário mínimo como eletricista aprendiz. Aquele meio salário mínimo me ajudava – me ajudava não; pagava! Eu pagava o Liceu Noroeste, que era a única escola que tinha curso profissionalizante na época, colégio técnico profissionalizante em eletrônica, lá em Bauru, que era o que eu queria fazer. Então, eu fazia, ao mesmo tempo, curso de eletricista, técnico eletricista e técnico eletrônico e eu mesmo pagava o meu curso. Saía de casa às 6h da manhã, voltava às 6h da tarde, tomava banho, jantava, ia lá para o colégio, voltava meia-noite.

    Foi assim que eu fiz o ensino médio e aquilo me ajudou muito em muitos aspectos. Primeiro, a ter atividade durante o dia todo – e eram atividades produtivas para a minha vida. Segundo, porque aquelas atividades me davam a autoconfiança, a autoestima necessária para falar assim: eu sou capaz de fazer as coisas por mim. E aquele salariozinho me dava o senso de responsabilidade de começar a pensar como um profissional. E isso também foi muito importante para a vida. Sem dizer que, depois, para escolher a carreira na universidade, para escolher o que eu ia fazer, eu já tinha uma noção exata do que eu gostava ou do que eu não gostava. Eu sabia que eu gostava da área de ciência, de tecnologia, que eu queria fazer engenharia, que eu queria estar dentro desse setor. E eu queria ser piloto também.

    Minha vida foi seguindo dentro disso, dentro dessas perspectivas que eu construí lá atrás através dessa visão que eu tive pelo ensino médio e pelo ensino profissionalizante.

    Eu contei essa história porque, da mesma forma que aconteceu isso comigo, estará conosco, talvez chegue mais tarde, o nosso Senador Paulo Paim, que é o Vice-Presidente da frente. Ele teve exatamente a mesma situação quando jovem. Por isso a gente se junta aqui, para poder ajudar milhares de jovens que hoje estão na mesma situação.

    Nós temos aqui atores, vamos dizer assim, instituições que fazem parte desse ecossistema que pode criar essas condições para jovens. Quando esse jovem, como eu, está ali envolvido com a sua futura profissão, aprendendo, ele está fora da rua, ele está fora do alcance da criminalidade, do alcance das drogas. E isso faz uma diferença enorme.

    Essa frente foi criada – eu vou falar mais dela à tarde, porque esta cerimônia é mais para a comemoração do dia – com o objetivo de juntar esforços no Brasil inteiro para que a gente possa trazer esses jovens.

    E eu garanto para vocês que, com um trabalho bem-feito na educação profissional e tecnológica, nós conseguimos, em um período relativamente curto de tempo, reduzir muitas das estatísticas ruins que nós temos no Brasil quanto à droga, quanto à criminalidade, etc. – podem ter certeza disso –, além de poder ajudar esses jovens a terem o seu futuro, o seu emprego, a sua empresa, melhorando também ou reduzindo o gap que nós temos com a quantidade.

    Nós temos, por exemplo, nos setores de tecnologia, de informação e comunicação, uma quantidade muito grande de empregos esperando profissionais gabaritados, certificados para poderem ocupar; ao mesmo tempo, muitos jovens precisando de emprego, pessoas precisando de emprego. Então, o ensino profissionalizante faz muita coisa boa no nosso país e vai fazer cada vez mais.

    Eu gostaria de parabenizar todos vocês, todas as instituições que trabalham para que o nosso país tenha essa capacidade.

    Eu tenho certeza de que, com esse trabalho e com a nossa união, nós vamos poder fazer desses jovens cidadãos produtivos, felizes; e o nosso país, cada vez melhor em todas as áreas de atuação.

    Parabéns a cada um de vocês. Agradeço novamente a presença aqui, neste dia tão importante para comemorar o Dia da Educação Profissional e Tecnológica no país.

    Muito obrigado a todos vocês. (Palmas.)

    Neste momento, registro a presença do nosso Senador Izalci Lucas, aqui do Distrito Federal, que sempre esteve na luta pela educação, na luta pela ciência, pela tecnologia e pelo ensino profissionalizante.

    Está aqui um guerreiro do setor, a quem eu gostaria de passar a palavra – Izalci.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/11/2023 - Página 10