Discurso durante a 172ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da paz como solução para a guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas e repúdio aos atos terroristas praticados pelo Hamas nesse conflito.

Homenagem à médica pediatra de Curitiba-PR, Sra. Leide Parolin Marinoni, falecida aos 94 anos.

Autor
Flávio Arns (PSB - Partido Socialista Brasileiro/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais:
  • Defesa da paz como solução para a guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas e repúdio aos atos terroristas praticados pelo Hamas nesse conflito.
Homenagem:
  • Homenagem à médica pediatra de Curitiba-PR, Sra. Leide Parolin Marinoni, falecida aos 94 anos.
Publicação
Publicação no DSF de 15/11/2023 - Página 32
Assuntos
Outros > Assuntos Internacionais
Honorífico > Homenagem
Indexação
  • DEFESA, PAZ, SOLUÇÃO, GUERRA, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, GRUPO, ORIGEM, PALESTINA, REPUDIO, TERRORISMO, HAMAS.
  • HOMENAGEM POSTUMA, MORTE, MEDICO, MULHER, TRATAMENTO DE SAUDE, CRIANÇA, LOCAL, CURITIBA (PR).

    O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR. Para discursar.) – Não, por favor.

    Estou cumprimentando aqui o Senador Rogerio Marinho; o nosso Líder, que está aqui também, o Kajuru; e V. Exa., Senador Chico Rodrigues.

    É também em relação ao que o Senador Rogerio Marinho falou, quanto à guerra que está acontecendo lá em Israel e na Palestina.

    Em primeiro lugar, eu acho que todos nós, no mundo inteiro e no Brasil, estamos lamentando o que está acontecendo. A gente lamenta pela dificuldade, pelas famílias, pelas crianças, pelas mortes, pelos ataques. E a gente nem pode imaginar os perigos, as dificuldades, as incertezas, a insegurança de todas as pessoas que estão por lá.

    E nós temos que deixar sempre muito claro também que o grupo terrorista Hamas teve atitudes com as quais nós não podemos compactuar de maneira alguma! Em primeiro lugar, está dentro dos seus objetivos aniquilar o país, aniquilar o Estado de Israel, quer dizer, só esse objetivo já deixa o mundo perplexo. Como é que nós vamos ter paz se o Governo desse local tem entre seus objetivos aniquilar, destruir o Estado de Israel?! Então, nós temos que, já por aí, pensar muitas coisas. Realmente o caminho da paz é um caminho nesse sentido, com essas pessoas, com esse grupo terrorista, um caminho muito difícil de ser percorrido, mas tem que ser percorrido.

    Ao mesmo tempo, imaginemos a situação: invadindo um kibutz em Israel e decapitando crianças, quer dizer, cortando a cabeça – muita gente talvez não saiba o que seja decapitar, é cortar a cabeça – de crianças. Quando é que isso vai acontecer em outra situação? Isso não é guerra, isso é terrorismo, isso é assassinato brutal! Ou você chegando a uma comunidade num kibutz e abrindo fogo contra os civis, mulheres, idosos, crianças – quem estiver na frente está morto, fuzilado. Isso é um ato de guerra?! Isso é um assassinato, é um terrorismo, uma bandidagem, qualquer outra palavra ou expressão que possa ser usada.

    Ah, tem 240 reféns. Soldados? Não, bebês, crianças, adolescentes, adultos, idosos reféns, reféns do grupo terrorista. O que é que estão fazendo com essas pessoas? Nunca a gente tinha ouvido que isso fosse uma situação de normalidade ou de atenção ou coisa semelhante, quer dizer, é um terrorismo! Mulheres sendo violentadas, estupradas... É só se colocar na pele dessas pessoas também. Que tal se fosse meu filho, meu neto, minha filha, minha esposa, meus pais ou coisa semelhante? Estão lá reféns do grupo terrorista. Isso não é aceitável, sob hipótese alguma!

    São as dificuldades. Ao mesmo tempo, todos nós olhando para a reação ao que esse grupo terrorista realizou. E é uma reação em que infelizmente também todos nós temos que pensar no que é que pode ser feito para que a paz seja construída, mas é um cenário complicado, difícil.

    Achamos que toda a discussão, todo o empenho tem que ser colocado nessa direção, mas parece que muitas pessoas estão esquecendo como é que isso também começou, nesse episódio da guerra, porque é um problema, uma discussão histórica na região – e, nesse episódio, crianças decapitadas, civis mortos, reféns, também, com o grupo terrorista.

    E ainda mais: você, num cenário de guerra, fica ao lado de um hospital, de uma escola, para se proteger com a escola e com o hospital em relação a futuros ataques: "Não, não vão atacar aqui, porque eu estou ao lado do hospital, dentro do hospital, dentro da escola, dentro da mesquita". Quer dizer, é um cenário impensável, é inacreditável que isso esteja acontecendo.

    Então, em primeiro lugar, quero dizer do nosso repúdio ao grupo Hamas, por tudo o que fez. Não é grupo, é Governo, é um Governo que foi eleito, lá atrás, mas depois não houve mais eleições. Então, o Governo – não é um grupo terrorista – do Hamas é terrorista. Essa é que é a conclusão a que a gente tem que chegar também.

    Agora, há todo um esforço no sentido do entendimento, de ver o que todos nós, como mundo, podemos fazer para que haja paz na região, para que as pessoas vivam tranquilas, seguras, para que as crianças tenham futuro, para que as famílias possam também ser colocadas a salvo, para que haja prosperidade, desenvolvimento. Mas o governo daquela região diz: "Eu quero destruir o meu vizinho". Então, nós temos que ver como é que isso pode ser feito sem a participação desse grupo, que não pretende construir um processo de paz, mas aniquilar o processo de paz.

    A humanidade tem que se colocar numa situação, e eu gostaria de que o Brasil sempre tivesse esta posição, a de dizer que o Governo é terrorista. O Governo está lá, o Hamas é Governo. Então, o Hamas assumiu o golpe, o Governo é Hamas, o Governo é terrorista, só que, ao mesmo tempo, nós temos que dizer: nós não podemos conviver com isso, como humanidade, sem encontrarmos um caminho e uma solução.

    Então, nesse sentido, Sr. Presidente, eu quero também me manifestar, deixar claro e falar para as pessoas: não vamos nos esquecer, também, de como tudo isso, nesse episódio recente, tirando a parte histórica, começou.

    Eu só gostaria, também, Sr. Presidente, aproveitando só esse tempo que me sobra, de fazer uma grande homenagem a uma médica pediatra de Curitiba que faleceu na sexta-feira, foi sepultada no sábado, a Sra. Leide Parolin Marinoni, pessoa de 94 anos. Várias gerações passaram pelas mãos dela como médica pediatra. Quantas famílias iam aos hospitais para terem filhos e telefonavam para a Leide, para a Dra. Leide: "Olha, o meu filho está nascendo". Ela gostava de acompanhar o nascimento do filho.

    Dermatologista infantil e dermatologista geral, posteriormente, na carreira, professora da Universidade Federal, médica do Hospital de Clínicas e uma grande pessoa, cuidando das crianças, das famílias, promotora da paz, que é exatamente do que nós estamos falando aqui...

(Soa a campainha.)

    O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) – ... valorizando a criança, valorizando o adolescente, orientando o pai, orientando a mãe. E temos tantos exemplos bonitos nesse sentido pelo Brasil.

    A Dra. Leide Parolin Marinoni era uma dessas referências em nosso país, no nosso estado, na nossa cidade. Tantas pessoas lamentaram, é lógico, o seu falecimento, mas enaltecendo, o tempo todo, o trabalho de qualidade, de referência e a favor da vida.

    E é isto que a gente quer, ligando com o fato que nós discutimos em Israel: promover a vida, promover a possibilidade de as pessoas terem, assim, uma oportunidade de um futuro melhor...

(Soa a campainha.)

    O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) – ... de chances de educação, de trabalho, de segurança e fazer de tudo para que grupos terroristas não interfiram na construção desse processo de paz, como é o caso do Governo Hamas.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/11/2023 - Página 32