Discurso durante a 187ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação com a indicação do Sr. Flávio Dino para ocupar vaga de Ministro do STF.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Poder Judiciário:
  • Indignação com a indicação do Sr. Flávio Dino para ocupar vaga de Ministro do STF.
Aparteantes
Eduardo Girão.
Publicação
Publicação no DSF de 07/12/2023 - Página 44
Assunto
Organização do Estado > Poder Judiciário
Indexação
  • INDIGNAÇÃO, INDICAÇÃO, FLAVIO DINO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), OCUPAÇÃO, CARGO, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, Senador Izalci, espero um dia chamá-lo de Governador do Distrito Federal.

    É porque eu não tenho nenhum voto aqui, mas, se eu tivesse, eu ia fazer uma campanha "ferrada" para você. Primeiro, porque eu já gosto de você de graça. Segundo, porque você é um patriota corajoso, defensor de valores, e um homem que defende valores, princípios, é sempre levado pelo vento da bandeira que ele defende.

    Quem não defende valores e não defende princípios é sempre carregado pelo dinheiro que amealhou dentro da vida pública.

    V. Exa. é um homem de causas e, certamente... Deus sabe de todas as coisas. Eu gostaria muito.

    Fiquei indignado, discursei aqui quando vi o Ibaneis ser tirado do cargo de uma forma abrupta, embora não o conheça pessoalmente, nunca estive com ele, mas achei de uma covardia muito grande.

    E ele ficou afastado de um cargo que o povo lhe deu, mas li, também esta semana – é problema de cada um, não é? –, um apoio veemente e um elogio extravagante ao Ministro da Justiça, postulante ao Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, que certamente esteve, que participou, que estava naquelas imagens negadas à nossa CPMI. Debochou de nós, zombou de nós, riu de nós, zombou da Câmara.

    E, pelo depoimento do G. Dias, V. Exa. aqui minuciosamente acompanhou... Ao fazer a linha do tempo do depoimento de G. Dias, ele disse que às 16h30, mais ou menos, ou às 16h40, foi chamado ao Ministério da Justiça, e, lá chegando, tinha diversas pessoas – e essas diversas pessoas são a complicação de essas imagens não terem aparecido –, e ele só disse que recebeu a comunicação de que o Ibaneis seria afastado.

    Ele elogiar o Dino agora, para mim... Mas quem escolhe é o povo.

    Eu não sei nem por que eu estou falando isso.

    É porque minha mãe me ensinou um negócio. Dona Dadá, minha mãe, era analfabeta profissional, Senador Girão. Sabe o que minha mãe falou? "Meu filho, quando a gente fala por aqui, acaba chegando aqui. Quando a gente tenta falar só com isso aqui, nunca chega aqui". E eu falei com o coração quando me dirigi a V. Exa.

    Eu gostaria muito que o Senador Paim não tivesse se retirado, que tivesse ficado aí, mas ele preferiu fazer o discurso dele aí e passar para V. Exa., porque eu queria falar sobre o direito dos "manos" da nossa Comissão de Direitos Humanos.

    Eu já vi uma cena que ninguém nunca viu. Se alguém já viu, foi da família. Eu vi o Senador Paim chorando dentro da UTI de um hospital em Cachoeiro de Itapemirim, com o filho dele pisando no limiar da morte. Eu estava lá, eu presenciei, eu chorei junto, senti misericórdia.

    E, quando eu vejo hoje... Quando o filho do Flávio Dino foi morto, em Brasília, por um descaso médico... V. Exa. se lembra disso. Ele era Presidente da Embratur. Um menino de 12 anos, Senador Girão, e foi quando eu o conheci e eu vi aquele pai depauperado, no escritório de um amigo nosso aqui, que me chamou lá. E lá estava ele, com os olhos fundos, chorando, triste, abatido. E uma foto bonita do menino, um menino bonito, com a camisa do Flamengo. O garoto, com 12 anos, foi morto por um descaso médico.

    E será que o Ministro não entendeu que arma não mata? Quem mata é o homem, porque alguém... O filho dele não tomou um tiro, e morreu. E quantos morrem na fila do SUS? No Brasil inteiro, todos os dias? E por descaso médico!

    Aquele ex-Vereador, que está preso, agora tem um Deputado que faz a mesma coisa, que tem entrado nos hospitais do Rio de Janeiro, com o povo lá fora amontoado, e médico dormindo.

    Mas o que eu quero falar é que pessoas que viveram situações difíceis, em que teve alguém com humanidade, Senador Girão, para abraçá-los... No caso do Flávio Dino, eu vim aqui para esta tribuna e detonei o médico, tomei a briga, detonei o Procurador do Distrito Federal. Ele era promotor da área de saúde. Detonei. Ainda fiz mais: entrei contra ele no Conselho do Ministério Público, aqui.

    E hoje eu vejo um homem sem misericórdia, que chama pessoas inocentes presas de terroristas, que chama os CACs, põe todo mundo no mesmo saco, que quem tem porte de arma é bandido – eu tenho porte de arma, e não sou bandido. E que os CACs têm armas que são para vender para o tráfico. Não. Os CACs não têm ligação com o tráfico. E, se tiver algum com ligação com o tráfico, tem que ser preso, pagar 30 anos de cadeia, porque é bandido.

    Mas bandido tem em todo lugar. Tem no comércio, tem na indústria, tem na Ordem dos Advogados, tem no Conselho de Medicina, tem na Câmara de Vereadores, tem no Senado. Até na igreja, onde não deveria ter, tem.

    Agora imagine... A gente estava na CPMI, eles fizeram de tudo, a Senadora Eliziane, juntamente com o grupo de defesa do Ministro da Justiça, o postulante. Eu espero, em Deus, que não chegue lá.

    E, aí, ele parou de usar gravata vermelha, depois que foi indicado. Pode ver as fotos dele no coletiva: tudo é gravata azul agora. Gravata azul, gravata preta...

    Está falando mansinho, falando igual a um gatinho. Quando o homem é indicado pelo Presidente, ele muda.

    Esse papo de atraso eu já ouvi, esse papo de aranha eu já decorei. Alguém... Não se pode nem cobrar direitos autorais mais dessa música de tão velha que ela é.

    O Fachin falou isso para mim. Quando eu o questionei, ele olhou e disse para mim: "Senador...". E eu dizia: "O senhor é advogado do PT, o senhor é militante do PT. Eu tenho aqui os seus vídeos falando para um monte de advogados".

    E o maior defensor dele é o Alvaro Dias. E Gleisi. Foram os dois. Gleisi, tudo bem, que era de esquerda. Mas é para não ficar esquecido, para não ficar esquecido. Os dois.

    Ele disse: "Senador, quando um homem põe a toga nas costas, tudo muda". Eu disse: "Não, advogado, não se separa um homem das suas convicções".

    Quem estava certo: eu ou ele? Ele foi para lá e, como bom militante, arrumou uma filigrana geográfica oferecida pelo advogado e disse: "Não, o crime não era em Curitiba, era em Brasília. Então, por isso, ele precisa ser solto".

    E essa sanha que eles vêm espalhando, essa valentia do Ministro...

    E me lembro que, no impeachment da Dilma, ele trabalhou muito com o Governador do Maranhão.

    Quando Eduardo Cunha é afastado, impitimado, quem era o vice dele? Maranhão, um Deputado do Maranhão chamado de Maranhão, completamente despirocado. E ele chegou a anular o impeachment da Dilma. O senhor se lembra disso?

    Veio num jatinho, veio lá do Maranhão acompanhado de quem? Doutor, eu conheço a história...

    Maranhão nunca na vida teria capacidade de escrever nada daquilo. Aí eles foram todos para a frente do Supremo quando o Maranhão anulou. Foram para frente do Supremo. Eu me lembro da cena: Lindbergh, a Senadora Vanessa Grazziotin. "Nunca será, nunca passarão, nunca será...". Epa! De repente, era tudo bolha, era tudo bolha.

    Sr. Presidente, eles vêm armando, eles vêm falando.

    O Lula falou tudo que ia fazer, na campanha. "Vou colocar os militares no seu lugar". Colocou. "Vou colocar as igrejas no seu lugar". Está colocando.

    E eu quero dizer para os pastores, uns quatro que me ligaram, que não me liguem pedindo voto para Flávio Dino.

    Sabe o que Flávio Dino falou, pastores? "Que esses extremistas de direita... ".

    Senador Zequinha Marinho, somos nós, cristãos.

    "Você ora e vê ódio nos olhos deles. Ódio!".

    Eu consultei um monte de pastores, no Maranhão. Estou com uma lista de todo mundo que autorizou eu falar o nome. Que ele já ligou, pediu para tomar café na igreja, que fez reunião, que participou...

    Eu quero perguntar quanto ódio ele viu nos olhos daqueles pastores. Quanto ódio ele viu nos meus olhos, cristão conservador como eu, quando estava chorando a perda do filho e eu apareci. Eu queria saber que ódio que ele viu nos meus olhos.

    Eu estou com um vídeo dele aqui, mas não vou passar hoje não, só no dia da sabatina.

    A reforma tributária, esse compêndio ideológico, que mostrou realmente que o Brasil mudou o regime, no qual até o IPTU do cidadão vai cair no caldeirão do Governo Federal, e quem for amigo do rei vai receber, e quem não for amigo do rei nem precisa vir para cá com pires, espere lá no municipiozinho.

    Se você é de uma confissão, se você não acredita em comunismo, você vai à missa, seus filhos fazem o catecismo, você é conhecido como um católico de verdade ou um evangélico de verdade, você ama sua pátria, você ama sua Bíblia, você é devoto da Virgem Maria, você não vai receber nada, rapaz, é um regime ditatorial!

    E aí eu queria perguntar também ao Presidente Pacheco, mas vou fazer isso pessoalmente.

    "Lula defende uma governança global para cuidar do planeta". Falas do Lula: "Precisamos ter uma governança global para ajudar a cuidar do planeta".

    Se você toma uma decisão qualquer em benefício do mundo e ela tem que ser votada internamente pelo Congresso Nacional do seu país, significa que não vai ser cumprida.

    O que Lula estava dizendo é o seguinte, nós precisamos de quem manda no mundo – de quem manda no mundo – e de quem faz calar a boca do Parlamento.

    Como é que se sente um Presidente de um Poder escutando um cara falar isso numa COP? Eu teria levantado, eu teria espinafrado, mesmo sem microfone.

    Então, quer dizer que o Senado não vale nada? É isso que ele estava dizendo? Que a Câmara não vale nada?

    Por isso, nós vamos discutir no G20 a necessidade e a importância de rediscutir a governança global para tomar uma decisão, sobretudo na questão ambiental, porque a agenda agora é essa.

    A Amazônia está pegando fogo...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – ... nunca se viu tanto.

    Eles ainda criam narrativas ao ponto de a Marina chegar à CPI, lá com o nosso querido Senador Plínio, e dizer: "Não fale em caixa preta, porque o senhor estará ofendendo". E ele falou em fumaça: "É o que que eu tenho que falar? Como é o nome agora? Pode falar laranja?". É, porque as ONGs são laranjas internacionais, não é? Ela disse: "Pode". Não resta dúvida, não é?

    A gente ter certeza de que as decisões serão colocadas em prática. Quer dizer, os Presidentes das Casas aqui, Pacheco e Lira, terão que ter medo desse dirigente global, ou seja, do anticristo, porque não há uma outra proposta colocada no mundo, senão o que diz a profecia, o que diz a Bíblia, de que o anticristo virá e de que todo mundo vai obedecer-lhe.

    Eu acho que isso aqui merecia uma fala do Presidente Pacheco, que tem se mostrado determinado, mas foi nessa viagem aí com o Lula... Eu acho que merecia uma fala. Eu me sinto ofendido, eu estou ofendido.

    Mas essa reforma tributária passou raspando, mas passou raspando com o voto de pessoas que se elegeram falando em Deus, pátria, família, liberdade, e que votaram num governo globalista. Veja aí: globalista, esquerdista, comunista...

    Não foi em vão quando o Lula disse no discurso dele: "Eles acham que a gente se ofende quando chamam a gente de comunista. Muito pelo contrário". E o Dino disse: "Eu sou comunista, graças a Deus", num deboche!

    Como é que alguém que é cristão vota com essa gente? Essa é a minha pergunta.

    E eu quero deixar claro aqui que eu não tenho, eu só tenho voto no meu Estado do Espírito Santo. Sou filho adotivo, e é lá que eu tenho os meus votos. Mas aqueles que vão para a reeleição, Senador Girão e Senador Izalci, e que votaram nessa reforma, que é o fechamento de um regime comunista, ideológico no país, eu estarei nos estados daqueles que vão para a reeleição, mas para fazer campanha contra eles.

    Se nós colocarmos Flávio Dino – nós, não... Se Flávio Dino for colocado no Supremo Tribunal Federal, neste país, que, com essa reforma, já está destruído, a dívida vai chegar, vai passar de 200 bilhões, no final do ano. Nós estamos chegando agora, já está em 180 e tal. Explodiram o teto de gastos. O esbanjamento de sofá, de cama e de viagens não dá para escrever em livro nenhum. Segredo no cartão corporativo. Uma viagem atrás da outra. A maior delegação do mundo foi a do Brasil na COP. Nós estamos num mato sem cachorro, dependendo de Deus.

    O meu voto está declarado. Eu não recebo Flávio Dino porque eu o conheço. Meu voto é contra. Eu estarei votando pelas minhas netas, Senador Girão. O meu voto será pelos seus filhos, você que me ouve do Brasil. Izalci, eu estarei votando pelos seus filhos; não sei se você já tem netos, mas estarei votando por eles. Senador Zeca Marinho, eu estarei votando pelos seus filhos, pelos seus netos, pelos irmãos da sua igrejinha, lá no interior, no Pará. O que será dessa gente? O que será desses nossos irmãos com esse cidadão comunista? Mais um, dentro do Supremo Tribunal Federal!

    Eu queria aqui fazer um pedido ao Ministro Kassio Nunes – um pedido, um pedido de um cidadão brasileiro, de um avô –; eu queria fazer um pedido ao Ministro André, que, assim como os outros, tenham a ousadia de ir para a rede social. Eu queria pedir aos pigmeus desta Casa – porque Gilmar disse que nós somos pigmeus –, aos pigmeus desta Casa e aos dois Ministros que reagissem publicamente, como eles fazem. Quando o Ministro Gilmar abre a boca e diz "foi traição o que Lula fez", deixando... "Foi traição o que o Senado fez", porque, sem o Supremo, não teria Lula. Estranho. Eu acho que é um troço assim que... Será que é por isso que eu fui proibido de falar "urna"? Será que foi por isso que eu fui proibido de falar "urna", "voto auditável"? Será que foi por isso que a gente ficou proibido? "Contagem pública"? Agora não dá para retroceder. Agora não dá para retroceder, não dá para dar um passo atrás.

    Dia 10, nós estaremos na rua. Dia 10, nós estaremos na Esplanada dos Ministérios aqui, sem medo. Nós não devemos nada. Estamos amparados pelo texto constitucional, ainda que ele não esteja em vigor. Pelo direito de ir e vir e de me impulsionar, eu estarei amparado na inviolabilidade do meu mandato, no meu direito de falar, de me expressar.

    De manhã aqui; e à tarde eu estarei na Paulista, em São Paulo, sem medo, sem baderna, pela liberdade, pela memória do Clesão.

    Senador Girão, Senador Izalci, o povo em casa que está ouvindo pela rádio em algum lugar deve falar assim: "Por que o Magno Malta só está falando Izalci e Girão?". Porque só tem nós três aqui.

    Quero cumprimentar esse grupo aí. Vocês vieram de onde?

(Manifestação da plateia.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Taguatinga. Está bem aqui. É seu povo Izalci, aqui do entorno.

    Sejam bem-vindos. Está todo mundo de terno, são advogados?

(Manifestação da plateia.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Vieram do STF? Qual curso?

(Manifestação da plateia.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Opa, sejam bem-vindos.

    Eu estava falando do STF mesmo agora, porque eu não concordo com nada que eles estão fazendo.

(Manifestação da plateia.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Obrigado. Eu sou seu fã também, porque você pode agora ter a sua rede derrubada porque falou que era meu fã. É capaz que você vai ter que fazer outra, viu? Apaga essa parte aí para proteger o rapaz, não é, Izalci?

    Gente, sejam bem-vindos aqui.

    O nosso ordenamento jurídico não é a última Coca-Cola do deserto, mas é um ordenamento jurídico. "Ele é velho, é muito velho, é de 1942; parece que foi feito para beneficiar o bandido e não o cidadão". Aí Sarney tirou uma comissão de notáveis para propor um novo Código Penal. Dizia que esse que está aí... Ele não está em uso agora também não, na época da internet ele está na nuvem agora. Não há ordenamento jurídico, existe o que o Ministro pensa, ou o humor dele, o que ideologicamente ele pensa.

    Quando o Pacheco traz aqui essa PEC e a gente vota, limitando decisão monocrática e ilegal, ficaram todos com raiva. E o Ministro Gilmar falou que foi traição: "Senado de pigmeus". Poxa, Ministro Gilmar, eu fiquei tão sentido com isso, eu fiquei sem dormir, perdi o sono. Pigmeu!

    Ministro Gilmar, o senhor me chamou de pigmeu. Sabe por que o senhor me chamou de pigmeu? É porque quem tem... Nos chamou de pigmeus morais. Um Senado de pigmeus morais. Fala isso não. Fala isso não.

    Só quem fala uma coisa como essa é quem tem complexo de grandeza, complexo de Golias. Ministro, quem tem complexo de Golias nunca imagina que um dia vai cair aos pés de um pigmeu. Se esta Casa aqui... Quando o Dr. Sebastião disse ao Supremo – e ofendeu, ele disse que não, que 80% da população ama o Supremo – que são os mais odiados do Brasil, guardando as devidas proporções, o povo do Brasil tem esse mesmo sentimento pelo Senado: o povo acha que esta aqui é a Casa dos calados, CCC (Casa dos calados coniventes).

    O Pacheco sofreu toda essa retaliação, foi chamado de pigmeu, e o Ministro, como não tem papas na língua – e isso é admirável, o que ele pensa ele fala –, disse: "Se não existisse STF, não tinha Lula". Aí eu falo "urna" e sou investigado! Se não existisse o STF, algumas figuras que estão lá, dos pigmeus, não teriam mandato! Se não fosse o STF acabar com a Lava Jato – a Lava Jato que revelou os ratos do Brasil com nome a apelido... Eu não posso ouvir um trem desses e ficar calado!

    Dias difíceis, dias tenebrosos. Tivemos essa audiência pública hoje para tratar da questão daqueles que ainda estão presos, e lá estava a família do Clesão. Eu sou a última pessoa do lado de fora que o viu com vida, nem a família viu. Eu estive com ele na Papuda. Levou 40 minutos para ser atendido, porque o Dr. Frederico, o médico que estava preso, o socorreu; um dentista também, que estava preso lá, ajudou a socorrer. E nós temos órfãos, duas moças, uma viúva do sistema. As mãos sujas de quem não entregou as imagens, porque se eles tivessem entregado as imagens – que eles têm em posse deles –, do Ministério da Justiça, se saberia que todos que lá estão, na sua absoluta maioria, 99%, não precisavam estar comendo aquele "marmitex", bebendo aquela água suja – e é verdade, porque lá eu estava. Eu vi os "marmitex", ninguém mostrou para mim, não é foto! Eu vi a água, ninguém mostrou para mim, eu estava lá!

    E a esquerda sempre reclama pelo corpo de Vladimir Herzog. A família reclama, tem até um prêmio aqui, e reclama com razão: se ele sumiu, se ele estava sob a tutela do Estado, é o Estado que tem que dar conta. Não é assim, senhores advogados? Está na tutela do Estado, o Estado dá conta. O Clesão estava na tutela do Estado.

    O Ministro Barroso, para passar o pano, falou que o sistema penitenciário não tem nada a ver com o Supremo. Mas nós não estamos ligando o ordenamento jurídico com o sistema penitenciário. E quando ele faz isso, ele joga o fardo todo nas costas do sistema penal do Distrito Federal, da Polícia Militar, da Juíza das Execuções Penais, e tira o corpo de quem é o dono disso tudo – não é dono de uma ação, não; é dono de tudo –, que é o Ministro Alexandre de Moraes.

    Senhores advogados, o ordenamento jurídico que vocês têm no Brasil é o Ministro Alexandre de Moraes. Ele manda até neste Senado aqui, ó. Aqui, para fazer uma visita, tem que pedir a ele. Estou certo ou errado? Que coisa feia! Que coisa feia!

    A nobreza de ser um advogado, de ter estudado... Sei que a maioria dos senhores e essas duas moças que aí estão...

    São advogadas também, não são?

(Manifestação da plateia.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – São.

    ... têm família humilde. Alguns de vocês estudaram com muita dificuldade. Não conheço a vida de ninguém. Alguns com o pai ali pagando com dificuldade ou trabalhando de dia, estudando à noite, e se tornam advogados. Seu sonho. E na hora em que você precisa, a sua Ordem não o defende.

    Os advogados dos patriotas são tratados como ninguém. E outros advogados também são repelidos. E tomam um carão, um passa-moleque dentro do plenário do Supremo. E quando eles estão de mau humor, um bota o dedo na cara do outro e eles se xingam, eles se ofendem, não é?

(Manifestação da plateia.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – É... Mas nada é ato antidemocrático. Tudo é democrático.

    O Ministro Gilmar, um dia, na coragem dele – porque do Gilmar eu posso discordar, mas é corajoso; discordo, mas ele é corajoso –, olhou para o Presidente do Supremo hoje, o Barroso, e disse: "V. Exa. baixa o tom da sua voz e vá fechar o seu escritório de advogado". Ao vivo! Aí eu que pergunto: o que adianta estudar, escrever um memorial, escrever uma defesa, gastar saliva, se a sentença já está pronta?

    Senador Izalci, nós fomos a Nova York, nós fomos a Washington, aos tribunais, levar todas essas denúncias existentes aqui no Brasil: essa violação dos direitos humanos, a violação dos direitos civis, a violação da nossa Constituição. Fomos levá-las e as entregamos. O mundo vai tomando conhecimento e estudando. Nós visitamos lá um Deputado brasileiro que foi cassado agora. Dizem que as denúncias sobre ele é de que ele tinha mentido no currículo. (Pausa.)

    Quem é essa senhorinha bonita aí?

    A SRA. JUSSARA LIMA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - PI. Fora do microfone.) – É minha mãe.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - DF) – É a mãe da Senadora Jussara, que está nos fazendo uma visita.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – É a sua Dadá? Como é o nome da senhora? (Pausa.)

    Eita! Eu tenho uma neta que se chama Helena. Helena.

    São suas irmãs? (Pausa.)

    Parabéns! Parabéns! Quem tem mãe tem um tesouro.

    Vou falar uma coisa para a senhora: nenhuma mãe quer enterrar um filho. Agora é mais duro para um filho enterrar uma mãe. Quando você tem sua mãe, depois de conhecer Deus, o bem maior. Vocês só estão aí porque essa mulher nasceu com uma peça diferente que homem não tem, mas vocês todas têm: útero. E vocês nasceram...

    Eu tenho uma Senadora, amiga nossa, querida aqui, e eu fico até regozijado porque eu era e sou um cara tão apaixonado pela minha Dadá, minha mãe, que se foi tão cedo, com 57 anos de idade. E o interessante é que a pessoa que chega nessa faixa etária, com essa disposição forte, 80 anos, com as filhas se congratulando... Se as suas filhas estivessem aqui no meu lugar, fazendo discurso para a senhora, teria um sentido belo, mas eu me referir à sua filha para a senhora, acho que fica melhor ainda. A sua filha tem sido uma grande companheira. Parabéns!

    Que coisa bonita ter essas filhas com a mãe, porque hoje a libertinagem pregada no Brasil... Filho não pede bênção à mãe mais, não pede bênção ao pai, não quer nem saber. A night é mais importante do que a mãe e o pai! E a vocês, como filhas, parabéns.

    Eu também fui agraciado, só tenho filhas, só tenho netas, e acho que filha é mais fácil de criar do que filho homem. Eu não tive a experiência, mas acho. E, pela via da consequência, porque não tem consequência, tem "jesuscidência", eu tenho uma neta chamada Helena, exatamente neste dia em que a nobre Senadora traz a sua mãe aqui.

    Seja bem-vinda! Não sou Presidente da Casa, mas sou um homem muito emocional, que amei e amo demais a minha mãe. Dificilmente, eu faço um discurso aqui que não tenha nada do que minha mãe não tenha dito, e eu fico muito feliz. Parabéns, Senadora.

    Deixa eu dar uma salva de palmas para a senhora e para a sua mãe. (Palmas.)

    Um beijo para a senhora. (Pausa.)

    Eu queria encerrar, Senador Girão.

    Ah, eu estava falando sobre o Deputado, e ele foi cassado, porque ele falsificou o currículo dele e também fez desvio, na investigação, fez desvio na prestação de contas dele. Nós estivemos no gabinete dele, no exercício do mandato dele, e entregamos os documentos para ele. E aí teve umas notas aqui, não é? "Deputados e Senadores bolsonaristas visitam Deputado investigado e cassado".

    O nosso Presidente é um presidiário, não é, irmão?

    Que moral!

    Quantos já foram cassados? Quantos estão aí, presos, que foram presos e estão no poder? E Gilmar falou certo: se não fôssemos nós para enfrentar a Lava Jato, algumas das figuras não estariam aqui. Sem o Supremo, não teria Lula. E qual o problema? E qual o problema de termos ido lá?

    Então, a gente vive em um estado absolutamente contraditório.

    Eu quero encerrar o meu pronunciamento dizendo o seguinte. Sim, desde sempre – acho que na minha época já de Vereador, eu fui Vereador por dois anos, na minha querida Cachoeiro de Itapemirim... Mas, quando eu presidi a CPI da Pedofilia, eu criei... Só tem duas páginas. E eu gosto muito das causas e frases das causas: criança nasceu para ser amada, não para ser abusada. E, de forma resumida, com desenhos, eu mostro aqui. E você pode adquirir esse material se você quiser. Pedofilia é crime! Você pode adquirir. Esse é o e-mail: sen.magnomalta@senado.leg.br. E você terá... Como também terá... Na época da CPI, nós fizemos, juntamente com psicólogos, com psiquiatras, estudos profundos – na época, a Senadora Damares era minha assessora. Criamos essa cartilha numa época em que veio o aplicativo chamado Baleia Azul, de muito suicídio de criança. E essa cartilha é muito importante: Vamos conversar sobre prevenção do suicídio?. Essa é uma cartilha para adultos. Se você virar de cabeça para baixo, é outra cartilha: Vamos conversar sobre prevenção à automutilação?. Porque tudo veio desses aplicativos, na era da internet.

    E essa cartilha não é para a criança, é para o adulto, feita de uma maneira muito simples, com perguntas e respostas, por especialistas. Qualquer pessoa pode acessar o nosso e-mail e a terá; nós mandaremos para você a cartilha.

    A terceira cartilha é esta aqui: Vamos falar sobre cyberbullying?. É uma cartilha sobre o cyberbullying.

    Senador Izalci, se tiver interesse... Se qualquer Senador tiver interesse de querer replicar essas cartilhas... Elas foram replicadas agora que eu instalei e sou o Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Família e Apoio à Vida. Eu mandei refazer as cartilhas, e qualquer pessoa pode ter, pode adquirir. Qualquer pessoa pode replicar. Pode a prefeitura fazer, a secretaria de educação fazer, mandar para as escolas. Tem uma autorização prévia que nós fizemos, na época da CPI, com a Presidência do Senado, para que pudessem ser distribuídas às pessoas.

    Mais uma vez, meu gabinete é: "senador", só as iniciais... sen.magnomalta@senado.leg.br.

    Não se esqueçam: dia 10, na Esplanada dos Ministérios.

    V. Exa. estará?

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Senador Magno, o senhor me permite um aparte rapidamente?

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Fique à vontade.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para apartear.) – Nós estamos vivendo um momento histórico, um momento dramático da história da nação; e é aquilo que o senhor sempre coloca aqui: não existe meio termo. Ou é quente, ou é frio; não tem negócio de morno.

    O que ouvi hoje – e eu, dessa tribuna, há pouco tempo falei – lá na reunião, na audiência pública da Câmara dos Deputados, Senador Izalci, foi de arrepiar, foi de emocionar, foi de nos chamar ao serviço, a denunciar o que está acontecendo; e que continua acontecendo depois da morte do brasileiro Cleriston, sob a tutela do Estado brasileiro. Outros estão em vias de cometer o suicídio; continuam presos políticos com comorbidade.

    Poxa, nós estamos aqui eleitos pelo povo! É para servir a um sistema? É para servir a grupinho político? É para se dar bem? É para fazer disso aqui uma carreira para vida toda? Ou é para a gente ter posição e defender as pessoas da injustiça?

    Senador Magno Malta, nós fomos juntos... E eu quero reiterar que o Senador Izalci sempre está conosco, assinando todo tipo de material. Na CPI, fez um grande trabalho – na CPMI – e também tem uma atenção especial aos presos políticos do Brasil. Mas eu tive a oportunidade de ir com o senhor lá.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Sim, duas vezes.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Lá, tanto ao Escritório do Brasil...

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – À Papuda.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – À Papuda nós fomos também, mas me refiro ao Escritório do Brasil na ONU, em julho; e agora lá à OEA, em Washington. Fui também a Buenos Aires e a Lisboa. E a todo lugar a que eu vou – e vou continuar indo –, eu vou denunciar o que está acontecendo aqui, porque aqui não tem democracia. Não podemos dourar a pílula! Porque a gente não coloca a cabeça no travesseiro para dormir.

    Senador Magno Malta, para encerrar, eu queria dizer-lhe que o que o senhor falou aí, do pigmeu moral, dito pelo Ministro do STF, é muito grave. É um ataque a esta instituição – é um ataque a esta instituição! Sincericídio de dizer que houve traição; entregando o jogo, o jogo sujo, nefasto, entre Poderes da República.

    Agora, o Senador Jorge Seif, que até há pouco estava conosco aqui, entrou com um voto de repúdio – e eu já disse aqui, de pronto, que assino com ele – sobre a declaração do Lula, lá na COP, referindo-se a este Parlamento, este Congresso brasileiro, de que é a raposa cuidando do galinheiro. Ora, nós! O Senado precisa dar uma resposta! O voto de repúdio vai circular aqui, e nós precisamos... Que é isso? É ataque do Executivo e ataque do Judiciário?

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Acuse-os daquilo que você é. Ele nos chamou de raposas tomando conta do galinheiro, porque ele sabe, exatamente, o que ele é, o que é o galinheiro, e quem toma conta: ele sabe porque ele foi preso, sabe porque o Vaccari foi preso, ele sabe do Delúbio Soares; ele sabe de todos eles.

    E aqui, é o seguinte, hoje, eles vêm aqui, gritam e atacam o Moro. O Moro tinha que entrar no Google... Pelo amor de Deus!

    A assessoria do Moro está me ouvindo? Pelo amor de Deus, entra no Google lá e escreve: eleições de 2018; Senadores; propaganda eleitoral dos Senadores candidatos em 2018. Ele vai encontrar quase a metade, que se elegeu usando o nome dele em 2018: "Eu serei um soldado de Moro! Serei um soldado da Lava Jato! Se chegar ao Senado...".

     Ei, Moro, pega essas imagens e lava a cara dos caras, velho! Passa na cara dos caras! Bota aqui, Moro, o cara dizendo que tu é o cara, que tu é fera; que ia virar Senador para te ajudar!

    Ele, quando falou, foi um ato falho: raposa tomando conta do galinheiro. Acuse-os daquilo que você é.

    É isso, Senador Girão.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Quem é que foi condenado em três instâncias, citado em centenas de delações premiadas, condenado por lavagem de dinheiro, por corrupção? Raposa cuidando do galinheiro. O sistema ajudou a colocar o raposão, e vem atacar o Congresso?

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – É a tática, não é? Depois, manda os interlocutores virem passar... Amanteigar, não é? Tem uns que falam manso, chegam ao ouvido da gente: "Dá para você receber Fulano? Não tem nada a ver. Eu sei que você vai votar contra...".

    Não me procure, pelo amor de Deus! Não me procure. Não me procure, pelo amor de Deus, porque eu tenho vergonha! E eu não vou recebê-lo não é por causa dele, não, mas por minha causa. Eu sei quem eu sou. Eu sei o tamanho da minha honra, da minha dignidade. Não me procure!

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Senador Magno Malta, para encerrar o meu aparte, já agradecendo a benevolência do Senador Izalci...

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Não, o espírito de Mão Santa está sentado ali. Ele vai ficar ali até meia-noite.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Olha, o Senado vai demonstrar...

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - DF) – Depois desse elogio que você fez, não tem como negar.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – O Senado tem tudo para demonstrar... Aí é o que o senhor falou: não é por nós, não é por visão política e ideológica, mas por hombridade. O Senado tem o dever moral de rejeitar o nome de Flávio Dino, por tudo o que aconteceu num passado bem "recentezinho", de semanas atrás. A pessoa não pode mudar do dia para a noite. Foi deboche com o Parlamento; foi descaso, lá na CPMI, de que nós três participamos, o negócio das imagens; um desrespeito aos colegas de Parlamento. É dama do tráfico serelepe dentro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, andando com desenvoltura. É ir para o Complexo da Maré sem segurança, mas dizer que aqui dentro do Congresso não tem segurança. Como, se ele está visitando os gabinetes?

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – O bicho é macho, hein? Entrar no Complexo da Maré sozinho... Vou te falar um negócio, velho: o cara é do outro mundo. O cara é do outro mundo.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Senador Magno Malta, o senhor é evangélico, o senhor é um cristão. Não cabem na mesma frase comunismo e cristianismo e Deus.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Não; são antagônicos!

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Não cabe! E foi dito por ele, com todas as letras: "comunista, graças a Deus"; leninista.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Para debochar: "Eu faço o que Lenin falou".

    Leiam o Decálogo de Lenin! As pessoas que não sabem, que estão em casa, entrem na internet e escrevam assim lá no Google: "o que Lenin falou sobre família, propriedade, religião...", o que você quiser. E você vai encontrar o que Lenin falou.

    Então, é o seguinte: a Bíblia dele é o Decálogo de Lenin.

    Mas eu acho que, corajoso como ele é – ele é muito corajoso, eu acho –, quando chegar à CCJ, vai fazer do mesmo jeito: ele vai arrotar aquela valentia dele, sabe? Ele vai dizer que CAC é bandido, sabe? Ele vai... Eu tenho certeza! Eu tenho certeza absoluta de que ele vai olhar nos nossos olhos e vai dizer que vê ódio, que não sei o quê... Ele vai debochar, porque ele é debochado, ele não se esconde. Esta virtude ele tem: ele não se esconde.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Infelizmente...

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Todo cidadão sabe quem é Flávio Dino, porque ele tem a necessidade de mostrar a sua essência. E tenho certeza de que, com essa coragem, com essa virulência, ele vai se sentar ali no banco da CCJ e vai fazer a mesma coisa, e os Senadores vão ficar tremendo.

    Eu mesmo vou... Meu Deus, assim... Eu vou até pedir para três assessores ficarem ali com soro...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – ... com um negociozinho. Porque, só de o nome dele ter sido indicado, olhe aqui... Olhe aqui, Senador. Está vendo aqui? Olhe como eu envelheci, como eu estou enrugado de medo dele. Isso aqui é medo, sabia? Olhe o tanto de ruga que tem aqui.

    E eu vou pedir a um assessor para me dar uma força; uns três, não é? Vou chamar um médico e tal para ficar ali perto de mim, porque o homem é brabo. O homem é brabo.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Senador...

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Ele falou que, quando um homem é indicado pelo Presidente, troca até de roupa. Não foi? E ele não está botando gravata vermelha mais, não – podem ver as entrevistas –; é azul, preta...

    Morde aqui para ver se sai leite. Mamãe, me acode, viu, Senador Girão?

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Senador...

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – É uma zombaria – é uma zombaria!

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Senador, tudo o que o Brasil precisa é de paz, e tudo o que o brasileiro critica hoje... Estão aí as pesquisas mostrando o brasileiro, Senador Izalci, olhando para o Supremo com uma imagem péssima da Corte Maior do nosso país. Por quê? Qual é a principal razão? Por causa da politicagem lá dentro; da política, da intervenção nos outros Poderes. Vai colocar justamente um político nato lá dentro? E o pior: eivado de revanchismo, de ódio, porque é isso que ele exala nas entrevistas midiáticas dele. Não bate.

    O Senado tem a oportunidade – e, aí, cabe a cada um de nós – de nos aproximar definitivamente da população ou de nos afastar de vez dela. Essa é a responsabilidade que nós temos aqui. Não é para a gente, não; a gente vai embora rápido. Eu estou falando é dos nossos filhos e netos.

    São quantos anos, Senador Magno Malta? Essa... São 26, é isso?

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – São 25 ou 26, mas é por aí.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Para os nossos filhos e netos...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... nós vamos fazer uma sabatina e aprovar um nome que vai guardar a Constituição do Brasil. E o que é que a gente está vendo hoje do Ministro da Segurança Pública e Justiça desta nação? É só reflexão – só reflexão.

    Que Deus abençoe e que Deus intervenha nos corações justos desta nação, para que o Senado, na véspera do seu bicentenário, possa se levantar de vez.

    Muito obrigado.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Eu agradeço. Gostaria que o aparte do Senador Girão fosse colocado no meu pronunciamento, acolhido no meu pronunciamento.

    Eu agradeço ao Senador Izalci pela complacência comigo, mas o tema é tão importante... Esses temas, em dez minutos, realmente ninguém consegue... E não é sempre que a gente tem uma oportunidade como essa.

    Quero testemunhar que V. Exa. – não é por causa da complacência, por causa deste momento – é um homem público probo. Não diria que V. Exa. é exemplar, porque exemplar V. Exa. não é; porque os maus servem de exemplo, os bons servem para ser copiados. V. Exa. é dos bons, que servem para ser copiados.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/12/2023 - Página 44