Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre o livro “Para não esquecer: políticas públicas que empobrecem o Brasil”, organizado por Marcos Mendes, com destaque para a necessidade de se tratar os problemas nacionais de forma fatiada em diversos campos como: educação, obras, segurança pública, transportes, entre outros.

Autor
Confúcio Moura (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Confúcio Aires Moura
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Economia e Desenvolvimento, Educação, Infraestrutura, Segurança Pública, Viação e Transportes:
  • Comentários sobre o livro “Para não esquecer: políticas públicas que empobrecem o Brasil”, organizado por Marcos Mendes, com destaque para a necessidade de se tratar os problemas nacionais de forma fatiada em diversos campos como: educação, obras, segurança pública, transportes, entre outros.
Publicação
Publicação no DSF de 07/02/2024 - Página 26
Assuntos
Economia e Desenvolvimento
Política Social > Educação
Infraestrutura
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Infraestrutura > Viação e Transportes
Indexação
  • COMENTARIO, LIVRO, ECONOMIA, POLITICA PUBLICA, EDUCAÇÃO, OBRAS, OBRA PUBLICA, TRANSPORTE.

    O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - RO. Para discursar.) – Sr. Presidente, Senadores presentes neste Plenário, aos Senadores que estão nos gabinetes, aos que estão ainda em seus estados, meus cumprimentos. Primeiro, quero desejar a todos boa sorte neste ano legislativo que se inicia. Que a gente consiga efetivamente trabalhar as boas leis, aprová-las, principalmente as leis complementares que vão realmente disciplinar a reforma tributária brasileira.

    Eu quero aqui também saudar o Senador Flávio Dino por estar aqui conosco nesta tarde serena e chuvosa aqui de Brasília, prestigiando-nos aqui no Plenário, presidindo por um tempo a nossa Mesa. É uma satisfação muito grande ele estar aqui, exercendo o seu mandato de Senador eleito. Embora tenha ficado pouco tempo, ocupou um espaço maravilhoso no Ministério da Justiça.

    Srs. Senadores e a população em geral, este livro aqui é um livro extremamente interessante. Ele é organizado pelo economista Marcos Mendes e prefaciado por Marcos Lisboa. A apresentação é do ex-Presidente do Banco Central Ilan Goldfajn. Deste livro, intitulado Para não esquecer: políticas públicas que empobrecem o Brasil, também participaram inúmeros especialistas em economia do Brasil, que fizeram uma análise dos nossos erros do passado e realmente apontam, neste livro, os erros que a gente não pode repetir. O Brasil tem o costume useiro e vezeiro de repetir erros, e nós não podemos mais perder tempo com coisas que deram errado no passado e que nós não queremos que se perpetuem no futuro.

    Baseado nele, é o meu discurso de hoje. Primeiro, nós somos brasileiros e nós temos muito orgulho de sermos brasileiros, de vivermos aqui no país.

    Nós temos um sentimento de emoção ao ouvir o nosso Hino Nacional, ao ver flamejando a Bandeira do Brasil, com o verde e o amarelo tremulando ao vento. Nós gostamos, admiramos e nos emocionamos com a camisa da Seleção Brasileira, do pessoal do voleibol, dos nossos atletas que nos representam mundo afora.

    Somos realmente um grande país, com a dimensão dos maiores países do mundo; temos muitas potencialidades já conhecidas e diagnosticadas, mas temos graves problemas e dificuldades para resolver. E são tão grandes, muitas vezes, as nossas dificuldades, o nosso imobilismo no crescimento, a nossa permanência nesse estágio de renda média há muitos anos, em que não se consegue arrancar e sair do lugar na renda do nosso povo, no combate às desigualdades, sempre ficando no marche-marche e repetindo os erros de sempre.

    Se os erros são grandes, Sr. Presidente, nós temos que fatiar os erros, picotar esses erros em pedacinhos e ir resolvendo um a um, dentro do possível, mas não retrocedendo e tendo um compromisso de estado e de consecução, para que a gente possa evoluir e avançar.

    Entre as inúmeras falhas que nós temos – e que temos que admitir – é que somos muito ruins em educação. Nós, realmente, temos vergonha quando se anunciam os resultados mundiais de análise de desempenho escolar aqui do Brasil. Então, nós temos que fatiar a educação. E, agora, eu estou vendo ali, com o Ministro Camilo Santana, uma boa vontade muito grande. Ele está fazendo justamente o que eu estou falando: fatiando um pedacinho da educação e focando especialmente na alfabetização na idade certa, no ensino profissional e no ensino médio. Isso é indispensável, porque nós temos, simplesmente, 11 milhões de jovens que nem estudam, nem trabalham – e 11 milhões não é pouca gente não! –, nós temos 11 milhões de jovens improdutivos entre 17 e 29 anos de idade. Isso é muito grave! Isso é um prejuízo para o PIB brasileiro! Se todos viessem a trabalhar e estudar, nós cresceríamos mais. Isso é muito importante!

    Então, temos que fazer esse fatiamento dos nossos problemas e encará-los, para que, dentro de 20 anos, 30 anos, nós realmente possamos sair dessa armadilha da renda média. A Índia está saindo e alguns países já saíram, mas o Brasil fica pisoteando no mesmo lugar e não sai dessa condição permanente.

    Muito bem! Essas políticas mal procedidas no passado são responsáveis por esse universo enorme de obras inacabadas.

    Agora, nesse recesso, todos nós viajamos para os municípios. Eu aqui duvido que um ou outro Senador não tenha encontrado uma obra de uma escola, uma creche ou uma ponte paralisada neste país imenso. São milhares de obras inacabadas. E o Presidente Lula colocou o PAC para, realmente, entregar e acabar com esse investimento negativo de obras que não estão dando nenhum resultado social.

    Então, este livro aqui, que eu mostrei para os senhores, Para não esquecer: políticas públicas que empobrecem o Brasil... Fatiar as dificuldades, picotar as dificuldades e ir resolvendo, passo a passo, de uma maneira avaliada e observando os resultados efetivos das políticas estabelecidas.

    Aqui eu ouvi o discurso do Senador Flávio Dino sobre a violência, sobre o seu desempenho lá no Ministério da Justiça.

    Lógico que ele não resolveu todos os problemas, mas ele deu encaminhamento suficiente para, realmente, fatiar o crime organizado: os trabalhos nas regiões portuárias do Brasil, as investidas da Polícia Rodoviária Federal na prisão e apreensão de drogas no país... Ele falou números exorbitantes, de toneladas, mais de 100 mil toneladas de cocaína. Representa muito!

    A questão de desarmar a sociedade. Ele foi colocando os seus pontos. Não podem parar essas políticas iniciadas pelo Ministro Flávio Dino. Devem continuar, senão será um prejuízo extraordinário, essa falta de continuidade no trabalho iniciado.

(Soa a campainha.)

    O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - RO) – E assim sendo, Sr. Presidente, temos muitos assuntos a tratar: esses modais de transportes, a integração. Só temos rodovias no país – e em todos os países que se desenvolveram ... – e Norte e Sul, Leste e Oeste são cortados por ferrovias e pelas hidrovias brasileiras.

    O Irajá, nosso colega aqui, há cinco anos que o Senador Irajá fala no Pedral do Lourenço, não é verdade? No Pedral do Lourenço! Para que o Rio Tocantins seja navegável de ponta a ponta. Tem um pedral que atrapalha o acesso desse rio a outros estados brasileiros, até o oceano.

    O tempo conspira para que eu encerre por aqui, mas é essa a minha mensagem da tarde.

(Soa a campainha.)

    O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - RO) – Quero desejar a todos os Senadores boa sorte e muita saúde! E vamos em frente.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/02/2024 - Página 26