Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas às recentes declarações do Presidente Lula que compararam a reação do governo de Israel na situação conflituosa na Faixa de Gaza ao Holocausto. Cumprimentos ao Presidente Rodrigo Pacheco pelo pedido de retratação.

Autor
Mecias de Jesus (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/RR)
Nome completo: Antônio Mecias Pereira de Jesus
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais, Atuação do Senado Federal, Governo Federal:
  • Críticas às recentes declarações do Presidente Lula que compararam a reação do governo de Israel na situação conflituosa na Faixa de Gaza ao Holocausto. Cumprimentos ao Presidente Rodrigo Pacheco pelo pedido de retratação.
Publicação
Publicação no DSF de 22/02/2024 - Página 21
Assuntos
Outros > Assuntos Internacionais
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, COMPARAÇÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, SITUAÇÃO, CONFLITO, FAIXA DE GAZA, HOLOCAUSTO, CONGRATULAÇÕES, PRESIDENTE, RODRIGO PACHECO, PEDIDO, RETRATAÇÃO, GOVERNO BRASILEIRO.

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RR. Para discursar.) – Cumprimento o Sr. Presidente, caro amigo Senador Lucas Barreto, competente Senador, defensor das causas do Brasil e em especial as do Amapá; cumprimento também o Senador Chico Rodrigues, as Sras. Senadoras e os Srs. Senadores.

    Quero aqui manifestar, no Plenário desta Casa, o meu mais veemente repúdio, Sr. Presidente, às colocações do Presidente Lula da Silva, que comparou a reação de Israel aos ataques sofridos no último dia 7 de outubro ao Holocausto nazista praticado contra os judeus na Segunda Grande Guerra. Sei que esse tema já foi tratado bastante aqui na sessão de ontem e hoje, mas não poderia, Sr. Presidente, existir declaração mais inapropriada. Ela revela profundo desrespeito à memória e às famílias daqueles que sucumbiram no martírio dos campos de concentração nazista, construídos pela Alemanha de Hitler.

    A guerra empreendida por Israel contra o Hamas é um rechaço às ações daquele grupo terrorista, que invadiu aquele país durante a realização do festival Supernova, que contava com a presença maciça de jovens israelenses e oriundos de outras nacionalidades.

    Sem aviso e sem motivo, o Hamas matou friamente cerca de 1,3 mil espectadores, sem contar o sequestro de 253 pessoas, entre civis e militares, inclusive vários bebês, alguns com menos de dois anos. O registro em vídeos, circulando nas redes sociais, comprova a barbaridade do grupo terrorista Hamas.

    Vimos ainda, naquela ação, militares israelenses de ambos os sexos sendo torturados em público, depois de detidos, e conduzidos à Faixa de Gaza em veículos, que efetuavam paradas em vias públicas em que os prisioneiros eram surrados e execrados.

    Até hoje, Sr. Presidente Chico Rodrigues, não se sabe o número total de sequestrados em poder dos terroristas, nem a condição de saúde em que se encontram esses reféns, submetidos a tanta humilhação.

    Seria de bom alvitre solicitar ao Presidente da República, já que ele parece ter tão bom relacionamento com o Hamas, que interviesse para que aquele grupo entregasse os reféns sequestrados, que nada têm a ver com essa aventura escabrosa.

    Israel quer o retorno de suas cidadãs e cidadãos, para que, finalmente, possa se encaminhar uma solução para o impasse vivido.

    O que não se compreende é que uma nação invadida não tenha condições de se defender, de reagir a um ataque tão covarde, vergonhoso. Israel tem, sim, o direito de defender o seu território e o seu povo. Afinal, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, quem começou toda essa desordem? Quem invadiu o país vizinho e cometeu os mais condenáveis atos, assassinando pessoas desarmadas, que se encontravam em um festival, totalmente despreparadas para enfrentar tal absurdo?

    O grupo terrorista Hamas, inclusive, emitiu nota agradecendo ao Presidente Lula o empenho com que Sua Excelência o defendeu.

    O Governo israelense declarou o Presidente brasileiro como persona non grata, proibindo-o de pisar em seu território.

    O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu convocou o Embaixador brasileiro em Israel para que preste esclarecimento a respeito da comparação que o Presidente brasileiro fez entre a reação de Israel e o Holocausto praticado pelos alemães nazistas.

    Tudo isso nos enche de desonra. E a maioria do povo brasileiro não concorda com a política externa que vem sendo posta em prática pela administração do Presidente Lula em nosso país. A diplomacia brasileira jamais assumiu tal condenável linha de ação. Mas o pior de tudo, Sr. Presidente, Sras. Senadoras e Srs. Senadores, é a gritante contradição por que envereda o Presidente Lula. Ele não quer que Israel reaja à agressão perpetrada pelo grupo terrorista Hamas, buscando resgatar as centenas de sequestrados levados pelos terroristas. O Presidente Lula condena Israel, ao mesmo tempo em que apoia o ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, que está massacrando o seu povo e encarcerando os que lhe fazem oposição. A esse ditador o Presidente Lula convida para o Brasil, e coloca, vergonhosamente, nossas Forças Armadas perfiladas para fazer continência a um suspeito de tráfico internacional, que é o Presidente Maduro.

    A população do meu querido Estado de Roraima está sofrendo horrores com as levas de refugiados que continuam chegando ao nosso estado, expulsos pela política genocida de Nicolás Maduro.

    Por fim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu quero me congratular com o Presidente desta Casa, Senador Rodrigo Pacheco, que solicitou uma retratação do Presidente Lula, diante da comparação infeliz que fez entre a reação do Governo de Israel à agressão praticada pelo grupo terrorista Hamas e as ações criminosas de Hitler no Holocausto nazista.

    A população brasileira em sua maioria repudia a agressão infundada que o Presidente da República, Lula da Silva, cometeu contra Israel. E o Brasil pede ao Presidente Lula: não seria demais e nem vergonhoso pedir desculpas ao povo israelense.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/02/2024 - Página 21