Presidência durante a 10ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa de reequilíbrio entre os Poderes da República, especialmente em razão do ativismo político-ideológico do STF.

Autor
Eduardo Girão (NOVO - Partido Novo/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Presidência
Resumo por assunto
Organização do Estado:
  • Defesa de reequilíbrio entre os Poderes da República, especialmente em razão do ativismo político-ideológico do STF.
Publicação
Publicação no DSF de 02/03/2024 - Página 23
Assunto
Organização do Estado
Indexação
  • DEFESA, RENOVAÇÃO, IGUALDADE, ATUAÇÃO, PODERES CONSTITUCIONAIS, REPUBLICA, MOTIVO, ATIVISMO JUDICIAL, POLITICO, IDEOLOGIA, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Muito obrigado, Senador Izalci, do Distrito Federal, aqui um dos Senadores mais presentes e sempre muito combativo.

    Eu quero dizer, Senador Izalci, que eu acolho e me solidarizo com o senhor também, porque é tanto vilipêndio que está acontecendo no Brasil que eu sei que esse seu desabafo... E o senhor é um Senador que assina situações em que a gente quer apenas cobrar a Constituição, cobrar o que está na lei, certas medidas, pelo fim das decisões monocráticas o senhor votou, pedido de impeachment o senhor assinou, o senhor tem feito a sua parte. Eu acho que a gente precisa conquistar o coração e a mente de mais Senadores para que o Brasil possa reequilibrar, o grande problema é a falta de reequilíbrio entre os Poderes da República. Hoje você tem o STF, que é importantíssimo para a democracia, o pilar da nossa democracia, mas, pelo ativismo político-ideológico de alguns de seus membros, manda e desmanda, faz e desfaz, rasga a Constituição, fica por isso mesmo, e esta Casa precisa cumprir o seu dever. Uma hora, água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

    O senhor, que é um Parlamentar que vai à feira, que vai ao mercado, como o Senador Styvenson também. Estive lá no Rio Grande do Norte, fui na escola dele, o que ele vai abordar agora, nós que andamos junto com a população sentimos já um descontentamento generalizado em pessoas até que são a favor do Governo, que são de esquerda, de centro, que estão percebendo que já foi longe demais. Se você pegar, Senador Izalci, o senhor estava falando sobre a Petrobras, o senhor foi da CPI da Petrobras, um gerente, eu vou repetir aqui... Se você que está me assistindo e me ouvindo não sabia, o Senador Izalci sabe, porque ele participou de todas as CPIs e CPMIs aqui, porque ele está há muito tempo nesta Casa, um gerente da Petrobras do terceiro escalão devolveu R$500 milhões, meio bilhão, com "b" de bola, é dinheiro que não acaba mais. Dava para fazer quantas escolas, quantos hospitais, o cara devolveu, e a gente vê ministro do Supremo anulando acordo de empresa, multas bilionárias, "b" de bola, "i" de índio, numa canetada. Quando a gente vê isso, as pessoas de bem ficam indignadas e nos cobram com razão, você está certo em nos cobrar, sempre de forma respeitosa e tudo, mas eu sempre digo: ou a gente aprende pelo amor ou a gente aprende pela dor. O sofrimento que o brasileiro está passando, a provação que ele está passando, e nunca a resposta é a violência, nunca deve ser violência, mas vote melhor, acompanhe o seu representante, o que ele fez durante o mandato, como se posicionou, como votou, se ele se escondeu de assuntos importantes, se fica dourando a pílula, é importante a sociedade, isso é cidadania.

    Eu tenho certeza, Senador Izalci, de que nas próximas eleições, pelo que eu sinto nas ruas, as pessoas estão entendendo melhor de política, estão gostando de política brasileira e vão escolher melhor seus representantes. Quem fica, para não se desgastar, o populismo, para não se desgastar com o setor a ou setor b, fica tirando o pé, não entra em bola dividida. Eu ouvi muito isto aqui: rapaz, não vou entrar em bola dividida, não quero confusão.

    E está aí o país que eles entregaram porque, como o Senador Styvenson falou aqui do meu lado há pouco tempo, alguns dos itens que o senhor falou ali daqueles 14 itens que só os ministros do STF fazem é porque este Senado deixou, este Senado foi covarde. E nós fazemos parte do Senado, nós também. Somos minoria? Somos, mas deixamos isso acontecer.

    Como é que pode reparar o mal? Passou, passou. Vamos olhar para frente. É a gente reequilibrar os Poderes. E aí, para mim, não tem jeito. É um remédio amargo, mas é necessário. É preciso ter coragem, é preciso ter disposição para servir as próximas gerações deste país, que é um impeachment. Um dos 60 que está aqui embaixo ter a coragem de enfrentar porque está demais, está demais. A população já entendeu.

    Então, muito obrigado, Senador Izalci. Eu passo a palavra e já pedindo desculpa por ter também avançado.

    Senador Styvenson Valentim, o senhor tem 20 minutos regimentais para usar o seu tempo, com a tolerância da Casa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/03/2024 - Página 23