Discurso durante a 21ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar os 50 anos da nomeação do ex-Ministro Alysson Paolinelli no Ministério da Agricultura.

Autor
Wellington Fagundes (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }, Homenagem:
  • Sessão Especial destinada a comemorar os 50 anos da nomeação do ex-Ministro Alysson Paolinelli no Ministério da Agricultura.
Publicação
Publicação no DSF de 16/03/2024 - Página 11
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, NOMEAÇÃO, ALYSSON PAOLINELLI, MINISTERIO DA AGRICULTURA (MAGR), HOMENAGEM POSTUMA, EX-MINISTRO DE ESTADO, ELOGIO, PERSONAGEM ILUSTRE, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, TECNOLOGIA, AGRICULTURA, ENFASE, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA (EMBRAPA).

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar. Por videoconferência.) – Meu caro Presidente Izalci, estou aqui no interior do Mato Grosso, acompanhando desde o início essa sessão, e quero dizer que estou aqui porque vim acompanhar a primeira mulher Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, que veio visitar o primeiro estado brasileiro, ela que também foi companheira de Alysson Paolinelli.

    Todos nós sempre admiramos essa figura que hoje reverenciamos aqui, por isso eu quero cumprimentar a Sra. Marisa de Sena Gonzaga, que acabou de falar, viúva do ex-Ministro Alysson Paolinelli.

    Também quero cumprimentar aqui o Paulo Afonso Romano, que é o representante da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil; e ainda o meu amigo, companheiro, que eu admiro muito, o nosso sempre atuante Roberto Rodrigues, também ex-Ministro da Agricultura, por meio de quem eu cumprimento todos os ministros e ex-ministros; e o Governador Eduardo Azeredo, que representa toda a população mineira, a sapiência mineira.

    Eu quero aqui também cumprimentar o meu confrade Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, que tenho a honra também de compor, por indicação do próprio Josélio, que foi uma das pessoas que procurou tanto o Senador Izalci quanto a mim para que propuséssemos essa sessão em homenagem à história desse grande brasileiro.

    E aí eu quero lembrar que Alysson Paolinelli, com apenas 37 anos, fez uma gestão brilhante, como já foi relatado aqui pelo Senador Izalci, falando muito do seu currículo, e foi com ele que teve início – ele foi o grande protagonizador disso – a modernização de todo o setor agrícola.

    Alysson Paolinelli tinha consciência do peso representado pelas desigualdades regionais e de que principalmente a má distribuição de renda não satisfazia as exigências de uma sociedade que pretendia se desenvolver. Sabia ele que o desenvolvimento nacional passava necessariamente pela transformação do setor agropecuário.

    E aí eu me lembro de que, em entrevista em cadeia nacional, ele ressaltou o papel da ciência na revolução agrícola brasileira. Ele fez questão, e sempre falava isso, de dizer que o Brasil terá o grande papel de fazer essa revolução, e ele citou assim, abro aspas: "A ciência sempre traz inovações; ela é capaz de criar conhecimentos, especialmente [para] a produção, que defendam as plantas, que as façam [sempre] mais produtivas". Ou seja, a ciência é a que se encarregaria de que a gente tivesse produtividade no país. E sua visão demonstrou na prática, ao ocupar o cargo de Ministro da Agricultura, o quanto era importante investir na ciência, na inovação e na formação de profissionais: já se falou aqui do seu papel na inovação da Embrapa, que reconhecidamente é hoje a maior empresa de pesquisa mundial.

    E aí, meu caro Rodrigues, nosso querido Roberto Rodrigues, eu quero lembrar aqui de uma entrevista que V. Sa. concedeu também para o Brasil. E abro aspas para o que V. Sa. falava: "Alysson Paolinelli fez uma revolução inestimável. Até os anos 70 do século passado, [..] [o país] importava alimentos". E, a partir daí, ele lembrava bem também que "nós importávamos arroz, feijão, leite". Por isso, ele ficou cinco anos no Ministério da Agricultura e transformou o Brasil com tecnologia, principalmente sempre através da Embrapa, "tropicalizou a pesquisa brasileira, conquistou o Cerrado e transformou o Brasil em um dos maiores exportadores de alimentos do mundo e o maior saldo comercial agrícola do mundo". Essas aqui foram as sábias palavras de Roberto Rodrigues.

    Por isso, ainda completo aqui dizendo que Alysson Paolinelli foi um visionário, foi um homem e uma liderança capaz de olhar décadas à frente do seu tempo. Ele foi o líder na criação da agricultura moderna e sustentável em terras tropicais em larga escala. O legado deixado por ele foi imenso, e todos nós brasileiros somos beneficiários de sua maior obra: uma agricultura adaptada aos trópicos.

    Até o início da década de 1970, o Brasil se via diante de um paradoxo: uma abundância de terras e de recursos naturais, mas uma produção agrícola muito abaixo do seu potencial. Por isso, Paolinelli deixou-nos a ideia de que podemos ser prósperos ao explorar de maneira científica e racional os nossos recursos naturais. Além disso, centenas de milhões de pessoas em outras partes do mundo também se beneficiaram do progresso agrícola brasileiro. Hoje o Brasil representa 16% da exportação de alimentos. Além disso, desde a década de 1970, o custo da alimentação na despesa da família foi reduzido quase à metade graças ao aumento da eficiência na produção de alimentos. O aumento da produtividade significou ainda que mais alimento pode ser produzido em uma área menor, o que resultou na preservação ambiental de milhões de hectares de terra do Cerrado brasileiro, um exemplo mundial de desenvolvimento agrícola sustentável e que hoje, principalmente, dadas as condições climáticas e o efeito do El Niño, mais do que nunca é importante todos nós estarmos com esse foco.

    E aí eu me lembro de que, de 1975 até 2020, a produção agrícola no Brasil cresceu 384%, claro, por causa da nossa produtividade – 500% representam tudo isso. E isso resultou em uma melhoria de 73% do Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios de base agropecuária no período de 1990 a 2010. E, no meu Mato Grosso, hoje a gente comemora por ser um estado campeão na produtividade, porque temos aqui uma agricultura de precisão, dado exatamente todo esse incentivo da pesquisa.

    Hoje, o Mato Grosso é campeão na produção de proteína animal. Já ultrapassamos a Argentina na produção de soja, respondemos hoje por quase 80% da produção nacional de algodão, milho e outros produtos.

    E aí eu quero aqui também fazer uma referência a outra figura que com Alysson Paolinelli trabalhou muito por isso, que é o nosso ex-Senador, que também já está lá no céu, junto com Alysson Paolinelli, o nosso companheiro Jonas Pinheiro. Então, faço aqui uma referência, porque os dois trabalharam muito em conjunto e todos aqui que estamos falando e vamos falar somos testemunhas disso.

    Por isso, nesta sessão em que celebramos os 50 anos de sua posse como Ministro da Agricultura, devemos enaltecer esse que foi, sem dúvida nenhuma, um dos maiores brasileiros. Obrigado, Alysson Paolinelli, obrigado pelo que fez pelo Brasil e por todos nós. Cabe-nos agora dar prosseguimento ao seu legado e assegurar que esse seja um dos países mais ricos, mais prósperos e mais generosos com todos os brasileiros. E faço isso. E agora, como meu pai sempre falava, vamos ter que tocar para frente. Por isso, essa homenagem aqui.

    Nas pessoas de toda a família de Alysson Paolinelli, eu aqui agradeço muito a presença conosco da Sra. Marisa de Sena Gonzaga, a viúva. Nas pessoas de toda família de Alysson Paolinelli, o nosso agradecimento eterno, de todos os brasileiros. Muito obrigado.

    Agradeço a Deus também a oportunidade de propor, junto ao Izalci, a pedido aqui do nosso companheiro Josélio, a feitura dessa pequena homenagem, desse pequeno reconhecimento a esse brasileiro que tanto fez por todos nós e principalmente pelas futuras gerações.

    Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/03/2024 - Página 11