Comunicação inadiável durante a 23ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato de reunião de S. Exa. e outros Senadores com o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, a fim de cobrar andamento aos trabalhos da CPI da Covid.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
Combate a Epidemias e Pandemias, Ministério Público, Saúde Pública:
  • Relato de reunião de S. Exa. e outros Senadores com o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, a fim de cobrar andamento aos trabalhos da CPI da Covid.
Publicação
Publicação no DSF de 21/03/2024 - Página 24
Assuntos
Política Social > Saúde > Combate a Epidemias e Pandemias
Organização do Estado > Funções Essenciais à Justiça > Ministério Público
Política Social > Saúde > Saúde Pública
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, SENADOR, PROCURADOR GERAL DA REPUBLICA, PAULO GUSTAVO GONET BRANCO, SOLICITAÇÃO, CONTINUIDADE, TRABALHO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA, PUNIÇÃO, EX-PRESIDENTE DA REPUBLICA, JAIR BOLSONARO, CULPADO, MORTE.

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para comunicação inadiável.) – Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, as pessoas que nos acompanham pela Rádio Senado e também pelas redes sociais.

    Sr. Presidente, no dia de ontem, nós, um grupo de Senadores que compuseram, fizeram parte da CPI que avaliou e apurou o gerenciamento que o Governo anterior deu ao enfrentamento à covid-19 em uma CPI, estivemos lá com o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet. Fizemos um pedido para que o Ministério Público Federal levasse adiante o trabalho da Comissão e que o próprio Procurador-Geral da República reconhecesse como de grande qualidade e extrema relevância o trabalho que foi feito pela CPI. Ele nos disse isso claramente: falou que ia prestigiar a CPI e que, naquilo que fosse possível, encaminharia as resoluções, as demandas, as denúncias feitas pela CPI.

    A CPI apresentou 11 petições depois do final do seu trabalho, ou com a conclusão do seu relatório, recomendou o indiciamento do Presidente da República à época por 10 crimes durante a pandemia – entre eles, crimes contra a humanidade –, e indiciou ainda 65 pessoas. O antigo Procurador-Geral da República, àquela época, resolveu não dar sequência à investigação e blindou os responsáveis por aquela tragédia, que provocou mais de 700 mil mortes – crimes tão ou muito mais graves do que a falsificação de uma carteira de vacinação, pela qual a Polícia Federal indiciou, agora, recentemente, o ex-Presidente da República; aliás, uma falsificação que foi feita dentro do próprio Palácio da Alvorada: os arquivos, inclusive com os nomes dos beneficiários, estavam lá nos computadores do Palácio da Alvorada.

    E as provas têm se avolumado contra o ex-Presidente da República, seus auxiliares, seus seguidores, graças a um trabalho de investigação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal, que está inclusive levando à conclusão de que aquele processo da falsificação de uma carteira de vacinação tem vínculos diretos com a própria tentativa de golpe que aconteceu em 8 de janeiro.

    Pois bem, a nossa ida ao PGR foi justamente para que aquele esforço hercúleo da Comissão, que obrigou o Governo genocida a se mover e comprar vacinas e desvendou um tenebroso esquema de corrupção na aquisição de imunizantes, de vacinas, não seja perdido. V. Exa. acompanhou o trabalho daquela CPI. O Brasil inteiro acompanhou o trabalho daquela CPI, e todos nós ficamos muito frustrados com o fato...

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – ... de que, ao chegar à PGR, aquilo ali foi colocado como que na lata do lixo.

    E saímos ontem com muitas esperanças. Primeiro, porque aquilo que não foi arquivado ainda vai avançar. E vai avançar para nós darmos algumas respostas.

    Por exemplo, a Oxfam, essa instituição internacional, atestou, num estudo feito recentemente, que no Brasil 120 mil vidas poderiam ter sido poupadas só com medidas preventivas. Portanto, não se podem deixar impunes aqueles que deram causa a essa situação.

    Houve um excesso de mortes por causas naturais naquele período, 350 mil acima do esperado, o que mostra que, com certeza, nós tivemos um número muito expressivo de mortes ocorridas por conta da covid-19.

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – Temos provas de que ações e omissões do governo passado foram decisivas para esse resultado trágico. Por isso, esse morticínio não pode passar em branco.

    Vou concluir, Presidente.

    Temos que dar àqueles que foram responsáveis pelas mais de 700 mil mortes o castigo adequado. Eles que apostaram na imunidade de rebanho, que negaram as vacinas, que montaram um gabinete paralelo com pseudocientistas, que promoveram medicamentos ineficazes, realizaram experimentos à margem da ciência, usando seres humanos como cobaias, a exemplo do que fez o regime nazista.

    Essas pessoas não podem ficar impunes. Em respeito à memória dessas mais de 700 mil vítimas, é preciso dar seguimento ao trabalho feito pela CPI. Vamos lutar em cada tribunal, em cada foro, no Brasil e no exterior, para que responsáveis pela maior tragédia humana da história do Brasil sejam punidos pelos crimes que cometeram.

    E, para isso, contamos com o trabalho da Procuradoria-Geral da República.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Muito obrigado, Sras. Senadoras e Srs. Senadores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/03/2024 - Página 24