Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Defesa da capacidade e dos talentos das pessoas com síndrome de Down.

Felicitações ao ex-Presidente Jair Bolsonaro pela passagem de seu aniversário.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Direitos Humanos e Minorias:
  • Defesa da capacidade e dos talentos das pessoas com síndrome de Down.
Homenagem:
  • Felicitações ao ex-Presidente Jair Bolsonaro pela passagem de seu aniversário.
Publicação
Publicação no DSF de 22/03/2024 - Página 41
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Direitos Humanos e Minorias
Honorífico > Homenagem
Indexação
  • ELOGIO, CAPACIDADE, QUALIDADE, PESSOAS, SINDROME DE DOWN, DEFESA, COTA, CONCURSO PUBLICO.
  • CONGRATULAÇÕES, EX-PRESIDENTE DA REPUBLICA, JAIR BOLSONARO, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, meu querido Davi Guilherme, já tivemos hoje, aqui, uma sessão especial dirigida pelo Senador Romário, homenageando as crianças, os anjos que nasceram com a síndrome de Down, autistas, mães, pais que se sentem gratos a Deus por terem recebido esses anjos.

    Eu me preparei, e esqueci que esse era um dia muito especial, e não era o discurso que eu preparei para hoje. Aliás, o que eu imaginei, e intentei na minha mente, e pontuei para fazer no dia de hoje, mas eu, quando sou assaltado pela emoção, os meus rumos tomam outros... E vendo Davi Guilherme sentado aí, eu me lembro do pai dele, biológico, meu irmão; da mãe dele. Ambos faleceram no mesmo mês. Um não teve conhecimento da morte do outro, mas Davi Guilherme já convive comigo desde que nasceu, desde muito novinho. É capaz, ama o esporte, ama a música, é carinhoso, companheiro mesmo, ao ponto de uma ameaça de gripe ele achar que pode resolver: não sai de perto, oferece tudo, quer buscar tudo. Quem tem uma criança como essa em casa?

    E algumas delas falaram aqui, pediram a palavra como Senadores – e o Senador Romário foi dando palavra a cada uma delas –, e elas se referiam todas, sempre, à família, aos seus locais; dirigiam-se aos amigos que estavam aqui, às coisas mais simplórias.

    E eu fiquei pensando, Presidente Pacheco – e pedi à minha assessoria junto com a Consultoria da Casa –: a gente fala tanto e a gente vê tanta história de cota. Eu tenho lá minhas reservas com cota, porque, daqui a pouco, nós vamos ter que pedir cota para nós também, porque está tão retalhado, está tão dividido. E eu não gostaria de ver esse universo de anjos, que são capazes, que estudam e que podem ser e praticar dentro da sua capacidade, dentro do seu talento – e eles têm muito talento, como qualquer cidadão... Por que não?

    Na Câmara, é diferente. No Senado, você precisa ter no seu gabinete concursados, tem uma cota de concursados que você precisa ter no seu gabinete, que não é de livre nomeação; você tem que ter. O chefe de gabinete tem que ser servidor do Senado.

    O Ministro Toffoli estava sentado aí. Foi o Supremo quem decidiu essa questão de nepotismo, quem é parente, quem não é parente.

    Eu acho que, nessa questão que envolve o cidadão que nasce com síndrome de Down... Muitos chegam à formação na universidade, outros, não. E que o Poder Público, seja a Câmara Federal, o Senado, as Câmaras de Vereadores, as Assembleias Legislativas tenham – não porque abriu uma vaga para o menino porque nasceu com síndrome de Down, não – para contratação mesmo, porque isso vai contar. Falar que é porque é pessoa especial... Eles já têm um tratamento especial dentro dos governos e no INSS, para que tenham certo amparo. A dignidade da sua aposentadoria vem com o seu trabalho, e acho que... Imaginem, só na Câmara, nós teríamos 81 em gabinetes. Aliás, não: lá nós teríamos 513; 81 aqui. Imaginem quantas Câmaras de Vereadores nós temos. Seria uma grande maneira de incluir, Sr. Presidente, no mercado de trabalho e seria um grande feito desta Casa.

    Independentemente dessa questão, eles estariam fora dessa questão de nepotismo, porque, se um Vereador lá no interior tem um sobrinho ou um primo que tem síndrome de Down, ele não pode nomeá-lo no gabinete porque seria nepotismo. A gente sabe que há uma série de hipocrisia em tudo isso. Veja, eles são capazes. Nós não estamos fazendo favor. É como a adoção. Antigamente, achava-se que, ao adotar uma criança, você estava fazendo favor para uma criança que você foi lá e tirou do abrigo. Eu digo: não! Essa criança é que faz o favor de entrar na nossa vida. Adoção é uma coisa divina.

    Eu disse ao Ministro Toffoli aí, falando baixinho no ouvido dele... Porque foi o Supremo que decidiu as normas, o que é nepotismo e aquilo que não é, Senador Confúcio. Que nós também decidamos. Veja que coisa maravilhosa! Vai mais além de sessão especial. Há muita coisa a se fazer e acho que, a muitas mãos, isso pode dar certo. Se esta Casa encabeça isso...

    Eu falava com o Ministro Toffoli, e ele disse: "Não! Muito certo. Eu acho que é plausível". Ele tem um irmão com 54 anos que tem síndrome de Down. E contou que o irmão dele aprendeu a assinar o nome aqui dentro do Senado. Como? Ele disse que, no dia em que estava sendo sabatinado, recebeu um bilhete do irmão. Era um papel que o irmão mandou para ele com o nome dele escrito: Eduardo. Ele escreveu pela primeira vez. E eu me lembro do momento em que ele estava sofrendo pra caramba, porque tinha um PSDB forte aqui, um DEM forte aqui, que saíram de porrada em cima dele lá, e o trem foi tão forte que me levou à indignação, e eu tomei as dores dele. E vi a hora em que o irmão dele, com síndrome de Down, subiu lá e deu um abraço nele. Ele veio às lágrimas hoje aqui.

    Então, mais do que a emoção, eles podem. Quando eu chego ao meu quarto, Presidente Pacheco, está tudo arrumado. Ele arruma tudo, mas eu tenho que perguntar onde é que ele colocou.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Está tudo arrumado, mas aí eu não sei onde está, porque eu sou organizado na minha desorganização. E Davi é cuidadoso, é zeloso, como todos os outros; eles têm isso com eles.

    Sr. Presidente, isso hoje eu tenho a comemorar. Eu ia falar de novo de ativismo judicial, ia ler hoje um dos discursos mais bacanas que eu já ouvi, mais profundos que eu já ouvi, de um sujeito que conhece a Constituição, de um sujeito que conhece a lei, que é o Senador Randolfe Rodrigues, um discurso que ele fez aqui cinco anos atrás, quando começou o chamado inquérito das fake news. Ninguém descreveu, como ele, com base na lei, com base na Constituição.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Até porque a gente sabe que o Senador Randolfe Rodrigues tem preparo, conteúdo jurídico para tal. Ele está ali com o telefone no ouvido, mas ele está me ouvindo também. E hoje eu ia ler o discurso dele; eu ia ler o discurso dele, cinco anos depois. Não foi um discurso, foi uma profecia, absolutamente profético em cada palavra que disse o Senador Randolfe Rodrigues cinco anos atrás. Profético!

    Mas hoje eu quero encerrar parabenizando o ex-Presidente da República Jair Bolsonaro. Hoje é aniversário dele. Bolsonaro, que Deus te abençoe, te dê saúde e forças, porque quem tem uma narrativa e uma pancada a cada cinco minutos, eu duvido que, fisicamente... Sr. Presidente, eu me cuido. Eu treino muito, eu me cuido, mas não sei se teria a mesma estrutura para aguentar a pancadaria que esse sujeito aguenta todo dia.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Cada dia é uma invenção mais esdrúxula do que a outra: é baleia, é cartão de vacina, é não sei o que e tal.

    Que Deus te abençoe, Bolsonaro. Que Deus te guarde. Aproveita esse dia. Esquece todas as coisas, porque hoje podia ser um dia do teu aniversário...

    Aproveita, Lula, e peça desculpas a Bolsonaro, você e Janja, que disseram que ele roubou 261 móveis da casa da Presidência quando eles saíram da Presidência, e agora vocês acharam 261 móveis. E vocês precisaram comprar colchão caro, comprar sofá caro, porque desapareceram, mas agora acharam. Peça desculpa, porque a desculpa foi feita para ser pedida, e tenho certeza de que, se você pedir, ele vai te perdoar. E a sociedade brasileira precisa cobrar isso, até os aliados do Lula, e dizer: "Você precisa pedir desculpas". Porque fala as asneiras que quer falar...

(Interrupção do som.)

    O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - MG) – Para concluir, Senador.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Ele deveria estar no inquérito das fake news, por que tem fake news maior que essa? Mas ele não entra; só quem entra no inquieto das fake news sou eu, Jorge Seif, qualquer outro que não bate palma para o sistema. Mas peça desculpa, Lula. Peça desculpa, peça desculpa, no dia do aniversário de Jair Bolsonaro.

    Sr. Presidente, eu agradeço muito. Muito obrigado pelo carinho com o meu filho, que é a minha alegria. Quando estou do lado dele, assim, esqueço tudo, tudo passa. O tempo é muito bem ganho, muito bem aproveitado. E ele está aí ao seu lado. Para mim, é motivo de muita alegria.

    Obrigado, Davi, por você existir, por Deus ter colocado você aqui e colocado perto de mim.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/03/2024 - Página 41