Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Lamento pelas vítimas das chuvas ocorridas no sul do Estado do Espírito Santo e insatisfação com os procedimentos necessários para envio de recursos a regiões afetadas por eventos climáticos extremos.

Críticas à sessão de comemoração do Bicentenário do Senado Federal.

Comentários sobre os resultados da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Agradecimentos àqueles que trabalham com turismo no Brasil.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Calamidade Pública e Emergência Social:
  • Lamento pelas vítimas das chuvas ocorridas no sul do Estado do Espírito Santo e insatisfação com os procedimentos necessários para envio de recursos a regiões afetadas por eventos climáticos extremos.
Atuação do Senado Federal, Homenagem:
  • Críticas à sessão de comemoração do Bicentenário do Senado Federal.
Atividade Política, Segurança Pública:
  • Comentários sobre os resultados da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Homenagem, Trabalho e Emprego, Turismo:
  • Agradecimentos àqueles que trabalham com turismo no Brasil.
Aparteantes
Jorge Kajuru.
Publicação
Publicação no DSF de 27/03/2024 - Página 40
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Calamidade Pública e Emergência Social
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Honorífico > Homenagem
Outros > Atividade Política
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Política Social > Trabalho e Emprego
Economia e Desenvolvimento > Indústria, Comércio e Serviços > Turismo
Indexação
  • PREOCUPAÇÃO, PESSOAS, VITIMA, QUANTIDADE, CHUVA, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), CRITICA, CARENCIA, PROCEDIMENTO, REMESSA, RECURSOS, REGIÃO, CALAMIDADE PUBLICA.
  • CRITICA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, BICENTENARIO, SENADO.
  • COMENTARIO, RESULTADO, INVESTIGAÇÃO POLICIAL, HOMICIDIO, VEREADOR, MULHER, MARIELLE FRANCO.
  • AGRADECIMENTO, PESSOAS, TRABALHO, TURISMO, BRASIL.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, assistência, aqueles que nos ouvem no rádio e nos veem pela TV Senado, neste momento, cumprimento todos.

    Sr. Presidente, nesse final de semana próximo passado – e ainda continua hoje –, tivemos uma grande tragédia no sul do Espírito Santo, a partir de Cachoeiro de Itapemirim, de Mimoso do Sul, dos distritos. Ontem, eu estive num distrito chamado Pacotuba. Mimoso do Sul é uma cidade que foi, praticamente, sepultada, desde as margens de Apiacá e Bom Jesus do Norte. É lamentável! Mas a solidariedade do Brasil é grande. Até ontem, 19 corpos haviam sido encontrados nos escombros formados pela lama que a chuva trouxe em Mimoso.

    Eu quero me solidarizar com o meu povo.

    O grande problema de tudo isso é a burocracia. O município precisa declarar calamidade, para que seja aceita pelo Governo estadual. E o Governo estadual declara calamidade, para ser aceita pelo Governo Federal.

    Hoje a bancada federal esteve em Brasília com o Ministro que trata das questões de infraestrutura nacional e também com a Defesa Civil nacional, para que o Espírito Santo seja socorrido o mais rápido possível.

    Eu quero agradecer a pessoas, amigos a quem, individualmente, telefonei, liguei, que socorreram pessoas. Quero agradecer aqui à Ortobom, que acabou de mandar para lá alguns colchões, para o distrito de Pacotuba. Devem estar chegando lá. As pessoas ficaram sem ter onde dormir, Sr. Presidente, mas o povo é forte.

    Ontem foi o aniversário de Cachoeiro. E a gente pensa: nada a comemorar, com a destruição que se abateu sobre a cidade. Mas temos que comemorar, porque Cachoeiro, a cidade, é capital secreta do mundo. É uma cidade de gente forte, onde eu comecei, como Vereador, e fui adotado como filho adotivo daquela terra. Um povo forte! Um povo trabalhador! Resiliente! E essa não é a primeira tragédia que se abate sobre Cachoeiro de Itapemirim após uma tromba d'água. Ontem foi aniversário da cidade. E, mais uma vez, eu cumprimento essa cidade que me deu oportunidade, onde eu comecei a minha vida pública como Vereador.

    Sr. Presidente, eu gostaria de falar sobre dois assuntos mais. Um deles foi a sessão solene de ontem, especial, dos 200 Anos do Senado. Que privilégio! Quando o Senado faz 200 anos, eu estou aqui, Senador Zequinha, no meu terceiro mandato. Esta Casa, que tem como patrono Ruy Barbosa. Ruy que, nas suas celebres frases, Senador Moro, disse, esse baiano, que a pior das ditaduras é a do Judiciário, porque contra ela ninguém pode. E nós estamos vivendo e experimentando de perto isso aqui no nosso país.

    Vou contar uma história que mãe me contou, que aconteceu na cidade de ninguém, uma cidade supostamente vizinha do fantástico mundo de Bobby ou do maravilhoso mundo de Alice. Um clube de futebol completa 200 anos. Ao comemorar a festa dos 200 anos do clube de futebol, convidam-se presidentes de outros clubes, mas os jogadores do clube não foram convidados. Os ex-jogadores, os ex-campeões não foram convidados, e muitos deles vivos. É o que ocorreu aqui ontem.

    Eram os 200 Anos desta Casa, mas o Parlamentar não podia se pronunciar. Que Casa é essa? É a minha Casa? É a sua Casa, Zequinha? É a sua Casa, Izalci? É a sua casa, Heinze? E eu não posso falar nos 200 Anos do Senado da República?

    Tem tantos ícones que estão vivos, que passaram por aqui e que gostariam de estar aqui: Pedro Simon; Eduardo Suplicy, do PT, que ficou aqui dois mandatos, e que está vivo; e tantos outros que por aqui passaram; Tasso Jereissati. O Presidente Sarney não sei se foi convidado, até porque foi Presidente desta Casa e Presidente da República – deve ter sido, pelo fato de ter sido Presidente da República, eu espero –, e tantos outros que estiveram aqui no mandato passado, que gostariam de participar dos 200 anos.

    É histórico! E não, não puderam falar. Nesse dia, o clube comemora o aniversário, mas os jogadores não podem comparecer à festa; e, se comparecerem, nada podem falar. É triste isso.

    Eu disse a alguns Senadores: eu não vou, porque não terei direito à palavra, e, se não tiver direito à palavra, eu vou falar sem o microfone estar ligado. Eu vou falar com o microfone desligado, porque eu sou Senador!

    São 200 anos! É um privilégio, é uma grande festa, mas aqui vieram os Senadores e não puderam falar, porque os presidentes de outros clubes foram convidados, menos os do clube de que se estava comemorando o aniversário. É lamentável!

    Eu não sei... Isso nada tem a ver com cerimonial, tem a ver com o presidente do clube. Por que é que o Presidente Pacheco não abriu a palavra para os Senadores? Eu sabia que não ia abrir, por isso eu não vim, porque eu ia falar mesmo sem microfone, em pé, ali embaixo, porque são 200 anos desta Casa. Falaria, Senador Kajuru – falaria, falaria sim –, porque eu sou Senador da República e são 200 anos da Casa de que eu faço parte.

    Sr. Presidente, a narrativa política, o ativo político de quem mandou matar a Marielle sumiu. Apareceram os mandantes, eles tentaram imputar, durante seis anos, a Jair Bolsonaro, mas agora todo mundo calou. A velha imprensa está só assoviando, fazendo de conta que ensurdeceu. O ouvido está cheio de cera, eles não escutam nada, não falam nada. Quem mandou matar a Marielle já apareceu.

    Eu vi uma entrevista, acho que a mãe da Marielle estava falando, e aquilo realmente doeu o meu coração, porque ela disse que a grande surpresa e decepção foi com o comandante, o delegado chefe da Polícia Civil, que as recebeu, que deu conforto, que disse que seria prioridade a investigação. Covardia, covardia! E está no rolo daqueles que mandaram tirar a vida de um ser humano.

    É triste isso, mas que bom que essa narrativa chegou ao final, que hoje a família sabe quem mandou matar, quem tramou a morte de Marielle.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – É importante saber isso, como nós queremos saber quem mandou matar, quem mandou esfaquear Jair Bolsonaro; mas agora tem uma cortina de fumaça, porque ninguém sabe comentar mais esse assunto, porque já se sabe quem mandou matar a Marielle.

    Jair Bolsonaro foi para a Hungria, e eu vi Miriam Leitão, tão capaz – eu a respeito como jornalista –, dizer: ele entrou num outro país. Porque a Hungria, a embaixada é outro país. É assim, pessoal: qualquer embaixada já é o país, mas ele entrou no país e saiu do país. Jair Bolsonaro está no Brasil. Se ele quisesse, estaria nos Estados Unidos. Voltou para o Brasil. Mas é uma bela de uma cortina de fumaça, exatamente para quem e por quem nada mais tem a falar sobre quem mandou matar Marielle.

    Eu encerro agradecendo a presença daqueles que fazem o turismo no Brasil. Ali estão sentados, Senador Kajuru, que, embora seja da base do Governo, tem suas posições próprias... Cidadãos que, nos seus estados, comandam o turismo, a rede hoteleira, estão sentados ali e estão aqui trabalhando e mostrando a necessidade que o turismo tem de não ser solapado mais uma vez com impostos pelos quais eles vão pagar o preço por conta do tanto de empregos que eles têm.

    Contem comigo e, tenho certeza, com aqueles que têm sensibilidade e sabem que o turismo é importante para o Brasil por conta dos empregos e da dignidade que produz nessa área.

    Obrigado, Sr. Presidente.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Um aparte, Presidente, por fineza.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Independência/PSDB - DF) – Pois não, Senador Kajuru.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para apartear.) – Obrigado, querido amigo...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – ... Presidente Izalci Lucas.

    Perdoem-me pela minha visão. Eu não consegui enxergar todos e todas que estão na galeria. Deus e saúde a vocês e vitórias em suas vidas!

    Magno Malta, você sabe muito bem, através de José Luiz Datena e eu, que nós três não somos colegas, nós somos amigos e temos uma história. Esta Casa sabe que eu, para discordar de um colega ou amigo, nunca o desqualifico, especialmente você. Eu jamais cometeria esse erro contigo. Agora, permita-me fazer aqui uma observação de um Senador que é realmente da base de Lula, mas que é tão isento que foi cumprimentado pelo General Hamilton Mourão por uma opinião que dei a ele numa entrevista nossa em rede mundial onde falei que, entre Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, eu prefiro acreditar em Jair Bolsonaro a acreditar em Valdemar Costa Neto depois daquela declaração dele em relação ao depoimento na Polícia Federal. Então, aqui quem...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Desculpe-me.

    Aqui, quem está falando contigo é alguém que te respeita, mas eu peço apenas para discordar respeitosamente da seguinte forma. Era preferível para alguns Senadores da oposição esse seu comportamento de, sabendo que não iria falar, não ter vindo aqui ontem na cerimônia em homenagem aos 200 anos do Senado Federal. E te explico por que de forma rápida e objetiva. Não se pode dizer aqui, como alguém já disse aqui, que a oposição não pôde falar; ninguém pôde. A situação também não pôde. Portanto, nenhum Senador pôde falar por decisão do Presidente Rodrigo Pacheco. Ponto um.

    Ponto dois: alguns amigos seus tiveram um comportamento, para mim, antipatriótico. Qual? Exemplo: alguns resolveram esperar a execução do Hino Nacional e saíram do Plenário. Isto é um desrespeito à pátria, ao Brasil.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Por exemplo: o Senador Flávio Bolsonaro ficou aqui, chegou e acompanhou a sessão. Eu tive que sair mais cedo porque eu fui com o Ministro da Educação a Goiânia para o lançamento do projeto Pé-de-Meia, o bolsa de escola, com o meu amigo Governador Ronaldo Caiado.

    Então, eu acho que aí foi um desrespeito à pátria, aos 200 anos do Senado. Então, era preferível o seu comportamento de não comparecer ao de comparecer e sair depois da execução do Hino Nacional e ainda questionar a presença de Ministros do Supremo Tribunal Federal.

    Respeitosamente, é assim que eu penso, e gostaria de fazer a observação.

    Agradeço a você por esse aparte.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Eu já reitero, Sr. Presidente...

    Senador Humberto, suba para a tribuna, suba para a tribuna, porque senão eu e o Kajuru vamos tomar seu tempo.

    Só explicando, como eu disse na tribuna: eu sabia que os Senadores não teriam palavra, por isso não vim; porque, se eu viesse, eu teria falado.

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/03/2024 - Página 40