Discurso durante a 32ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque ao ofício, de autoria de S. Exa. e outros Senadores, encaminhado à Polícia Federal, solicitando investigação das denúncias de corrupção feitas pelo Sr. John Textor, acionista majoritário do clube de futebol Botafogo. Apoio ao início dos trabalhos da CPI das Apostas Esportivas.

Defesa da democracia e da liberdade de imprensa

Registro da celebração do Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação do Senado Federal, Direito Penal e Penitenciário, Segurança Pública:
  • Destaque ao ofício, de autoria de S. Exa. e outros Senadores, encaminhado à Polícia Federal, solicitando investigação das denúncias de corrupção feitas pelo Sr. John Textor, acionista majoritário do clube de futebol Botafogo. Apoio ao início dos trabalhos da CPI das Apostas Esportivas.
Imprensa:
  • Defesa da democracia e da liberdade de imprensa
Direitos Humanos e Minorias:
  • Registro da celebração do Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.
Aparteantes
Eduardo Girão.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2024 - Página 27
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Jurídico > Direito Penal e Penitenciário
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Outros > Imprensa
Política Social > Proteção Social > Direitos Humanos e Minorias
Indexação
  • REGISTRO, REMESSA, OFICIO, AUTORIA, ORADOR, GRUPO, SENADOR, DESTINAÇÃO, POLICIA FEDERAL, SOLICITAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, ACIONISTA CONTROLADOR, CLUBE, FUTEBOL, RIO DE JANEIRO (RJ), REFERENCIA, CORRUPÇÃO, ESPORTE, APOIO, INICIO, TRABALHO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CASA DE APOSTA ESPORTIVA.
  • DEFESA, DEMOCRACIA, LIBERDADE DE IMPRENSA.
  • REGISTRO, CELEBRAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, DEFESA, DESTINAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, TRATAMENTO MEDICO.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Inicialmente, voz consagrada do Rio Grande do Norte, meu amigo pessoal, Senador Capitão Styvenson Valentim, Deus e saúde a você, seus familiares e especialmente a toda a pátria amada.

    Eu quero pedir desculpas ao Brasil, eu estou irritado. Hoje é um dos dias, desses cinco anos de mandato, em que eu perdi a paciência – e normalmente eu sou um homem perante quem Jó, da Bíblia, era afobado. Eu sou muito paciente. Eu tenho 50 anos de carreira nacional na televisão brasileira, eu já suportei de tudo; agora, tem dia que é duro.

    Eu vou começar aqui de improviso, antes do meu pronunciamento. Eu não sei quem está aqui no Plenário, você pode me avisar?

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN. Fora do microfone.) – O Senador Confúcio.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Esse honradíssimo e maior Governador da história de Rondônia, Confúcio Moura.

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN. Fora do microfone.) – Remoto, o Paim.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Remoto está, como sempre, Paulo Paim.

    Girão eu tenho certeza que está – e preste atenção, Girão, porque você também vai ficar irritado! Você, que está aí, vendo os seus amados filhos. Um beijo neles todos aí, no seu papai, na sua família toda.

    Respeito os Senadores que estão ausentes, porque esta é uma semana definitiva para filiações partidárias, mas estamos aqui, presencialmente, Confúcio, eu, Styvenson e outros Senadores com os quais estive na Comissão de Segurança Pública hoje, em uma sessão muito importante, da qual eu fui o Presidente. Mas pasmem! Passou dos limites agora.

    Você, Styvenson, não é apaixonado pelo futebol. Eu estive com você na sua casa, no seio da sua família, lá em Natal, e eu vi que a sua paixão não é futebol. A minha é. O Confúcio eu sinceramente não sei se é apaixonado por futebol. O Paim é, Paulo Paim é. O Girão não tem discussão: foi o Presidente histórico do Fortaleza; é também apaixonado pelo futebol. Aqui na Mesa Diretora não sei quem gosta de futebol.

    Mas, para quem gosta de futebol no Brasil: o dono do Botafogo do Rio de Janeiro chama-se John Textor. É um americano que veio ao Brasil e comprou o histórico time do Botafogo do Rio de Janeiro – comprou; ele é o dono –, o time de Garrincha, Didi, Zagallo, e vai por aí... João Saldanha também. Ele é dono de mais dois times no mundo: na Inglaterra, do Crystal Palace; e na França, do Lyon.

    Pasmem, Senadores que estão presentes ou remotos e brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências! Trinta dias atrás, ele fez a seguinte declaração: ele tinha a gravação de um árbitro de futebol que estava cobrando a propina de um time que não lhe pagou – ou seja, ele manipulou um resultado de jogo de futebol, correto? Nós até falamos isso aqui; eu, Girão, não me lembro de outro que tenha falado, mas eu creio até que você, Styvenson, estava na Presidência nesse dia em que eu comentei sobre esse assunto, e você fez o seu comentário, como sempre, pontual e correto. Eis que ele até hoje não apresentou a gravação. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva exigiu que ele apresentasse, e ele não apresentou; ignorou o Superior Tribunal, simplesmente, e disse que vai entregar ao Ministério Público – e até agora não entregou. Já se passaram 35 dias.

    Eis que agora, hoje, ele traz duas revelações gravíssimas, denúncias que, se forem verdadeiras, ele tem que ser aplaudido, respeitado e ter uma estátua, mas, se forem mentirosas, ele tem que ser banido do Brasil, preso e nunca mais entrar no país, porque vejam a irresponsabilidade desse cidadão.

    Ele declarou que cinco jogadores do São Paulo Futebol Clube – um time histórico, respeitado – se venderam, receberam propina do Palmeiras no jogo da Série A do Campeonato Brasileiro, a elite do futebol – não é Série D, é Série A –, que cinco jogadores do São Paulo se venderam para o Palmeiras, que goleou o São Paulo nesse jogo por 5 a 0. Ele disse que tem provas. Terceira declaração dele, ele disse que tem provas de que o Palmeiras comprou arbitragens para ser campeão brasileiro.

    O que eu fiz agora? Enviei à Polícia Federal, ao Diretor Andrei, que para mim é o maior Diretor da história da Polícia Federal, muito bem escolhido pelo Presidente Lula e pelo Ministro Flávio Dino. A Polícia Federal, em todos os estados hoje, está fazendo um trabalho de causar orgulho. Eu pedi à Polícia Federal que convoque esse cidadão americano, que mora no Rio de Janeiro, dono do Botafogo do Rio, em 24 horas, que ele venha a Brasília, e que exija que ele traga as provas e as gravações. Porque, para mim, se ele não trouxer as provas e as gravações, ele teria que ser preso aqui amanhã – cela, algema. Porque isso é uma irresponsabilidade enorme, porque não é qualquer coisa, gente, é futebol brasileiro, é a maior paixão deste país.

    Como é que você faz, Presidente Styvenson, Senador Confúcio aqui, Paim e Girão remotamente, e demais que estão, desculpe não ter os nomes de todos aqui, mas eu tenho certeza de que todos vão concordar comigo e assinariam comigo esse ofício que eu enviei à Polícia Federal. Ela tem que convocar esse cara amanhã aqui, porque isso aí vai a cada dia se tornando notícia e aí vem aquela velha frase de Tancredo Neves e outros: "Uma mentira dita várias vezes vira verdade".

    Daqui a pouco ninguém vai para o estádio, ninguém leva torcedor, familiar ao estádio mais, simplesmente o futebol perde a credibilidade. Então, nós, legisladores, temos a obrigação, a meu ver, de entrarmos nessa ferida, nesse vespeiro e exigirmos da Polícia Federal providências. Eu, se fosse Diretor da Polícia Federal, traria esse cara hoje: "Pega o avião aí agora e vem aqui, e traz as provas, porque senão eu lhe prendo. O senhor está brincando com uma coisa séria chamada futebol brasileiro". Claro que tem corrupção no futebol, eu transmiti nove Copas do Mundo, eu sei que tem corrupção.

    Quantas vezes eu denunciei corrupção na minha vida?

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) – Senador Kajuru, e o que dizem os times?

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Os dois entraram na justiça, os dois... O Palmeiras...

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) – O Palmeiras... Os dois entraram contra ele na justiça para obter essas provas?

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Sim, o São Paulo e o Palmeiras, hoje cedo, já imediatamente, e com razão, né? Até porque eles não podiam ter outra atitude, não é, Zé Roberto? Os dois times, se ficassem calados... "Quem cala consente", essa é outra frase antiga, dos nossos avós.

    Então, gente, isso tem que ter um fim, e aí o Girão, que vai participar – eu não sei se o Paim vai – da CPI, da qual de repente eu serei o Presidente e o Romário...

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) – Senador Kajuru, o Senador Eduardo Girão, que já foi presidente de time de...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – De clube.

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) – ... futebol conhecido no nosso país, quer um aparte...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Não, lhe darei, até porque eu esperava aparte dele. Eu conheço o Girão e tenho maior respeito por ele.

    E, só para concluir, eu só quero dizer o seguinte: a CPI agora, Girão... Eu vou ligar para o Romário, que vai ser o Relator, se Deus quiser, da CPI, porque foi ele que criou junto comigo, mas ele foi o primeiro... Que a gente comece na semana que vem já a CPI. Ela não pode demorar mais, ela tem que ser aberta imediatamente. Convocar esse cara, esse diretor – depois da Polícia Federal, caso a Polícia Federal aceite o meu ofício, a minha solicitação. Porque não pode, isso não tem cabimento, chegamos a um ponto que não dá.

    Girão, com o maior prazer, ouço seu aparte. Um beijo.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para apartear. Por videoconferência.) – Paz e bem, Senador Kajuru, Senador Confúcio, Senador Styvenson Valentim.

    Eu estou assistindo aqui atentamente as colocações sempre contundentes do Senador Kajuru e quero dizer que assino esse ofício com ele. Se der tempo ainda, Senador Jorge Kajuru...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Dá, é online, online.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Por videoconferência.) – ... o senhor tem todo o meu apoio, o senhor tem todo o meu apoio.

    Acredito que o assunto é grave, porque isso lança dúvida sobre um patrimônio do povo brasileiro, que é o futebol. Já não basta o que está acontecendo com as apostas. Nós tivemos o maior cuidado na Comissão, o senhor aceitou emendas, e nós tentamos fazer algo que protegesse o torcedor de uma tragédia, do endividamento e de manipulações também da essência do futebol. O que a gente está vendo agora com essas denúncias... E o pior são as suspeitas que vão afastando as famílias de acompanharem uma paixão nacional.

    Então, eu quero assinar com o senhor. O Francisco já está aí no Plenário. Peço para que assine junto porque esse seu ofício à Polícia Federal é muito importante, em 24 horas. Esse é um assunto tão grave que não pode esperar nem a CPI, eu acho que tem que ouvir... Nós fizemos uma audiência pública, Senador Kajuru, há 15 dias, o senhor esteve conosco desde o início, justamente ouvindo uma empresa internacional que monitora esse tipo de suspeitas, e, como disse o Senador Portinho, às vezes, a manipulação e a própria suspeita são tão graves porque já deixam dúvidas sobre a espontaneidade, a pureza da prática do esporte.

    Então, parabéns pelo seu pronunciamento, e conte com o meu apoio nesse documento à Polícia Federal.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Eu já estou pedindo à Carol, a minha eficiente assessora – que você conhece, que toda a Casa conhece – que não entregue agora à Polícia Federal, que espere a assinatura do Girão e de outros Senadores que desejarem. Eu terei o maior prazer – não trabalho no singular, eu trabalho no plural –, vamos juntos apresentar este ofício à Polícia Federal. E esperarmos providências.

    Muito obrigado, Girão, eu tinha certeza da sua posição sempre coerente e rigorosamente honesta.

    Eu quero concluir... Hoje eu vou passar um pouquinho só do tempo – eu nunca passo –, por gentileza, Presidente, por gentileza. Vou ser objetivo, porque são dois assuntos importantes, mas eu não vou nem ler, porque senão eu estouraria o tempo, e eu não sou de fazer isso; sou disciplinado, você sabe disso.

    Primeiro, democracia. Hoje se discutiu aqui... Pela manhã, teve uma sessão comandada – eu queria comandar, mas ele chegou a tempo, graças a Deus – pelo meu irmão Randolfe Rodrigues. Democracia. Resumo: democracia, sempre; ditadura, jamais. E liberdade de imprensa é o pilar de qualquer democracia – tenho certeza de que o Senador Confúcio Moura também pensa assim, com a sua experiência política.

    Posto isso, o dia de hoje precisa ser refletido em todo o país. Hoje é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, que é a minha principal causa – entre elas, diabetes, doenças raras, cirurgias, catarata, tudo. Vários Senadores vão a Goiânia na semana que vem porque querem conhecer pessoalmente, como o Astronauta Marcos Pontes, meu irmão, amigo, Senador bolsonarista, mas amigo – eu não tenho esse problema, há vários Senadores bolsonaristas com os quais eu convivo maravilhosamente bem e os respeito, e é recíproco –, foi a Goiânia conhecer o meu Centro de Diabetes, que é o único do Brasil. São Paulo não tem, e ele vai construir igual, lá em São Paulo, porque copiar coisa boa eu também copio. Qual o problema que tem?

    E vários Senadores querem conhecer o primeiro instituto de autismo completo, que eu criei em Goiânia, com o nome de Ronaldo Ramos Caiado Filho – o filho do meu irmão, Ronaldo Caiado, há 35 anos nossa amizade –, que infelizmente faleceu, e eu o tinha como filho. Portanto, o nome dele, eu pedi para esse instituto, que já foi inaugurado em Goiânia e já está atendendo milhares de autistas em todo o estado.

    Já temos quatro institutos em Goiás, chegaremos a dez, e, até 2026, no final do meu mandato, eu vou, se Deus quiser, realizar o sonho de tratar de todos os autistas. Por quê? Gente, hoje é o dia mundial, esse mês é o mês da conscientização do autismo, eu já estou até com o meu broche aqui, que eu sempre uso, graças a Deus. A Senadora Damares falou que está com o dela também.

    Gente, olha a gravidade do que Organização Mundial da Saúde informou – vocês que são mulheres, estão aqui na mesa e não sabem disso: no ano passado, a cada cem crianças nascidas, uma era autista; hoje, a cada 36 crianças nascidas, uma é autista. E já teve Senador aqui, não vou falar nome, que quando eu, no ano passado, lancei o instituto em Goiás, veio dizer para mim: "Kajuru, que bobagem é essa? Autismo é doença". E eu falei para esse Senador, não vou dizer o nome dele, falei assim: "Meu querido, lamento a sua ignorância, embora a ignorância seja a maior multinacional do mundo. Autismo não é doença. Autismo bem tratado, você tem noção do que é? Até porque [falei para ele] normalmente um autista é muito mais inteligente do que você, até porque você pensa menos do que essa mesa, e eu peço desculpas à mesa, porque eu estou ofendendo a mesa". Eu perdi a paciência com esse colega meu, porque ele disse que autismo é doença. Não é! O autista bem tratado simplesmente é um fenômeno, ele tem QI – para quem não sabe, não é "que ignorância" não, é quociente de inteligência –, QI de Albert Einstein, que foi o maior do mundo. Desculpe, Styvenson, o meu é de 190, segundo o Albert Einstein de São Paulo, o hospital. Então, eu tenho, graças a Deus, QI. De vez em quando eu tenho QI de "que ignorância", porque perco a paciência.

    Então, hoje é um dia, em que nós aqui precisamos pensar, os demais Senadores. Vamos criar em seus estados institutos para os autistas, porque as mães estão desesperadas. O tratamento... Confúcio, sabe quanto custa o tratamento? R$8 mil por mês! Qual a mãe que tem condições de pagar isso, gente, no Brasil? Então, é obrigação de qualquer governo deste país. O Presidente Lula, sensível, falou: "Kajuru, de quanto você precisa?" Eu falei para ele: "De R$35 milhões de emendas, para a gente espalhar em todo o Estado de Goiás e fazer com que seja referência para o Brasil inteiro".

    E aí, termino. Olha que coisa revoltante que as mulheres não sabem. Olha o bicho homem como é. Agora eu estou falando do bicho homem, que nem pode ser chamado de homem um cidadão desses. O Brasil é, proporcionalmente, o país com o maior número de divórcio de mães autistas, porque o pai tem preconceito ou não quer pagar os R$8 mil por mês de tratamento. Deixa a mãe sozinha, a mãe não pode trabalhar, porque ela tem que ficar com a criança autista o dia todo, e essas mães estão em desespero. Em Goiás tem várias. Eu sou amigo da líder das mães, a Letícia Amaral, e ela que me revelou. O Brasil inteiro me conta. As mães ligam toda hora para mim, no meu gabinete e no meu telefone pessoal, que é o zero operadora (061) 99591919. Eu não tenho problema de dar meu número de telefone, porque eu não tenho nem amante. Portanto, pode grampear meu celular.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Então, eu termino, porque hoje tive que explodir um pouco, por causa dessas coisas todas que aconteceram. Mas, gente, vamos pensar no autismo, por gentileza. E neste mês aqui, se Deus quiser, a gente ver todos os Senadores em seus estados criando... Não é um custo alto, é um custo de R$350 mil por mês. Portanto, não é alto, concordam? Pelas emendas que nós temos, não custa nada a gente passar R$3,5 milhões por ano para um instituto e a gente socorrer essas mães por essa causa tão linda chamada autismo.

    Presidente Capitão Styvenson, muito obrigado pelo tempo. Foi a primeira vez, em cinco anos, que eu ultrapassei os meus dez minutos.

    Agradecidíssimo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2024 - Página 27