Discurso durante a 32ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a permanência do ex-Presidente Jair Bolsonaro por dois dias na Embaixada da Hungria.

Críticas a um edital de licitação do STF para aquisição de água mineral por supostamente orçar o item acima do valor de mercado.

Pedido para que o TCU investigue a contratação, sem licitação, feita pelo Governo Federal, de uma empresa para prestar serviços a povos indígenas

Voto de pesar pelo falecimento do seu pai, o senhor José Maria de Azevedo.

Autor
Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais, Atividade Política:
  • Comentários sobre a permanência do ex-Presidente Jair Bolsonaro por dois dias na Embaixada da Hungria.
Atuação do Judiciário:
  • Críticas a um edital de licitação do STF para aquisição de água mineral por supostamente orçar o item acima do valor de mercado.
Governo Federal, População Indígena:
  • Pedido para que o TCU investigue a contratação, sem licitação, feita pelo Governo Federal, de uma empresa para prestar serviços a povos indígenas
Homenagem:
  • Voto de pesar pelo falecimento do seu pai, o senhor José Maria de Azevedo.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2024 - Página 47
Assuntos
Outros > Assuntos Internacionais
Outros > Atividade Política
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Política Social > Proteção Social > População Indígena
Honorífico > Homenagem
Indexação
  • COMENTARIO, PERMANENCIA, EX-PRESIDENTE DA REPUBLICA, JAIR BOLSONARO, EMBAIXADA, PAIS ESTRANGEIRO, HUNGRIA, LOCAL, BRASILIA (DF).
  • CRITICA, EDITAL, LICITAÇÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), AQUISIÇÃO, AGUA MINERAL, POSSIBILIDADE, ORÇAMENTO, VALOR, SUPERIORIDADE, PREÇO, MERCADO.
  • SOLICITAÇÃO, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), INVESTIGAÇÃO, CONTRATAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, AUSENCIA, LICITAÇÃO, EMPRESA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, DESTINAÇÃO, POVO, COMUNIDADE INDIGENA.
  • VOTO DE PESAR, MORTE, PAI, ORADOR, SENADOR, CLEITINHO, AGRADECIMENTO, COMENTARIO, VIDA, ENSINO.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG. Para discursar.) – Sr. Presidente, boa tarde. Obrigado pela oportunidade.

    Boa tarde a todos os Senadores e Senadoras. Boa tarde ao público presente, que se encontra aqui agora em Plenário, a todos os servidores desta Casa e à população que acompanha a gente pela TV Senado.

    Eu queria aqui começar a minha fala, porque semana passada veio aquela questão do Bolsonaro ter ficado na Embaixada da Hungria, e aí um repórter pegou... Eu não estava aqui, estava com meu pai internado. Infelizmente meu pai faleceu, e eu não tive a oportunidade de poder responder aqui em Plenário, mas respondi para ele. Falei assim: " O que é que tem de crime nisso? E por que ele está fazendo essa pergunta para mim? Pergunte à nossa eterna Primeira-Dama. É ela que pode responder, porque ela que é casada com ele. Eu não sou casado com ele".

    Eu, com toda humildade, fui lá à Primeira-Dama e fui fazer a pergunta à Primeira-Dama. Eu fiz essa pergunta à Primeira-Dama.

    Aqui, Presidente. Olhe aqui, povo brasileiro.

(Procede-se à execução de áudio.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Está aí a resposta da nossa eterna querida Primeira-Dama Michelle Bolsonaro.

    É isso que ela falou. É ela que tem que se preocupar. Se ela não está preocupada, por que é que vocês estão preocupados? Deveriam estar preocupados é com financiar uma dama do tráfico para vir aqui conversar com o ministro. Será que não é isso que é crime, não, excelências? Será que não é isso que é crime, não?

    Então, vocês estão muito...

    Respeitem a família do ex-Presidente Bolsonaro! Respeitem-no! Isso é medo de quê? Ah, é porque saiu pesquisa agora que já colocou o Bolsonaro já na frente do atual Presidente Lula na pesquisa, inclusive com a nossa Primeira-Dama também – a Michelle Bolsonaro também – na frente, com o apoio do Bolsonaro. Que medo é esse com que vocês estão, gente? Que medo é esse com que vocês estão? Pois venham muito logo esses três anos, para passar, para a gente mostrar a verdade deste país aqui.

    Eu vou falar para vocês aí: aceitem, que dói menos.

    Então, está aqui a minha resposta muito clara sobre a questão da embaixada. Foi a Primeira-Dama, a Michelle Bolsonaro, que respondeu. É ela que tem que responder, ela que é casada com ele.

    Muito obrigado.

    Eu queria aqui também falar uma situação do nosso STF, e eu queria aqui fazer uma comparação para vocês, gente, para mostrar para vocês como é a iniciativa privada e como é o público.

    Então, eu venho fazendo isso, eu fiz isso agora com o GSI, que ia fazer comprar uns equipamentos de fone, quando mostrei para eles que o valor que eles estavam comprando era fora da realidade. Fui lá, fiz um orçamento e mostrei que era muito mais barato. Inclusive, o GSI foi lá e sabe o que fez? Barrou a licitação.

    Então está aqui, um edital de licitação do STF, de água mineral – eu não sei que água mineral é essa que tem, não; deve ter mel nessa água mineral. Mas a água mineral de que eles estão fazendo a licitação, gente, 109 mil garrafas de 500ml – 109 mil garrafas de 500ml. Sabem qual o valor de cada uma? São R$2,90, quase R$3. Aí eu peguei, liguei no supermercado, porque eu mexi com isso, mexo com isso a vida inteira. Inclusive, eu estava, domingo agora, lá no varejão com meu pai – a gente faz compras, essas coisas todas... Peguei e liguei para um supermercado que faz compra grande. Nesse supermercado, gente, eles conseguem comprar 109 mil garrafas por R$0,81 – R$0,81; enquanto, lá no STF, R$2,90, quase R$3. Sabe qual é o total disso tudo, essas 109 mil garrafas, o total? São R$324 mil. Eu vou falar bem devagarzinho – hoje eu estou calmo, gente –, R$324 mil. Sabe quanto seria para esse supermercado comprar as 109 mil garrafas? São R$88 mil – R$88 mil, uma diferença de R$236 mil.

    É muito fácil. É o que eu falo para vocês, gente, que, às vezes, tem que privatizar é tudo. Na iniciativa privada, olha a diferença. Agora, olha o público aqui. Sabem por que é que fazem isso? Porque o dinheiro não sai do bolso deles. O dinheiro sai é do bolso de vocês. E tem mais aqui: água com gás, 14,4 mil garrafas de 350ml, R$2,42 cada uma – R$2,42. Dá um total de R$35 mil. Sabem quanto é lá nesse supermercado, para quem quer fazer essa comprar também? No caso do STF, R$2,42; nesse supermercado R$1,38 – R$1,38.

    Eu queria falar uma coisa para você, para o patrão, que é você... Vocês querem ficar pagando água com gás para ministro? Vocês querem ficar pagando essas águas desse preço aqui para ministro? É você que paga isso. Não é muito mais fácil pegar e colocar um bebedouro? Coloca um bebedouro lá, gente. Vai fazer economia grande. Que água é essa? Tem mel? Aí vão falar: "Cleitinho, mas essa água é mais cara, ela em isso, ela tem aquilo"... O patrão, que é o povo, bebe o quê? Bebe é água de esgoto; olhem como está o saneamento básico da população brasileira. Bebe água com cheiro de cloro. Agora, o patrão, que é o povo, tem que ficar pagando água, R$324 mil de garrafa de água para ministro, para vossas excelências? Tem limite esse país aqui! Tem limite! Põe um bebedouro aí e pronto, acabou. E acaba com isso! Quase R$400 mil aqui, com água, com água mineral e com água com gás. É uma brincadeira uma situação dessas. O trabalhador hoje, para trabalhar quase 35 anos, quase ganha isso aqui, esse valor aqui, de quase R$400 mil, só com água. Aí vêm falar que este país aqui está quebrado? Esse país aqui nunca esteve quebrado, não! Este país o que mais tem é dinheiro. Mas o dinheiro que deveria ficar para o povo, fica para vossas excelências – fica para vossas excelências.

    Então, eu vou só finalizar aqui, dizendo novamente. Viu, gente? Eu gosto de fazer essas contas, e eu vou continuar fazendo isso, porque a minha função é fiscalizar. O STF, no edital de licitação, 109 mil garrafas, cada uma R$2,90, quase R$3. Eu liguei no supermercado. Para ele fazer uma compra grande também, ele iria pagar R$0,81 – R$0,81. Quer dizer, o STF ia pagar R$324 mil e o supermercado ia pagar R$88 mil, uma diferença de R$236 mil.

    Outra coisa que eu queria falar aqui, falar para vocês aqui, que está acontecendo também: o Governo, às vezes, a questão dos indígenas, os índios... Para poder levar a cesta básica para eles, o Exército fazia isso. E eu quero já denunciar aqui para o TCU: TCU, vocês têm que fazer alguma coisa para nós aqui, porque o Governo... Para poder fazer esse serviço, para servir os indígenas, servir também os índios, o próprio Exército faz isso, vai lá e leva a cesta básica; se tem algum índio que está doente, que precisa vir para cá, o Exército vai lá e busca com o enfermeiro, e traz e cuida, depois devolve, toda a situação. E todo o meu carinho e meu respeito aqui por todos os índios. Então, o Exército fazia isso.

    Então, TCU, eu estou aqui denunciando para vocês e vou encaminhar agora.

    Aí sabe o que o Governo pegou e fez? Tirou o Exército: "Não, Exército, você não vai fazer mais, não"; pegou, pegou sem licitação, contratou uma empresa por R$211 milhões – R$211 milhões. Em um país que está com um déficit de R$82 bilhões, é nas pequenas coisas que você consegue trazer a economia e consegue zerar; mas o Governo não está preocupado em zerar o déficit, porque, se tem um Exército para poder fazer isso, que não tem custo, aí ele pega e contrata uma empresa – sem licitação! – por R$211 milhões...

    Aí, TCU, eu estou encaminhando para vocês, para poderem investigar e barrar. E onde já se viu? Sem licitação; sem licitação. Porque para mim é o seguinte: a administração pública, um princípio dela se chama transparência. Então, em tudo que você compra e em tudo que você gasta, você tem que ser transparente, para poder mostrar isso para a população. Por que fez isso sem licitação, por R$211 milhões, e onde tinha o Exército para fazer isso?

    Então, eu quero aqui encaminhar aqui para todos os órgãos competentes, para poder, mais uma vez, o Cleitinho ensinar ao Governo como é que se faz. Eu vou continuar fazendo isso. E não fique com raiva de mim, não! Se ficar com raiva de mim, não fique; pode orar que vai passar. E aceite que dói menos, porque a minha função aqui... Qualquer outro Presidente que estivesse nessa cadeira eu iria fiscalizar, porque eu fiz isso quando era Vereador, eu fiz isso quando era Deputado e continuo fazendo como Senador. Porque o maior jeito de você mudar este país aqui, gente, e combater corrupção, combater desperdício de dinheiro público e farra com o dinheiro público, é a fiscalização. E, ó, eu sei fazer isso muito bem, viu?

    Eu queria aqui só finalizar, para poder falar aqui... Eu fico um pouco ansioso e nervoso de...

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – É.

    Eu queria aqui só agradecer a toda a população brasileira, que sempre orou pelo meu pai. Desde o ano passado que meu pai estava com essa questão de câncer na bexiga, e tudo o que eu podia fazer pelo meu pai, eu corri atrás para tentar fazer para ele. Semana passada, ele ficou mais de uma semana entubado, e semana passada ele veio a falecer.

    Mas eu queria deixar aqui, na tribuna do Senado, um agradecimento a Deus. Porque é muito fácil você agradecer a Deus, gente, nos momentos bons. Isto é fácil demais: você ajoelhar, você poder louvar a Deus nos momentos... quando eu virei Senador, quando eu virei Deputado, quando eu virei Vereador, quando eu virei pai. Nisso é muito fácil a gente agradecer a Deus. Mas também eu quero agradecer a Deus aqui pelos momentos tristes pelos quais eu passo na minha vida, e este é o momento mais triste pelo qual eu estou passando na minha vida, porque eu estou perdendo a pessoa mais importante da minha vida.

    Então, queria, Deus, eu só quero Te agradecer por tudo, continuar Te honrando, falar que a minha fé é duas vezes maior do que era antes, falar para o Senhor que eu vou continuar Te glorificando, continuar Te honrando. E neste momento aqui eu queria falar para o meu Deus, meu Deus: muito obrigado por, nos meus 41 anos que eu tenho, por ter convivido com o meu pai! Muito obrigado, gratidão eterna pela vida do meu pai, pelo que meu pai foi aqui na Terra, pelo filho de Deus que ele foi com os seus 70 anos. E eu tive o privilégio de, nos meus 41 anos, poder estar com o meu pai. Eu tive o privilégio de, quando ele morreu, escutar a última batida do coração dele. (Manifestação de emoção.) Eu tive esse privilégio.

    E eu queria mostrar aqui um legado para vocês. Porque eu estava lá no velório e essa senhora pegou e entregou esta cartinha para mim, que eu queria ler para toda a população brasileira; para mostrar para vocês, gente, que, quando você planta o bem, você pode ter certeza de que você vai colher o bem. Esta foi a carta que ela... pelo meu pai... Carta de agradecimento ao Sr. José Maria de Azevedo:

Não me esqueço alguns anos atrás, quando minha filha ainda era de colo, passando com ela nos braços em frente ao varejão, ela estendeu as suas mãos e me pediu banana. Tinha umas pencas penduradas, bem maduras e bonitas na porta. Eu não tinha dinheiro para comprar, levava uma vida simples e bem regrada. O Sr. José Maria estava na porta e a viu me pedindo e me parou e disse: "Não deixa ela ficar com vontade, não". Foi para dentro e trouxe uma sacolinha para ela e com algumas frutas. Alguns gestos parecem simples, mas nós o marcamos para sempre. Naquele dia ele tirou um pouco da angústia de uma mãe que não tinha condição de dar uma simples fruta para sua filha. Nunca esquecerei desse dia. Passado algum tempo, hoje faço parte da população que ganha verduras e frutas e legumes no varejão todas as segundas-feiras. Em nome de todos, eu venho agradecer a bondade de nos ajudar. Para alguns... (Manifestação de emoção.)

... é a única forma de ter uma mistura na mesa e principalmente agradeço de coração por ter ajudado anos atrás. Eterna gratidão. Aparecida.

    O que eu mais carregado do meu pai se chama gratidão. O meu pai, teve uma vez em que a gente estava passando bem dificuldade no varejão e a gente precisava pagar as contas e a gente não conseguia levantar de jeito nenhum. E eu quero falar isso aqui. É um testemunho, que eu vi e que eu aprendi com ele, por isso eu vou carregar gratidão por resto da minha vida.

    E aí, não dava nada certo, mas tinha sempre um cliente que comprava da gente. Ele não precisava nem mais comprar da gente, era um cliente de restaurante. Ele não precisava mais comprar da gente. Mas mesmo assim, para ajudar a gente, ele continuou comprando.

    A gente trabalhou, ergueu a cabeça e conseguiu reerguer o varejão novamente. O varejão conseguiu pagar as dívidas, os clientes voltaram a comprar no varejão e a gente conseguiu normalizar. Passou um tempo depois, esse cliente de restaurante que passou dificuldade. Começaram a ficar mais atrasadas as contas, os clientes já não iam lá mais. E aí, o que aconteceu? Ele ficou devendo lá dentro do varejão porque comprava com notinha para pagar todo mês e ficou devendo.

    Um dos meus irmãos, nervoso com isso uma hora em que a gente estava conversando lá no varejão, pegou e falou com o meu pai: "Pai, eu vou lá cobrar dele, ele tem que pagar a gente". Aí o meu pai pegou na mão dele, puxou a mão dele e falou assim: "Você não vai cobrar nada dele. Quando a gente precisou, ele ajudou a gente. Então, agora é a hora de a gente ajudar ele. Se ele estendeu a mão para a gente, agora a gente vai estender duas". E eu falo isso para vocês todos os meus filhos que estão aqui: "Todas as vezes em que alguém estender a mão para você, você estenda duas. Isso se chama gratidão".

    E é isso, pai,... (Manifestação de emoção.)

    ... que eu vou carregar de senhor pela vida inteira. Gratidão.

    E eu queria falar que meu pai morreu sem nada. Meu pai morreu sem conta no banco, sem nada. Não morreu querendo ter loteamento, não morreu querendo ter várias casas, porque cada ser humano tem uma maneira de querer ter na vida. Tem uns que querem ter cinco carros, tem uns que querem ter dez casas, meu pai nunca teve isso. Até para comprar uma roupa, a minha mãe que ia para comprar para ele.

    Meu pai, o único patrimônio que ele queria na vida dele eram os filhos dele. E olha como é que Deus porque eu tenho que agradecer ao Senhor, meu Deus, pela bondade que o Senhor fez com meu pai porque eu sei que meu pai morreu cheio de orgulho e cheio de amor. E realizado, que é o mais importante, porque algumas pessoas acham que realização é ter bens; realização é ter muitos carros, é ter piscina, é ter isso e aquilo. Meu pai morreu com a maior realização da vida dele porque a única coisa que ele valorizava nessa vida dele era a mulher dele, o varejão em que ele trabalhou mais de 50 anos, desde os 15 anos dele ele trabalhava, trabalhava trezentos e sessenta e... Nunca viajei com meu pai. Se tinha feriado, meu pai trabalhava. Então, o patrimônio dele era o varejão, era a esposa dele e os quatro filhos dele.

    Com essa carta que eu li para vocês aqui, se você colhe o bem, você vai ter o bem. Sabe qual é o maior patrimônio que Deus pegou e fez para o meu pai? Valorizou os filhos dele. Ele fez um filho dele agora Deputado Estadual, fez um filho dele Prefeito e me fez Senador da República.

    Sabe qual era o maior orgulho do meu pai? Ele ir à Ceasa comprar verdura, e o pessoal virar e falar assim: "Nossa, eu estou adorando seu filho, eu adoro ver seu filho falar lá no Senado, eu adoro ver seu filho falar como Deputado, seu filho é muito bom, Zé Maria".

    Aquilo lá o enchia de orgulho, sabe por quê? Porque nunca ninguém chegou para o meu pai e falou assim: "Você tem filho bandido, você tem filho ladrão". Pelo contrário, sempre falavam assim, olha: "Você tem filho honesto".

    Então eu só quero aqui louvar a Deus, neste pior momento da minha vida, te falar, meu Deus, que eu vou te honrar mais ainda, eu vou honrar meu pai lá em cima. E o que ele pediu para mim? Falava comigo: "Você vai entrar nessa porcaria de política, Cleitinho?" "Vou, pai". "Então não me envergonhe e não envergonhe o povo". E é isso que eu vou fazer aqui no Senado, eu não vou te envergonhar e não vou envergonhar o povo, viu? (Manifestação de emoção.)

    Eu vou ajoelhar aqui para agradecer a Deus pela vida que deu, do meu pai, e eu tive a oportunidade de conviver com meu pai 41 anos. Muito obrigado, meu Deus, e muito obrigado! (Manifestação de emoção.)

    Obrigado, obrigado, meu pai. Obrigado, obrigado, obrigado, meu pai. Obrigado, obrigado, muito obrigado a toda a população brasileira, viu?

    E longe de ser perfeito, porque eu não sou Jesus Cristo. Jesus Cristo é o salvador. Eu vou ter erros aqui, vou ter equívocos, mas uma coisa que meu pai me ensinou: "Quem estender a mão para você, você estende duas. E quando você errar também, seja homem de reconhecer que errou e conserte seu erro." Então, quando eu errar aqui também, serei homem de falar que eu errei e vou consertar, porque quem foi perfeito foi só Jesus Cristo.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2024 - Página 47