Pronunciamento de Leila Barros em 16/04/2024
Pela ordem durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Pela ordem sobre o Requerimento (RQS) n° 251, de 2024, que "Requer voto de solidariedade aos alunos da equipe de futsal da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, pelas agressões raciais e sociais por eles sofridas em competição estudantil esportiva".
- Autor
- Leila Barros (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
- Nome completo: Leila Gomes de Barros Rêgo
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela ordem
- Resumo por assunto
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Direitos Humanos e Minorias:
- Pela ordem sobre o Requerimento (RQS) n° 251, de 2024, que "Requer voto de solidariedade aos alunos da equipe de futsal da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, pelas agressões raciais e sociais por eles sofridas em competição estudantil esportiva".
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/04/2024 - Página 76
- Assunto
- Política Social > Proteção Social > Direitos Humanos e Minorias
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- REQUERIMENTO, VOTO DE SOLIDARIEDADE, ALUNO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, BRASILIA (DF), VITIMA, RACISMO, COMPETIÇÃO ESPORTIVA.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF. Pela ordem.) – Parabéns, Sr. Presidente, pelo trabalho, pela tarde de hoje.
Sr. Presidente, foi apresentado aí um requerimento. Eu requeiro, nos termos do art. 222 do Regimento Interno do Senado Federal, a inserção em ata de voto de solidariedade aos alunos da equipe de futsal da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, pelas agressões raciais e sociais por eles sofridas em competição estudantil esportiva.
Requeiro ainda que cópia seja enviada do presente voto, conforme dados em anexo.
Sr. Presidente, nada justifica os insultos raciais e sociais que alguns estudantes do Colégio Galois dispararam contra seus colegas da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, na semana passada, em uma partida de futsal. Os jovens deveriam competir com o espírito de fair play, e não com insultos carregados de preconceito e desprezo.
O episódio é inaceitável e deve servir, Sr. Presidente, como um sinal de alerta definitivo. A sociedade não pode continuar vacilando na educação dos nossos jovens. Quando o racismo entra em campo, a humanidade sai derrotada. Educar não é apenas ensinar a ler e contar, mas também a respeitar e valorizar a todos. É transmitir valores, como igualdade. De nada adianta nós criarmos leis para punir casos de racismo em eventos esportivos, como a Lei Geral do Esporte, da qual fui e tive o prazer de ser Relatora nesta Casa, se não fizermos uma ação contínua com a sociedade e, principalmente, com os jovens.
É bom reforçar, ainda, que os adultos que testemunharam as agressões verbais e se omitiram de intervir também precisam rever as suas atitudes. Não se pode ficar de braços cruzados diante de episódio tão vergonhoso e grave, que, inclusive, pode manchar a reputação do colégio, tão conceituado, como eu citei.
Como nossos jovens do futuro comandarão o nosso país com equidade e compaixão, se os que deveriam dar exemplo falham em momentos cruciais como esse? É necessário que a escola, os pais e as entidades educacionais repensem urgentemente seus papéis na formação das crianças para exercerem a cidadania.
Faço ainda um apelo para que as escolas revisem suas políticas disciplinares e curriculares, adotando programas mais efetivos e contínuos de conscientização sobre diversidade e respeito mútuo.
A denúncia de racismo traz à tona questões urgentes e sensíveis sobre a igualdade racial e a segurança nas instituições educacionais. Ela indica possíveis falhas sistêmicas na abordagem do racismo dentro do ambiente escolar e, mais especificamente, na aplicação – quero reforçar aqui – da Lei 10.639, que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, sendo elas públicas ou particulares, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
Estou apresentando, neste momento, o voto de solidariedade aos jovens atletas da equipe do Fátima – conhecido Colégio Fátima – e conto com o apoio das colegas e dos colegas, Senadoras e Senadores, para a aprovação, e que o nosso Presidente mande publicar o mais breve possível.
Por fim, como fui atleta, e com a experiência de tantos anos no esporte, eu quero transmitir uma mensagem aos professores, pais, treinadores e todos aqueles que exercem a nobre função de educar: a verdadeira derrota não está no placar de um jogo, mas na falha em preparar nossos jovens para se tornarem pessoas melhores.
Obrigado, Sr. Presidente.
Mais uma vez, parabéns pela PEC, pela aprovação da PEC.