Discurso durante a 44ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Breve histórico da atuação do Exército Brasileiro em comemoração aos 376 anos da instituição.

Autor
Hamilton Mourão (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/RS)
Nome completo: Antonio Hamilton Martins Mourão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Defesa Nacional e Forças Armadas, Homenagem:
  • Breve histórico da atuação do Exército Brasileiro em comemoração aos 376 anos da instituição.
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2024 - Página 9
Assuntos
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Defesa Nacional e Forças Armadas
Honorífico > Homenagem
Indexação
  • COMENTARIO, HISTORIA, ATUAÇÃO, EXERCITO, BRASIL, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO.

    O SR. HAMILTON MOURÃO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RS. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores que aqui estão, brasileiras e brasileiros que nos acompanham pela TV Senado e pelas redes sociais, a todos o meu bom-dia.

    Hoje, Presidente, eu venho a esta tribuna para saudar o glorioso Exército Brasileiro, instituição que tive a honra e o privilégio de integrar por 46 anos e que amanhã comemora, com inequívoco mérito histórico, 376 anos de sua gênese e uma trajetória inconteste em defesa do povo e dos interesses legítimos da nação brasileira.

    Volto no tempo e trago à memória o 19 de abril de 1648, quando, na Capitania de Pernambuco, testemunhamos a primeira Batalha dos Guararapes, enfrentando o invasor holandês, onde aparece o sentimento de amor à terra e a noção de pertencimento, uma luta difícil e renhida entre brasileiros de todas as raças e portugueses, enfrentando aquele que era o melhor exército à época, o exército holandês, um triunfo militar extraordinário escrito com nosso sangue e que mostrou a nossa verdadeira vontade de sermos um só Brasil, mestiço em raças e valores culturais. Rendo minha homenagem àqueles que lá combateram: Barreto de Menezes, Vidal de Negreiros, Felipe Camarão, Henrique Dias, João Fernandes Vieira e Antônio Dias Cardoso.

    O sentimento nativista e o legado de Guararapes passaram a integrar a têmpera do nosso Exército. E desde a proclamação da nossa independência, a declaração da nossa independência, o Exército se fez presente.

    Já naquele momento, surge a figura do maior soldado que nós tivemos: Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Membro do Batalhão do Imperador, foi o seu primeiro porta-bandeira e distinguiu-se nas lutas pela nossa independência.

    Ao longo do século XIX, lutas fratricidas ensanguentaram o nosso país. Caxias pacificou. Concedeu anistia a todos aqueles revoltosos e os fez integrarem-se novamente ao solo brasileiro. Destaco a Revolução Farroupilha do meu estado, onde, após a Paz de Poncho Verde, em 1845, aqueles mesmos que combateram uns contra os outros estavam, cinco anos depois, juntos, ombreando nas guerras do Prata.

    A sangrenta Guerra da Tríplice Aliança foi outra epopeia notável protagonizada pelos nossos soldados. Dela, o Brasil emerge forte na América do Sul. Um gigante, representado pelos heróis que lá se destacaram, que hoje são patronos das nossas armas: Sampaio, da Infantaria; Osório, da Cavalaria: Mallet, da Artilharia; Villagran Cabrita, da Engenharia; além de podermos destacar tantos outros heróis.

    Após vencermos Solano López, advêm sucessivas crises no Império brasileiro, que desembocam na Proclamação da República pela espada de Deodoro da Fonseca, filho de D. Rosa da Fonseca, Patrona da Família Militar. Perdeu três filhos em combate e materializou o sacrifício das mães brasileiras que entregam seus filhos para a defesa da pátria.

    Na República, imensos foram e ainda são os desafios de um país com um território tão vasto como o nosso. E aí lembro a figura de Rondon, soldado, engenheiro, indigenista e desbravador, que deu significativo e modelar impulso para a integração nacional.

    Naquilo que os historiadores já chamam de nova guerra dos 30 anos, as duas guerras mundiais que tivemos ao longo do século XX, nosso Exército esteve presente.

    Na Primeira Guerra, mandamos oficiais aviadores para auxiliar nos combates aéreos, oficiais combatentes, que comandaram pelotões franceses – destaco a pessoa do idealizador da Academia Militar, o Marechal José Pessoa, que comandou um pelotão de cavalaria francês –, assim como médicos, que constituíram um hospital brasileiro na França.

    Na Segunda Guerra foi diferente. Atravessamos o Atlântico com a Força Expedicionária Brasileira, sob o comando do Marechal Mascarenhas de Moraes, tendo como seu oficial de operações o então Tenente Coronel Humberto de Alencar Castelo Branco. Entre tantos soldados, entre os 25 mil militares, estava meu pai. A eles a minha homenagem.

    Também não nos furtamos de enfrentar aquilo que foi um grande flagelo do século XX, o marxismo e o leninismo. Por três vezes, o Exército Brasileiro soube garantir a integridade do nosso país, ante a sanha de uma doutrina tirânica que, por onde quer que tenha passado, deixou um rastro de morte e de destruição. O Exército Brasileiro não se furtou à sua tarefa.

    Em plena democracia, seguimos trabalhando de maneira silente, em prol do desenvolvimento e da soberania nacionais, construindo e pavimentando estradas, mantendo ferrovias, apoiando a população em seus momentos de calamidades naturais. Estamos presentes de norte a sul e de leste a oeste do país.

    Neste exato momento, tem um soldado de sentinela lá em Cucuí e tem outro lá em Bagé, ou seja, a estratégia de ocupação do território e de dissuasão se faz presente em todos os momentos.

    Nunca vamos parar. Estaremos sempre prontos para defender os interesses do nosso povo e da nossa nação.

    Quero destacar também a participação internacional do nosso Exército em missões de paz, com destaque para o Haiti, onde ficamos de 2004 a 2017. O terremoto em 2010 nos encontrou lá. Vidas brasileiras foram perdidas. Mas, em nenhum momento, aqueles que lá se encontravam relaxaram no seu trabalho de apoiar a sofrida população daquele país.

    Na recente epidemia da covid-19, um verdadeiro cisne negro deste século, o Exército apoiou, transportando vacinas, remédios, respiradores, mobiliou com seus profissionais de saúde os hospitais de campanha e apoiou maciçamente as ações de vacinação.

    Lamento hoje, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, a insidiosa campanha de difamação perpetrada por alguns covardes que se utilizam do anonimato das redes sociais, por alguns moleques imberbes que ofendem comandantes com larga experiência e com largo período de dedicação ao país, simplesmente porque defenderam a verdadeira democracia.

(Soa a campainha.)

    O SR. HAMILTON MOURÃO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RS) – No fundo, essas pessoas anseiam tão somente por poder e são movidas por paixões ideológicas radicais, que de nada servem ao nosso país.

    Encerro as minhas palavras parabenizando o nosso Exército pelo seu 376º aniversário. A longa linhagem verde-oliva prossegue. É gente de valor, é gente vocacionada, é gente imbuída das servidões e grandezas que caracterizam a vida militar.

    Aos homens e às mulheres que integram o Exército de hoje a minha continência e o meu eterno apoio.

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2024 - Página 9