O SR. NELSINHO TRAD (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - MS. Para discursar.) – Nosso Presidente, autor dessa brilhante ideia que proporciona esta sessão, Senador Astronauta Marcos Pontes, na sua pessoa e na pessoa do Senador Kajuru, que é o Relator da homenagem a Ayrton Senna da Silva, os nossos cumprimentos a todos os colegas que porventura estejam pela Casa ou nos acompanhando através da via remota; ao Sr. Secretário de Esporte do Distrito Federal, Renato Junqueira; ao Vice-Presidente do Instituto Ayrton Senna, Ewerton Fulini; ao Leonardo Senna, irmão do homenageado; ao Presidente da Federação de Automobilismo, Renato Constantino.

    Eu diria a todos que me antecederam na fala que, logo que sentei e ouvi o Astronauta Marcos Pontes, meu colega Senador, dizer que eu ia fazer uso da palavra, comecei a pensar o que eu ia falar, mas praticamente muita gente falou um pouco daquilo que eu gostaria de dizer. Alguns vídeos aí também demonstraram.

    Eu quero me apresentar: eu me chamo Nelson Trad Filho, sou médico, trabalhei 17 anos no pronto-socorro, me formei no Rio de Janeiro e fui trabalhar em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, sou lá do Pantanal.

    E eu digo para vocês que o Senna marcou a vida de muita gente. Eu me lembro como se fosse hoje do dia fatídico, assistindo, como muita gente também, àquela corrida. Na condição de médico, logo que eu vi a cabeça dele tombar, eu dei um grito na sala, porque eu não queria que aquilo acontecesse, como ninguém queria, da forma como foi. A gente sabe que nós estamos aqui numa passagem, mas foi muito dura a forma como o Ayrton foi, na pista que ele dominava tão bem, onde ele era um mestre, um professor.

    E eu digo a vocês que, se ele estivesse aqui no nosso meio e tivesse uma corrida domingo – e, com certeza, a chance de ele ganhar era maior, porque ele sempre ganhava –, ele ia desfilar com a bandeira do Rio Grande do Sul. E eu queria, inspirado nessa premonição que infelizmente não irá acontecer, fazer daqui uma homenagem ao Rio Grande do Sul, para que a gente possa, neste momento, compartilhar com todos eles um pouco da dor que cada um está sentindo.

    E, hoje – vou dar aqui um testemunho –, eu fiz uma ligação para um amigo de lá, consegui falar com ele, para saber como é que estavam as coisas. Ele me relatou que os pais saíram através do 1º andar de um prédio, pois eles moravam no 2º andar, e a água subiu até o 1º andar, mas...

(Soa a campainha.)

    O SR. NELSINHO TRAD (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - MS) – ... que estavam todos bem. Dali a pouco, eu recebo uma mensagem dele de novo, emocionado, agradecendo o telefonema que a gente tinha dado. Então, se alguém aqui tem algum amigo no Rio Grande do Sul, não deixe de fazer um telefonema para ele, porque eu fiquei impressionado como o tocou o simples telefonema que a gente deu.

    Eu encerro aqui dizendo que a semente que o Ayrton Senna plantou, estimulando a irmã dele a promover a criação de algo que pudesse cuidar das crianças e dar a elas uma educação melhor, prosperou, sim, pois isso hoje é uma realidade no nosso meio e atende a todos nós, vendo quantas vidas são transformadas.

    Eu levo comigo... Semana passada, eu tive a oportunidade de fazer uma aula inaugural na minha cidade, em Campo Grande, para os alunos que estavam iniciando medicina, por eu já ter sido professor lá na universidade. E eu sempre coloco um vídeo do Ayrton Senna em que ele nos ensina que nós somos um milagre já por estarmos vivos, por sermos o que somos e por estarmos aqui por um presente de Deus, mas que a gente precisa ter dedicação com persistência, ética com responsabilidade e fé – com letra maiúscula. Esse é o legado e é o segredo que o Ayrton deixou dentro de mim que eu quero compartilhar com todos vocês.

    Muito obrigado. (Palmas.)