Discurso durante a 63ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo do Distrito Federal por supostamente não priorizar a saúde pública, causando a precariedade deste serviço no DF.

Autor
Leila Barros (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
Nome completo: Leila Gomes de Barros Rêgo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Governo do Distrito Federal, Saúde Pública:
  • Críticas ao Governo do Distrito Federal por supostamente não priorizar a saúde pública, causando a precariedade deste serviço no DF.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/2024 - Página 50
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Governo do Distrito Federal
Política Social > Saúde > Saúde Pública
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), MOTIVO, POSSIBILIDADE, AUSENCIA, PRIORIDADE, SAUDE PUBLICA, RESULTADO, CARENCIA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, DISTRITO FEDERAL (DF).

    A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, brasileiras que nos acompanham acessando os veículos de comunicação e as redes sociais do Senado Federal, boa tarde a todos.

    Eu pedi a palavra para falar sobre uma situação que tem gerado muita revolta e indignação aqui na capital do país. Eu quero tratar do caos na saúde pública do Distrito Federal.

    Para que todos tenham uma ideia da gravidade do problema, em cerca de um mês três crianças perderam a vida na rede pública de saúde do Distrito Federal. Dois bebês morreram por falta de vagas em hospitais. Além disso, mesmo que as vagas existissem, não havia ambulância adequada para o transporte dessas crianças. Um dos bebês tinha apenas um mês de vida, o outro tinha um ano. A família da terceira criança, que tinha oito anos, também denuncia o poder público por negligência. Essas tragédias, Sr. Presidente, são resultado direto do descaso e da incompetência da administração atual do GDF.

    A indignação é maior porque o Governador se manteve em silêncio quando questionado pela imprensa sobre o que faria para resolver tal situação. É inadmissível que, depois de cinco anos e meio no cargo, a autoridade máxima do DF não tenha respostas para uma crise que só tem se agravado, logo ele que, durante a sua primeira campanha para o cargo, bravateou que o problema da saúde no DF era má gestão. Hoje, podemos dizer com segurança que o problema na saúde brasiliense é de gestão, sim, mas, principalmente, é de falta de prioridade. Ela é tão menos importante que o Governo a terceirizou para o Iges.

    O resultado é que a saúde está sucateada, com carência de médicos e enfermeiros, filas quilométricas para exames, consultas e cirurgias, medicamentos em falta, e ambulâncias quebradas. O Ministério Público do DF denunciou que a falta de leitos para internação obriga os pacientes a ficarem, em média, sete dias internados nas unidades de pronto atendimento. Há casos em que a permanência, pasmem, chega a 30 dias.

    O Ministério da Saúde orienta, só para lembrar, que as UPAs devem receber e estabilizar os pacientes em até 24 horas e transferi-los para hospitais. O povo sofre ao ver que suas necessidades são esquecidas e assiste, chocado, a uma clara inversão de prioridades por parte do Governo local. Enquanto mães e pais choram a perda de seus filhos, o Governador planeja a compra de um novo helicóptero.

    A pergunta que fica é: para quem e para que serve esse helicóptero quando não conseguimos sequer garantir o básico para os nossos cidadãos?

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, os brasilienses me escolheram para cumprir a missão de representá-los aqui no Congresso Nacional. Estou aqui para defender toda a população do DF, principalmente os mais vulneráveis, e é por isso que não vou me calar diante de situações como essa. O que aconteceu com esses bebês é uma tragédia que poderia ter sido evitada, a crise na saúde é um problema crônico que precisa de soluções urgentes e efetivas.

    Em meados de abril, a imprensa denunciou que metade das ambulâncias do Samu estavam paradas no DF. Falta verba para a manutenção de ambulâncias e para repor uniformes dos profissionais que atuam prestando socorro, falta verba também para a compra de remédios e contratação de enfermeiros e médicos. O GDF diz que não tem dinheiro para sanar o caos que tem causado tanto sofrimento, mas parece que tem orçamento, e é infinito, para viadutos e estradas.

    Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, por entender que a saúde é prioridade, ao longo do meu mandato como Senadora já destinei, junto com a bancada federal, mais de R$187,3 milhões para a área. Esses recursos serviram, por exemplo, para o Hospital de Base adquirir 34 aparelhos de hemodiálise, 2 de ultrassom, aparelhos de raio-X, arcos cirúrgicos, entre outros. O Hospital de Santa Maria foi contemplado com mesas cirúrgicas elétricas, microscópios, ventiladores pulmonares, ultrassons diagnósticos e focos cirúrgicos de teto, tudo com recursos indicados por mim.

    Passou da hora de o GDF apresentar respostas imediatas e ações efetivas para garantir que a saúde como um todo atenda às necessidades de todos os brasilenses. Não vamos deixar de pressionar, de fiscalizar a ampliação dos recursos públicos e buscar alternativas para melhorar o atendimento da saúde no DF. Queremos a garantia de que nenhuma outra família passe pela dor de perder um ente querido por falta de atendimento médico.

    Precisamos de um Governo que priorize a vida e a saúde de seus cidadãos, um Governo que ouça, que se preocupe e, principalmente, que haja, e eu estou aqui para cobrar essas atitudes, para representar a voz de todos os brasilenses que exigem um sistema de saúde digno.

    Agradeço a confiança de todos e reafirmo o meu compromisso de lutar por um Distrito Federal melhor, mais justo e mais humano.

    Muito obrigada, Sr. Presidente, era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/2024 - Página 50