Pronunciamento de Leila Barros em 06/06/2024
Discurso proferido da Presidência durante a 74ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal
Sessão de Debates Temáticos destinada a discutir as oportunidades para o Brasil na Presidência do G20.
- Autor
- Leila Barros (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
- Nome completo: Leila Gomes de Barros Rêgo
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso proferido da Presidência
- Resumo por assunto
-
Assuntos Internacionais,
Atuação do Senado Federal:
- Sessão de Debates Temáticos destinada a discutir as oportunidades para o Brasil na Presidência do G20.
- Publicação
- Publicação no DSF de 07/06/2024 - Página 7
- Assuntos
- Outros > Assuntos Internacionais
- Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
- Matérias referenciadas
- Indexação
-
- SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DISCUSSÃO, OPORTUNIDADE, BRASIL, PRESIDENCIA, CONFERENCIA INTERNACIONAL, BIOECONOMIA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, NECESSIDADE, MELHORIA, POLITICA, SUSTENTABILIDADE, INCLUSÃO SOCIAL, ESTABILIDADE, ECONOMIA, COMBATE, FOME, POBREZA, DESIGUALDADE SOCIAL, REFORMA, GOVERNANÇA PUBLICA, AMBITO INTERNACIONAL.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF. Para discursar - Presidente.) – Sras. e Srs. Senadores e todos que nos acompanham pelos canais de comunicação do Senado Federal, a realização desta sessão temática na Semana do Meio Ambiente – por sinal, foi ontem, não é, Ministra?, 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente –, no início do Junho Verde no Senado Federal, é motivo de satisfação para a Comissão de Meio Ambiente desta Casa.
Debater as oportunidades para o Brasil na Presidência do G20 com foco especial nas questões ambientais é uma iniciativa oportuna e sintonizada com a realidade que vivemos.
A ascensão do Brasil à Presidência do G20 é um marco significativo não apenas para o nosso país, mas também para toda a América Latina. Como uma das maiores economias do mundo e uma potência regional, o Brasil assume um papel de liderança em um dos fóruns mais importantes para a cooperação econômica global. Trata-se de liderar um grupo formado por 19 países dos cinco continentes, mais a recém-admitida União Africana e a União Europeia, que juntos correspondem a cerca de 85% do PIB mundial e 75% do comércio internacional.
Como presidente do G20, o Brasil enfrenta uma série de desafios e oportunidades. Em um momento em que o mundo enfrenta crises econômicas, sociais e ambientais, o país tem a chance de promover políticas que incentivem o crescimento sustentável, a inclusão social e a estabilidade financeira no mundo.
Nesse contexto, celebro, de forma enfática, os temas elencados pelo Governo brasileiro como prioritários para sua presidência do bloco: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global. Todos, assuntos de suma importância para o futuro da humanidade.
Reformar a governança global é um imperativo na busca por um mundo mais equilibrado, que reflita a conjuntura geopolítica atual e não mais aquela pós-Segunda Guerra. É impensável que regiões como a América do Sul e a África sejam tão sub-representadas no plano decisório mundial.
Combater a fome, a pobreza e as desigualdades no mundo, por sua vez, é uma missão humanitária, um dever ético e moral que, em pleno século XXI, não pode mais ser negligenciado.
Promover o desenvolvimento sustentável é atentar para o futuro do planeta e da própria humanidade e garantir a continuidade das gerações futuras.
O G20...
Eu peço desculpa a todos vocês. Eu estou com dificuldade de respirar, acho que todos notaram que eu estou um pouco resfriada. Já pedindo desculpas, eu vou tentar aqui respirar e ler, porque eu estou me embolando um pouquinho.
O G20 conta com quinze grupos de trabalho, duas forças-tarefas e uma iniciativa, além da trilha própria de finanças.
As pautas ambientais permeiam de forma transversal os trabalhos do G20 sob a presidência do país, mais especialmente no Grupo de Trabalho de Sustentabilidade Ambiental e Climática, na Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima e na Iniciativa de Bioeconomia, além de outras como o Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis e o Grupo de Redução de Riscos de Desastres.
Na Presidência do G20, o Brasil tem a possibilidade de aproveitar esses processos e explorá-lo como oportunidade para promover o país e suas potencialidades, sendo um grande provedor de serviços ecossistêmicos ao mundo, e de acelerar um processo de transformação para uma economia de baixo carbono, gerando renda e investimentos, em especial para as populações locais mais vulneráveis.
Hoje, vivemos um momento crítico no Estado do Rio Grande do Sul. O povo gaúcho está, há mais de 30 dias, vivendo em um verdadeiro cenário de guerra, sem previsão para volta à normalidade.
Esse cenário de emergência climática evidencia a urgência de ações concretas e efetivas para garantir a segurança climática de nossa população. Hoje, são as irmãs e os irmãos do Sul que precisam da nossa ajuda. Mas tivemos situações gravíssimas em outras localidades, como em São Sebastião, como no sul da Bahia e como a Região Norte.
Agora, também, nós estamos vendo as queimadas no Mato Grosso, que insistem, desde domingo agora – um incêndio de grandes proporções. E também sofre a Região Norte com as secas e as cheias.
A cada dia que passa, mais vidas são colocadas em risco, reforçando a necessidade de uma resposta robusta e, principalmente, coordenada.
Nesse cenário, queridos colegas, o papel do Parlamento é essencial, quando tratamos da construção de um arcabouço legislativo que assegure a proteção e resiliência de nosso país diante das mudanças climáticas.
A aprovação de normas que visem à mitigação e adaptação aos impactos climáticos é vital para a segurança do nosso povo. Precisamos de políticas públicas que não apenas respondam às emergências atuais, mas que também previnam futuras crises climáticas, assegurando uma transição justa e sustentável para uma economia de baixo carbono.
No cenário internacional, o Brasil tem desempenhado um papel de liderança na pauta ambiental e climática global. Sob nossa Presidência no G20, temos a oportunidade de influenciar positivamente as maiores economias no mundo. Nossa Liderança deve ser um exemplo de como alinhar crescimento econômico com sustentabilidade ambiental.
A sessão temática requerida hoje tem o objetivo de promover esse debate crucial entre os Poderes Executivo e Legislativo e de apresentar à sociedade as oportunidades que o Brasil tem ao conduzir esse processo. Juntos, podemos consolidar o papel do nosso país como um grande provedor de soluções ambientais e climáticas, impulsionando um futuro mais sustentável e resiliente para todos.
Que façamos mais e melhor pelo presente e pelo futuro do nosso povo, dos que estão aqui e daqueles que ainda estão por vir.
Muito obrigada. (Palmas.)
Vou citar a presença de algumas autoridades: a Sra. Raimunda Monteiro, Secretária Adjunta do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável da Presidência da República; o Sr. Deputado Rodrigo Agostinho, Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); o Sr. Mauro Pires, Presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); a Sra. Friederike Sabiel, Conselheira da Embaixada da Alemanha; o Sr. Andrew R. Wheeler, Adido do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e Saúde da Embaixada dos Estados Unidos; a Sra. Daniela Mota, Assessora do Meio Ambiente da Embaixada dos Estados Unidos; a Sra. Juliane Menezes, Coordenadora de Assuntos Estratégicos da Fundação Amazônia Sustentável; a Sra. Carina Pimenta, Secretária Nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima; e, por fim, o Sr. Luís Paraíso, Diretor-Executivo de Tecnologia em Soluções Ambientais da Zerus CO2.
Sejam todos muito bem-vindos.
Eu concedo, neste momento, a palavra aos convidados e vou passar para a nossa primeira expositora, a Sra. Marina Silva, Ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima, por dez minutos.
Seja bem-vinda, Ministra.