Discurso durante a 78ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Em fase de revisão e indexação
Autor
Wellington Fagundes (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Aparteantes
Weverton.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores e Senadoras, todos que nos assistem pela TV Senado, também pela Rádio Senado, que tem uma penetração muito forte no meu estado, Cuiabá, Várzea Grande, Tangará da Serra e outras tantas cidades.

    Hoje, aqui, Sr. Presidente, quero falar, primeiro, da audiência que tivemos esta semana, anteontem, aqui no Plenário, numa audiência conjunta da Comissão de Infraestrutura e da Comissão de Relações Exteriores desta Casa.

    Agradeço aqui ao Senador Confúcio Moura, que é o Presidente da Comissão de Infraestrutura, por permitir que a gente realizasse essa sessão conjunta, bem como ao Senador Renan Calheiros, que é o Presidente da Comissão de Relações Exteriores.

    E lá, Sr. Presidente, discutimos, uma das estradas mais importantes, acredito eu, hoje, para o Brasil. Trata-se da binacional Brasil-Bolívia, que vai ligar o Atlântico ao Pacífico. Faltam poucos quilômetros, ali do Mato Grosso, da cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade até a divisa da Bolívia, apenas 80km de asfalto faltam ser construídos; e, do lado da Bolívia até San Matías, mais 160km. Daí, então, até os portos do Chile, Iquique e Antofagasta, que é uma realidade. Essa estrada hoje já existe, é trafegável, mas, claro, precisa de condições, da infraestrutura necessária, para que a gente possa fazer essa integração.

    É importante dizer que o Brasil hoje, principalmente o Mato Grosso, tem uma relação muito forte ali. Muitos produtores mato-grossenses, brasileiros, foram para a Bolívia e temos ali, então, uma população muito grande e um intercâmbio de produção muito forte.

    Agora, a gente precisa, Senador Weverton, que acaba de assumir, fazer com que essa estrada possa fazer essa verdadeira ligação, que é uma estrada que vai muito além de uma estrada, ela será uma grande via que revolucionará, com certeza, a logística e o transporte, reduzindo distâncias de até 2 mil quilômetros até os portos do Pacífico e, principalmente, os custos, que serão também diminuídos, melhorando assim a competitividade dos produtos mato-grossenses. Além disso, facilitará o acesso aos mercados internacionais, ampliando exportações e beneficiando também produtores com insumos mais baratos, também gerará empregos e impulsionará o desenvolvimento econômico regional da região.

    É importante dizer que a Bolívia tem ali, em abundância, sal, também ureia e outros produtos que podemos importar, mas o mais importante também é que, com essa integração, Mato Grosso poderá, além de importar esses insumos, exportar muito mais, como eu disse aqui, encurtando as distâncias, muito mais próximo ali do Pacífico e, consequentemente, da Ásia.

    É importante dizer também que nós temos todo o mercado andino. São milhões de pessoas e parte da nossa mesma região, do nosso mesmo continente, e infelizmente nós temos praticamente o Brasil de costas para a sua faixa de fronteira.

    Como eu disse, Vila Bela da Santíssima Trindade foi a primeira capital brasileira projetada em Portugal para proteger a nossa costa fluvial, essa cidade histórica que teve toda a sua construção através dos escravos e cuja população originária africana, hoje, ainda é de aproximadamente 50%, com todas as suas tradições, como a dança do congo. Vila Bela da Santíssima Trindade foi uma cidade em que a força da mulher dominou o reinado ali, o quilombola, por 40 anos. Então, tem toda uma história de Tereza de Benguela, que essa estrada vai reconstruir – todo esse histórico do Brasil.

    Eu sempre digo que uma faixa de fronteira abandonada serve muito mais ao descaminho, então, eu acredito que o Brasil precisa urgentemente promover esse desenvolvimento em nossa região. São 720km de divisas secas, em que hoje só se fala em contrabando e drogas. Vamos desenvolver, porque aí é uma forma de a gente poder ter pessoas, ter ali universidades, ter ali ciência e tecnologia, ter desenvolvimento e riqueza, tanto para os brasileiros como também para toda a população da Bolívia, do Chile e dos povos andinos.

    Então, por isso, a presença também ontem de várias autoridades. Tivemos o Ministério das Relações Exteriores, o Governador Mauro Mendes, que inclusive se comprometeu, Presidente Weverton, do Estado do Mato Grosso, a fazer a nossa parte, ou seja, aquilo que seria até obrigação do Governo Federal o Estado do Mato Grosso bancaria. Então, agora o que nós precisamos é exatamente, já ficou definido, já entrei com um requerimento hoje, formar um comitê com a presença do Ministério da Agricultura, do Ministério das Relações Exteriores, também do Senado Federal através dessas duas Comissões e do Governo do estado. Espero que, com isso, a gente possa avançar nesse trabalho. É pouco recurso para muito benefício que haveremos de fazer.

    Aliás, tem um detalhe também extremamente importante. Conseguimos, há 15 dias, estive lá no aeroporto de Várzea Grande, Cuiabá, a nossa capital, um trabalho que fizemos há alguns anos no sentido da concessão dos aeroportos que a gente chamava de centro-oeste: Rondonópolis, a minha cidade natal; Sinop, que é a grande capital do Nortão de Mato Grosso; Alta Floresta; e Cuiabá. E hoje já temos esses aeroportos todos praticamente prontos e o aeroporto de Cuiabá, em que ainda falta a sua internacionalização.

    Nessa visita que fizemos lá, convidados pela COA, que é a empresa que administra hoje o aeroporto, mostraram-se todas as instalações, já aprovadas pela Receita Federal, também pela Anvisa, pela Polícia Federal, e todos os instrumentos, para que a gente tenha, então – espero que até o mês de julho –, o nosso aeroporto de Várzea Grande internacionalizado. E, aí, sim, poderemos fazer uma conexão muito maior com esses países, principalmente com a Bolívia, ali muito próxima, com voos internacionais. Tenho conversado com a TAM, com a Azul, que tem todo o interesse de fazer. Isso, para nós mato-grossenses, além de encurtar distâncias, faria com que o custo de passagem para o resto do mundo fique muito mais barato.

    Então, fica aqui o meu entusiasmo, anunciando que acredito que agora vai: que teremos até o mês de julho o nosso aeroporto Marechal Rondon, internacionalizado, fazendo com que Mato Grosso e a nossa região possam ter um intercâmbio comercial, cultural com os países andinos muito mais forte.

    Sr. Presidente, quero aqui também dizer que já entrei com o meu pedido de licença – vou fazer um tratamento –, mas estou muito feliz, porque hoje assume aqui, representando o meu Estado de Mato Grosso, mais uma mulher! A bancada federal, a bancada de Senadoras aqui do Senado passará a ter 16 mulheres.

    Eu apresentei um projeto, que não foi aprovado, para que já valesse para essas eleições que, pelo menos, 30% das vagas do Legislativo – não é de candidatura, não –, 30% das vagas fossem das mulheres: nas Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional. Aliás, temos que aprovar é 50%! Se tem 50% de mulheres – aliás, 51% ou 52% de mulheres –, temos que ter também a representatividade e a força da mulher aqui.

    A Rosana Martinelli foi Prefeita da cidade de Sinop, é uma mulher experiente, competente, que vai trazer toda essa força da região que ela representa, que é o Nortão de Mato Grosso, uma das regiões que mais se desenvolve do Brasil. A cidade de Sinop tem hoje – e ela que levou para lá – a primeira usina de etanol a partir do milho.

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – O milho, no passado, ficava a céu aberto, o frete para levar para o Nordeste era duas vezes mais do que o valor do produto. E, hoje, nós temos lá a maior indústria de etanol, não só em Sinop. Hoje o Mato Grosso é o maior produtor de etanol de milho do Brasil. E, claro, disso vem o subproduto, o DGV; daí vem a proteína animal, e essa transformação – como ela diz – do Brasil que dá certo. Eu quero aqui pedir a V. Exas. que, inclusive, ajudem para que a Rosana possa aqui ter um papel fundamental para representar o meu estado.

    Eu quero falar sobre como foi o Mauro Carvalho, o meu suplente também, que assumiu em quatro meses e fez aqui um trabalho brilhante. Por isso é que eu quero dizer e registrar aqui um pouco: a Rosana é natural de Palotina, Paraná, e chegou a Sinop há 50 anos. Ela foi Vice-Prefeita, Secretária Municipal de Indústria e Comércio e também a primeira mulher eleita Prefeita da cidade Sinop, em 2016.

    Ela tem uma trajetória exemplar e esteve à frente de uma das cidades mais prósperas e desenvolvidas do Mato Grosso, uma região que fica no norte do estado e é um exemplo de desenvolvimento e crescimento, contribuindo muito para o progresso do Brasil hoje. É administrada pelo Roberto Dorner, também Prefeito experiente, competente, junto com a sua esposa, a querida Primeira-Dama e também Presidente da APDM (Associação das Primeiras Damas do Mato Grosso), a Scheila Pedroso, arquiteta também extremamente competente.

    Então, com isso, a cidade de Sinop, agora, ganha uma Senadora, somando com o Juarez, que é Deputado Federal de lá. Eu tenho certeza de que a Rosana, que sempre teve o seu entusiasmo pela educação, pela agricultura, pela força da produção rural, vai fazer este trabalho, aqui, voltado também para a educação, que é uma das áreas em que ela trabalha, e para a logística.

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – E ela vai lutar – e com certeza a população de Sinop e do Nortão de Mato Grosso merece isto – pela duplicação de Sinop até Miritituba, esse grande corredor de exportação do Arco Norte. Não fosse o Arco Norte, não teria como escoar a nossa produção. Graças a um trabalho inovador, também, de toda a bancada aqui, junto com o Governador Mauro, já estamos fazendo a duplicação. O Governo do estado assumiu a concessão da BR-163, a Nova Rota do Oeste, e as obras de duplicação de Cuiabá até Sinop estão de vento em popa. Então, com isso, nós estamos, agora, trabalhando exatamente para que, de Sinop até Miritituba, possamos ter uma renegociação da concessão, um avanço, uma prorrogação, através da ANTT, para que a gente tenha, com isso, a duplicação daquele trecho.

    Então, Sr. Presidente, eu desejo à Rosana Martinelli e a toda a população de Sinop e do Nortão de Mato Grosso que ela tenha aqui sucesso; que tenha aqui, com todos os companheiros, apoio; e que ela possa desempenhar um grande trabalho, mostrando, com isso, então, a força da mulher mato-grossense, a força da mulher brasileira no Senado da República.

    É isso.

    Muito obrigado.

    Que Deus abençoe a todos!

    E, nesses quatro meses em que me ausentarei daqui – não a todo o momento, porque quero estar aqui presente, visitando e conversando com os companheiros –, provavelmente farei uma cirurgia, mas, com certeza, pedindo a Deus que dê tudo certo, para que a gente possa conviver, também, durante esses quatro meses do meu restabelecimento.

    Muito obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Weverton. Bloco Parlamentar Independência/PDT - MA. Para apartear.) – Senador Wellington Fagundes, de já, nós desejamos boa sorte à Rosana, daqui a pouco Senadora pelo Mato Grosso, que estará aqui representando tão bem o seu estado e a chapa que foi liderada por V. Exa.

    Quero aqui dar este testemunho do quanto... Neste momento difícil do Brasil, principalmente no antagonismo que nós estamos vivendo do "eu contra ele", do "certo contra o errado", quero dar este testemunho de como se pode fazer a boa política, de forma madura, de forma coerente e, acima de tudo, equilibrada, como V. Exa. fez e faz aqui, representando tão bem o seu Estado do Mato Grosso. Então, nós, sem dúvida nenhuma, vamos sentir muita falta, mas tenho certeza de que quatro meses passam muito rápido. E, neste momento de recuperação, V. Exa. também terá mais tempo para estar mais próximo da sua base, conversar com os seus aliados e, obviamente, estar sentindo mais lá o dia a dia dentro do seu estado.

    Então, de já, o nosso boa sorte e boa recuperação!

    E seja bem-vinda, Senadora Rosana.

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Obrigado, Presidente.

    Quero dizer que Sinop talvez seja uma das regiões que mais tem maranhenses, hoje, tocando obras. Eu estive lá, visitando um grande canteiro de obras e conversei com a população de trabalhadores que lá estava: mais de 80% eram maranhenses. Então, o seu estado está contribuindo muito com o Mato Grosso neste momento de desenvolvimento do nosso estado.

    O SR. PRESIDENTE (Weverton. Bloco Parlamentar Independência/PDT - MA) – Olha, um abraço aos nossos colegas conterrâneos, aos maranhenses que estão em Sinop e aos que estão em todo o Brasil. A qualquer canto em que você chega, aqui em Brasília e em vários estados, nós temos maranhenses. Em Santa Catarina, lá em Bombinhas, tem colônia de maranhense. Se você chega a Rondônia... Em Roraima, a maioria ou quase a maioria da capital Boa Vista – 40% – é maranhense. São pessoas do bem, trabalhadoras. Muitas dessas pessoas saíram da sua terra para tentar vencer na vida e lutar para tentar conseguir um emprego ou criar as condições para ajudar seus entes. Então, eu tenho certeza de que lá também eles estão dando a sua contribuição para o desenvolvimento do Mato Grosso.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Parabéns, porque o seu estado é lindo, viu?

    Eu quero aproveitar aqui para mandar um abraço para o Pergentino Holanda, que me recebeu muito bem há uns 30 anos. Fomos lá a Barreirinhas.

    O SR. PRESIDENTE (Weverton. Bloco Parlamentar Independência/PDT - MA) – Eu não tinha nascido ainda. (Risos.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – É a coisa mais linda aquela região. Também é uma região abençoada por Deus.

    O SR. PRESIDENTE (Weverton. Bloco Parlamentar Independência/PDT - MA) – Lençóis Maranhenses. Vá lá conhecer, que vale a pena.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Isso, Lençóis Maranhenses.

    Muito obrigado.

    Desculpe-me, Senador.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/2024 - Página 28