Discurso durante a 78ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Em fase de revisão e indexação
Autor
Zequinha Marinho (PODEMOS - Podemos/PA)
Nome completo: José da Cruz Marinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso

    O SR. ZEQUINHA MARINHO (Bloco Parlamentar Independência/PODEMOS - PA. Para discursar.) – Muito obrigado, Presidente.

    Volto à tribuna hoje para fazer uma menção às comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado na semana passada.

    Naquele momento das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, eu não vi nenhuma ONG dessas que são patrocinadas pelo capital internacional se manifestar a favor da Ferrogrão, uma ferrovia fundamental para a economia de emissão de CO2. Justamente por serem financiadas pelo capital internacional, certamente, essas ONGs não puderam falar sobre as vantagens comparativas da Ferrogrão e a redução, em 77%, que ela trará em relação ao modal rodoviário na emissão de CO2, que hoje é produzido pelo transporte rodoviário por meio das carretas que cruzam, o tempo todo, 24 horas por dia, a BR-163.

    Esse dado referente à redução das emissões está no relatório da Empresa de Planejamento e Logística do Governo Federal (EPL) e foi ratificado pelo Ministro dos Transportes durante audiência pública realizada no dia 30 de agosto do ano passado. Na ocasião, os representantes do ministério apresentaram dados de que a redução das emissões de CO2 estaria na base de 3 milhões a 4 milhões de toneladas ao ano. E isso aqui não é fake news. Todos os números, dados, percentuais e índices que nós colocamos aqui são do Governo, são oficiais.

    Um dia desses, eu estava vendo uma matéria de que aqui nós estávamos trazendo fake news nesses pronunciamentos. Se nós estamos trazendo fake news aqui, paciência; são dados do Governo, então é o Governo que está fazendo fake news.

    Então, gostaria de que nossos jornalistas, patrocinados por essas ONGs, prestassem muita atenção naquilo que se fala aqui e na fonte de onde pegamos essas informações.

    Com cerca de 1,24 milhão de quilômetros quadrados, ou seja, 14,6% da área brasileira, o Pará é o segundo maior estado do país e a 13ª maior subdivisão mundial. Apesar dessa extensão continental, o estado possui apenas – apenas! – uma ferrovia em seu território, a Estrada de Ferro Carajás, que liga a mina de Carajás ao Maranhão. Com uma extensão de aproximadamente 892km, a ferrovia Carajás é operada pela Vale e liga a mina de Carajás ao porto de Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão.

    Sabe por que o capital internacional paga as ONGs para falarem mal da Ferrogrão? Qual é o medo que eles têm? É o medo da competição com a produção brasileira.

    Na semana passada, matéria publicada pelo jornal O Liberal, lá do meu estado, trouxe uma importante fala do Vanderlei Ataídes, Presidente da Aprosoja do Pará. Ele apresentou uma redução de custos de até 40% no valor dos grãos comercializados mundo afora.

    Em 2023, conforme dados do Sistemas de Comércio Exterior, somente de soja o Pará exportou 3,1 milhões de toneladas, principalmente para a China, totalizando o valor de US$1,6 bilhão, no sistema atual. Nossa produção e comercialização avançam, apesar dos obstáculos. Imaginem quando tivermos a Ferrogrão: a gente vai, se Deus quiser, dobrar tudo isso. É justamente por isso que as ONGs internacionais ou financiadas pelo capital externo não querem a ferrovia.

    A produção dos países europeus é uma produção pouco competitiva, que custa caro aos seus governos. Peguemos por exemplo a França, do Presidente Macron, que gosta de dar opinião e é contra o Brasil, que ultimamente tem se dedicado a trabalhar contra o nosso desenvolvimento. De 2015 a 2021, os agricultores franceses receberam, em pagamentos diretos da União Europeia, o equivalente a R$262 bilhões em subsídios, que são investimentos públicos para financiar a produção agrícola da França. Considerando o período de seis anos, o valor dos subsídios aos agricultores franceses, por ano, foi de R$43,66 bilhões. Aqui, se formos olhar para o programa de Seguro Rural, chegamos ao valor anual de R$947 milhões, 46 vezes menor do que os subsídios europeus.

    Entendem por que eles têm medo? Por que são contra construção de infraestrutura de transporte ferroviário no Brasil? Com a construção da Ferrogrão, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, o Governo francês e a União Europeia terão que desembolsar uma quantidade maior do que hoje já pagam aos seus agricultores para segurar a competitividade com o Brasil. É isso que acontece, é esse o medo, e daí por que a Europa, ou seja, o capital externo entra forte aqui através das ONGs para segurar qualquer projeto, especialmente na área da logística.

    Hoje tivemos aqui a felicidade de receber a Senadora Rosana Martinelli, suplente do nosso querido Senador do Mato Grosso, o Senador – esqueci aqui o nome...

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. ZEQUINHA MARINHO (Bloco Parlamentar Independência/PODEMOS - PA) – Não é o Jayme... Wellington Fagundes – perdão. Ele tirou uma licença de 120 dias, e a gente recebe, com muita alegria, a Senadora Rosana Martinelli, ex-Prefeita de Sinop. E eu tenho certeza de que, assim como o nosso Senador Wellington Fagundes, a Senadora Rosana vai estar conosco nessa luta, porque exatamente em Sinop nasce a Ferrogrão, com destino a Miritituba e Itaituba, nos portos do Rio Tapajós, fazendo ali a interligação ferroviária.

    Quero aqui desejar boas-vindas à Senadora e convidá-la para que a gente se una nessa luta, inclusive oferecendo-lhe aqui a ficha da Frente Parlamentar da Agropecuária, para que ela faça sua adesão também, a fim de que, com tantos outros colegas desta Casa e Deputados Federais, possamos trabalhar juntos pelo desenvolvimento da nossa região.

    Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/2024 - Página 65