Discurso durante a 91ª Sessão Especial, no Senado Federal

Em fase de revisão e indexação
Autor
Damares Alves (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/DF)
Nome completo: Damares Regina Alves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso

    A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Para discursar.) – Bom dia, Sr. Presidente, Senador Izalci, meu amigo, meu parceiro, meu companheiro.

    Eu vou contar um segredo para vocês, bombeiros. Quando dá dia 31 de dezembro e o ano vai virando, as assessorias já começam a preparar os requerimentos de sessão de homenagem; tem que entrar antes. Eu acho que o Senador Izalci não dorme no dia 31 de dezembro. (Risos.)

    A gente tenta ser o primeiro a protocolar, aí ele protocola e manda a mensagem: "Pode assinar que já está lá"; é assim que ele tem lidado com as homenagens aos nossos heróis do Distrito Federal. O Senador Izalci tem um respeito e uma admiração muito grande por todos os senhores, assim como a Senadora Leila. É difícil dizer assim: quem é o Senador do Corpo de Bombeiros do DF? Os três são apaixonados pelo Corpo de Bombeiros do DF, e é uma alegria recebê-los todos nesta manhã.

    Quero cumprimentar o nosso Comandante Coronel Sandro; é uma honra! É a primeira vez que o recebemos como Comandante-Geral nesta Casa. Já estivemos juntos em algumas outras ocasiões. Seja bem-vindo, comandante! Que Deus o abençoe neste novo desafio, nessa nova fase! Estamos muito felizes pela escolha do seu nome e ainda morrendo de saudade da Comandante Mônica – e o senhor sabe porquê –, porque nós mulheres ficamos muito felizes quando tivemos uma comandante mulher, que passou e deixou a sua digital e a sua marca, mas, nos novos desafios agora, que Deus colocou em suas mãos, que o senhor seja bem-sucedido.

    Nosso Subcomandante Moisés, que alegria recebê-lo aqui.

    Nosso querido, meu amigo de cadeira, de mesa, já há alguns dias, Coronel Angelis, muito prazer estar recebendo-o novamente aqui.

    Com o nosso querido Subprocurador-Geral, Dr. Georges, que também é um parceiro e um amigo, já estamos conversando sobre os desafios deste ano, inclusive sobre os que envolvem o Corpo de Bombeiros do DF.

    Eu quero pedir permissão aos senhores para registrar a presença do Dr. Manoel, que é o meu primeiro suplente e está aqui. Ele veio também para prestar homenagem a todos os senhores. Manoel, que alegria tê-lo nesta sessão! Que Deus o abençoe! O Manoel é o Presidente do União e meu primeiro suplente, mas nós temos um mandato muito compartilhado. Então, nós estamos sempre juntos nas atividades no Senado e fora dele.

    Todos os senhores, muito bem-vindos!

    O que dizer? Eu acho que Izalci roubou o meu discurso quando eu ia falar de criança. E agora? O que eu vou falar? Bombeiro combina com criança, Izalci. Que mais eu posso falar? Como vocês são amados! Eu acho que essa introdução que o Senador Izalci trouxe deu o tom desta sessão hoje: gratidão, bravura, ternura. Eu ficaria muito com a palavra ternura.

    Nesse momento em que o DF passou por tantos desafios, o ano de 2023 não foi fácil para o corpo de policiais militares e bombeiros do DF, foi um ano difícil para todos nós.

    Eu estava falando sexta-feira, na sessão passada: nós começamos com desafios – nesta legislatura, não vou falar das demais, nesta legislatura –, arcabouço fiscal, retirada do nosso fundo constitucional, que afetariam diretamente os senhores lá na ponta, que afetariam diretamente a segurança pública no Distrito Federal.

    Depois, a gente veio com o desafio da Lei Orgânica da Polícia Militar, Lei Orgânica da Polícia Civil. Aí a gente veio depois com o grande desafio do reajuste. Quantas batalhas, quantas batalhas.

    Agora, a gente vem novamente com um outro desafio, que está posto à mesa, que é a federalização da segurança pública no Brasil. Nós vamos precisar nos sentar com os senhores, ir aos quartéis, fazer rodas de conversa, ouvi-los.

    Nós – tanto eu como o Senador Izalci – temos como prática, nos nossos mandatos, não tomar nenhuma decisão sem ouvir os que estão diretamente envolvidos com ela.

    A gente vai começar esse processo, agora, de trazê-los para uma conversa, de trazê-los para um diálogo sobre a federalização da segurança pública no DF, na qual os senhores estão diretamente envolvidos.

    E existem outros desafios que estão postos também, que envolvem diretamente o nosso corpo de bombeiros.

    A gente fala muito do herói, a gente fala muito do bravo, a gente fala muito da dedicação, mas existe uma ação de que vocês estão no dia a dia cuidando, que a gente tem falado muito pouco nesta Casa e no Brasil, e eu quero destacá-la: a saúde mental do nosso povo.

    Eu tenho ido aos quartéis. Inclusive, Brasília – atenção, Brasil –, vocês que têm uma unidade do corpo de bombeiros próximo à sua casa, visitem-na. Sempre tem um cafezinho quente lá, mas falta um bolo, falta um pãozinho de queijo. Vão lá, visitem.

    Às vezes a gente faz tantos discursos de agradecimento, mas a gente passa em frente a um quartel, no Dia dos Pais, e não desce para abraçar os bombeiros pais, a gente não desce para abraçar as bombeiras mães, a gente não desce para abraçá-los, no dia das crianças, porque eles estão ali cuidando de crianças, nas atividades que eles fazem e que não divulgam, nos bombeiros mirins no Brasil inteiro e aqui no Distrito Federal, nas ações assistenciais.

    Eu estive, na pandemia, nos quartéis, e vi o quanto vocês fizeram pelo nosso povo aqui no Distrito Federal. Eu sei que vocês vão além do que é pedido, além da atribuição e, com certeza, muito além do salário, muitas vezes.

    Nós sabemos quem são os bombeiros do Distrito Federal, mas eu queria fazer este chamamento às igrejas, às instituições, à sociedade civil: abracem mais os nossos bombeiros, visitem os quartéis.

    Às vezes é uma necessidade tão pequenininha. Nesses dias eu fui a um quartel, e tudo de que eles precisavam era de uma tinta numa quadra.

    Aí a gente tem que esperar uma licitação, tem que esperar um orçamento, tem que falar com o comando geral, que tem que falar com a Secretaria de Segurança.

    A comunidade está ali do lado; e eles queriam pintar uma quadra para atender crianças.

    Eu acho que a sociedade podia se envolver mais, estar mais com os senhores e entender as grandes missões do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

    E hoje eu quero falar sobre essa missão nobre que os senhores têm conduzido, que é o cuidado da saúde mental do nosso povo.

    Eu sei que quando o telefone toca, quando toca o alarme, o quanto vocês se dispõem, mas sei também o que vocês encontram do outro lado.

    Nesses dias, eu estive na unidade, acho que na de Itapoã – São Sebastião ou Itapoã –, nós estávamos sentados em uma roda de conversa – permitam-me falar à unidade – e nós choramos juntos. E tem sido assim quando eu vou aos quartéis: eu sento para tomar café, às vezes não tem pão de queijo, mas eu tomo café com vocês, e ouço. É nas rodas de conversas que eu tenho ouvido que o nosso povo no Distrito Federal está doente, que o nosso povo está precisando ser curado. E das rodas de conversa tenho trazido, para o Parlamento, propostas, iniciativas; das rodas de conversa tenho trazido, para o Parlamento, os desafios.

    Mas eu queria encorajá-los. Eu sei que não é fácil, eu sei que não tem sido um momento fácil. Nós estamos encontrando, hoje, no nosso Distrito Federal, meninos de oito anos tentando suicídio; nós estamos encontrando, no nosso Distrito Federal, hoje, crianças se cortando; nós estamos encontrando, no nosso Distrito Federal, hoje, pessoas, em uma quantidade cada vez maior, querendo desistir da vida. Mas, quando a sirene chega perto, quando esses laranjinhas chegam perto, quando o coturno do bombeiro chega perto, quando o olhar de vocês chega perto, faz toda a diferença.

    Em nome das famílias do Distrito Federal que devem a vida de seus filhos, de seus pais, de suas esposas, de seus avós a vocês, eu venho aqui dizer ao corpo de bombeiros muito obrigada. Muito obrigada a todos vocês que saem de casa cedinho, que às vezes não sabem se voltam, que se dedicam além do que é pedido. Nós temos muito orgulho do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, nós temos muito orgulho de cada um de vocês. Que Deus abençoe vocês, que Deus abençoe as famílias de vocês!

    Eu tenho uma fé declarada, eu estou num estado que respeita a minha expressão de fé e é por isso que luto. E por ter essa liberdade de expressão de fé, inclusive aqui na tribuna, eu vou rogar ao meu Deus que mande um exército de anjos em volta de cada unidade do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, cuidando de quem cuida no meu DF. Que Deus abençoe vocês!

    Trazê-los aqui para receberem esta homenagem é o mínimo que os três Senadores que representam o DF podem fazer. Nós os respeitamos, nós os amamos, nós precisamos dos senhores. O Distrito Federal não seria melhor sem os senhores, o Distrito Federal deve muito a cada um dos senhores. Que Deus os abençoe!

    Sejam bem-vindos ao Senado Federal.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/07/2024 - Página 9