Discurso durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Necessidade de um debate amplo sobre as consequências de eventos climáticos extremos decorrentes das contínuas agressões ao meio ambiente praticadas pelo homem.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Mudanças Climáticas:
  • Necessidade de um debate amplo sobre as consequências de eventos climáticos extremos decorrentes das contínuas agressões ao meio ambiente praticadas pelo homem.
Publicação
Publicação no DSF de 03/07/2024 - Página 11
Assunto
Meio Ambiente > Mudanças Climáticas
Indexação
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, DEBATE, ASSUNTO, INFLUENCIA, EVENTO, MUDANÇA CLIMATICA, MOTIVO, CONTINUIDADE, AGRESSÃO, MEIO AMBIENTE, AUTOR, HOMEM.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Permutas do bem fazem bem, não é isso? É o tripé: Paim, Girão e Kajuru.

    Bem, voz consagrada da amada Paraíba, Presidente Veneziano Vital do Rêgo...

    Deus e saúde, alegrias e vitórias nas vidas de todos e todas da nossa pátria amada.

    Brasileiras e brasileiros, minhas únicas vossas excelências, num momento em que o Brasil se assombra com os incêndios que tomam conta do Pantanal, maior planície úmida do mundo, só poderia eu subir à tribuna, neste 2 de julho de 2024, para falar em defesa do meio ambiente, até porque sou o Presidente de uma Subcomissão sobre meio ambiente.

    Os focos de incêndio, no primeiro semestre, já superam o que foi registrado no mesmo período, em 2020, pior ano na história do Pantanal. As queimadas naquele bioma estão acontecendo na sequência da tragédia causada pelas chuvas intensas no Rio Grande do Sul amado.

    É essencial priorizar uma discussão ampla, geral e irrestrita sobre como enfrentar as consequências, cada vez mais graves, dos eventos climáticos extremos decorrentes das agressões contínuas do homem à natureza, do ignorante que não entende que a natureza tem valor. Isso tem a ver, entre outras providências, com a preservação das florestas, essenciais para a manutenção do equilíbrio ambiental, um fato que envolve o Brasil, em cujo território se encontram cerca de 60% da maior floresta do mundo, Senador Plínio Valério, amigo, irmão e jornalista também – fraquinho como jornalista, mas era corajoso... Brincadeira! –, a sua Amazônia; ou seja, aqui eu falo da maior floresta do mundo, a Amazônica.

    Por coincidência, isso tem de ser feito agora, no Governo Lula 3, que vem enfrentando o desmatamento na floresta e retomou o Fundo Amazônia, paralisado desde 2019 – um fundo, aliás, criado no Governo Lula 2, em 2008, para permitir o apoio internacional para o combate ao desmatamento no país.

    "Pois bem" – diria Suassuna –, o envolvimento de outros países na preservação da Floresta Amazônica acaba de ganhar um apoio de peso: o de Lars Peter Hansen, Professor da Universidade de Chicago e Prêmio Nobel de Economia em 2013. Em recente visita ao Brasil, ele concedeu entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e declarou que a sua maior preocupação hoje tem a ver com as mudanças climáticas e seu enfrentamento. Acrescentou que deixar as providências para depois sairá mais caro, e a demora ainda aprofundará os reflexos negativos do desequilíbrio ambiental sobre a economia global.

    Nesse contexto, entra a preservação da Floresta Amazônica – com o cultivo de árvores para absorção de carbono –, o que, no entender de Lars Hansen, seria possível com um custo econômico bastante baixo, desde que o mundo realmente ajudasse o Brasil.

    Vamos ao que disse, textualmente, o Prêmio Nobel de Economia sobre o assunto. Abro aspas: "Acho que a solução para isso não deveria ficar só no Brasil. Porque, sim, o mundo inteiro vai se beneficiar com a preservação da floresta tropical, e isso vai ajudar nas mudanças climáticas. Então, acho errado pensar que isso é só um problema do Brasil para resolver. Algum tipo de transferência de pagamentos de países desenvolvidos para um país como o Brasil, para apoiar esses esforços, faria todo o sentido", fecho aspas.

    Se tal não acontece, não é por falta de mecanismos institucionais. Como exemplo, na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, realizada há dois anos no Canadá, foi estabelecido um acordo histórico relacionado à ação global sobre a natureza até 2030. Os países desenvolvidos se obrigaram a destinar US$200 bilhões por ano até 2030 para a implementação dos planos de ação e estratégias nacionais de biodiversidade. Foi criado, assim, um novo marco, na linha do Acordo de Paris, definido em 2015, pelo qual as nações desenvolvidas deveriam investir nos países em desenvolvimento US$100 bilhões por ano em medidas de combate à mudança do clima.

    Acordos existem, promessas são feitas, mas poucas ações se concretizam, apesar dos alertas reiterados dos especialistas de áreas as mais diversas. Enquanto isso, gente, pátria amada, os eventos climáticos extremos promovem a destruição, que afeta mais quem tem menos, acentuando as desigualdades.

    Por fim, o Governo do Brasil, uma potência climática, tem de insistir e se fazer ouvir, cumprindo a missão de cobrar os líderes dos países desenvolvidos nos fóruns internacionais. Não podemos nunca esquecer que os 10% mais ricos da população mundial concentram mais de 75% da riqueza e emitem quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera.

    Concluo fazendo aqui minhas as palavras já proferidas pelo Presidente Lula, aspas: "Não haverá sustentabilidade sem justiça", fecho aspas.

    Agradecidíssimo.

    Abraço especial aos funcionários do Senado Federal, da Mesa Diretora, todos e todas, que são o maior patrimônio desta Casa, Presidente Veneziano Vital do Rêgo.

    Agradecidíssimo.

    Cumpri o tempo ou não?


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/07/2024 - Página 11