Pela Liderança durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o relatório Refúgio em Números que expõe a quantidade de pedidos de refugiados no Brasil, destacando a situação enfrentada pelo Estado de Roraima, assim como cobrança ao Governo Federal de ações para dirimir a questão dos imigrantes na Região Norte.

Autor
Mecias de Jesus (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/RR)
Nome completo: Antônio Mecias Pereira de Jesus
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais, Direitos Humanos e Minorias:
  • Considerações sobre o relatório Refúgio em Números que expõe a quantidade de pedidos de refugiados no Brasil, destacando a situação enfrentada pelo Estado de Roraima, assim como cobrança ao Governo Federal de ações para dirimir a questão dos imigrantes na Região Norte.
Publicação
Publicação no DSF de 03/07/2024 - Página 49
Assuntos
Outros > Assuntos Internacionais
Política Social > Proteção Social > Direitos Humanos e Minorias
Indexação
  • COMENTARIO, RELATORIO, REFERENCIA, QUANTIDADE, PEDIDO, REFUGIADO, BRASIL, ENFASE, SITUAÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR), COBRANÇA, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, OBJETIVO, MELHORIA, PROBLEMA, IMIGRANTE, REGIÃO NORTE.

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RR. Pela Liderança.) – Sr. Presidente Veneziano, Sras. e Srs. Senadores, o assunto que me traz a esta tribuna hoje é grave, apesar de não receber a devida atenção do Governo Federal. O próprio Executivo federal divulgou um relatório chamado "Refúgio em Números". Trata-se de um levantamento oficial sobre o número de famílias que buscam abrigo no nosso país.

    Como o relatório é extenso, colegas Senadores e Senadoras, vou resumir alguns dados.

    Foram registrados, no último ano, 77.193 pedidos de refugiados, um recorde em nossa história recente. Esse número equivale a um aumento de mais de 1.000% – vejam bem: mais de 1.000%! – em comparação ao ano anterior. Desses refugiados, 81,4% são venezuelanos. Do total de refugiados, em Roraima se concentra o maior volume das solicitações de refúgio. Existem também os refugiados que entram no país de forma ilegal, eles são a maioria. Há estudos que apontam que, hoje, vivem no Brasil mais de 200 mil imigrantes ilegais.

    Os números assustam, mas nem de longe dão conta da exata dimensão do caos que se instalou, há anos, no meu querido Estado de Roraima.

    Num mundo cada vez mais globalizado, em que os países buscam integração e cooperação financeira, cultural e social, não é racional pregar o isolamento de um país com o fechamento de suas fronteiras, como fazem as atrasadas ditaduras que ainda resistem pelo mundo e que são apoiadas pelo PT, tais como Cuba, Venezuela e Irã, mas tampouco é admissível que o Governo Federal cruze os braços, fazendo o mínimo de sua responsabilidade e transferindo esse problema para os estados.

    Srs. Senadores, Sras. Senadoras, por dia, entram em Roraima cerca de 400 venezuelanos, dados divulgados pela reportagem do Portal G1 em fevereiro deste ano. No mês anterior, em todo o Estado de Roraima, foram abertas 323 vagas de emprego. Vou repetir: chegam 400 venezuelanos por dia, e Roraima abre apenas 320 vagas de empregos por mês! A conta não fecha. Não há emprego para todos.

    Pense no drama, Senador Plínio Valério, de um pai ou de uma mãe de família brasileira que não consegue emprego, porque o mercado de trabalho está superlotado por imigrantes que cobram preços irrisórios. Por outro lado, esse brasileiro tem dificuldade de acesso aos programas sociais do Governo, ao contrário dos imigrantes, que recebem com facilidade essa ajuda.

    Entendo que é humano que se dê suporte ao imigrante, mas não é correto que, para isso, se abandonem os brasileiros...

(Soa a campainha.)

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RR) – ... sobretudo aqueles que mais precisam, no extremo norte do nosso país.

    O Governo Federal tem dupla responsabilidade, primeiro porque falha no resultado quando recebe e estoca pessoas em abrigos improvisados ou, pior, permite que famílias durmam ao relento nas praças públicas. Isso impulsiona a violência, a miséria, a dependência de álcool e drogas, os crimes, a exploração física, moral e econômica e superlota os serviços públicos do estado, como saúde, educação, segurança e assistência social. E o Governo Federal fecha os olhos para essa tragédia da qual é aliado.

    Sr. Presidente, mais um minuto e eu concluirei.

    O Presidente Lula não levanta a voz contra a ditadura de Maduro...

(Soa a campainha.)

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RR) – ... permitindo que isso continue. Maduro expulsa os venezuelanos e Roraima é quem paga a conta.

    Basta! Isso precisa ter um fim. A população roraimense, de um coração enorme, de uma receptividade fora do comum, já deu muito além de sua cota de sacrifícios. Chegou a hora de o Governo Federal fazer sua escolha: vai continuar apoiando a loucura e os desmandos de um ditador, ou finalmente vai apoiar os brasileiros de Roraima e de toda a Região Norte, que pagam um preço altíssimo pela sua conivência? Exigimos uma ação real, concreta e imediata do Governo Federal, diante da questão dos imigrantes. Isso é mais que necessário, isso é, acima de tudo, urgente.

    É o que tenho a dizer, Sr. Presidente.

(Interrupção do som.)

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RR. Fora do microfone.) – Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/07/2024 - Página 49