Pronunciamento de Margareth Buzetti em 16/07/2024
Discurso durante a 104ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Indignação com a situação da segurança pública no Brasil e considerações sobre a atuação de S. Exa. como Senadora no sentido de combater o avanço da criminalidade no país.
- Autor
- Margareth Buzetti (PSD - Partido Social Democrático/MT)
- Nome completo: Margareth Gettert Busetti
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Atividade Política,
Segurança Pública:
- Indignação com a situação da segurança pública no Brasil e considerações sobre a atuação de S. Exa. como Senadora no sentido de combater o avanço da criminalidade no país.
- Aparteantes
- Rosana Martinelli.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/07/2024 - Página 28
- Assuntos
- Outros > Atividade Política
- Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
- Indexação
-
- ATUAÇÃO PARLAMENTAR, APRESENTAÇÃO, ORADOR, PROJETO DE LEI, COMBATE, CRIME, AUDIENCIA, RICARDO LEWANDOWSKI, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PUBLICA, MELHORIA, SEGURANÇA PUBLICA.
A SRA. MARGARETH BUZETTI (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - MT. Para discursar.) – Obrigada, Presidente.
Olha, eu não consigo nem imaginar a dor dessa mãe, a dor dessa mulher, tendo seu filho de sete meses estuprado e morto pelo próprio pai.
Mas gostaria hoje de dizer boa-tarde a todos os colegas Senadores e Senadoras e a todos que nos acompanham, Brasil afora, pelos canais de comunicação do Senado e pelas redes sociais.
Presidente, gostaria de estar aqui hoje comemorando aumento de segurança no Brasil. Gostaria de usar esta potência que é a TV Senado para dizer aos brasileiros: meus amigos, saiam às ruas sem medo, não se preocupem se seus filhos voltarem tarde da festa.
Infelizmente, não é essa a realidade. Pesquisa divulgada pela Quaest, na semana passada, revelou um aumento de 12% – pasmem – para 21%, de abril do ano passado para julho de 2024, entre os eleitores brasileiros. Abril do ano que se passou. E eu digo mais: não precisa de pesquisa. O sentimento de impotência do brasileiro já é de décadas.
Vivemos em um país onde quem manda nos presídios são as facções criminosas, em um país onde se normalizou, principalmente nas periferias, que as crianças convivam com corpos nas ruas quando saem para a escola de manhã. Normalizamos a disputa do tráfico de drogas; normalizamos as milícias armadas – e isso não tem lado político e não tem partido, é uma sucessão de erros de todos os governantes... E até quando isso?
Sinceramente, não entendo como isso não é prioridade número um do Brasil. E tenho feito a minha parte, Sr. Presidente. Mais da metade de meus projetos, hoje, são para combater crimes, seja crime organizado, que age dentro dos presídios, seja o covarde e absurdo crime de feminicídio.
Somente em 2024, eu fui duas vezes ao STF conversar com ministros buscando uma ajuda para enfrentarmos o crime. Amanhã tenho uma audiência com o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Já havia falado da minha preocupação ao antecessor dele, Ministro Flávio Dino, hoje Ministro do STF.
Os Senadores e Deputados já estão até cansados de tanto que eu falo das necessidades de combatermos o crime. Só falta eu falar com o Papa.
É o que eu digo a todos eles, Sr. Presidente, eu repito: vamos encontrar uma solução. Usem o meu mandato para isso. A gente precisa atualizar a legislação para combater um crime cada vez maior, mais atualizado.
Reconheço o esforço do Ministro Lewandowski para colocar o Sistema Único de Segurança Pública na Constituição. Concordo que precisamos unir e usar a inteligência de todas as polícias para combater as facções. Quem tem que ser organizado é o poder público, não o crime. Mas acho que precisamos ser ainda mais ousados.
No pacote anti-impunidade que apresentei ao Senado, a gente traz propostas que são polêmicas, mas são inovadoras: acabar com o regime semiaberto; deixar o líder de facção preso até cumprir 75% da pena, em regime fechado, dentro do presídio; aumentar o tempo longe da sociedade daquele cara que mata pela facção, mesmo sendo menor de idade.
Tudo isso eu coloquei em discussão para que a gente se reinvente, para que sejamos combativos. O bandido tem que voltar a ter medo da polícia, ter medo do Estado. O vagabundo que se acha no direito de levantar a mão para uma mulher tem que ser punido por isso. Esse é o papel do Estado.
Tem gente que defende um Estado maior. Ele tem que ser maior na hora de combater a violência, não na hora de interferir na vida de quem empreende e trabalha. Aí sim, o povo quer ver o Estado agindo e ser beneficiado.
A senhora que está me assistindo agora, pela TV Senado, que tem um filho, que tem um neto, sabe o que eu estou falando. A senhora foi ao supermercado hoje e pagou impostos; pagou imposto na conta de luz, na conta de água, pagou o IPTU, pagou o IPVA do carro. A senhora se sente segura? Já sabemos a resposta. Esse dinheiro que a senhora paga tinha que voltar para a sua proteção. Isso é o mínimo.
Já finalizando, Sr. Presidente, quero dizer, mais uma vez, que seguirei fazendo a minha parte, até o último dia do meu mandato. Este é o legado que eu quero deixar: deixar um Brasil no qual a gente deixe a hipocrisia de lado e combata, de verdade, a criminalidade. O poder público tem que ser temido pelo crime organizado. Vamos pensar fora da caixa, vamos ser ousados no combate ao crime, colegas Senadores. A hora de ter coragem e fazer o trabalho para que fomos eleitos a fazer é agora.
Muito obrigada.
A Sra. Rosana Martinelli (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para apartear.) – Quero parabenizar a Senadora, uma defensora das políticas públicas em favor das mulheres. Ela é autora de inúmeros projetos que realmente punem os bandidos, que realmente merecem estar na cadeia.
Então, parabéns, Senadora, pelo desempenho. Nós sabemos da sua dedicação, V. Exa. tem inúmeros projetos na Casa esperando aprovação, em favor das mulheres. Parabéns pelo trabalho e parabéns pela defesa de todas nós, mulheres.