A SRA. ZENAIDE MAIA (PSD - RN. Para discursar. Sem revisão da oradora.) - Boa tarde a todas e a todos aqui presentes.

    Quero cumprimentar o requerente desta sessão solene, meu colega que preside a sessão, o Senador Humberto Costa, grande defensor do SUS.

    Quero cumprimentar a nossa grande Ministra de Estado da Saúde, Nísia Trindade, essa mulher que nos orgulha e nos inspira.

    Nas sessões que nós realizamos, muitas vezes as pessoas dizem: "Deus quis que eu estivesse aqui". O que eu diria a todos que compõem essa Mesa e ao SAMU, homens e mulheres? Que todos somos filhos de Deus, com uma diferença que nunca vamos esquecer: Deus não nos entregou espírito de escravos, para não reiterarmos no medo.

    O que é que faz um grupo salvar vidas, mesmo que muitas vezes coloque em restrição a sua própria vida? É o espírito de fé e coragem que faz todos nós que defendemos a vida insistirmos, persistirmos, Deputada Erika, e nunca desistirmos de lutar pela vida. E, digo mais, aqui todos defendem a vida com entusiasmo. Eu sempre digo que o entusiasmo responde por mais de 70% do êxito daquilo a que nos propomos.

    Mas eu quero cumprimentar também a minha colega e grande Senadora Janaína Farias, que também é requerente desta sessão de homenagem aos homens e mulheres que já foram citados aqui com os maiores elogios e aplausos. E, digo mais, o que fizermos de elogios ao SAMU e à nossa pérola, o SUS, é pouco diante de tanto esforço que vemos em defesa da vida.

    Quero cumprimentar Arthur Chioro, esse grande defensor do SUS que também fez a história de vocês. Eu fiz aqui uma fala, e vi que todos já falaram sobre o SAMU, sobre a criação desse serviço, sobre essa política. Vou dar outro viés a esta sessão.

    Quero cumprimentar a nossa Deputada Erika Kokay, minha colega Deputada. Nós chegamos aqui numa hora... Gente, eu sou Parlamentar desde 2015. Quando eu cheguei, estava havendo tudo que se possa imaginar de desmonte: impeachment, terceirização plena, desmonte dos direitos dos trabalhadores, públicos e privados. Eu disse: "É isso tudo aqui?" E ela me respondeu: "Não, Deputada Zenaide, é só nesta legislatura". Cheguei ao Senado em 2019, e continua o desmonte.

    A coragem de reconstruir está aqui, em quem tem coragem de levantar a voz e de insistir na reconstrução, porque, como disseram a Deputada Erika Kokay, o Senador Humberto Costa e todos os demais, aqui fazemos a defesa da vida. Quando alguém desmerece a vida...

    Falo como médica da universidade, Senador Humberto. Quando queríamos votar aquele orçamento para começar um Governo, eu dizia que, num plantão, mesmo diante de um câncer em fase terminal, a equipe se reunia e encontrava uma forma de deixar o paciente vivo, muitas vezes para que ele se despedisse da família. Então, essa história de desmerecer a vida não pode continuar.

    Mas eu queria falar aqui sobre política pública, e não só para os senhores que estão formando esta Mesa, mas para as mães, para os pais de família, para os jovens: Estado mínimo é menos SAMU, Estado mínimo é menos Corpo de Bombeiros, Estado mínimo é menos professores, menos médicos, etc. Então, quando alguém for defender Estado mínimo, dê uma olhadinha para o SAMU e veja o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Quem está lá é o Estado brasileiro!

    Ouço muita gente dizer: "Eu não dependo de SUS, Dra. Zenaide!" "Ah não? E onde o senhor está, e onde a senhora mora, que não depende do SUS? A senhora depende, sim, porque o seu plano de saúde, como o meu e o da minha família, ele nos proporciona uma saúde pública de qualidade, com ciência total, e o que eu pago eu deduzo do meu Imposto de Renda, que iria para o SUS". Então, essa história de dizerem que não devem nada ao SUS... Devem tudo! Para 75% da população brasileira, o SUS está presente, o SAMU está presente. E, apesar de ser universal, ele precisa, sim, de recursos.

    Gente, este Congresso Nacional tem a obrigação de defender o SUS no Orçamento deste País para podermos fazer justiça para o povo brasileiro, em defesa da vida.

    Vocês que estão nos assistindo não ouçam, não acreditem nessa história de Estado mínimo, porque pode a energia ser privada, a água ser privada, mas, na hora em que a coisa não funciona, em que tudo desanda, quem está lá é o Estado brasileiro, que tem que ser pujante, tem que ser maior, principalmente no básico, no essencial, que é saúde, educação e segurança pública. É isso que temos que mostrar.

    Essa história de reforma administrativa, Deputada Erika, que acho que está na Câmara, ela significa Estado mínimo. Eu tenho que ouvir isso todo dia. Ela é Estado mínimo. Perguntem quem vai socorrer. Não será o privado. Perguntem quantos bancos, perguntem se o sistema financeiro fez alguma doação considerável para o Rio Grande do Sul. Isso é algo em que temos que pensar.

    Vamos colocar o SAMU, esses anjos azuis, no Orçamento deste País, que é para eles trabalharem com mais garra ainda e adquirirem novas tecnologias.

    A Senadora Zenaide veio mostrar esse lado porque está muito na moda dizer que o Governo está gastando muito e que é preciso fazer o ajuste fiscal. Já estou com medo de não me levantar desta cadeira, porque desde 2019 querem ajustar a gente. Daqui a pouco, estaremos tão ajustados... Então, vamos brigar para botar na conta do Orçamento a saúde, a educação, a segurança pública, o Corpo de Bombeiros. É isso que o Congresso Nacional tem que defender.

    Privatizem. A gana pela privatização está tão grande, que até parte do sangue humano querem vender. Estamos aí eu, o Senador Humberto e a Ministra Nísia juntos. Querem vender! Quem vai vender o plasma, se isso passar aqui no plenário? Quem vai vender? Os pobres.

    O Estado tem que ser maior mesmo. É o Estado que defende a vida animal e humana e o meio ambiente. Estamos numa luta agora — não é, Senador Humberto? —, porque os planos de saúde querem escolher quais patologias eles vão tratar. Desculpem-me por eu estar mostrando isso. Mas, neste momento, Senador Humberto, além de homenagear esses homens e mulheres que merecem nossos aplausos e tudo mais que pudermos oferecer, temos que lutar para colocar o SAMU no Orçamento deste País.

    Parabéns a todos vocês, e parabéns também aos meios de comunicação. Vocês têm ideia da aula que Chioro deu aqui sobre o SAMU? Nós demos visibilidade à importância dessa política, gente! Tudo é decisão política. E vamos continuar sem medo de dizer que são decisões políticas que definem salário, que definem a quantidade de recursos destinados para os gastos primários, que definem se vidas serão salvas ou não.

    Muito obrigada. (Palmas.)