Discurso durante a 107ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem ao 41º aniversário da cidade de Cerejeiras-RO.

Homenagem a Juscelino Kubitschek e seus feitos, com destaque para a construção de Brasília e de rodovias como a Belém-Brasília e a BR-364.

Agradecimento ao Governo Lula pelos investimentos na infraestrutura do Estado de Rondônia.

Autor
Confúcio Moura (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Confúcio Aires Moura
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Homenagem ao 41º aniversário da cidade de Cerejeiras-RO.
Homenagem, Transporte Terrestre:
  • Homenagem a Juscelino Kubitschek e seus feitos, com destaque para a construção de Brasília e de rodovias como a Belém-Brasília e a BR-364.
Governo Federal, Transporte Terrestre:
  • Agradecimento ao Governo Lula pelos investimentos na infraestrutura do Estado de Rondônia.
Publicação
Publicação no DSF de 06/08/2024 - Página 40
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Infraestrutura > Viação e Transportes > Transporte Terrestre
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, CEREJEIRAS (RO).
  • HOMENAGEM, EX-PRESIDENTE DA REPUBLICA, JUSCELINO KUBITSCHEK, ALTERAÇÃO, CAPITAL FEDERAL, CONSTRUÇÃO, BRASILIA (DF), RODOVIA, BELEM (PA), ESTADO DO PARA (PA), ESTADO DE RONDONIA (RO).
  • ELOGIO, GOVERNO FEDERAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), RODOVIA, PONTE, ESTADO DE RONDONIA (RO), ELABORAÇÃO, EDITAL, CONCESSÃO, INTEGRAÇÃO, AMERICA LATINA.

    O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - RO. Para discursar.) – Sr. Presidente, visitantes, senhoras e senhores telespectadores, imprensa do Senado, é uma satisfação estar aqui retornando aos trabalhos depois do recesso parlamentar e usando a palavra no primeiro dia de atividades.

    Logicamente, alguns Senadores ainda não retornaram. Amanhã deverão estar aqui, com a Casa cheia; hoje é apenas uma sessão dedicada a discursos, a pronunciamentos, de um modo geral.

    Eu quero iniciar fazendo uma saudação muito especial ao 41º aniversário da cidade, lá de Rondônia, chamada Cerejeiras, que fica na divisa do Brasil com a Bolívia, próxima ao Rio Guaporé. É uma região muito bonita, uma região de um parque lindíssimo, chamado Parque Ecológico de Corumbiara, onde a gente, andando por lá, parece estar andando naquelas savanas africanas. Você encontra animais, bichos das mais diversas espécies, em estado de natureza. Muito bonito o Parque Natural de Corumbiara, no Estado de Rondônia, divisa com a Bolívia.

    Essa cidade, que também mescla uma alta produtividade de grãos, soja, milho e criação de gado, convive com uma área ambiental muito boa – inclusive, eu citei aqui o Parque de Corumbiara. Então, sintam-se todos cumprimentados, os cerejeirenses, por mim, neste momento.

    Aqui no Brasil, houve um Presidente chamado Juscelino Kubitschek, JK, que foi o construtor de Brasília. Meu pai e eu – eu era menino – morávamos aqui na Vila Planalto. Meu pai foi candango na construção de Brasília, nos anos 50. Eu morava aqui na Vila Planalto.

    O Juscelino foi um Presidente muito querido. Ele era um médico urologista da Polícia Militar de Minas Gerais – foi capitão da Polícia de Minas. Juscelino, desde cedo, nos anos 30, 40, demonstrou ser um homem muito ambicioso, muito pensador, muito criativo e terminou sendo nomeado Prefeito de Belo Horizonte. Então, lá naquela época, ele já fez uma administração revolucionária. Até hoje, as maiores avenidas de Belo Horizonte foram abertas para o Juscelino Kubitschek, nos anos 40.

    Posteriormente, nos anos 50, ele se candidatou a Presidente da República, na transição conflituosa que houve depois da morte de Getúlio Vargas e alguns governos de transição. Ele assumiu, ele ganhou a eleição, muito apertada, e governou o Brasil por cinco anos.

    Ele redigiu o seu plano de Governo em cima de metas. E não existia, nas metas de Juscelino, a construção de Brasília. Não estava na meta dele, não! Mas ele, no primeiro discurso de campanha que fez, na cidade de Jataí, em Goiás, em cima de um caminhão – aqueles comícios antigos se faziam em cima de uma carroceria de um caminhão –, enquanto estava discursando, no primeiro discurso dele, um professor no meio do povo, assim, tudo muito pertinho, levantou a mão e indagou a Juscelino: "Mas na Constituição, senhor candidato, tem a previsão de construir a capital no Planalto Central do Brasil. O senhor irá cumprir o que está na Constituição?". E ele respondeu: "Sim, eu vou construir a capital". E ele não tinha nem pensado nisso (Risos.), mas certo é, diante da sua promessa lá em Jatai, Goiás, ele, depois de eleito, colocou essa meta da construção de Brasília no seu plano de Governo.

    Olha, gente, construir Brasília em cinco anos é um desafio extraordinário. Se fosse hoje, ele não construiria nem um prédio – nem um prédio! Nem este prédio aqui do Congresso ele não faria em cinco anos, porque não se faz hoje uma obra pública, ninguém faz uma obra desse tamanho, de um edifício como este aqui do Congresso Nacional... Ele não faria nem o prédio do Congresso, mas ele construiu Brasília.

    E ele estava aqui, no meio do capim, no meio do Cerrado, sempre com um paletó de linho muito bonito, com uma bota e um chapéu, andando no meio do povo. Então, era um camarada extremamente querido, popular, muito simples.

    E certo é que, quando morreu Juscelino, esses candangos aqui de Brasília, essa velharada – o meu pai era um deles, já estava aposentado, morava indo para Goiânia –, esse povo todo veio para cá da Bahia, de Goiás, de Minas – a velharada candanga dos anos 50 e 60 – para fazer o enterro de Juscelino. E eles não queriam que o corpo dele andasse em caminhão de corpo de bombeiro, não; queriam levar nas mãos para o cemitério, mas, sendo uma distância muito grande, não tinha condições de segurança para levar o Juscelino nas mãos dos candangos. Eles foram a pé, devagarinho, acompanhando o corpo dele até o cemitério. Isso é para vocês verificarem como era um homem popular, um homem querido e lembrado pelos seus feitos aqui.

    Até hoje, a gente não sabe dizer claramente a importância de Brasília para o desenvolvimento do Brasil, principalmente o Brasil central. Brasília irradiou um desenvolvimento muito interessante para todo o Brasil central, para Goiás, para Mato Grosso, posteriormente para o Estado do Tocantins, para a própria Bahia, para a ponta de Minas... Então, foi extremamente importante a construção de Brasília para o Brasil todo.

    Eu estou fazendo esta introdução sobre Juscelino não é pela simpatia de um candanguinho da época, não; é mais para dizer a vocês da importância da construção das rodovias. Juscelino, realmente, além de Brasília, foi o construtor dos maiores trechos rodoviários brasileiros, de norte a sul, de leste a oeste. A Belém-Brasília foi aberta por ele; a BR-364, que liga Mato Grosso até a Região Norte, até o Acre, foi Juscelino que abriu na década de 50, em 1959, e ela só foi pavimentada em 1982. Então, ele foi um construtor de rodovias, de estradas, de desenvolvimento. Ele tinha uma visão panorâmica do crescimento do Brasil.

    Muito bem. Com isso, eu chego aos dias de hoje. Eu estou fazendo este discurso aqui, hoje, para demonstrar a vocês uma gratidão.

    Eu represento aqui o Estado de Rondônia. Vocês sabem que a política brasileira está muito polarizada, muito radicalizada. Ficou muito difícil ser político com a radicalização, com a polarização. E, lá no meu estado, é bem polarizado. Rondônia é um estado bem polarizado politicamente. Com isso... E são os dois lados: quem é Bolsonaro é Bolsonaro; quem é Lula é Lula. Lá, a preferência foi pelo Presidente Bolsonaro, que teve 70% dos votos no estado. E eu apoio o Presidente Lula. Desde o primeiro momento, quando o MDB, no segundo turno, se manifestou, eu fui com a Simone e apoiei o Presidente Lula. E eu tenho dado essa demonstração aqui de fidelidade ao Presidente, não assim... Eu sou do MDB, mas eu sou porque nós estamos no Governo do Presidente Lula, nós ocupamos três ministérios importantes. Eu sou grato por isso. Nós estamos governando juntos. Então, eu estou com o Governo.

    Muito bem. Seria, da minha parte, um contrassenso ou uma impropriedade não ser o que eu sou hoje. Então, não precisam me estranhar. E, lá no meu estado, eu, de imediato, fui muito criticado. Meus e-mails, minhas caixas de zap... Rapaz do céu! Sofri muito no começo por essa minha posição contrária à maioria dos eleitores do estado, inclusive meus eleitores, porque houve essa mudança.

    Muito bem. O que eu quero aqui hoje é apontar, nesse curto espaço de um ano e pouco, o que o Presidente Lula já fez por Rondônia.

    Vamos falar das rodovias. Como eu falei de Juscelino, eu tenho que dar seguimento a esse pensamento. Nós temos lá somente uma rodovia que liga o Brasil todo a Rondônia, que é a BR-364. O Governo anterior tinha menos de R$140 milhões para a manutenção das rodovias federais em Rondônia. Com o Presidente Lula, isso foi para R$480 milhões e agora, este ano, chegou a R$600 milhões. As nossas rodovias federais no estado estão em obras de ponta a ponta, e elas estavam... Eram 3% de ótimas e boas no início do Governo; hoje, os trechos rodoviários de Rondônia estão com 85% entre ótimo e bom. Isso é excelente! Você encontra áreas de obras em toda a extensão das rodovias federais de Rondônia. Então, isso é muito gratificante.

    Eu sou um político dos mais antigos do estado com mandato, e nós temos uma capacidade de avaliar o desempenho dos Presidentes.

    Muito bem. É certo que, agora mesmo, semana retrasada, o Ministro Renan Filho esteve lá em Rondônia para entregar – ele lançou a obra no Governo Lula e foi entregar agora, há duas semanas, lá no estado – um trecho rodoviário que era crítico, horroroso, dentro da área de abrangência do Município de Itapuã do Oeste. Ficou maravilhoso o serviço, entregue em tempo especial, muito rápido! Ele foi lançar e foi entregar. Ele entregou também duas pontes novas na BR-425, que vai para Guajará-Mirim. Foram entregues agora, em Rio Ribeirão e a outra no rio... Foram entregues agora, recentemente.

    E agora o Governo do Presidente Lula está elaborando os editais para a concessão da rodovia BR-364, para que ela possa ser administrada, em trechos de 100km, por empresas privadas. Então, isso também é um avanço fantástico, que, com certeza, irá duplicar mais de 400km da rodovia BR-364, além de terceiras faixas em áreas críticas para o volume de carretas que fazem o transporte de soja, que é enorme na região. É muito grande o volume de carretas pesadas que trafegam ali numa estrada estreita, perigosa com muitos acidentes. Então, está sendo já trabalhado o projeto de duplicação da BR-364.

    Quando foi abril do ano passado, eu estive lá na Casa Civil falando com a Ministra, a Secretária-Executiva Miriam Belchior para colocar uma construção de uma ponte binacional entre Brasil e Bolívia, na cidade de Guajará com a cidade de Guayara, na Bolívia. Isso faz parte de um compromisso anterior do Presidente. Certo é que a Ministra Miriam, com o Presidente, incluiu essa ponte, no valor de R$450 milhões, no PAC, e deverá ser lançada a ordem de serviço em breve. E, com certeza, o Presidente irá lá ao estado.

    Eu estou mostrando para o povo de Rondônia, através do meu discurso, a importância que tem o Presidente e o compromisso que ele tem conosco lá no estado. E o meu trabalho aqui é um trabalho de resultado, não é um trabalho ideológico. Eu nunca fui muito de ficar brigando em esquinas por questão política: "Eu sou fulano, eu sou beltrano". Não me interessa isso. Eu sou Flamengo e pronto, acabou a conversa, e fico quieto em ser flamenguista. Agora, não preciso ir para as esquinas me digladiar com adversários políticos por questão ideológica: cada um pensa como deseja, como quer e como se justifica. Então, eu quero mostrar alguns dados aqui para vocês.

    Fora as habitações... Lá em Ji-Paraná, por exemplo, uma cidade de Rondônia, a segunda cidade, tinha um conjunto habitacional inacabado. Ele foi lançado por mim quando Governador e ficou mais de oito ou de dez anos paralisado: 1.456 moradias. E agora retomaram, por decisão do Presidente, esses conjuntos habitacionais, que assinamos, e a Caixa Econômica está providenciando os contratos para a construção de casas na cidade de Cacoal e Rolim de Moura. Então, vocês observem aí.

    Além disso, há o grande eixo de integração rodoviária entre o Brasil e a América Latina, com saída de produtos e mercadorias, enfim, com comunicação entre o Brasil e os portos do Pacífico, do Peru e do Chile. Isso será um eixo de integração rodoviária de exportação para a China, que encurtará dez dias, por navio, essa rota via Pacífico. Ficará muito mais barato o frete das exportações brasileiras. Então, eu falo para vocês aqui da importância, para o Estado de Rondônia, dessa integração. Se vocês olharem bem o Estado de Rondônia e a cidade de Porto Velho no mapa da América Latina, vocês vão observar direitinho que, se você esticar o braço direito do lado do Atlântico e o braço esquerdo para o lado do Pacífico, o centro, o coração do Brasil em relação à América Latina é Rondônia– o centro, o coração do Brasil. Ele fica exatamente no miolo, centralizado entre os dois oceanos.

    Com este meu discurso, eu venho mostrar para o povo rondoniense a importância do atual Governo. O atual Governo tem dado uma atenção prioritária ao nosso estado. A gente tem apresentado as demandas, e o Governo tem atendido, logicamente respeitadas as condições econômicas, financeiras e orçamentárias do estado. Então, este meu discurso é de gratidão, porque a gente normalmente é muito ingrato, pois nós recebemos benefícios, recebemos ajudas, recebemos gentilezas, e é muito difícil a gente agradecer a quem nos privilegia com atenção. Nós sempre adiamos, esquecemos os benefícios, mas é muito justo que a gente agradeça quando se recebe um benefício. É muito bom você agradecer, é muito bom você reconhecer, é muito bom você ser grato às pessoas.

    Eu vejo que, mesmo o Presidente tendo sido derrotado lá no Estado de Rondônia de uma maneira acachapante mesmo, de 70% a menos de 30%, ele não ficou com nenhuma mágoa do nosso estado. Pelo contrário, ele não cita isso e tem atendido às necessidades primeiras e essenciais do nosso estado.

    Dessa forma, eu encerro o meu pronunciamento, agradecendo muito ao Governo atual brasileiro, ao Presidente Lula, desejando que o Governo prospere, que dê certo.

    Eu pergunto a vocês que estão me ouvindo: quem vai ganhar, por acaso, se o Governo vier a fracassar? Se o Governo fracassar, também a economia fracassa, o empresariado sente, os investimentos estrangeiros diminuem. Então, ninguém ganha. Nós queremos o seguinte: que cada Presidente supere o outro, que cada Presidente seja mais efetivo, mais consequente, produza melhores resultados para o Brasil. É por isso que a nossa esperança é sempre esta: que os Presidentes, de agora para frente, tenham compromisso com o Brasil e que nós esqueçamos as décadas perdidas, sempre repetindo a mesma conversa, sempre prometendo e não cumprindo, sempre dizendo e não fazendo. É indispensável que a gente deixe uma marca positiva.

    Como sou um Parlamentar que defende a educação, eu creio que este bom começo a gente deve fazer realmente mudando e estudando bastante como melhorar a educação de qualidade no Brasil. Parece que existe alguma coisa que não está funcionando...

(Soa a campainha.)

    O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - RO) – ... porque, realmente, não está acontecendo esta virada na educação de qualidade, embora os investimentos tenham aumentado.

    São essas as minhas palavras, Sr. Presidente.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/08/2024 - Página 40