Discurso durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Celebração dos 40 anos do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso), com destaque para as realizações da entidade em Sinop-MT. Ponderação sobre o manejo florestal responsável pela sustentabilidade da Floresta Amazônica.

Autor
Rosana Martinelli (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Rosana Tereza Martinelli
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Desenvolvimento Sustentável, Trabalho e Emprego:
  • Celebração dos 40 anos do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso), com destaque para as realizações da entidade em Sinop-MT. Ponderação sobre o manejo florestal responsável pela sustentabilidade da Floresta Amazônica.
Publicação
Publicação no DSF de 15/08/2024 - Página 27
Assuntos
Meio Ambiente > Desenvolvimento Sustentável
Política Social > Trabalho e Emprego
Indexação
  • CELEBRAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, SINDICATO, INDUSTRIA, MADEIRA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT).
  • IMPORTANCIA, CONSCIENTIZAÇÃO, MANEJO ECOLOGICO, PLANEJAMENTO, DESMATAMENTO, GARANTIA, SUSTENTABILIDADE, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, FLORESTA AMAZONICA.

    A SRA. ROSANA MARTINELLI (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar.) – Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores.

    Eu quero destacar um marco histórico para o setor florestal do nosso Estado de Mato Grosso. Eu estou me referindo aos 40 anos de existência do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso), uma instituição, Presidente, que teve sua origem lá em 1980.

    Naquele tempo, os pioneiros proprietários de serrarias perceberam a necessidade urgente de aprimorar o escoamento da madeira e de seus derivados. Foi, então, que, com grande visão e iniciativa, um grupo de madeireiros se uniu para buscar soluções especialmente no que se referia à energia elétrica, vital para o funcionamento das serrarias na época. Esse esforço coletivo culminou na criação do Sindusmad, com o objetivo de conferir maior visibilidade e representatividade no setor madeireiro.

    O primeiro assumir a presidência do Sindusmad foi o Sr. Valdemar Antoniolli, uma liderança que deu início a uma trajetória de sucesso que se estende por mais de quatro décadas. Ao longo desses 40 anos, o Sindusmad foi guiado por dez gestores, juntamente com suas diretorias e associados, que não mediram esforços para fortalecer a atuação do sindicato.

    As ações empreendidas foram fundamentais não apenas para o setor madeireiro, mas também para a sociedade como um todo. Dentre as realizações mais significativas, destaco o apoio à educação e o investimento na qualificação de mão de obra das indústrias madeireiras de toda a região. Foram também construídas as unidades do Sesi e Senai em Sinop, que hoje são referências de formação profissional. Além disso, o Sindusmad liderou a construção da sede do Corpo de Bombeiros de Sinop, obra gerida pelo sindicato e que manteve a corporação por seis meses após a inauguração. Não podemos esquecer o apoio contínuo a diversas instituições filantrópicas do município, um exemplo de compromisso social.

    Quarenta anos se passaram após o Sr. Valdemar Antoniolli ter dado início a essa jornada, e o seu sobrinho, Felipe Antoniolli, assumiu a presidência do Sindusmad, celebrando as quatro décadas de fundação do maior sindicato de base florestal do Brasil – e nós temos orgulho de ser o de Sinop.

    Com sede em Sinop, o Sindusmad hoje conta com 186 empresas associadas, representando 29 municípios da região Médio Norte de Mato Grosso. É uma entidade integrante do Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), que reúne oito sindicatos empresariais, representando com excelência o setor de base florestal em nosso estado. Além disso, o Sindusmad faz parte da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), sendo um sindicato extremamente atuante e participativo.

    Senhoras e senhores, o Sindusmad não se limita a defender os interesses da classe madeireira. Sua atuação vai além, promovendo a legalidade do setor e sendo um importante interlocutor na disseminação da prática do manejo florestal sustentável.

    E eu quero aqui falar da questão do manejo florestal. Hoje, é ele que preserva as nossas matas. Hoje, o setor de base florestal defende... No plano de manejo, para muitos que não o conhecem, só é permitido desmatar, tirar qualquer árvore do mato após um projeto que, após análise técnica, faça o emplaquetamento de todas as espécies, de todas as árvores que poderão ser derrubadas. E é necessário que as maiores sejam derrubadas, cortadas, para que as menores, as filhas daquela árvore-mãe possam crescer de forma sustentável e fazer a fotossíntese.

    Engana-se quem fala e muitas vezes julga uma classe madeireira, dizendo que ela é quem derruba a Amazônia e que derruba a nossa floresta, porque somente as árvores maiores, Presidente, são interessantes e rentáveis economicamente para a indústria madeireira. Não compensa derrubar árvores menores, dá prejuízo. E eu falo com experiência própria, porque eu fui madeireira. E realmente não compensa. Hoje, visa-se principalmente à conscientização. E você pode voltar a esse local onde você cortou essa árvore somente 20 anos após a primeira árvore derrubada. Então, nesse tempo, novamente, as árvores que eram as filhas poderão ser cortadas.

    Então, dessa forma, é feito todo um planejamento da sua área, do seu desmate, de forma sustentável e sem depredar o meio ambiente. É muito importante ter essa conscientização, pois muitas vezes a gente vê as reportagens julgando o madeireiro como criminoso, colocando todos na mesma vala, na vala comum; e não, o madeireiro hoje gera milhares de empregos. Hoje, a nossa construção civil ainda depende das madeiras na nossa infraestrutura, na nossa construção. Então, são importantes. E hoje o madeireiro está tendo essa consciência.

    Eu posso falar que tem ainda aqueles irregulares, mas o Governo está juntamente atuando, e os órgãos fiscalizadores têm fiscalizado. Então, estão trabalhando de forma ordenada e correta, e desenvolvendo o nosso país de forma sustentável. Então, não julguem.

    Muitas vezes a gente falava: Ah, se você falar que é madeireiro, todo mundo já te critica pelo fato. Não, muito pelo contrário; hoje, nós falamos e somos madeireiros, com muito orgulho, porque fazemos de forma sustentável e como o projeto manejo determina. Então, tudo isso é feito de forma muito técnica e científica, para que realmente tenhamos, ainda, a possibilidade de aproveitar, com sustentabilidade, por muitos anos.

    Estou aqui falando que essa técnica é essencial para garantir a perpetuidade das árvores e a conservação das florestas para as futuras gerações. Como bem expressa o nosso slogan do Sindusmad: "O nosso compromisso é com a floresta em pé".

    E, hoje, estamos celebrando 40 anos de história e de relevantes contribuições do Sindusmad ao desenvolvimento sustentável de Mato Grosso. Que essa trajetória continue a servir de exemplo e inspiração para todos nós!

    Então, parabéns. Sindusmad! Parabéns. Felipe! Parabéns. à família Antoniolli, que foi pioneira, e, hoje, com muita alegria, após 40 anos, um parente, um sobrinho estará assumindo esse grande sindicato, que é o Sindusmad, que representa todo o Estado do Mato Grosso e que é o maior sindicato do país em defesa da nossa indústria madeireira.

    Muito obrigada a todos.

    Muito obrigada, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/08/2024 - Página 27