Pronunciamento de Jorge Kajuru em 19/08/2024
Presidência durante a 118ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Manifestação de pesar pelo falecimento do comunicador Silvio Santos, relembrando o dia em que o apresentador o protegeu contra atos de censura.
- Autor
- Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
- Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Presidência
- Resumo por assunto
-
Homenagem,
Rádio e TV:
- Manifestação de pesar pelo falecimento do comunicador Silvio Santos, relembrando o dia em que o apresentador o protegeu contra atos de censura.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/08/2024 - Página 23
- Assuntos
- Honorífico > Homenagem
- Infraestrutura > Comunicações > Rádio e TV
- Indexação
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- VOTO DE PESAR, HOMENAGEM POSTUMA, SILVIO SANTOS, APRESENTADOR, TELEVISÃO, TELEVISÃO ABERTA, PROTEÇÃO, CENSURA.
O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Eu que agradeço, Senador Eduardo Girão, do seu amado Ceará.
Já que entre suas palavras veio a triste palavra censura... E segunda-feira é um dia de debates nas sessões; hoje em especial é em homenagem ao ídolo maior Silvio Santos. Primeiramente, eu queria desejar Deus e saúde, alegrias e vitórias às brasileiras e aos brasileiros, aos visitantes espontâneos, aqui em nossa galeria – muito obrigado pela presença. E quero dizer que, como prometi, entre um e outro Senador, eu contarei rápidas histórias de Silvio Santos, com quem convivi décadas, trabalhando lado a lado com ele. Censura. Eu recebi de Silvio Santos um comunicado que me preocupou. Isso foi em 2006. Um dirigente de futebol, o Presidente da CBF Ricardo Teixeira, e um político, o Paulo Maluf, de São Paulo, pediram a minha demissão ao Silvio – eu era a segunda maior audiência do SBT, eu só perdia para o Silvio – por questão de censura mesmo às denúncias que eu fazia e à coragem que eu tinha, Girão e demais companheiros. Eis que Silvio me chama e faz o seguinte acordo comigo: "Kajuru, vamos dar um tempo, porque você está para todo o Brasil, e o seu programa está muito quente. Vamos fazer o seguinte: a sua mãe não está bem, você é filho único, você está ficando mais em Ribeirão Preto do que aqui em São Paulo, então, vá para lá. Você vai ter um programa livre lá, fale o que você quiser, de quem você quiser, na hora do almoço. Mesmo indo para Ribeirão Preto, eu vou manter você com o mesmo salário de São Paulo". E, logo depois, eu voltei em rede nacional. Isso é para lembrar a diferença também desse homem chamado Silvio Santos. Até na hora em que pediam cabeça de jornalistas –e não só a minha, outros também viveram o mesmo drama meu –, o Silvio não demitia.
O Silvio tinha aquela frase, Girão, sobre quem comanda, como o João Saldanha em 1970 ao Presidente Médici: "Você tem os seus ministros, escala os seus ministros, e eu escalo os meus jogadores na seleção". Lembra, Izalci? Era porque o Médici queria colocar o Dario, o Dadá Maravilha, na copa de 70, e o Saldanha a ele respondeu dessa forma. (Risos.)
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – O Izalci falou que merecia o Dadá por causa do Galo.
Foi aí mais uma história de quem foi Silvio Santos.
Seguindo a ordem dos Senadores inscritos, será a voz querida da nossa Roraima que é o Senador Chico Rodrigues na tribuna, com o tempo de 20 minutos e a devida tolerância, pois sou justo – se eu tive mais minutos do que os 20 minutos, todos também terão.
Chico, à vontade, querido.