Discurso proferido da Presidência durante a 127ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, cearense que muito contribuiu para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Ceará e do Brasil e se tornou o maior produtor de Caju do país.

Autor
Eduardo Girão (NOVO - Partido Novo/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso proferido da Presidência
Resumo por assunto
Desenvolvimento Regional, Economia e Desenvolvimento, Homenagem:
  • Sessão especial destinada a celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, cearense que muito contribuiu para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Ceará e do Brasil e se tornou o maior produtor de Caju do país.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2024 - Página 45
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Desenvolvimento Regional
Economia e Desenvolvimento
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, CENTENARIO, EMPRESARIO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, PRODUÇÃO, CAJU, ESTADO DO CEARA (CE).
  • HOMENAGEM, EMPRESARIO, FUNDADOR, COMPANHIA, INDUSTRIA, OLEO, REGIÃO NORDESTE, COMENTARIO, INTEGRAÇÃO, ATIVIDADE SOCIAL, GOVERNO FEDERAL, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para discursar - Presidente.) – Muito bem. Que hino lindo, hein? É isso aí!

    Vou aqui, antes de passar a palavra para os nossos palestrantes, fazer um breve pronunciamento, porque é com grande emoção que nos reunimos hoje no Plenário do Senado Federal – o Plenário bicentenário! O Senado está completando 200 anos em 2024, e nós estamos celebrando aqui o centenário de Jaime Aquino, um notável cearense, que se destacou não apenas por seu empreendedorismo, mas também pelo seu profundo compromisso com o desenvolvimento social e econômico da nossa querida Terra da Luz.

    Nascido em 26 de março de 1924, no Município de Jaguaribe, Ceará, Jaime Tomaz de Aquino teve uma infância marcada por adversidades. Órfão de pai e mãe aos 15 anos de idade, ele foi criado por D. José Terceiro de Sousa, vigário de Pereiro, que é uma cidade no Ceará – uma cidade cearense, um município –, que lhe proporcionou apoio moral e educacional, fundamentais para a construção do seu caráter resiliente e empreendedor. Essa fase inicial de sua vida moldou um homem de coragem e determinação, que, apesar das dificuldades, sempre acreditou no trabalho como meio de transformação social.

    Jaime é um verdadeiro reflexo do espírito cearense, nordestino. Assim como o nosso povo, o nosso conterrâneo cearense mostrou que a força, a resiliência e a capacidade de enfrentar as adversidades são as maiores virtudes que alguém pode ter. Os cearenses, conhecidos por sua garra e determinação, são como o Jaime, assim como também os piauienses, o potiguar, ou seja – o nosso povo, o povo brasileiro tem essa marca também –, são incansáveis na luta por seus sonhos, inovadores em suas ações e sempre dispostos a transformarem dificuldades em oportunidades. É um povo que, com muita coragem, enfrenta os desafios impostos pelo clima e pelas circunstâncias, transformando o Semiárido em um campo fértil de oportunidades, assim como o Jaime transformou o caju em uma fonte de riqueza e progresso para o Brasil.

    Jaime Aquino iniciou sua carreira como caminhoneiro, transportando mercadorias pelo Nordeste do Brasil. Foi nesse período que ele descobriu o potencial econômico da castanha de caju, uma fruta muito abundante na região. Observando a necessidade de expandir o mercado para o produto, Jaime começou a vender sacas de castanha em São Paulo, estabelecendo uma clientela fiel em confeitarias e fábricas de chocolates. Esse foi o início de uma jornada que culminaria na fundação da Companhia Industrial de Óleos do Nordeste (Cione), em 1962 – dez anos antes de eu nascer.

    Você? (Pausa.)

    Em 1972 também.

    A Cione, sob a liderança de Jaime Aquino, tornou-se a maior exportadora de caju, ou seja, de castanha de caju do Brasil.

    Chegou aqui o Senador Flavio Azevedo, do qual eu falei há pouco, que desfrutou da amizade dele, o conheceu. Daqui a pouco ele vai nos dar um depoimento.

    Muito obrigado pela sua honrosa presença. Eu já expliquei à família, aos admiradores, que o senhor fez questão de chegar mais cedo aqui hoje para prestigiar esta sessão especial. Então, olha só, Senador Flavio, a Cione, sob a liderança de Jaime Aquino, tornou-se a maior exportadora de castanha de caju do Brasil, com uma produção anual que atingia 35 mil toneladas. A empresa não só conquistou mercados nacionais, mas também expandiu suas exportações para os Estados Unidos, Canadá, Europa e Oriente Médio. Um visionário, como o senhor falou há pouco tempo aqui, lembrando que o Estado do Rio Grande do Norte é outro grande produtor da cajucultura, abraça essa cajucultura. A empresa não só conquistou mercados nacionais, mas também expandiu suas exportações para os Estados Unidos, como eu falei, Canadá, Europa e Oriente Médio. Com a visão clara de inovação, Jaime investiu constantemente na modernização de processos industriais e na qualificação de sua força de trabalho, estabelecendo padrões de excelência que colocaram o Brasil no mapa global da cajucultura.

    Mas a visão de Jaime Aquino ia além do lucro. Ele acreditava que o sucesso empresarial devia estar intrinsecamente ligado ao bem-estar dos seus colaboradores e das comunidades ao redor. Em suas fazendas, no Ceará e no Piauí, ele criou verdadeiras vilas, com infraestrutura completa para os trabalhadores e suas famílias. As fazendas contavam com moradias dignas, escolas, creches, mercados, igrejas e serviços de saúde, tudo custeado pelo empresário. Essa abordagem humanista e inovadora transformou as fazendas em comunidades autossustentáveis, um exemplo de responsabilidade socioambiental muito antes de esses termos se tornarem popular.

    Jaime também era um grande defensor do uso integral do caju como alimento e recurso sustentável. Ele via o caju não apenas como uma fonte de renda, mas como uma solução potencial para problemas sociais maiores, como a fome e a desnutrição. A partir do final dos anos 80, Jaime liderou campanhas para evitar o desperdício da polpa do caju e promover sua inclusão no Programa Fome Zero, do Governo Federal, em 2003. Ele organizou inúmeras recepções e eventos para divulgar o potencial nutritivo e culinário do caju, mostrando como a fruta poderia ser utilizada em uma variedade de pratos, desde pastéis e pizzas até risotos e estrogonofes com carne de caju, que, hoje, está sendo exportada, inclusive, a partir do hambúrguer de caju. Com a questão do vegetarianismo, o sabor e a nutrição do caju têm se destacado. Eu aprendi hoje também que é uma fonte vitamina C fantástica.

    Jaime Aquino não se limitou ao sucesso no setor empresarial. Ele também foi um promotor incansável da cultura e da história brasileira. Admirador de figuras como Juscelino Kubitschek, Santos Dumont e Tancredo Neves, Jaime organizou eventos e homenagens que destacavam as contribuições desses líderes para o país. Ele acreditava que celebrar o passado era essencial para construir um futuro melhor, e seu trabalho ajudou a preservar e promover o patrimônio cultural brasileiro.

    Ao longo de sua carreira, Jaime recebeu inúmeras honrarias, incluindo a tradicionalíssima Sereia de Ouro, a Medalha da Abolição e a Medalha do Mérito Industrial, entre outros prêmios que reconhecem sua liderança e suas contribuições para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Sua visão não apenas transformou o setor da cajucultura, mas também criou um modelo de negócios que combinava sucesso econômico com responsabilidade social, um legado que continua a inspirar líderes empresariais e sociais até hoje.

    Infelizmente, Jaime Aquino nos deixou em 2015, mas seu espírito empreendedor e seu compromisso com o desenvolvimento sustentável permanecem vivos em cada projeto que ele iniciou e em cada vida que ele tocou. Ele mostrou que é possível ser bem-sucedido no mundo dos negócios sem abrir mão de princípios éticos e de conduta responsável. Seu exemplo é uma inspiração para todos nós que buscamos um mundo mais justo e sustentável.

    Hoje, enquanto celebramos o centenário de Jaime Aquino no Plenário do Senado Federal, aqui em Brasília, refletimos sobre o impacto de sua vida e obra. Seu exemplo nos ensina que com determinação, trabalho árduo e uma visão de futuro, podemos transformar vidas e comunidades inteiras.

    Que esta sessão especial sirva não apenas para homenagear o nosso querido Jaime Aquino, mas também para renovar nosso compromisso com os valores que ele representou: inovação, responsabilidade social, amor ao trabalho e compromisso com o desenvolvimento sustentável.

    Eu gostaria de agradecer a presença de todos os que se juntam a nós hoje para celebrarmos esta ocasião especial. Que possamos, juntos, manter viva a memória e o exemplo de um homem que tanto fez pelo nosso Brasil.

    Muito obrigado. (Palmas.)

    Muito obrigado. Muitíssimo obrigado.

    Aqui, passando algumas fotos dele aqui enquanto a gente... Algumas frases: "Só com o trabalho se consegue alguma coisa na vida. Jaime Aquino". E a gente vai conhecer um pouco mais da história dele, contada por pessoas que conviveram com ele, que acompanham e vivenciam o impacto dos seus negócios, que transformaram a vida de milhares de pessoas, de milhares, se eu não estiver falando pouco, porque a cultura do caju atinge milhões de pessoas.

    Então, eu quero... Primeiramente, o Senador Flavio já pede a palavra.

    Eu só peço, Senador, que a gente possa só passar um videozinho institucional dele. Aí, depois, o senhor já vai... Se quiser falar daí ou da tribuna, fique à vontade. Está bem?

    É um vídeo institucional. Eu peço a exibição.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2024 - Página 45