Discurso durante a 127ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, cearense que muito contribuiu para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Ceará e do Brasil e se tornou o maior produtor de Caju do país.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Desenvolvimento Regional, Economia e Desenvolvimento, Homenagem:
  • Sessão especial destinada a celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, cearense que muito contribuiu para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Ceará e do Brasil e se tornou o maior produtor de Caju do país.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2024 - Página 66
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Desenvolvimento Regional
Economia e Desenvolvimento
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, CENTENARIO, EMPRESARIO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, PRODUÇÃO, CAJU, ESTADO DO CEARA (CE).

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Deputados, quero parabenizá-lo por esta sessão em que homenageia o Rei do Caju, o Sr. Tomaz de Aquino, tão bem representado, e por ele ter a vida detalhada pela sua luta, ideais e tudo o que produziu.

    A coisa mais importante: esse homem gerou empregos, e quem gera emprego gera honra. Então, concluo minha palavra sobre ele dizendo que quem gera honra gera dignidade, porque a honra de um homem é o seu trabalho, e um homem sem trabalho é um homem sem honra.

    Por isso, todos aqueles nordestinos que vieram a esta sessão solene para homenagear, a própria família que aqui está, membros da família, eu gostaria de abraçá-los, têm todo o meu respeito e todo o meu agradecimento enquanto brasileiro, até porque sou nordestino também.

    Sr. Presidente, eu teria muito a falar, mas espero que esse muito a falar, embora seja muito importante, gostaria que V. Exa. considerasse, enquanto Presidente, sentado na cadeira de Presidente, que eu estivesse na tribuna, e não estou em função do meu quadro, da minha cirurgia, mas para que a TV Senado e os veículos pudessem reproduzir a minha fala como se eu estivesse na tribuna.

    Eu tenho muito para falar, mas poderia falar para a cadeira vazia. V. Exa. não é o Presidente desta Casa, mas o que eu tenho para falar é para o Presidente Pacheco, mas eu quero falar olhando para ele, como eu tenho feito aqui, sem qualquer tipo de covardia, sem conversa de gabinete.

    Há uma indignação de uma nação que se sente órfã desta Casa. Dos três Poderes, diz a Constituição que são harmônicos entre si, embora não haja harmonia, porque não tem três Poderes, só existe uma, uma ditadura instalada neste país, em que um homem só é o CEO de alguns outros que se juntaram – e ele representa o Ministro Alexandre de Moraes.

    Eu quero perguntar amanhã para o Senador Pacheco. Depois da tal reunião, em que eles saíram pousados, que a Folha de S.Paulo postou, o Estadão postou, as redes sociais postaram, aquela reunião em que a imprensa entrou para fotografar com essas máquinas assim que pegam todo mundo, com aquelas lentes maravilhosas, e lá estava o Presidente desta Casa.

    Ele participou, ele é Presidente de um Poder, foi convidado - até aí nada demais; até aí nada demais.

    Em seguida, ele deu uma entrevista e disse que é preciso ter muito cuidado, as questões constitucionais... Ele é um advogado preparado e tal, mas o discurso dele é meio conversa de bêbado para delegado.

    Ele tem obrigação conosco, ele é Presidente desta Casa, ele tinha que chamar esta Casa para dizer: "Olha, gente, eu estive lá, representando o Senado, e foi tratado esse, esse e esse assunto". Eu exijo – eu exijo –, como Senador, o respeito do Presidente desta Casa, porque ele não fala no meu nome.

    O que ele falou naquela reunião? Certamente, falou no meu nome, no nome de V. Exa., no nome de Izalci, no nome de Damares, no nome de tantos outros, e nem sabemos o que ele falou, qual foi a posição dele, o que ele acordou naquilo lá.

    É triste saber que, depois que o ditador da toga, Alexandre de Moraes, vai lá e dá uma canetada nessa situação que envolve o Brasil e que prejudica milhões de pessoas, ele chama para si problemas – o Ministro Alexandre de Moraes –, e são problemas pessoais, Sr. Presidente. Ele fica inimigo de alguém, ele é inimigo de Elon Musk, ele é desafeto de Elon Musk. Então, ele acha que, sendo desafeto de Elon Musk, pode prejudicar mais de 200 milhões de brasileiros na atitude que ele tomou. E não foi calculado que afetaria a indústria, o comércio, as pessoas que usam o X, o antigo Twitter? O prejuízo, a nocividade disso? Porque ele manda no Brasil e daqui a pouco vai mandar no mundo.

    Mas a mídia deu, os recortes deram, está tudo por aí, que estava na reunião com ele – e eu lamento – Michel Temer, que é uma pessoa por quem eu sempre tive muito respeito e continuo respeitando. Fui Deputado Federal quando ele era Presidente daquela Casa, e eu presidi a CPI do Narcotráfico com apoio dele. Michel é uma pessoa por quem sempre tive muito respeito e vou continuar respeitando. Mas estavam na reunião ele, o Pacheco, Presidente desta Casa, e o Alckmin. Em seguida, o ditador baniu o X do Brasil.

    Ora, se ele não quer respeitar a mim, que sou oposição, que pelo menos respeite quem votou nele, mas ele é Presidente desta Casa, não é Presidente só de quem votou nele. Eu quero amanhã ouvir, eu quero perguntar, eu quero que ele responda com relação a impeachment, cujo rito é outro. Nós estaremos, sim, em 7 de setembro, na Paulista; nós estaremos, sim; o povo brasileiro, sim.

    Alguém diz: "Ah, mas Pacheco é rede"...

    Sr. Presidente, eu só queria que pedisse um pouquinho de silêncio, porque eu estou sem retorno e não estou conseguindo me ouvir.

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Quero pedir só, por favor, ao Plenário. Nós estamos ouvindo o Senador Magno Malta. Agradeço o silêncio.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Sr. Presidente, Ulysses dizia, só o povo pode ajudar o povo. Quando da promulgação da Constituição de 1988 – que ele chamou de Constituição Cidadã –, ele disse: o povo pode ajudar o povo. Essa frase que eu não me canso de falar.

    Certamente nós estaremos lá.

    "Ah, mas não adianta cobrar do Pacheco, porque o Pacheco não está nem aí para rede social. O Pacheco se faz de morto". Não, ninguém é tão insensível assim. Presidente Pacheco, eu sei que sua assessoria vai lhe passar o meu discurso. Vou me dirigir a você, mesmo você não estando aqui. Os seus filhos vão crescer neste país, nessa ditadura que vocês acham que é para atingir a nós, que não comungamos com esse espectro político comunista, que se instalou no país.

    Eu quero fazer uma ressalva, Sr. Presidente.

    Antes mesmo, desde 2016, se instalou uma perseguição da velha e grande mídia, que agora está pagando o preço – eu sou até solidário à Folha de S.Paulo neste momento, porque eles estão sendo perseguidos por colocar ali 6,1GB de conversa dos assessores de Alexandre de Moraes, extremamente grave. Imagine se fosse alguém ligado a alguém de nós? Mas há uma perseguição pessoal do Ministro Alexandre de Moraes ao ex-Presidente da República Jair Bolsonaro. Imagine se isso fosse com alguém ligado a nós? Que inferno isso já não teria se tornado?

    Sr. Presidente, eu vou me furtar de falar a verdade? Eu não posso! O povo do Espírito Santo me mandou aqui e, neste momento, o povo do Espírito Santo exige de mim e de todos os outros que nós falemos a verdade. Jamais, Senadora Damares, eu vou desacatar o Ministro Alexandre de Moraes, jamais vou desacatar o Gilmar Mendes, jamais vou desacatar o Barroso, mas eu tenho aqui nesse telefone a sabatina de Moraes. Eu nunca vi ninguém falar sobre liberdade, como esse cidadão falou, mas falou, montou tudo isso, para ser aprovado, Moraes. E tem outra coisa, Moraes, que eu quero falar para você: naquele dia, eu o recebi no meu gabinete a pedido do Temer. Olha lá. O Temer até hoje é chamado de golpista, e você foi Ministro da Justiça por um golpe do Temer. Essa esquerda, que você protege hoje e que está dentro do Supremo Tribunal Federal, dizia o discurso mais duro e sujo que já ouvi sobre V. Exa., e foi feito por Randolfe Rodrigues, naquela tribuna ali. E eu vejo que tudo aquilo que Randolfe Rodrigues disse era verdade, porque hoje é seu amigo, ele não foi para o inquérito do fim do mundo, ele não foi para o estômago do elefante. Ele não foi. Ele não foi. Ele não foi.

    Eu quero dizer isso tudo amanhã por isso e por tantas outras coisas: por 17 anos de cadeia, por 14 anos de cadeia para inocentes; pela morte do Clezão. Clezão vive! Nós vamos para a rua, sim, Ministro, sem medo, sem medo do seu autoritarismo. E no seu autoritarismo você não está só. Aliás, quero relembrar aqui o Ministro Gilmar Mendes, que disse: "Sem o Supremo não haveria Lula". Sem o Supremo não haveria alguns agentes que estão aí com os seus mandatos. Há uma cleptocracia no Brasil. Foi o Nikolas que chamou Lula de ladrão pela primeira vez? Não, foi Gilmar Mendes. Nikolas devia arrolar Gilmar Mendes como testemunha dele, porque o cleptocrata está no poder.

    Sr. Presidente, Deputada Bia Kicis, Srs. Deputados, Srs. Senadores, é preciso que todos os Senadores desta Casa comecem a dialogar, a fazer o debate com o Senador Pacheco. Senador Izalci, nós não podemos fazer qualquer tipo mais. A sociedade não aceita. Encerrou esse papo de água com açúcar. Pela ordem, Sr. Presidente, embora tenha muito carinho por V. Exa., muito respeito por V. Exa., eu gostaria de dizer que... Não, não, não, não, não, não, acabou! É Presidente de uma Casa, é Presidente desta Casa e deve satisfação à Casa.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Deve satisfação ao povo do meu estado, que me colocou aqui.

    Agora vai lá, participa, está todo mundo junto... O cara está fazendo palestra até para o Exército agora!

    Então, é o seguinte. Cada um... Um dia Josué disse para o povo: "escolhei hoje a quem sirvais, [...] [porque] eu e a minha casa decidimos servir ao Senhor". E, quando alguém estava tão revoltado, tão entristecido: o que vamos fazer? Jesus, caminhando para o calvário, disse: "Não choreis por mim, chorai antes mesmo por vós e por vossos filhos". Nossos filhos, nossa pátria! Nossos filhos, nossos netos! O futuro da nação brasileira! Quando eles estavam tristes, Jesus disse: escolham o lado de vocês. Eu tenho o lado. O meu lado é esse. Eu vou com ele até o final.

    Agora, se o Presidente da Casa tem lado, isso não o impede de dar satisfação a 80 Senadores – com ele, 81 –, porque ele é o Presidente desta Casa.

    Sr. Presidente, muita coisa para falar. Meu coração muito entristecido quando me lembro das pessoas que estão com tornozeleira, que estão presas, que estão sem liberdade, e de Parlamentares... E aí o Parlamentar desta Casa aqui, que está cerceado nos seus direitos, eu seria a última pessoa a defender, porque não tenho qualquer relacionamento e amizade com o Senador Marcos do Val, mas é responsabilidade de V. Exa.

    Lembro-me de Renan Calheiros quando era Presidente desta Casa. Mesmo tendo seus problemas, me lembro de que um dia ele foi para aquele microfone onde está a nossa Silvia Waiãpi, levantou o microfone e disse: "Ontem eu fui para dentro do Supremo para impedir que o marido de uma Senadora e ela fossem indiciados". Foi para dentro! Pediram a prisão dele, de Renan, e depois tiveram que desfazer o pedido de prisão, porque nessa Presidência ele não arregava, em nome do cargo, independentemente de quem goste dele ou deixe de querer.

    Então, o que nós temos que fazer neste momento, Senador Girão, é cobrar de todos os Senadores, eles têm que se posicionar se são a favor dessa ditadura ou se são contra. Ninguém pode ficar em cima do muro.

    Nós temos que cobrar do Presidente desta Casa. E eu vou fazer isso de forma intensa. Não vou fazer de forma covarde, em corredor; não vou fazer... Vou fazer olhando para ele. Também não vou fazer dentro de gabinete, para fazer acordo com nada. Vou fazer olhando para ele, Sr. Presidente. Vou fazer olhando para ele.

    Sr. Presidente, obrigado por ter me cedido a palavra, nesta sessão tão importante.

    Desculpe-me ter ultrapassado o tempo. Aliás, eu sou viciado em ultrapassar tempo. Para mim, não tem problema nenhum, mas é que dói muito dentro de mim e, se me deixar, eu vou falar a noite toda, porque eu estou disposto a qualquer coisa. O país chegou num momento em que ou nós nos revestimos desse sentimento nativista, desse sentimento pátrio a esse chão onde nós nascemos, para poder defendê-lo, ou então é melhor tirar o broche, como disse o Senador, jogar em cima da mesa e ir embora, porque, sentados aqui para receber salário, nós não valemos nada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2024 - Página 66