Discurso durante a 127ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, cearense que muito contribuiu para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Ceará e do Brasil e se tornou o maior produtor de Caju do país.

Autor
Flavio Azevedo (PL - Partido Liberal/RN)
Nome completo: Flávio José Cavalcanti de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Desenvolvimento Regional, Economia e Desenvolvimento, Homenagem:
  • Sessão especial destinada a celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, cearense que muito contribuiu para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Ceará e do Brasil e se tornou o maior produtor de Caju do país.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2024 - Página 93
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Desenvolvimento Regional
Economia e Desenvolvimento
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, CENTENARIO, EMPRESARIO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, PRODUÇÃO, CAJU, ESTADO DO CEARA (CE).

    O SR. FLAVIO AZEVEDO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RN. Para discursar.) – Eu disse hoje que tive a felicidade, antes da homenagem ao nosso querido Jaime, que tive poucas oportunidades, desculpem, de conversar com o Jaime, num ambiente tranquilo, na casa dele na Serra – ajude-me, Sr. Presidente, o senhor que é cearense: Serra de.... Lá no Ceará.

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Guaramiranga.

    O SR. FLAVIO AZEVEDO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RN) – Guaramiranga.

    Ele morava perto do meu cunhado.

    E conversar com o Jaime sempre era um aprendizado. Nesse aprendizado, ele dizia aos funcionários dele que estavam todos no mesmo barco e que era preciso respeito mútuo, porque o barco era o mesmo. Se esse barco afundasse, se esse barco adernasse, iríamos todos juntos para o fundo.

    E ele não só dizia isso, mas praticava. Também, como eu já disse aqui, as fazendas dele, cada uma, tinham vida própria. Ele investia, colocava lá igrejas, templos, mercados... Ele era um homem realmente diferente. Mas sempre pregando isso. É a união. É a união, é a força, porque senão iremos todos juntos para o fundo.

    Então, permita-me, Deputado Gustavo Gayer, citá-lo pelo nome, acho que talvez motivado pelo seu entusiasmo e pela sua indignação, pela indignação que mora em todos nós, mas o senhor exagerou um pouco, o senhor foi genérico, debitando exclusivamente aos Senadores uma situação existente, porque nem todos pensam e agem assim.

    A prova é essa. Somos poucos? Somos, mas não merecemos a generalização que, talvez, sem querer – talvez não, com certeza – a generalização feita no seu discurso.

    Estou aqui há pouco tempo, sou o primeiro suplente de Rogerio Marinho. Nunca fui nem Vereador antes de ter assumido este Senado. Nunca fui político. Mas é com um enorme sentimento de revolta que todo dia me sento numa cadeira ali, quase no fundo. É "r" – não é? –, Rio Grande do Norte, ali no fundo.

    O senhor fique certo de que tem pessoas que se indignam tanto quanto o senhor aqui neste Plenário. Eu tenho que fazer esta ressalva, principalmente em nome do Senador Magno Malta, que infelizmente se ausentou e que diariamente fala sobre essa situação esdrúxula e triste que nós vivemos.

    Então, por um dever de justiça aos Senadores que estão aqui presentes, nós não somos maioria. E, se nós não tivermos cuidado na união pregada por Jaime de Aquino, este grupo pode se desfazer. Temos que ser tolerantes. Não precisa se perder a indignação para ser tolerante. Acho até que a tolerância faz parte da indignação, porque, senão, se perdem as estribeiras, não é?

    Nós temos, sim, um problema, e eu vou deixar para dizer esse problema amanhã, porque eu não gosto de falar de pessoas ausentes nem condená-las. Amanhã, eu vou relembrar a quem deve ser relembrado aquelas palavras daquele busto, que está ali, acima da cadeira do Presidente. E eu vou ler, porque eu não decorei.

    Ruy Barbosa: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

    Eu peço desculpas ao Presidente por ter, talvez, até indevidamente, falado duas vezes – talvez não seja de bom tom –, mas perdoe; isso é ignorância do novato, e eu sou um novato aqui nesta Casa, mas não podia deixar de defender aqui as pessoas que também se indignam. E compreendo as palavras, o entusiasmo do nobre Deputado, mas precisava fazer essa correção, principalmente em homenagem ao nosso Senador Magno Malta.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2024 - Página 93