Discurso durante a 127ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, cearense que muito contribuiu para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Ceará e do Brasil e se tornou o maior produtor de Caju do país.

Autor
Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Desenvolvimento Regional, Economia e Desenvolvimento:
  • Sessão especial destinada a celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, cearense que muito contribuiu para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Ceará e do Brasil e se tornou o maior produtor de Caju do país.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2024 - Página 96
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Desenvolvimento Regional
Economia e Desenvolvimento
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, CENTENARIO, EMPRESARIO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, PRODUÇÃO, CAJU, ESTADO DO CEARA (CE).

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG. Para discursar.) – Pessoal, boa noite! Boa noite, Presidente, Senadores, Senadoras, Deputados, Deputadas, servidores desta Casa e a população que acompanha a gente pela TV Senado, para celebrar o centenário de Jaime Tomaz de Aquino, produtor de caju.

    Eu vendi caju a vida inteira, lá no varejão do meu pai, então fico muito honrado de poder estar, hoje, aqui, mas eu não vim falar só de caju, não. Vim falar aqui sobre essa situação do Ministro Alexandre de Moraes.

    O que me chama atenção é que, em 2015, eu estava em frente à TV vendo o impeachment da ex-Presidente Dilma, eleita pelo povo. Você votando ou não, ela foi eleita pelo povo. Aí, ministros, que não são eleitos pelo povo, mas, pelo contrário, são indicados pelos políticos que são eleitos pelo povo, agora não tem Senador de peito para poder pedir impeachment desses caras. Pois eu tenho. Eu não tenho medo, como eu já me cansei de falar aqui. Eu entrei aqui pela porta da frente. Eu não fiz nada de errado durante a campanha, durante qualquer mandato meu. Então, eu estou aqui bem tranquilo para poder pedir impeachment de qualquer ministro que seja. Então, espero que os Senadores da República aqui também tomem a atitude de fazer isso. Como você disse, Presidente, eu cheguei aqui, eu sou novato e eu não tenho problema nenhum de dizer que eu não sou jurista, eu não tenho mestrado, eu não tenho doutorado, mas eu tenho coragem. Então, eu não conheço todo o Regimento Interno da Casa.

    Aí, neste final de semana, o Pavinatto, que todo mundo aqui conhece, novamente, insiste em dizer que, com uma assinatura, um pedido de impeachment pode ser instaurado, sim, entra a Comissão. Então, eu queria saber dos Senadores se eu posso fazer isso amanhã, se eu tenho apoio dos Senadores, porque eu não tenho problema com isso, não.

    Pega telefone! Anda! Pega! Deixe-me ver aqui. É frescura demais esse telefone, é um monte de coisa. Aqui. Escuta aí!

(Procede-se à reprodução de áudio.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Presidente, foi bem resumido aqui. O vídeo dele é de nove minutos, mas acredito que todos os Parlamentares já devem ter ouvido essa fala do Pavinatto.

    Amanhã, a gente tem uma reunião da oposição aqui, do Bloco Vanguarda, e eu estou aqui para todas as sugestões. Como eu disse, eu cheguei agora, eu não tenho conhecimento técnico do Regimento Interno, mas, se isso existe, cabe a nós fazer isso. É mais uma alternativa que a gente tem para que possa pedir o impeachment do Ministro Alexandre de Moraes. E eu espero que o Pacheco seja democrático. Eu espero que o Presidente Pacheco seja democrático, que aceite, que não engavete, como já tem vários engavetados.

    Eu não tenho vaidade nenhuma, Damares. Se, amanhã, algum Senador quiser protocolar, vai ter meu apoio. Se quiser que eu protocole, eu protocolo amanhã. Mas vamos lembrar para toda a população, porque eu não quero enganar ninguém aqui... A população não aguenta mais discurso, lero-lero, ela quer é na prática, ela quer solução, ela quer mesmo é que seja impitimado o Ministro Alexandre de Moraes. Então, a população tem que saber que, lá no final, precisa de 54 Senadores para que ele possa ser impitimado. Aí, eu faço uma pergunta aqui para V. Exas.: teremos 54 Senadores? Mas eu quero falar uma coisa aqui. Deus estava assim, lá na cruz, falou assim – aliás, Jesus, não é? –: "Pai, perdoa. Eles não sabem o que fazem". Deus perdoa os ignorantes, mas Deus não perdoa quem sabe. O povo também não vai perdoar quem foi eleito pela direita, nas costas do Bolsonaro, na garupa do Bolsonaro, usando a direita e usando o Bolsonaro. Então, a gente precisa fazer uma análise aqui de quantos são os Senadores de direita que foram eleitos com a direita e pelo Bolsonaro: se chegar a 54, eu acredito que os 54 têm que ter a ombridade de assinar o impeachment do Alexandre de Moraes. Porque eu fui eleito pela direita, lá em Minas Gerais, na garupa do Bolsonaro, e o que eu mais escutei do povo foi esta fala: "Vá lá e seja homem. Não vá prevaricar. Não seja omisso". Então, o povo não vai perdoar Senadores que forem omissos. Então, se tem 58, 54, 60, não interessa; quem foi eleito pela direita, nas costas do Bolsonaro, tem que honrar o povo dele, o estado dele. No mínimo tem que fazer isso aqui! Aí, a gente tem que fazer um estudo aqui para ver se a gente tem 54.

    Mas o primeiro passo é pedir o impeachment, é fazer todo o regimento que precisa ser feito aqui, todo o protocolo que precisa ser feito. Então, amanhã, nessa reunião, a gente estude esse Regimento Interno. E essa sugestão que o Pavinatto deu aqui, que a gente possa colocá-la na prática. Se quiser que seja Damares, Girão, eu não tenho vaidade nenhuma, eu estou aqui pelo coletivo – até porque, para caçá-lo, a gente precisa de 54. Mas, se essa sugestão do Pavinatto aqui, dentro do Regimento Interno, pode na prática acontecer, então, que amanhã a gente a assine e protocole, para que na próxima sessão ela possa ser lida e o Presidente Pacheco instaure essa Comissão.

    E eu espero que o Presidente Pacheco seja democrático, porque o que eu mais escuto, depois do dia 8, é falar de democracia dentro deste Senado aqui, dentro do Congresso Nacional. É "democracia" para lá e "democracia" para cá. Então, eu espero que o Presidente Pacheco seja democrático e aceite esse pedido, porque a gente tem que investigar. O que mais esse ministro faz hoje, desde o dia 8, é investigar Parlamentar, é investigar patriota. Por que ele não pode ser investigado? Quem não deve não teme!

    E outra coisa também: tem a sua CPI, Marcel van Hattem. Eu já lhe falei isto: a gente pode fazer uma CPMI – vamos fazer aqui no Senado também – sobre abuso de autoridade. Tudo o que a gente puder fazer vamos fazer aqui. O que não se pode, Senadores, é ter salário rigorosamente em dia, auxílio-moradia, auxílio-paletó, auxílio disso, auxílio daquilo, e não trabalhar para o povo! Isso aqui é a nossa função. Quem tem poder para impitimar ministro são os Senadores. Como eu disse, se teve poder para impitimar uma Presidente eleita pelo povo, que medo é esse de impitimar ministros, que não foram eleitos pelo povo, que foram indicados pelos políticos? Se você indicou e não gostou, tire, mande embora! É assim que se joga o jogo.

    E eu vou falar aqui para vocês, para os ministros: excelências, eu respeito cada um. Eu não saio de casa para prejudicar ninguém. Só que eu saio de casa para fazer o que a minha função me manda fazer e o que o meu povo me mandou fazer. Então, medo de vocês eu não tenho não, viu? É zero medo. E sabem por que eu não tenho medo? Porque eu não faço nada de errado. Podem botar a vida de cabeça para baixo aí. É até bom. Quem me dera se Deus descesse aqui na Terra agora e mostrasse os meus seis anos de mandato. Aí, iam ver que o que eu falo eu pratico, não é? Então, se quiserem, fiquem à vontade, fiquem escutando essa conversa, essa ladainha: "Ah, mas não pode, não, porque eles vão te perseguir". Que medo eu estou de perseguição aqui dentro deste Senado, gente? Eu tenho medo é da consciência minha, é da mão de Deus que eu tenho medo. Eu tenho medo é do povo que votou em mim, que paga meu salário. Ministro nenhum paga salário meu, não! Partido nenhum paga salário meu.

    Então, com todo o respeito aqui aos 81 Senadores e ao Presidente desta Casa, que foi eleito – ele sabe disso – para tirar a Dilma, porque a Dilma era candidata a Senadora... A direita inteira de Minas Gerais votou no Presidente Pacheco. A direita inteira votou no Presidente Pacheco – toda – para tirar a Dilma, porque a Dilma era candidata a Senadora. Então, o que eu espero do Presidente também é que ele seja democrático, porque o que eu mais escutei aqui, desde o dia 8 de janeiro do ano passado, foi "democracia" pra cá e "democracia" pra lá.

    Então, que este Plenário aqui, este Senado, seja soberano e seja democrático, que aceite o pedido de impeachment, que traga investigação.

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – É.

    A gente tem que fazer o que a nossa função manda fazer, a gente não pode prevaricar.

    Então, espero que o Presidente Pacheco, de Minas Gerais, o Presidente desta Casa, possa escutar os Senadores da Oposição. Se existe democracia, a gente vai começar a usar na prática agora. E eu espero que os Senadores amanhã, da Oposição... Eu estou aqui, como eu disse, Presidente, com toda a humildade do mundo, eu não tenho mestrado, não tenho doutorado, eu tenho muito o que aprender com vocês, mas eu tenho muito para oferecer também. Então, se nenhum Senador amanhã quiser protocolar esse pedido, eu protocolo na hora, mas a gente precisa ter o apoio aqui de todos os Senadores.

    Como eu disse aqui à população – eu não vou enganar ninguém –, para cassar um ministro aqui são 54 Senadores. Aí eu faço uma pergunta novamente para os Senadores e para a população brasileira: teremos 54? É isso que eu quero saber. Eu espero que tenhamos.

    Um levantamento que a gente tem que fazer agora é este, dentro do respeito: quem foi eleito pela direita? Quem foi eleito com o Bolsonaro em 2018? Vamos lembrar quem foram os Senadores agora, em 2022. Vamos cobrar dentro do respeito, para que se possa fazer isso o mais rápido possível, porque supremo, gente, supremo é o povo.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2024 - Página 96