Discurso durante a 129ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Presidente Lula e à Esquerda brasileira por seus posicionamentos em diversos temas.

Preocupação com a democracia brasileira e apoio às manifestações que ocorrerão no dia 7 de setembro de 2024 contra os supostos abusos cometidos pelos Ministros do STF, em especial o Ministro Alexandre de Moraes.

Registro do recorde de queimadas na Região Amazônica e indignação com as políticas ambientais do Governo Federal.

Autor
Marcio Bittar (UNIÃO - União Brasil/AC)
Nome completo: Marcio Miguel Bittar
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Governo Federal:
  • Críticas ao Presidente Lula e à Esquerda brasileira por seus posicionamentos em diversos temas.
Atuação do Judiciário, Direitos Individuais e Coletivos:
  • Preocupação com a democracia brasileira e apoio às manifestações que ocorrerão no dia 7 de setembro de 2024 contra os supostos abusos cometidos pelos Ministros do STF, em especial o Ministro Alexandre de Moraes.
Governo Federal, Meio Ambiente:
  • Registro do recorde de queimadas na Região Amazônica e indignação com as políticas ambientais do Governo Federal.
Aparteantes
Jorge Seif.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2024 - Página 44
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
Jurídico > Direitos e Garantias > Direitos Individuais e Coletivos
Meio Ambiente
Indexação
  • CRITICA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, OMISSÃO, EXECUÇÃO, HINO NACIONAL, LINGUAGEM NEUTRA, HOMENAGEM, MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST), DIA NACIONAL, INDEPENDENCIA, REPUDIO, LIGAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, DITADURA, AUSENCIA, POSIÇÃO, PRISÃO, CANDIDATO, PRESIDENCIA, VENEZUELA.
  • PREOCUPAÇÃO, DEMOCRACIA, LIBERDADE, APOIO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, DIA NACIONAL, INDEPENDENCIA, ABUSO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ENFASE, MINISTRO, ALEXANDRE DE MORAES, COMENTARIO, SUSPENSÃO, MIDIA SOCIAL.
  • REGISTRO, QUEIMADA, REGIÃO AMAZONICA, INDIGNAÇÃO, POLITICA, MEIO AMBIENTE, GOVERNO FEDERAL, REPUDIO, AUMENTO, RECURSOS FINANCEIROS, LEI FEDERAL, PROGRAMA NACIONAL DE APOIO A CULTURA (PRONAC).

    O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC. Para discursar.) – Sr. Presidente, colegas Senadores, quero cumprimentar aqui, antes tarde do que nunca, o Senador Flavio Azevedo e dizer que também comungo de uma admiração verdadeira, profunda pelo Senador Rogerio Marinho. Fui Deputado Federal com ele, na legislatura que se iniciou em 2011, e prestei muita atenção no seu pronunciamento de alta qualidade. Quero aqui endossar as suas palavras.

    Seja muito bem-vindo e muito obrigado pelas palavras.

    Sr. Presidente, eu quero lamentar dois episódios: primeiro, o Presidente da República, num evento político-partidário do tal do Boulos, de extrema esquerda, invasor e defensor de invasor de propriedade, ouve o Hino Nacional brasileiro, que é um patrimônio de todos os brasileiros, na língua neutra, que não existe, e, até hoje, se calou. Não teve a decência de se pronunciar publicamente, como o Chefe da nação, para dizer que aquilo é uma violência e um crime contra o Hino Nacional, que é um patrimônio brasileiro. Mas não para por aí; o que está ruim pode ficar pior!

    Agora vem o dia 7 de setembro, e tudo indica, Sr. Presidente, que pela primeira vez o Exército Brasileiro talvez tenha que bater continência para bandidos do MST e do MST urbano. Se isso acontecer, será outra vergonha para o Brasil.

    Quero aqui deixar, então, o meu repúdio a essas notícias, que dão conta de que, no dia 7 aqui em Brasília, o Presidente do PT... Porque – perdão, Presidente – ele não é Presidente da nação brasileira, ele é Presidente de um partido político, de uma seita, não é do país; se fosse Presidente do país, não aceitaria ver o Hino Nacional sendo aviltado; se fosse Presidente da nação, nunca levaria em conta a hipótese de colocar o MST, bandidos fora da lei, para ser homenageado no dia da nossa pátria.

    Outra vergonha, Sr. Presidente... E é por isso que eu fiz questão de corrigir; maduro na idade eu também sou, tenho 61 anos, mas nada a ver com o Maduro da Venezuela. É incrível! E depois, Sr. Presidente, quando, nas eleições municipais no Brasil afora, nós, da direita, afirmamos que aqueles municípios que elegeram a esquerda estarão elegendo filhotes de ditadura... Porque quem ama e protege ditador é porque ditador também o é.

    Quando eu falo e afirmo que não existe esquerda democrática... Isso é uma piada! Toda a esquerda baseada no Marx tem por objetivo tomar o Estado, dominar o Estado e eliminar o adversário. Está escrito, e eles seguem essa cartilha.

    A prova é tanta que, mais uma vez, o Governo do Brasil, nos envergonhando, não se posiciona sobre a prisão, o pedido de prisão feito pelo Governo ditador da Venezuela, do candidato que venceu a eleição, o González.

    Olhe quantos países, Sr. Presidente: Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai divulgaram nesta segunda-feira, ontem, comunicado conjunto em que rechaçam, entre aspas, "de maneira inequívoca e absoluta", fecham-se aspas, a ordem de prisão do opositor venezuelano Edmundo González.

    Cada dia mais, Sr. Presidente, infelizmente, o Brasil, governado pela esquerda de novo – é o quinto mandato da esquerda no Brasil, para a nossa tristeza e para a tristeza do país –, se coloca ao lado dos párias internacionais, das ditaduras internacionais, ao lado de Cuba, Venezuela, China e por aí vai. Isso é uma vergonha, todos nós estamos assistindo a isso.

    Sr. Presidente, eu faço parte, como o senhor também, de um grupo de Senadores que anos atrás, até um ano atrás, achávamos que não era o melhor para o país a radicalização, o pedido do impeachment, o pedido da CPI; mas, Sr. Presidente, já ultrapassaram todos os limites. Não dá para ficar calado. "Ah, mas nós não temos 54 votos". Não interessa mais, Sr. Presidente! O país clama, e o que acontece na Venezuela é, sim, o que pode acontecer com o Brasil, porque estamos no mesmo caminho.

    Então, isso aqui mostra, mais uma vez, como o Governo brasileiro não se incomoda, de maneira nenhuma, com a ditadura instalada, que é a ditadura dos companheiros.

    Sr. Presidente, o dia 7 de setembro marca o dia da nossa independência, da nossa liberdade, hoje ameaçada por ações espúrias de membros do Judiciário. Não podemos sucumbir à tirania, não podemos rebaixar uma nação de mais de 210 milhões de brasileiros aos desejos de um só homem. Não vamos e não podemos virar uma Venezuela ou uma Nicarágua. Somos mais fortes e destemidos, não vamos nos curvar a devaneios torpes de ditadores de qual Poder da República for. Não podemos deixar tirarem nossa liberdade de pensamento e de expressão.

    Vamos nos levantar contra isso – milhões de brasileiros –, vamos brecar este caminho rumo ao autoritarismo.

    Proibir o X no Brasil ultrapassou todos os limites. Cercearam, Sr. Presidente, a liberdade de mais de 21 milhões de brasileiros, de usuários ativos dessa rede social, por surto ditatorial.

    A democracia encontra-se há muito em risco para todos nós. Precisamos mostrar que a nação brasileira não irá retroceder. Vamos jogar luzes da liberdade para ofuscar essa gente que insiste em destruir a democracia.

    No Dia da Pátria livre, Sr. Presidente, Dia Sete de Setembro, nossa pátria soberana, na Avenida Paulista, vamos mostrar toda a nossa indignação contra as atitudes arbitrárias de um homem, contra a Constituição Federal e contra o Brasil livre. Eu vou, eu vou, Sr. Presidente. Tudo tem limite, e eles ultrapassaram todo o limite da decência.

    Quem se calar agora entrará para a história como os covardes que talvez sejam responsáveis pela implantação de um regime similar ao do da Venezuela, porque no caminho nós já estamos. Eu vou para a Avenida Paulista entoar o canto da liberdade. Não vamos recuar, não vamos nos acovardar. Esse é o momento histórico que exige coragem e amor à pátria.

    Sr. Presidente, como ainda tem um tempo, quero mencionar aqui essa questão das queimadas. Cheguei essa madrugada, com a minha esposa Thais, do Acre; acho que em Roraima não deve estar diferente.

    O Governo do Presidente Lula e da Ministra Marina Silva bateu o seu próprio recorde. Gravamos um vídeo em Rio Branco. A Primeira-Dama, para mim, a eterna Primeira-Dama Michelle Bolsonaro não pôde pousar em Rio Branco, embora o aeroporto estivesse aberto, mas não tinha um plano de emergência, porque o aeroporto de Ji-Paraná estava fechado, o de Porto Velho estava fechado, e o próximo, se por acaso fechasse o aeroporto de Rio Branco, seria o Cruzeiro do Sul, aonde eles chegariam já com apenas 20 minutos de autonomia. Eu fiz lá uma indagação e repito aqui agora.

    Veja, aqueles brasileiros que nos assistem, é só procurar...

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC) – ... é só procurar no Google o recorde de derrubada no Brasil e o recorde de queimada no Brasil, Sr. Presidente, é o do Presidente Lula e da Ministra Marina Silva.

    Agora, aquela esquerda festiva que adora a Lei Rouanet, que favorece aqueles que não conseguem, por conta própria, lotar os seus espetáculos, não cantam mais "salve a Amazônia". Lembram-se daquela musiquinha que aqueles artistas favoráveis e usuários da Lei Rouanet entoavam? Era no Governo do Presidente Bolsonaro.

    Eles entoavam aquela música como se o culpado fosse o Presidente Bolsonaro. "Salve a Amazônia, salve a floresta para salvar o planeta". Cadê eles agora, Presidente?

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC) – Cadê o Leonardo DiCaprio? Cadê o Macron? Cadê a Greta? Cadê os artistas que entoavam aquela música covardemente, mau-caráter? Porque aqueles que usam de dois pesos e duas medidas, de tamanho são maus-caráteres, calam-se, porque têm benefícios do Governo. Provam para nós que somos do Norte e para V. Exa. que a preocupação deles não é com o meio ambiente, a preocupação deles... subordinados que são ao interesse internacional, que financiam ONGs no Brasil, atendendo-as e utilizam uma guerra comercial de dominação da nossa economia se utilizando do discurso ambiental.

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC) – V. Exa., junto comigo, fez parte da CPI das ONGs, é um legítimo representante do Norte do Brasil e sabe, muito bem, a quem me refiro.

    Portanto, se o Presidente me permitir, eu concedo com a maior satisfação, um aparte ao querido amigo Jorge Seif.

    O Sr. Jorge Seif (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para apartear.) – Senador Marcio Bittar, só para corroborar com a sua informação, tem aqui uma notícia do Poder360: "Lula autoriza R$16,5 bi, maior valor da Rouanet em 21 anos." Então, os artistas estão no bolso do Lula.

    O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC) – É isso aí.

    O Sr. Jorge Seif (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Jamais vão cantar salve Amazônia, salve girafa, salve urso polar, porque estão no bolso do Lula, com o dinheiro do brasileiro que está nos assistindo! Por isso é que eles estão caladinhos! Vai tocar fogo, vai virar tudo carvão, e eles vão olhar para cima e não estão vendo nada, porque são vendidos...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Jorge Seif (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Fora do microfone.) – ... e são comprados com o dinheiro do brasileiro!

    Obrigado.

    O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC) – Presidente, eu que agradeço o aparte do colega Jorge Seif, que incorporo ao meu pronunciamento.

    Termino, Sr. Presidente, dizendo... Eu já falei isso, mas vou repetir: esse é o tema que mais me causa indignação. Já disse e vou repetir: quando o tema é a Amazônia, eu tenho vergonha de ser brasileiro, porque nenhum país do mundo aceitou ser mandado, de fora para dentro, como o Brasil aceitou!

    A desfaçatez, o mau-caratismo é tão grande que a Ministra Marina, se fosse qualquer um de nós, estaria presa. Vira Ministra, pela primeira vez, cria o Fundo Amazônia! Capta recursos, lá fora, e as ONGs, ligadas a ela e ao chefe dela, no Executivo, o Capobianco, são beneficiados... Qualquer um de nós... Isso parecido seria o maior escândalo! Para ela não é. Como não é escândalo

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC) – Trinta e quatro milhões para uma, exatamente, uma delas que entrou, na Justiça, contra a continuidade da BR-364 e pasme, Sr. Presidente, contra uma ponte que deverá ser construída ou deveria ser construída, por cima do Rio Juruá, ligando uma parte do nosso estado a Rodrigues Alves.

    Agora, Jorge, nós temos quatro municípios, no Acre, isolados! Em 40 anos, é a maior seca do Acre, da Região Amazônica! A maior carestia: Porto Walter, Thaumaturgo, Santa Rosa e Jordão! Já disse, mas repito, bujão de gás a R$200; gasolina a R$13; diesel, a mesma coisa; arroz a R$10!

    Cleitinho, você que é de um estado produtor, antes que me pergunte, como Santa Catarina: "Mas por que eles não produzem?" Porque são proibidos! Porque, se sair do miolinho urbano...

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC) – ... para onde eles forem – V. Exa. sabe disso, em Roraima –, para onde eles forem, vão encontrar terras indígenas, áreas preservadas em que eles não podem fazer um roçado...

    Agora o estado sumiu, desapareceu, não tem uma estrada, porque não pode fazer estrada. E o Governo da esquerda, da Marina, quando foi que ela não teve poder? Só em um Governo. De Sarney para cá, só não teve poder quando foi no Governo do Presidente Bolsonaro. Aí estão lá quatro municípios, como outros tantos da Amazônia, abandonados.

    Quero terminar dizendo o seguinte, Sr. Presidente: se um colono, se um pai de família de qualquer desses quatro municípios abrir um roçado pequeno, de menos de meio hectare, e não tiver uma licença, porque o Ibama não dá, pode ter certeza de que vai chegar lá a Força Nacional, helicóptero, Polícia Federal, toda estrutura do Estado. Mas, agora, quando estão morrendo de fome, em estado de inanição, quando tem gente morrendo porque não tem dinheiro para sair de avião, porque é a única forma de sair, aí não aparece ninguém, quanto mais os artistas da Lei Rouanet.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2024 - Página 44