Pela ordem durante a 129ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro sobre a insatifcação popular com a suposta inércia do Senado em relação à conduta do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Críticas à concentração de poder por parte do ministro. Solicitação ao Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para que submeta o pedido de impeachment à deliberação da Casa.

Autor
Eduardo Girão (NOVO - Partido Novo/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
Atuação do Judiciário, Atuação do Senado Federal:
  • Registro sobre a insatifcação popular com a suposta inércia do Senado em relação à conduta do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Críticas à concentração de poder por parte do ministro. Solicitação ao Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para que submeta o pedido de impeachment à deliberação da Casa.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2024 - Página 97
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Indexação
  • REGISTRO, OPINIÃO PUBLICA, SENADO, ATUAÇÃO, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ALEXANDRE DE MORAES, CRITICA, CONCENTRAÇÃO, PODER, SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE, RODRIGO PACHECO, DELIBERAÇÃO, PEDIDO, IMPEACHMENT.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Pela ordem.) – Presidente, eu estou achando este momento extremamente importante, porque está vindo à tona tudo, colegas que divergem, colegas que pensam de uma forma... todas legítimas aqui. Mas a causa não pode ser a sua, Presidente, a causa é o Brasil. Tenho respeito pelo senhor, vejo que, em muitos momentos, o senhor tentou apaziguar o país, se esforçou, mas já deu. Quando dizem que a corda esticou, está esticada, ela rompeu. Não tem mais clima. A população brasileira, e esta é a verdade que a gente tem que encarar com amor, a população brasileira não confia nesta Casa revisora da República porque ela não tem cumprido seu dever em 200 anos. E ela não pode mais se omitir.

    O que eu estou achando bacana nos discursos aqui... Inclusive, o meu colega acabou de cometer um ato falho. Ele disse: "Olha, o Alexandre de Moraes tem que acabar com as bets". Olha a que ponto nós chegamos! Porque ele é que manda e desmanda no Brasil, não é a gente. Para que a gente está aqui, Presidente Rodrigo Pacheco? Com toda a sinceridade, para que eu recebo salário? Para que eu tenho essa estrutura, se a gente faz leis, se a gente debate durante meses, anos, e, numa canetada, o Ministro desfaz e chega ao ponto de prejudicar... Podem falar mal do Twitter, podem falar mal, quem usa, quem não usa, faz parte da democracia. Agora, você calar 22 milhões de brasileiros que ganham o pão, muitas vezes, ali, que pegam informações ali, que se conectam com o mundo ali, isso é covardia! Isso é covardia e é inaceitável!

    Na reunião, no almoço que tivemos hoje, Senador Beto Martins, da Oposição e de Senadores independentes, nós decidimos, todos, postar no X. Todos. O que é isso? O que é isso? Já deu!

    Então, Presidente, a situação está insustentável, e o senhor vai precisar tomar uma decisão segunda-feira, dia 9 de setembro. E eu achei bacana porque colegas que ocuparam a tribuna e falaram aqui disseram uma coisa: "Olha, bote para votar, porque eu vou orientar contra". E é isso que a gente tem que fazer. Quem vai orientar a favor vai e coloca o seu voto, a digital. O povo está querendo saber a digital, quem é quem: quem defende ditador, quem defende o arbítrio, quem defende abuso e quem defende a Constituição brasileira.

    No meu estado, eu ando, Senador Wilder, converso com as pessoas, e eu sei que muitos aqui também. Nas feiras, nos mercados, a indignação é geral. Eu nunca vi isto: furou a bolha, Senador Marcos Pontes, de quem não gosta de política. Teve uma senhora que chegou para mim e disse: "Eu não sou de direita, eu não sou de esquerda, eu não gosto de... Mas vocês, um homem mandar em todos vocês, um homem fazer o que quer no Brasil? Isso é uma desmoralização".

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Aí, Sr. Presidente, a gente vê: "Mas, se colocar para votar o impeachment do Ministro Moraes, não vai ter número suficiente, vai perder e vai se desmoralizar". Mas nós já estamos desmoralizados! Ou não? Ou está tudo bem, está tudo normal?

    Presidente, quero encerrar e ficar dentro do tempo que os colegas colocaram com a frase do seu conterrâneo. Foi falado de Juscelino Kubitschek, foi falado aqui de Tancredo Neves - inclusive, ontem, curiosamente, coincidentemente, eles foram muito relembrados. Chico Xavier diz o seguinte: "Embora ninguém possa...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim". Nós temos a chance, Senador Portinho, Senador Flavio Azevedo, Senador Rodrigo Pacheco, de fazer um novo fim dessa cobrança pública justa – justa – dos brasileiros com relação à omissão desta Casa revisora da República. Já deu! Não tem clima, não tem atmosfera para a gente fazer de conta que nada aconteceu.

    Então, o que eu peço ao senhor, nesses dez segundos finais, é: coloque em votação. O senhor é democrático? É. Todo mundo falou. Coloque em votação, mostre que é democrático e faça...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... essa possibilidade de redenção do Brasil. O senhor vai fazer a sua parte. Se vai perder, o senhor fez a sua parte. Tire esse fardo, como colocou o Senador Magno Malta, tire das suas costas as injustiças que possam estar falando – o respeito é a regra da boa convivência, a agressão jamais. O senhor é o Presidente desta Casa, quem votou, quem não votou... O senhor é o Presidente desta Casa. Coloque para votar. Vamos deixar as coisas... Ninguém aguenta mais, ninguém aguenta mais. A verdade está na cara. Vamos lá, coloque e a gente vai cumprir, finalmente, o nosso papel.

    Muito obrigado, Sr. Presidente. Desculpe-me por ter me excedido no tempo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2024 - Página 97