Pronunciamento de Irajá em 03/09/2024
Discurso durante a 129ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Elogios à atuação do Senador Rodrigo Pacheco na Presidência do Senado Federal.
- Autor
- Irajá (PSD - Partido Social Democrático/TO)
- Nome completo: Irajá Silvestre Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Atividade Política,
Atuação do Senado Federal:
- Elogios à atuação do Senador Rodrigo Pacheco na Presidência do Senado Federal.
- Publicação
- Publicação no DSF de 04/09/2024 - Página 120
- Assuntos
- Outros > Atividade Política
- Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
- Indexação
-
- ELOGIO, ATUAÇÃO, SENADOR, RODRIGO PACHECO, PRESIDENTE, SENADO.
O SR. IRAJÁ (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - TO. Para discursar.) – Sr. Presidente, Rodrigo Otavio Soares Pacheco, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, eu venho também à tribuna do Senado Federal, Sr. Presidente, e fiz questão de ser o último orador, por uma razão muito simples: talvez, dos 80 colegas Senadores de V. Exa., eu tenha tido o privilégio de ter sido o Senador que mais conviveu com V. Exa. ao longo dos dez anos de mandatos aqui no Congresso Nacional. Tivemos a convivência na Câmara dos Deputados durante quatro anos e, agora, no Senado Federal, já completando, no final deste ano, praticamente seis anos.
E, mesmo depois também do elogioso discurso que o nosso queridíssimo e respeitadíssimo Senador Paulo Paim fez, inclusive relembrando grandes estadistas que tivemos no Brasil, a exemplo de conterrâneos de Minas Gerais, como Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves, Sarney e Fernando Henrique Cardoso, Ulysses Guimarães, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tantos outros líderes nacionais com que nosso queridíssimo Senador Paulo Paim teve o privilégio de conviver durante a sua trajetória política, a sua longeva carreira política. Ele, que é uma grande inspiração para nós, Senadores aqui desta Casa, ao fazer essa reflexão – inclusive lhe atribuindo grandes virtudes e qualidades que ele, como testemunha, pôde presenciar ao longo desses quase seis anos –, afirmou, com muita franqueza, que talvez possa ter líderes da envergadura de V. Exa., mas que talvez ele não tenha visto nenhum além da sua envergadura.
Então, eu queria também, Senador Paulo Paim, me somar ao seu testemunho, porque, como eu disse, eu tenho o privilégio de estar já há quase dez anos convivendo com o Presidente Rodrigo Pacheco, desde a Câmara dos Deputados; testemunhei a sua ascensão na Comissão de Constituição e Justiça daquela Casa, uma das Comissões mais importantes da Câmara dos Deputados; depois, a sua ascensão como Senador da República, numa vitória com uma votação expressiva no Estado de Minas Gerais, que lhe possibilitou estar aqui hoje, nesta Casa, presidindo o Congresso Nacional, presidindo o Senado Federal, uma das cadeiras mais honrosas que nós temos na República Federativa do Brasil.
Assim como muitos aqui nesta Casa, Presidente Rodrigo Pacheco, eu também tive o privilégio e o orgulho de votar em V. Exa. durante as duas eleições que V. Exa. disputou. Talvez não mais que seis Senadores conheçam com profundidade como essa história se iniciou, e eu vou sempre carregar na minha memória e no meu coração as boas lembranças daquele momento, quando surgiu o seu nome para poder ser apresentado ao Senado Federal como o sucessor do nosso ex-Presidente Davi Alcolumbre, fruto de um momento delicado da República, de um momento em que nós, Senadores, até imaginávamos que, naquela ocasião, o Presidente Davi Alcolumbre poderia ser reconduzido à Presidência desta Casa. Por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, naquela ocasião, isso não foi possível, mas quis o destino se encarregar disso e o seu nome, dentre os pares, ser majoritariamente escolhido para poder presidir esta Casa, e V. Exa. o tem feito de uma forma extraordinária, com todo o brilhantismo, com toda a honraria que nós, Senadoras e Senadores, aqui podemos reconhecer.
Eu queria lhe dizer, assim como muitos o fizeram – o Senador Otto Alencar, o Senador Omar Aziz e tantos outros Senadores e Senadoras que puderam se manifestar no dia de hoje –, que o senhor está, sim, à altura do cargo que ocupa como Presidente do Senado Federal. Eu poderia passar aqui horas apontando os motivos, não apenas pela sua defesa intransigente da democracia na última eleição, de 2022, em que V. Exa. teve um papel fundamental, ao lado do nosso Judiciário, para que aquele processo eleitoral pudesse transcorrer da forma mais serena e equilibrada possível. Era uma eleição que se desenhava como uma absoluta guerra entre a direita e a esquerda do país, e V. Exa., com seu perfil equilibrado, sempre muito sereno, sempre muito tranquilo, conseguiu, com muita competência, conduzir, ao lado do nosso Tribunal Superior Eleitoral, para que aquela eleição pudesse transcorrer de uma forma democrática, como assim aconteceu.
Eu também poderia aqui destacar, ao longo desses quatro anos praticamente à frente da Presidência do Senado Federal, a sua pauta, que V. Exa. imprimiu, de aprovações aqui no Senado.
Aqui eu não quero menosprezar nenhum dos nossos Presidentes antecessores, que certamente também deixaram o seu legado, contribuíram com grandes reformas, com grandes projetos estratégicos para a nossa economia, mas V. Exa., com toda a modéstia, talvez tenha sido o Presidente do Senado Federal que pautou, num curto espaço de tempo, e aprovou medidas transformadoras no Brasil.
Aqui eu poderia destacar dezenas de projetos, como a reforma da previdência, a reforma eleitoral. Aprovamos uma PEC de transição entre um Governo que saiu e o outro que entrou, que viabilizou praticamente o novo Governo, o seu funcionamento, e as políticas que estão sendo implementadas ao longo deste ano e meio. Poderia também aqui discorrer a respeito da autonomia do Banco Central, que também foi aprovada durante a sua Presidência do Senado Federal; a respeito dos marcos regulatórios que foram estratégicos para a nossa economia, como o marco regulatório do saneamento básico, que foi uma decisão acertada deste Senado Federal, do Congresso Nacional, mas que teve, em V. Exa., um dos maiores fiadores, porque muitos duvidavam da sua eficiência. Poderia destacar também a Lei da Cabotagem, o direito de passagem nas ferrovias; a nova Lei das Licitações, que foi também fundamental para que a gente pudesse modernizar uma licitação, um arcabouço das licitações públicas, que se provou arcaico, antigo, retrógrado, e que também aconteceu durante a sua Presidência do Senado Federal.
Portanto, uma história que vai deixar um grande legado a esta Casa, ao ponto, inclusive, relembrando aqui de alguns momentos, Senador Paim, em que o nome do Presidente Rodrigo Pacheco foi aventado como candidato a Presidente da República do Brasil. Com o apoio majoritário do nosso partido, ele apresentou o seu nome naquela fase ainda de uma pré-eleição. Eu me lembro, como se fosse hoje, de uma grande reunião que fizemos, da nossa Bancada de Senadoras e Senadores do PSD, aqui no Senado Federal, em que o nosso Presidente Nacional do partido, o Presidente Gilberto Kassab, estava também presente, em que o Rodrigo Pacheco, a pessoa do Rodrigo Pacheco, demonstrou mais uma vez o seu espírito público, quando retirou o seu nome de uma possível candidatura à Presidência da República do Brasil.
E olha que, naquela ocasião, eu fui voto vencido naquela reunião da Bancada do PSD, Paim, porque eu entendia que, naquele momento de um acirramento e de uma grande polarização de dois extremos, que são a direita e a esquerda, talvez fosse oportuna...
(Soa a campainha.)
O SR. IRAJÁ (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - TO) – ... uma candidatura de uma pessoa equilibrada, uma pessoa de centro, uma pessoa serena, uma pessoa com os predicados e as qualidades do nosso Presidente Rodrigo Pacheco, que poderia ser capaz novamente de unir o Brasil. Era justamente esse o conceito que nós, do PSD, defendíamos na candidatura dele. Mas, como já é conhecedor por todos aqui do Senado Federal, ele, sempre com uma posição muito discreta, muito serena, decidiu recuar daquele que talvez seria um dos maiores projetos políticos da sua vida.
E eu, meio que ainda inconformado, depois de passado esse encontro, o procurei e o questionei: mas por que você recuou dessa candidatura à Presidência da República? E eu nunca vou esquecer, Paim, o que ele me disse. Ele falou: "Irajá, Deus me reserva uma missão muito maior, nessas eleições de 2022, a de garantir a integridade dessas eleições de que a democracia possa ser preservada e respeitada". E talvez o tempo será o senhor da razão e alguns brasileiros, alguns mineiros possivelmente irão reconhecer esse gesto, esse recuo nessa possível candidatura à Presidência da República. E foi exatamente o que aconteceu. Ele foi um grande protagonista nessas eleições de 2022.
Tem, por todos nós, Presidente Rodrigo Pacheco, o reconhecimento pelo papel que V. Exa. desempenhou pela preservação da nossa democracia brasileira. Você teria sido a pessoa certa na hora certa naquele momento, eu não tenho dúvida disso! Mas nós compreendemos...
(Soa a campainha.)
O SR. IRAJÁ (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - TO) – ... o seu gesto, a grandeza do seu gesto em recuar daquele grande projeto nacional.
Agora, eu observei atentamente a manifestação de colegas Senadoras e Senadores, e aqui nós precisamos exercitar a arte de divergir, a arte de discordar, a arte de poder fazer o enfrentamento nos discursos, nos debates, mas nós jamais podemos aqui aceitar que o Presidente da nossa Casa possa ser desrespeitado perante o nosso Colegiado e, principalmente, perante a opinião pública, porque existe algo que o Senador Laércio falou, que é a liturgia do cargo, porque hoje está aqui o Presidente Rodrigo Pacheco, mas amanhã poderá estar o Senador Paulo Paim, poderá estar eu, poderá estar qualquer um de nós, Senadoras e Senadores...
(Soa a campainha.)
O SR. IRAJÁ (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - TO) – E nós precisaremos, nos momentos difíceis, estar unidos, apesar das nossas diferenças e das nossas divergências pessoais ou políticas.
Então, é inaceitável que o Presidente Pacheco possa ser por qualquer um dos colegas Senadoras e Senadores atacado, porque isso será um desrespeito a nós mesmos, ao nosso Colegiado, ao Senado Federal, aos cargos para os quais nós honrosamente fomos eleitos e escolhidos para poder representar os nossos 27 estados da Federação e o nosso país. Então, eu acho que aqui nós precisamos ter muita sabedoria em lidar com um tema tão sensível quanto esse.
E não acho justo que V. Exa., como foi dito por alguns aqui, tenha que carregar o fardo dessa decisão. Não é necessário que V. Exa. tenha que carregar esse fardo, porque existem instrumentos que lhe permitem tomar essa decisão: V. Exa. tem a Mesa da Presidência, composta por diversos membros que podem decidir majoritariamente pela abertura ou não de um processo de impeachment de qualquer um dos Ministros do Supremo Tribunal Federal; V. Exa. tem ainda o instrumento do Colégio de Líderes, que V. Exa. exercita todas as quintas-feiras, e V. Exa. pode e deve compartilhar e socializar essa decisão.
Então, não é uma decisão individual da pessoa ou do Presidente Rodrigo Pacheco. Ela deve ser tomada com muita serenidade, mas deverá ser sim, Presidente, socializada por algum Colegiado, que seja a Mesa, que seja o Colégio de Líderes. E, se assim for o entendimento da maioria da Mesa, do Colégio de Líderes, aí sim essa decisão ser submetida...
(Soa a campainha.)
O SR. IRAJÁ (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - TO) – ... de forma democrática, ao Plenário do Senado Federal.
Então, não amargue essa decisão individual. Esse fardo não está nas suas costas, Presidente Rodrigo Pacheco.
V. Exa. tem, sim, a confiança ampla da maioria aqui das Senadoras e Senadores, e eu tenho convicção que saberá conduzir, com muita sabedoria e com muita inteligência, mais esse grande obstáculo que se apresenta à frente da Presidência do Senado Federal. Confie no seu ímpeto, confie sobretudo no seu instinto, mas confie também na credibilidade que V. Exa. construiu no Brasil e construiu perante 80 Senadores, que reconhecem e admiram o seu trabalho.
Muito obrigado.