Pronunciamento de Jorge Seif em 10/09/2024
Discurso durante a 133ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Cobrança de atuação institucional do Senado Federal em resposta aos supostos abusos cometidos pelo Poder Judiciário.
- Autor
- Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
- Nome completo: Jorge Seif Júnior
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Atuação do Judiciário,
Atuação do Senado Federal:
- Cobrança de atuação institucional do Senado Federal em resposta aos supostos abusos cometidos pelo Poder Judiciário.
- Publicação
- Publicação no DSF de 11/09/2024 - Página 49
- Assuntos
- Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
- Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
- Indexação
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- CRITICA, SENADO, CAMARA DOS DEPUTADOS, OMISSÃO, INTERFERENCIA, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ALEXANDRE DE MORAES, MINISTRO, COMPETENCIA LEGISLATIVA, RESTRIÇÃO, LIBERDADE DE EXPRESSÃO, SUSPENSÃO, MIDIA SOCIAL, ELON MUSK, CONSEQUENCIA, PREJUIZO, POPULAÇÃO, BRASIL.
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) – Sr. Presidente, uma boa tarde ao senhor, nosso querido Senador do Rio Grande do Norte, à Senadora do DF, do Mato Grosso, do Paraná, de Rondônia e a todos os presentes aqui, colegas da Casa, Senadores, Senadoras, assessores, imprensa, visitantes.
Eu queria começar hoje de uma forma diferente, que não é muito a minha abordagem, mas eu quero começar de uma forma poética, Senador. E esse poema aqui é uma reflexão a todos nós. E a você que está no Brasil aí nos assistindo, muito obrigado pela audiência, ou ouvindo nas rádios, no YouTube. Escutem bem este poema de Eduardo Alves da Costa. Diz o seguinte:
Na primeira noite, eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra [...] [sozinho] em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Eu nunca vi um poema que retratasse tão bem a realidade do nosso Brasil!
Mas hoje, diferentemente do que eu venho falando e fazendo diariamente, eu não vou citar o nosso querido Supremo Tribunal Federal. Sabe por quê, Senadora Rosana? Porque a culpa é desta Casa. Isso aqui é uma analogia do que eles foram fazendo com esta Casa. E os que deveriam guardar esta Casa ficaram em silêncio, fazendo cara de paisagem, fingindo que o mundo ninguém fez e que na outra semana ia melhorar. Ligações, jantares, fotinhos, visitas, e a sua autoridade hoje está sendo questionada e nula, invalidada. Perdeu eficácia e perdeu eficiência por omissão, por prevaricação, por não respeitar a Constituição, que nos dá as prerrogativas para proteger a nossa democracia. Nós não estamos falando em perseguição, nós não estamos falando em desrespeito, porque a Constituição também é clara na harmonia dos Poderes, Senadora Damares. Não é briga, confusão, não é nada, não. Está falando em harmonia. Mas tem um outro poder que foi se tornando hipertrofiado, forte, tudo, e o mundo político tem culpa nisso também, porque tudo que era decidido aqui por maioria e uma minoria barulhenta que não aceitava atravessava aqui a Praça dos Três Poderes e ia questionar, dando poderes mais para o Judiciário. E agora como é que resolve isso? Como é que resolve? No amor? Nas flores? Não!
Sr. Presidente, nós precisamos não mais terceirizar isso para nenhum Poder, porque a Constituição nos dá essa responsabilidade, essa atribuição. Nós precisamos agir. Já se tentou conversa, já se tentou pacificação, e a escalada contra a nossa liberdade... Está aqui o poema: "... arranca-nos a voz da garganta". De 22 milhões de usuários do Twitter arrancaram a voz da garganta, com os motivos mais absurdos. O que é que eu tenho a ver com briga de Elon Musk, de Starlink com o Alexandre de Moraes, para me tirarem o direito de me manifestar? Que é que eu tenho com isso? Aí, se eu baixo um VPN para me manter informado, porque indubitavelmente o Twitter é a rede mais dinâmica que existe no mundo, sou multado em R$50 mil.
E eu falo isso hoje, estou recebendo meu filho aqui, para proteger a tua liberdade, para defender depois os filhos que você terá, que serão meus netos, porque, durante muito tempo, esta Casa, meu filho, se omitiu, se calou vergonhosamente com "não, veja bem, não, meu amigo, meu querido, não, os Poderes são harmônicos". Hã? E olha aí a situação que nós temos.
O pessoal que está nos acompanhando aí nas redes sociais, depois vai ver esse discurso, não percam a audiência que nós tivemos hoje, presidida pelo Senador Sergio Moro. Imperdível. Vocês vão ver os prejuízos. E eu acho o mais engraçado de tudo que aquele, Sergio Moro, Senador Sergio Moro, que torciam e rivalizavam, o gado, os bolsonaristas, o Alexandre de Moraes, numa tesourada, calou a boca de todo mundo, esquerda, direita. Aí o Governo Federal ou o desgoverno federal ou o desgoverno, que só envergonha, quando não é ministro assediador, agora nomearam uma ministra que é ré por superfaturar uniforme escolar. Nada de diferente do que nós já sabíamos, não tem diferença, nós sabemos quem eles são. Aí o desgoverno, que está falando em criar um WhatsApp brasileiro, com ufanismo: "Não, um WhatsApp brasileiro". Querem controlar nossa vida inteira, já cancelaram o Twitter.
Daqui a pouco, o Sr. Alexandre de Moraes acha que nós estamos tendo liberdade demais no Instagram, corta. Daqui a pouco é no Facebook, corta. Daqui a pouco o YouTube está falando linguagem de ódio, discursos de ódio, nazista, fascista, eletricista, taxista, corta. Este é o tamanho do Supremo Tribunal Federal: gigante. E palmas para eles, palmas para eles e nota zero para o Senado Federal, que se omite, se cala e que não faz o seu papel constitucional. Então, fecha, fecha esta Casa, entrega a chave para ele, entrega direto para o Xandão. Ô Xandão, administra. Você que é o cara, legisla agora sobre Pix, libera o vagabundo pela frente da cadeia. E se você discordar, se você criticar, te metem uma multa igual meteram naquele ali: R$50 milhões. O senhor vai ter que ser Senador por 400 anos para pagar essa dívida para o Xandão, tá? Que Deus te conceda a vida eterna, e que o senhor se eleja muitas vezes para pagar essa dívida.
Que vergonha, Moro! Que vergonha! A gente tem que sacanear, tem que fazer graça para um absurdo desse ser tolerado. Mesma coisa foi a Câmara Federal, não vou poupá-los, não. Um Deputado Federal em exercício. O que a Constituição diz? Somente em crime inafiançável e em flagrante delito inafiançável. Caçaram o garoto! Meteram-no na cadeia! Nem com indulto presidencial... O Supremo cancelou o indulto.
E estes dias aqui, vergonhosamente, aqui onde eu estou, estava um cara que roubou o Brasil a três por quatro – vocês sabem quem é – falando de democracia. Na minha Casa! Isto aqui é a minha Casa hoje. Na minha Casa, um vagabundo vir aqui à tribuna, com terninho bonitinho, "nhem-nhem-nhem...", "democracia...", sendo que foi um dos beneficiados com indultos no passado? Ladrão! Quadrilheiro! E é isso que a gente tem que infelizmente suportar na pátria amada, Brasil.
Mas isso vai mudar. Nós precisamos do apoio popular. Cada cidadão e cidadã do Brasil que está enxergando que a coisa está fora de tamanho, cobre de seu Senador, respeitosamente: "Senador, olha isso! O cara que é vítima, ele é juiz, ele é testemunha, ele é ofendido, ele julga, ele decepa a cabeça, ele manda prender.".
A mulher pintou lá na estátua – não concordo com vandalismo, não, tá, pessoal? –, pintou de batom lá uma frase em frente ao Supremo Tribunal Federal. Tomou o quê, Senadora Damares? Dezessete anos de cana? Atentado violento...
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – ... contra o Estado democrático de direito!
Cadê, me dá o nariz de palhaço aí! Será que ninguém está enxergando isso?
Se ninguém enxergasse, Damares, esta Casa tinha que enxergar que já se passaram todos os limites.
E cadê? Cara de paisagem, Sete de Setembro, todo mundo rindo... Só fantasma aqui na Esplanada. Todo mundo lá – os Poderes unidos e juntos e amigos, sorrindo para fotos, sorrisos queridos e agradáveis –, mostrando que a democracia relativa está em pleno funcionamento no Brasil.
Vamos trabalhar, vamos fazer a nossa parte: nós aqui, como Senadores; e vocês, cidadãos brasileiros, nas ruas, nas redes sociais, exigindo posicionamento dos seus representantes.
Muito obrigado.